lunes, 9 de diciembre de 2024

2017 - Inauguração da CASA NATURA MUSICAL (SP)

 

De pés descalços e sorriso no rosto, a cantora baiana Maria Bethânia não escondeu a satisfação de se apresentar em São Paulo na última terça (9/5) — dia de lua cheia, como ela fez questão de frisar —, diante de aproximadamente 500 convidados. “É uma honra e uma felicidade subir num palco novinho”, disse ela, ao pisar na Casa Natura Musical, em Pinheiros. 


9/5/2017 - Vanessa da Mata, Johnny Hooker, Maria Bethânia, 

Xênia França e Filipe Catto - Foto: Reinaldo Canato 





viernes, 6 de diciembre de 2024

lunes, 2 de diciembre de 2024

2006 - DENTRO DO MAR TEM RIO


São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006



Água viva

Maria Bethânia homenageia oceanos e rios nos novos discos "Mar de Sophia" e "Pirata", em que procura "oásis na memória" para contrapor ao mundo "feio" atual; álbuns têm louvações a orixás e músicas do irmão Caetano



A cantora na sede da gravadora Biscoito Fino, no Rio de Janeiro

Foto: Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem



LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO


Maria Bethânia tinha três ou quatro anos quando conheceu o mar de Salvador com sua mãe, dona Canô. Primeiro, o bonde puxado a burro até o porto de Santo Amaro da Purificação.


Depois, o vapor sacudido a valer pelas águas do Atlântico.

"Fiquei impressionada com a cor, as ondas. Minha mãe passando mal, o cheiro de óleo, e eu me lembro de sentir uma coisa muito grande, medo junto de prazer. Gosto da sensação de estar em cima da água. Fico um pouco inatingível", conta ela.

Quando fala dos rios de sua terra, também remonta ao passado. No Subaé, de navegação, e no Sergimirim, córrego cheio de pedras, ela nadava na infância com Caetano Veloso e os outros irmãos. "Mataram os dois rios [com a poluição]. A memória que tenho é de quando eram vivos e eu era menina. Eles se encontravam, "um amor de águas limpas'", diz, citando "Memória das Águas" (Roberto Mendes/Jorge Portugal).


Oceanos e rios são os temas, respectivamente, de "Mar de Sophia" e "Pirata", CDs que chegam às lojas na próxima semana -vendidos separadamente. Na sexta-feira da próxima semana, a cantora estréia o show "Dentro do Mar Tem Rio" no Tom Brasil Nações Unidas, em São Paulo.


Águas doces e salgadas


Os novos títulos prosseguem o mergulho em águas passadas que a cantora já dera em "Brasileirinho" e "Cânticos, Preces e Súplicas à Senhora dos Jardins do Céu" (ambos de 2003). Tem sido sua marca desde que trocou as grandes gravadoras pela Biscoito Fino, na qual tem o selo Quitanda. "Como acho que [o mundo] está muito feio hoje, fico procurando alguns oásis na memória. Imaginando, emanando para ver se cola", explica.
Entusiasmada com os poemas da portuguesa Sophia de Mello Breyner (1919-2004), cuja obra lhe foi apresentada há cinco anos pelo escritor (também português) António Alçada Batista, Bethânia planejou primeiro "Mar de Sophia". Logo pensou em um CD para águas doces e outro só para a Baía de Todos os Santos -que chama pelo nome original, Kirimurê, título de uma música de seu irmão Jota Velloso

.
"Mas, quando fiz o "Mar", já senti o Kirimurê ali. E, quando fiz o "Pirata", acabei de pôr os caboclos e as coisas da minha região. Foi um veio que não precisou alargar mais", conta.


As águas do Recôncavo Baiano, "de fundo de baía, meio mangue, cor de palha", continuam sendo as preferidas de Bethânia, que aproveita as cachoeiras da região quando está lá. "Enquanto tem, né?", lamenta. Foi por esse rastro de destruição que ela incluiu "Os Argonautas", música de Caetano que remete às grandes navegações ("Navegar é preciso/ Viver não é preciso"), no CD de águas doces, não no de águas salgadas, como seria lógico.
"Como os rios estão mortos, achei que a dramaticidade da letra deixaria mais nítido o que eu queria falar no "Pirata". É um barco imaginário que foi parar em Santo Amaro", diz.


A canção de Caetano que está em "Mar de Sophia" é "Marinheiro Só", que faz par com "O Marujo Português" (Linhares Barbosa/Arthur Ribeiro). "Enquanto o samba-de-roda tem o suingue, o fado é empolado. Acho bonitas essas diferenças, duas visões do mesmo ofício."


"Pirata" é costurado por trechos de Guimarães Rosa ("Ele já me conduz há tempo e para sempre há de me conduzir", diz Bethânia) e tem uma inevitável homenagem ao São Francisco. "É o rio santo, que comove romeiros, poetas, cantores e escritores, tal sua força e sua beleza", exalta ela, que escolheu trabalhos de bordadeiras da beira do rio para ilustrar o CD.
Comuns nos discos de Bethânia, as louvações a orixás não faltariam nos novos, que têm, entre outros, cantos a Oxum e Iemanjá, divindades das águas. "Vou nas festas de Iemanjá e de Nossa Senhora da Purificação. Meu berço é católico, mas há o outro, que eu escolhi adulta. Não tem briga", concilia.
Há líquidos diversos nos CDs, entre eles "Lágrima" (Roque Ferreira) e a "água do ventre", como a cantora se refere a "Debaixo d'Água", que Arnaldo Antunes lhe ofereceu juntamente de "Agora", do repertório dos Titãs. "Aqui é reservatório", aponta para a barriga.



"Mundo mau"


Desencantada com um "mundo mau, mentiroso, enganador", Bethânia prefere não dizer se votou ou não em Lula, pois já não acredita em grandes mudanças a partir da política. Sua queixa é internacional.


"É uma afronta quem manda mesmo no mundo, que é o presidente norte-americano, não assinar o Protocolo de Kyoto [que visa controlar a emissão de gases poluentes]. A gente só pode se aborrecer, porque somos lixo. Os bacanas deveriam dizer: "Você está fora". Façam com ele [George Bush] o que fizeram com Cuba [bloqueio econômico]. Mas não muda, só piora. Daqui a pouco vão liberar para jogarem bomba na Amazônia", diz ela, resumindo seu desencanto: "Quero moda de viola. Pelo menos me comove."



10/11/2006 - Dentro do mar tem rio - Tom Brasil Nações Unidas, em São Paulo.
Foto: Beti Niemeyer




São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006 

 

Maria Bethânia faz elegia aos rios e aos mares em um espetáculo autoral

CARLOS CALADO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Uma platéia eufórica lotou o Tom Brasil, em São Paulo, na última sexta-feira. Na estréia do seu show, Maria Bethânia mostrou que, mesmo sem ser compositora, seu trabalho é tão autoral quanto os de outros grandes criadores da MPB.


O termo intérprete já parece restrito demais para caracterizar sua arte. Bethânia não imprime sua personalidade apenas às canções que escolhe, como fazem os melhores intérpretes. Com igual talento, em seus shows, ela associa canções e poemas, acrescentando novos sentidos às obras desses músicos e poetas.


No novo espetáculo da cantora, baseado no repertório dos recém-lançados CDs "Mar de Sophia" e "Pirata", entram mais de 30 canções de autores como Dorival Caymmi e Caetano Veloso. Tendo como tema os mares ou os rios, essas canções são tecidas pela cantora com sensibilidade e inteligência a poemas de autores como Guimarães Rosa, Antonio Vieira e a portuguesa Sophia de Mello Breyner.


Dessa poética teia de palavras, melodias e ritmos surge o retrato nostálgico de um Brasil mais puro, que permanece na memória da cantora.


Se a primeira parte do show mostrou uma Bethânia serena e risonha, em sua elegia à simplicidade perdida, quase ao final da noite veio a surpresa. Recitando trechos do poema "Ultimatum", de Álvaro de Campos (o indignado heterônimo de Fernando Pessoa), a cantora surpreendeu a platéia, com um discurso inflamado.


"E tu, Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral, que nem queria te descobrir", declamou, interrompida pelos aplausos dos fãs, excitados pela atualidade do poema (escrito em 1917) em seus ataques aos poderosos e às ideologias. Mas quem conhece Bethânia sabe que essa indignação não é exatamente de teor político. É mais um desabafo da artista frente a um mundo que já não se preocupa com o futuro dos rios ou dos mares, muito menos com a poesia.



11/11/2006 - Maria Bethânia recebe amigos em seu camarim após se apresentar no Tom Brasil, em São Paulo, SP. - Foto: João Sal/Folhapress





São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006 

 

Maria Bethânia faz elegia aos rios e aos mares em um espetáculo autoral


CARLOS CALADO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Uma platéia eufórica lotou o Tom Brasil, em São Paulo, na última sexta-feira. Na estréia do seu show, Maria Bethânia mostrou que, mesmo sem ser compositora, seu trabalho é tão autoral quanto os de outros grandes criadores da MPB.


O termo intérprete já parece restrito demais para caracterizar sua arte. Bethânia não imprime sua personalidade apenas às canções que escolhe, como fazem os melhores intérpretes. Com igual talento, em seus shows, ela associa canções e poemas, acrescentando novos sentidos às obras desses músicos e poetas.


No novo espetáculo da cantora, baseado no repertório dos recém-lançados CDs "Mar de Sophia" e "Pirata", entram mais de 30 canções de autores como Dorival Caymmi e Caetano Veloso. Tendo como tema os mares ou os rios, essas canções são tecidas pela cantora com sensibilidade e inteligência a poemas de autores como Guimarães Rosa, Antonio Vieira e a portuguesa Sophia de Mello Breyner.


Dessa poética teia de palavras, melodias e ritmos surge o retrato nostálgico de um Brasil mais puro, que permanece na memória da cantora.


Se a primeira parte do show mostrou uma Bethânia serena e risonha, em sua elegia à simplicidade perdida, quase ao final da noite veio a surpresa. Recitando trechos do poema "Ultimatum", de Álvaro de Campos (o indignado heterônimo de Fernando Pessoa), a cantora surpreendeu a platéia, com um discurso inflamado.


"E tu, Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral, que nem queria te descobrir", declamou, interrompida pelos aplausos dos fãs, excitados pela atualidade do poema (escrito em 1917) em seus ataques aos poderosos e às ideologias. Mas quem conhece Bethânia sabe que essa indignação não é exatamente de teor político. É mais um desabafo da artista frente a um mundo que já não se preocupa com o futuro dos rios ou dos mares, muito menos com a poesia.




sábado, 30 de noviembre de 2024

1979 - GAL COSTA - MARIA BETHÂNIA

 


1979
Revista Amiga
n° 474
Rio de Janeiro, 20 de junho de 1979












2019 - CLAROS BREUS - Maria Bethânia

 

Claros Breus, não marca lançamento de disco, foi preparado em quatro shows realizados no Manouche, uma casa de cem lugares, no Rio de Janeiro.

 



















Foto: Jorge Bispo / Divulgação



Foto: Jorge Bispo / Divulgação






Foto: Jorge Bispo / Divulgação


Foto: Jorge Bispo / Divulgação




1/7/2019 - Clube Manouche - Ensaio
Direção musical e arranjos do maestro Letieres Leite






Bia Lessa, Maria Bethânia e o maestro Letieres Leite



Maria Bethânia está de volta ao palco com o espetáculo "Claros breus"


Claros breus reúne no repertório músicas inéditas e canções consagradas por sua interpretação

11/7/2019

Irlam Rocha

Depois de uma longa turnê pelo país, ao lado de Zeca Pagodinho, com o show De Santo Amaro a Xerém, Maria Bethânia está de volta ao palco. Na última quinta-feira (4/7), ela estreou o espetáculo Claros breus, no Clube Manouche — um espaço para 100 pessoas –, no Rio de Janeiro, onde volta a se apresentar nas próximas quintas-feiras de julho. 

Claros breus reúne no repertório músicas inéditas, outras inéditas na voz dela e canções consagradas por sua interpretação, com novos arranjos, criados pelo maestro baiano Letieres Leite, que também assina a direção musical. 



Foto: Vera Donato


Bethânia tem em cena a companhia de Jorge Helder (contrabaixo), Carlinhos 7 Cordas (violões), Marcelo Galter (piano e sintetizadores), Pretinho da Serrinha e Luizinho do Jêje (percussão acústica e eletrônica). A direção e cenário são de Bia Lessa e o desenho de luz de Binho Schafer e de Bia Lessa. O figurino tem a assinatura de Gilda Midani.

“Estou com muita saudade de sentir o público de pertinho. Tenho vontade de cantar perto das pessoas que vêm me assistir. Tenho trabalhado nestes 54 anos de carreira em lugares grandes e não consigo ver quem está na última fila. No início de minha carreira cantei muito em boate: gosto desse clima de romance, de namoro, para cantar. E principalmente, gosto de trabalhar e voltar e dormir em casa, como todo mundo faz”, confidenciou a Abelha Rainha. 

O show, depois da temporada no Manouche, percorrerá as principais capitais brasileiras. A partir de agosto, a turnê terá início em São Paulo, onde será apresentado nos dias 2 e 3, no Credicard Hall. Já estão definidas as datas para o Rio de Janeiro (KM de Vantagem Hall), dias 4 e 5 de outubro; Belo Horizonte (Palácio das Artes), dia 23 de novembro; e Recife (Chevrolet Hall), 30 de novembro. Brasília deve entrar no circuito, mas ainda não tem data marcada. Em setembro, Bethânia vai a Portugal.



Foto: Vera Donato




Foto: Cristina Granato




Foto: Cristina Granato



Maria Bethânia recebe famosos em seu novo show em São Paulo

03/08/2019

 

Foto: Francisco Cepeda/AgNews



Foto: Francisco Cepeda/AgNews

 

Maria Bethânia retornou aos palcos com o novo show Claros Breus, que estreou em São Paulo no último sábado (2/8), no Credicard Hall. Sob uma nova direção musical, de Letieres Leite, Claros Breus vem com muitas novidades: novas canções, outras que são inéditas em sua voz, músicos que tocam com ela pela primeira vez e também novos arranjos. 

Neste novo show, Bethânia quis fazer diferente: mostrar as músicas inéditas ao público primeiro para depois registrá-las em disco. O último álbum lançado pela cantora, "Meus Quintais", foi em 2014, há cinco anos.

A artista mostrará músicas inéditas de Adriana Calcanhoto, Chico César, Roque Ferreira e Flávia Wenceslau, compositores já recorrentes na discografia da intérprete. Bethânia também cantará Lenine, Suely Costa, Caetano Veloso, entre outros. O repertório ainda inclui música já conhecida de Chico Buarque, porém inédita na voz da cantora. 

Com integrantes novos na banda, o maestro baiano Letieres Leite assina a direção musical e arranjos, acompanhado de Jorge Helder (contrabaixo), único parceiro de outros shows e trabalhos, Carlinhos 7 cordas (violões de 6 e 7 cordas), Pretinho da Serrinha (percussões acústica e eletrônica), e os também baianos Marcelo Galter (piano e sintetizadores), e Luisinho do JêJe (percussões acústica e eletrônica). 

Depois da estreia em São Paulo, o show percorrerá as principais capitais brasileiras. Antes disso, desembarcará em Portugal, em setembro, e retorna ao Brasil para shows no Rio de Janeiro nos dias 4 e 5 de outubro, em Belo Horizonte, no dia 23 de novembro, em Recife, no dia 30 de novembro, e em Salvador, no dia 8 de dezembro.







4/12/2019 - KM de Vantagens Hall






2000 - MARIA BETHÂNIA / ALCIONE / JUSSARA SILVEIRA / VÂNIA ABREU / BELÔ VELLOSO