Un homenaje a Billie Holliday.
FROM FARAWAY / LONGE DAQUI / DESDE LEJOS
Música: Caetano Veloso
Letra: Jorge Mautner
© 1972 Ed. Warner Chappell
Baby I came from faraway
From where the sun never shines at day
Up there it’s so cold
Everybody is so old
That I’m looking for you
Then I’m looking for youth
I’m gonna tell you that’s good
I’m gonna tell you that’s bad
I just want you to know
That my body is alone and sad
My body feels sometines
The heath of the stars at night
Then feells that cold rain dropping by
But I’m sick of searching all through this land
A loving caressing hand
Oh! how I wish to fell
That strange thrill
That so many people describe to me
A loving hand
My body taking care
Liberada para gravação e divulgação em 3/2/72
I CAME FROM FARAWAY
Autores:
Caetano Veloso e Jorge Mautner
Baby I came faraway
from where the sun never shines at day
up there it’s ao cold
everybody is so old
that I'm looking for you
Yes I’m looking for youth.
I don’t wanna tell you that’s goog
I don’t wanna tell you that’s bad
I just want you to know
that my body is alone and sad
My body feels sometimes
the heath of stars at night
then feells the cold rain droping by.
But I’m sick of searching all trough this land
a lovíng caressing hand
0h! How I wish to feel
that strange thrill
that so many people described to me
a loving hand
my body taking care.
Tradução de I CAME PROM FARAWAY
Baby eu vim de
muito longe
da onde o sol nunca
brilha de dia
là em cima é tão
frio
todo mundo é muito
velho
e eu estou à
procura de você
eu estou à procura
de juventude.
Eu não vou dizer
que isto é bom
eu não vou dizer
que é ruim
eu só quero que
você saiba
que o meu corpo
está sozinho e triste
meu corpo sente às
vezes
o calor das estrelas
à noite
depois sente a
chuva fria caindo.
Mas eu estou
cansado de procurar por toda essa terra
uma mão carinhosa e
amorosa
Oh! como eu gostaria de sentir
aquele estranho
calafrio
que tanta gente
descreveu prá mim
uma cariciante mão
cariciando meu
cabelo
tomando conta do
meu corpo
Arquivo Nacional |
1972 - JORGE MAUTNER
/ 2:46
Álbum "Para Iluminar a Cidade"
Gravado ao vivo no Teatro Opinião (RJ), nos dias 27 e 30 de abril de 1972.
Philips / Pirata LP 1.402, B-3.
Texto de Caetano Veloso en contra-tapa:
Polydor LP 825 826-1, B-3. (1985)
Texto de Caetano Veloso en contra-tapa:
estou escrevendo com muita pressa que é para não atrasar a saída deste disco: já é com um atraso de anos que se registra o trabalho de mautner. em 63 néci me falou de “deus da chuva e da morte”. eu vivia lendo a revista senhor: vi uma entrevista esquisita desse cara que olhava os homens do alto de um edifício de são paulo e os via como formigas. um dia vi o livro e, assustado com a grossura do volume, não li. depois fiquei sabendo de “kaos”. ele era um escritor estranho de quem se falava. uma vez rogério me disse que esse escritor jorge mautner cantava muito engraçado bonito com um bandolim e cantara na televisão uma canção que falava em hiroxima & bomba atômica: algumas pessoas da música popular brasileira estavam indignadas com a escolha dos temas. diziam: que temos nós brasileiros a ver com a bomba atômica? um dia a nara tocou no assunto comigo, em tom de pergunta. eu não tive resposta porque não conhecia as tais canções. nara falava mais cheia de curiosidade do que de preconceito. ela parecia estar realmente querendo saber como encarar um fato tão diferente dentro da música brasileira. enquanto para outros (inclusive para mim mesmo, que nem sequer me esforcei para conhecer as tais composições) a própria estranheza deste fato aconselhava a ignorá-lo. depois veio-nos, veio-me, veio o tropicalismo. de vez em quando eu me lembrava desse nome jorge mautner e ficava curioso querendo saber. ele tinha ido embora para os estados unidos. os mutantes, que me mostraram tanta coisa, contaram-me que jorge era bacana tinha cada coisa louca. cantaram alguns trechos de canções escritas pelo jorge, não me lembro como eram esses pedaços de canções e creio que não me causaram nenhuma impressão definida. um dia tive vontade de perguntar a zé agripino.
acabou-se o tropicalismo. em londres, apareceu jorge mautner com um guarda-chuva. gostei logo dele porque ele é uma figura incrível e também porque ele foi logo me fazendo umas profecias muito boas (e que felizmente deram certo). ri muito. ele cantou “o vampiro” e essa canção me impressionou de um modo como só “charles, anjo 45” havia antes me impressionado. fiquei fan de jorge mautner. suas canções têm um cheiro de liberdade criadora que eu só encontrara em jorge ben. na espanha ele ficava falando em nietzsche e nos filósofos pré-socráticos, falando em apolo e dionisius, lendo sartre nas praias da catalunha. a gente chamava ele de mestre. mas principalmente ele cantava suas cantigas de chuva com o seu bandolim. ele não tem nenhum medo do ridículo. ele parece com tudo. ele é completamente diferente de tudo o que há na música brasileira, no show-bizz brasileiro. ele parece uma formiguinha com seu bandolim, um telefone. ele sabe imitar porta, vaga-lume, liquidificador. só escreve clichê, com a originalidade de um marciano. eu fiquei realmente assustado ao saber que “o vampiro” era anterior a “alegria, alegria” e “domingo no parque”. “olhar bestial”, que está neste lp, também. é preciso que também se saiba que, mesmo agora, depois de tantos tropicalismos, não foi fácil colocar jorge no disco: “ele é muito bom, diziam os chefes, mas não há onde colocá-lo, o público não vai saber como classificá-lo. e isso não vende”. será?
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