Ó PAÍ, Ó - apócope de ‘‘Olhe para isso, olhe’’
Salvador, 15/3/2007 |
Ó PAÍ, Ó
Trilha Sonora do Filme
Universal Music CD 60251720719.
Universal Music CD 60251720719.
Producción: Luiz Brasil, Davi Moraes e Betão Aguiar.
1. Ó PAÍ, Ó (Caetano Veloso/Davi Moraes) Caetano Veloso / Jauperi
2. É D'OXUM (Gerônimo/Vevé Calazans) Jauperi
3. ILHA DE MARÉ (Walmir Lima/Lupa) Mariene de Castro con Coisa de Pele
4. VEM MEU AMOR (Silvio/Guio) Lázaro Ramos
5. Meninos do Pelô
PAI É PAI MÃE É MÃE (Rey Zulu)
SAMBA DURO (Tonho Matéria/Djalma Oliveira/Rey Zulu)
SETECENTAS GALINHAS (Domínio Público - Versión: Manolo Pousada)
LÁ VAI O TRIO (Topa/Rey Zulu/Robson do Samba Fama/Ninha Brito)
6. CALDEIRÃO (Fábio Alcântara/Raimundo Bahia/Elivandro Cuca/Augusto Conceição) Psirico con Davi Moraes
7. TÔ CARENTE (Edu Luppa/Tivas/Marquinhos Maraial) Banda Calypso
8. LILI (Édson Gomes) Édson Gomes
9. I MISS HER (Lázaro Negrume) Olodum con Lázaro Negrumy
10. CANTO DO MUNDO (Caetano Veloso) Caetano Veloso
11. DEPOIS EU VOLTO (Batatinha/J. Luna) Batatinha
12. ADEUS BYE BYE ((Guiguio/Juci Pita/Chico Santana) Ilê Aiyê con Daúde
13. ARA KETU BOM DEMAIS (Dinha) Ao Vivo - Ara Ketu
14. RALÉ (Alain Tavares/Carlinhos Brown/Gerônimo Santana) Timbalada
PROTESTO DO OLODUM (Tatau) Daniela Mercury / Margareth Menezes / Tatau
29 de março de 2007
Caetano Veloso fala sobre a trilha de Ó Paí, Ó
Músico conta que nos anos 90 se apaixonou pela peça e quis filmá-la
Beatriz Coelho Silva
RIO - Caetano Veloso apaixonou-se pela peça Ó Paí Ó no início dos anos 90, quis filmá-la e acabou assinando a trilha sonora. Em entrevista, ele contou como foi a experiência e falou da relação do cinema com a música.
Como rolou o convite para fazer a trilha do filme?
A Monique (Gardenberg) falou comigo sobre músicas para o filme desde cedo, pois eu tinha escrito quatro canções para a adaptação que pensei em dirigir nos anos 90. Mas as fitas se perderam e eu não lembrava das músicas. Só "Canto do Mundo", que Lázaro canta no filme, foi salva. Monique trabalhou com o violonista Luiz Brasil (que toca nessa música) até quando sua agenda permitiu. Na finalização, quando Davi Moraes e Betão Aguiar passaram a cuidar da trilha, Paulinha (Lavigne) me pediu para voltar a participar. Daí nasceu a canção nova, em parceria com Davi, e as conversas com Davi e Betão sobre o tratamento da música de todo o filme.
Como foi o trabalho com Davi Moraes?
Davi é um gênio musical. Junto com Betão, ele me dirigiu na gravação de "Canto do Mundo (que saiu no CD da trilha mas não está no filme). Nós três trocamos e-mails e nos encontramos para decidir como distribuir entre os cantores do carnaval baiano os trechos de Protesto Olodum no final do filme, ou o que substituiria um trumpete cool-jazz que Luiz tinha colocado em Depois Eu Volto, samba de Batatinha. Quanto à canção título (dos créditos finais), mandei três hipóteses de letras por e-mail. Ele escolheu uma e pôs música. Na época, ele estava na Bahia e eu, no Rio. Lá, pediu a Jauperi que fizesse uma voz-guia, que ficou tão boa que Davi decidiu que carregaria a música. Depois, no Rio, voltei ao estúdio com Davi e Betão para somar minha voz à de Jauperi. Isso dá uma idéia de nosso método de trabalho.
Você se identifica com algum personagem do filme?
Desde que vi a peça, em 1992, sou apaixonado pelos personagens por causa dos atores. No filme, me identifico mais com o personagem do Lázaro porque ele é artista, já nasce revoltado, mas é alegre e terno.
Que fim levou a história que você fez ao ver a peça do Olodum?
Trabalhei num roteiro para cinema com o Hermano Vianna e o Sérgio Mekler e a Monique me ajudou na primeira decupagem para plano de filmagens. Mas desisti da produção. Cinema tem muitas dificuldades nessa área de produção e eu amarelei.
Como foi a experiência de fazer a trilha de um musical?
Sou louco por musicais. Ó Paí, Ó nasceu de uma peça que é em grande parte um musical, o que livra o filme da estreiteza do realismo e deixa claro de cara que se trata de uma fantasia. Por isso é que você admite simplificações inaceitáveis num filme realista. Freqüentemente isso significa um atalho para chegar a conteúdos mais profundos sem perder tempo pedindo licença. Para mim, no caso desse filme, foi sobretudo uma felicidade trabalhar com esse material tão rico e tão injustiçado que é a música de carnaval da cidade de Salvador. Tenho o sonho de um dia fazer uma antologia desse tipo.
A música brasileira ajuda a divulgar o cinema ou vice-versa?
Não há nada como Manhã de Carnaval e A Felicidade fazendo de Orfeu do Carnaval um clássico internacional. Às vezes uma coisa dá força à outra. Mas ainda não chegamos no ponto.
Como isso funciona na divulgação internacional?
O cinema brasileiro ainda não se beneficiou da nossa música popular como poderia. O prestígio que conquistou no exterior (no período heróico do Cinema Novo de Glauber ou momento atual de Central do Brasil e Cidade de Deus) foi de outra natureza. Antigamente, eu achava que isso era apenas um sintoma da nossa incompetência cósmica. Hoje, vendo que cinema e música têm levadas muito diferentes, acho até que é um bom sinal.
Em qual tema de "Ó Paí, Ó" você aposta para virarem hits como aconteceu com as músicas de "Lisbela e o Prisioneiro", "O Coronel e o Lobisomem" e "Tieta"?
Cada caso é um caso. Para Tieta, compus apaixonadamente as canções mais bonitas que já fiz para cinema. Adorei esse filme desde o roteiro e dos primeiros copiões. Não fiquei satisfeito com a mixagem da trilha e lamentei que Cacá tivesse de reduzi-lo para uma 1h40: ele era incrível com quase três horas, mas acho um grande filme assim mesmo. A canção A Luz de Tieta não era a minha preferida, embora eu adore o refrão. É uma boa música de carnaval, mereceu fazer o sucesso e é minha única música que chega perto do que se canta no novo carnaval baiano. A canção de Lisbela não é minha. É um velho hit que o João Falcão (que fez a trilha do filme) me pediu para regravar. Não vejo nada assim em Ó Paí, Ó. A canção-título pegou na Bahia. Tocou no rádio e o pessoal cantava o refrão no carnaval. Pode ser que atravesse outros carnavais.
As situações mostradas em "Ó Paí, Ó" perduram na Bahia?
Sem dúvida. No show do Cê, canto Como Dois e Dois, que compus em 1970. Um amigo me disse que era espantoso como a letra parece até mais pertinente agora do que quando foi escrita. É assim, canções, filmes, peças têm um modo misterioso de ficarem datadas. Ó Paí,Ó é sobre uma Bahia que já estava ali quando o Bando lançou a peça - e que vai estar muito tempo ainda. Para o bem e para o mal.
Como um filme ou uma canção podem influir nessa situação?
De mil formas. Muito raramente da forma que se acredita que pode acontecer. É misterioso. Claro que podem reafirmar tanto a alegria quanto a revolta. Mas esses conteúdos são motivos temáticos. No fim, o que conta é o que vale um filme como filme, uma canção como canção.
Sexta, 23 de março de 2007
Caetano Veloso canta trilha autoral para
famosos no Rio
Caetano Veloso canta Ó, Pai Ó, música-tema do filme que leva o mesmo nome
Fotos: Ricardo Leal
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Caetano
Veloso embalou uma platéia repleta de famosos ao cantar na première do filme Ó
Pai, Ó, realizada nesta quinta-feira no New York City Center, no Rio de
Janeiro.
O
cantor assina a trilha sonora, composta em sua maioria de ritmos baianos.
Caetano
dividiu o palco com Jauperi, que fez grande parte das performances da noite. O
ex-vocalista do Olodum desfilou canções que estão presentes no longa-metragem.
A
música-tema da produção, que leva o mesmo nome, foi composta ao lado de David
Moraes e homenageia também Pernambuco com seus toques de frevo.
Em
fevereiro, ela tornou-se febre no Carnaval de Salvador, quando foi apresenta
pela primeira vez ao público.
Caetano
Veloso, também responsável pela produção, já pensava em levar a peça do Bando
de Teatro Olodum para os cinemas há pelo menos dez anos. A trama é centrada na
história de Roque (Lázaro Ramos), um cantor que vive em um cortiço e tem que
fazer trabalhos de pintor para sobreviver.
Além
de cantar Ó Pai, Ó, Caetano tocou violão para seu público, criando um
clima de bastante animação.
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