sábado, 29 de septiembre de 2012

1972 - FROM FARAWAY


Un homenaje a Billie Holliday.


FROM FARAWAY / LONGE DAQUI / DESDE LEJOS

Música: Caetano Veloso
Letra: Jorge Mautner
© 1972 Ed. Warner Chappell

Baby I came from faraway
From where the sun never shines at day
Up there it’s so cold
Everybody is so old
That I’m looking for you
Then I’m looking for youth

I’m gonna tell you that’s good
I’m gonna tell you that’s bad
I just want you to know
That my body is alone and sad
My body feels sometines
The heath of the stars at night
Then feells that cold rain dropping by

But I’m sick of searching all through this land
A loving caressing hand

Oh! how I wish to fell
That strange thrill
That so many people describe to me
A loving hand 
My body taking care




Liberada para gravação e divulgação em 3/2/72

I CAME FROM FARAWAY

Autores: Caetano Veloso e Jorge Mautner

Baby I came faraway
from where the sun never shines at day
up there it’s ao cold
everybody is so old
that I'm looking for you
Yes I’m looking for youth.

I don’t wanna tell you that’s goog
I don’t wanna tell you that’s bad
I just want you to know
that my body is alone and sad
My body feels sometimes
the heath of stars at night
then feells the cold rain droping by.

But I’m sick of searching all trough this land
a lovíng caressing hand

0h! How I wish to feel
that strange thrill
that so many people described to me
a loving hand
my body taking care.



Tradução de I CAME PROM FARAWAY

Baby eu vim de muito longe
da onde o sol nunca brilha de dia
là em cima é tão frio
todo mundo é muito velho
e eu estou à procura de você
eu estou à procura de juventude.

Eu não vou dizer que isto é bom
eu não vou dizer que é ruim
eu só quero que você saiba
que o meu corpo está sozinho e triste
meu corpo sente às vezes
o calor das estrelas à noite
depois sente a chuva fria caindo.

Mas eu estou cansado de procurar por toda essa terra
uma mão carinhosa e amorosa

Oh! como eu gostaria de sentir
aquele estranho calafrio
que tanta gente descreveu prá mim
uma cariciante mão
cariciando meu cabelo
tomando conta do meu corpo




Arquivo Nacional




1972 - JORGE MAUTNER
/ 2:46
Álbum "Para Iluminar a Cidade"
Gravado ao vivo no Teatro Opinião (RJ), nos dias 27 e 30 de abril de 1972.
Philips / Pirata LP 1.402, B-3.
Polydor LP 825 826-1, B-3. (1985)




Texto de Caetano Veloso en contra-tapa:


estou escrevendo com muita pressa que é para não atrasar a saída deste disco: já é com um atraso de anos que se registra o trabalho de mautner. em 63 néci me falou de “deus da chuva e da morte”. eu vivia lendo a revista senhor: vi uma entrevista esquisita desse cara que olhava os homens do alto de um edifício de são paulo e os via como formigas. um dia vi o livro e, assustado com a grossura do volume, não li. depois fiquei sabendo de “kaos”. ele era um escritor estranho de quem se falava. uma vez rogério me disse que esse escritor jorge mautner cantava muito engraçado bonito com um bandolim e cantara na televisão uma canção que falava em hiroxima & bomba atômica: algumas pessoas da música popular brasileira estavam indignadas com a escolha dos temas. diziam: que temos nós brasileiros a ver com a bomba atômica? um dia a nara tocou no assunto comigo, em tom de pergunta. eu não tive resposta porque não conhecia as tais canções. nara falava mais cheia de curiosidade do que de preconceito. ela parecia estar realmente querendo saber como encarar um fato tão diferente dentro da música brasileira. enquanto para outros (inclusive para mim mesmo, que nem sequer me esforcei para conhecer as tais composições) a própria estranheza deste fato aconselhava a ignorá-lo. depois veio-nos, veio-me, veio o tropicalismo. de vez em quando eu me lembrava desse nome jorge mautner e ficava curioso querendo saber. ele tinha ido embora para os estados unidos. os mutantes, que me mostraram tanta coisa, contaram-me que jorge era bacana tinha cada coisa louca. cantaram alguns trechos de canções escritas pelo jorge, não me lembro como eram esses pedaços de canções e creio que não me causaram nenhuma impressão definida. um dia tive vontade de perguntar a zé agripino.
acabou-se o tropicalismo. em londres, apareceu jorge mautner com um guarda-chuva. gostei logo dele porque ele é uma figura incrível e também porque ele foi logo me fazendo umas profecias muito boas (e que felizmente deram certo). ri muito. ele cantou “o vampiro” e essa canção me impressionou de um modo como só “charles, anjo 45” havia antes me impressionado. fiquei fan de jorge mautner. suas canções têm um cheiro de liberdade criadora que eu só encontrara em jorge ben. na espanha ele ficava falando em nietzsche e nos filósofos pré-socráticos, falando em apolo e dionisius, lendo sartre nas praias da catalunha. a gente chamava ele de mestre. mas principalmente ele cantava suas cantigas de chuva com o seu bandolim. ele não tem nenhum medo do ridículo. ele parece com tudo. ele é completamente diferente de tudo o que há na música brasileira, no show-bizz brasileiro. ele parece uma formiguinha com seu bandolim, um telefone. ele sabe imitar porta, vaga-lume, liquidificador. só escreve clichê, com a originalidade de um marciano. eu fiquei realmente assustado ao saber que “o vampiro” era anterior a “alegria, alegria” e “domingo no parque”. “olhar bestial”, que está neste lp, também. é preciso que também se saiba que, mesmo agora, depois de tantos tropicalismos, não foi fácil colocar jorge no disco: “ele é muito bom, diziam os chefes, mas não há onde colocá-lo, o público não vai saber como classificá-lo. e isso não vende”. será?









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