Letra: Caetano Veloso
Música: Gilberto Gil
© 1967 Ed. Arlequim
Em volta da mesa
Longe do quintal
A vida começa
No ponto final
Eles têm certeza do bem e do mal
Falam com franqueza do bem e do mal
Crêem na existência do bem e do mal
O florão da América, o bem e o mal
Só dizem o que dizem
O bem e o mal
Alegres ou tristes
São todos felizes
Durante o Natal
O bem e o mal
Têm medo da maçã
A sombra do arvoredo
O dia de amanhã
Eis o que eles sabem, o dia de amanhã
Eles sempre falam no dia de amanhã
Eles têm cuidado com o dia de amanhã
Eles cantam os hinos no dia de amanhã
Eles tomam o bonde no dia de amanhã
Eles amam os filhos no dia de amanhã
Tomam táxi no dia de amanhã
É que eles têm medo do dia de amanhã
Eles aconselham
O dia de amanhã
Eles desde já
Querem ter guardado
Todo seu passado
No dia de amanhã
Não preferem São Paulo
Nem o Rio de Janeiro
Apenas têm medo
De morrer sem dinheiro
Eles choram aos sábados pelo ano inteiro
E há só um galo em cada galinheiro
E mais vale aquele que acorda cedo
E farinha pouca, meu pirão primeiro
E na mesma boca sempre o mesmo beijo
E não há amor como o primeiro amor
Como o primeiro amor, que é puro e verdadeiro
E não há segredo, e a vida é assim mesmo
É pior a emenda do que o soneto
Está sempre à esquerda a porta do banheiro
E certa gente se conhece no cheiro
Em volta da mesa
Longe da maçã
Durante o Natal
Eles guardam o dinheiro
O bem e o mal
Pro dia de amanhã
“Os Mutantes são demais...!”
6167 5296 / 4:40
Álbum "Caetano Veloso"
Philips LP R 765.026 L, B-6.
CD 838.557-2, Track 12.
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