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Ciclo de conferências começa com análise de músicas
de Caetano Veloso
As cidades e a poesia são tema de palestras na ABL nesta terça, dia 3
Acadêmico Antônio Carlos Secchin analisará letras de Caetano Veloso em sua palestra Foto: Fernando Lemos |
POR BOLÍVAR TORRES
02/04/2018
RIO - Os grandes espaços urbanos sempre foram um
dos temas preferidos de romancistas, contistas e ensaístas. Com a poesia não
poderia ser diferente, como comprova o ciclo de conferências “As cidades dos
poetas”, promovido pela Academia Brasileira de Letras. O evento começa nesta
terça, dia 3, às 17h30m, no Teatro Raimundo Magalhães Jr, com a palestra “Caetano
Veloso: Londres e São Paulo”, do acadêmico, professor, poeta e ensaísta
Antônio Carlos Secchin, também coordenador do ciclo. A palestra versará sobre a
construção da ideia de cidade — no caso, Londres e São Paulo — a partir da
subjetividade do cantor, compositor e — por que não? — poeta.
Caê “Globe trotter”
As outras três palestras do mês de abril acontecem
todas as terças-feiras, sempre abordando a relação entre um poeta e duas urbes:
João Cabral de Melo Neto (Sevilha e Recife), no dia 10, por Felipe Fortuna;
Olavo Bilac, no dia 17, por Emmanuel Santiago, que faz segredo sobre as cidades
em pauta; e Ferreira Gullar (São Luís e Rio de Janeiro), no dia 24, por Adriano
Espínola.
— Achei o tema oportuno, primeiro porque é muito
forte e impactante na poesia ocidental desde o século XIX, segundo porque não
havia ainda sido trabalhado no âmbito das conferências da ABL — explica
Secchin. — Mas também uma maneira de puxar a sardinha para a poesia. A ficção
tem audiências maiores, e eu queria chamar atenção para o fato de que essas
grandes questões também são muito bem tratadas na poesia.
Sétimo ocupante da cadeira nº 19 da ABL, Secchin
pretende analisar em sua palestra duas letras de Caetano: “London, London”, de
1971, composta em inglês durante o exílio em Londres; e “Sampa”, de 1978, que
faz referência aos anos em que o cantor morou na capital paulista.
— Caetano escreveu sobre tantas cidades que é quase
um globe trotter. Dava para fazer um ciclo só com ele — brinca Secchin.
— Mas é interessante notar as diferenças entre “London, London” e “Sampa”. A
primeira traz uma experiência quase imediata, composta em cima do lance, nos
anos 1970. Já a segunda recorda o início da carreira dele em São Paulo, dez
anos antes, e tem um caráter memorialístico.
A palestra de Emmanuel Santiago sobre Bilac também
promete surpreender. As cidades envolvidas não foram reveladas, mas Secchin tem
um palpite:
— Costumamos associar Bilac ao poeta parnasiano,
mas ele também arregaçou as mangas para fazer a crônica das transformações
urbanas do Rio de Pereira Passos.
“As cidades dos poetas”
SERVIÇO:
Nesta terça, dia 3, às 17h30m
Quanto: Grátis
Onde: ABL — Av. Presidente Wilson 203, Centro
(3974-2516)
Classificação: Livre
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