Biscoito
Fino
21/3/2018
Parceria
de César Lacerda com Jorge Mautner, "Minha Mãe" reúne novamente Gal Costa
e Maria Bethânia em uma mesma gravação. É o primeiro dueto das cantoras baianas em 28 anos. A faixa vai estar no novo álbum
de Gal, ainda sem nome, mas já em fase final de gravação que sairá pela Biscoito
Fino.
Mautner
fez a letra pensando especialmente nas mães das duas cantoras, dona Mariah
Costa Penna (1905/1993) e Dona Canô Vianna Telles Velloso (1907/2012), cuja religiosidade foi herdada
pelas filhas. Os versos traçam um paralelo entre a figura materna e Nossa
Senhora Aparecida, de quem Gal e Bethânia são devotas. O poema de Mautner foi
levado por Marcus Preto, diretor artístico do álbum, para o jovem
compositor mineiro César Lacerda, que fez a música. A faixa tem o violão de Pedro Baby,
o piano de Carlos Trilha e a sanfona de Mestrinho.
Amigas
desde sempre, Gal participou já do primeiro álbum de Bethânia, em 1965, quando cantaram
juntas "Sol Negro", de Caetano Veloso.
Muitos outros duetos viriam depois, como "Sonho
Meu", "O Ciúme", "Filosofia Pura" e o clássico
"Oração de Mãe Menininha",
entre outros. A gravação mais recente das duas foi "Iansã", registrada no álbum "25 Anos" (1990),
de Maria Bethânia.
Produzido
pela dupla Marcus Preto e Pupillo, o novo álbum de
Gal Costa tem suas gravações concluídas ainda no primeiro semestre.
1983 |
16/9/2012 |
Foto: Divulgação / Bob Wolfenson |
2018 - GAL COSTA
Participação
Especial: MARIA BETHÂNIA
Álbum
“A Pele do Futuro”
Biscoito Fino CD BF536-2, Track
11.
MINHA MÃE
Letra: Jorge Mautner
Música: César Lacerda
Editora:
Alternetmusic (Dubas) / Gege Edições / Preta Music (EUA e Canadá)
Quando
eu fico muito triste
Eu
pego a fotografia da minha mãe
E
aperto bem forte no meu peito
Minhas
mãos param de tremer
Segurando
a fotografia
E
meu coração bate mais forte
Mas
não é mais uma dor que eu sinto
Eu
me transformo
Possuído
de uma alegria que invade a mim
E
todo esse recinto
E
que não tem explicação
E
eu choro de alegria
Rezando
aos pés de Nossa Senhora Aparecida
Minha
mãe me deu a vida
E
sempre ela me dará a vida
1/12/2018 |
O Estado de S. Paulo
Gal Costa estreia show arrebatador em SP com
clássicos na sua voz e música de Fábio Jr.
Repertório do novo show 'A
Pele do Futuro' teve surpresas como ‘O Que é Que Há’, de Fábio Jr., com quem
confessou ter namorado décadas atrás
Adriana
Del Ré,
02
Dezembro 2018
A expectativa em relação ao
repertório do novo show de Gal Costa, A Pele do Futuro, que
estreou sábado, 1.º, no Tom
Brasil, em São
Paulo, era grande. Além das novas canções, que estão no novo
disco da cantora que dá nome à sua turnê, sabia-se pouco sobre como seria essa
‘costura’ com as músicas mais antigas do repertório de Gal. Um desafio para ela
e o diretor-geral do show, Marcus
Preto.
O resultado no palco foi
arrebatador não só pela escolha das canções para o show, mas por sua construção
no set list. Acompanhada de uma banda de grandes músicos liderada por Pupillo,
Gal surgiu poderosa no palco, com um longo vestido pink, colar reluzente e
cabelos cuidadosamente armados, cantando os primeiros versos da clássica Dê Um Rolê: “Não se assuste pessoa / Se eu lhe disser
que a vida é boa”.
No show 'A Pele do Futuro', Gal Costa mostra uma voz impecável depois de mais de 50 anos de carreira - Foto: Teca Lamboglia/Divulgação |
Aquela primeira visão já dava
fortes indícios de que viria pedreira pela frente – mesmo sendo prudente ter
certa cautela com as primeiras impressões. Com olhos vidrados no palco, a
plateia, agitada e interagindo com a cantora, foi se deixando levar pelas ‘descobertas’
e surpresas do repertório – e também pela qualidade vocal de Gal, impecável
após mais de 50 anos de carreira.
Na sequência de Dê Um Rolê,
vieram, fazendo dobradinha, Mãe
de Todas as Vozes, do novo álbum, e Mamãe Coragem, do
emblemático disco Tropicália
ou Panis et Circensis, que entregaram para um dos pontos altos
do show, Vaca Profana.
A também nova Viagem Passageira
abriu caminho para uma outra emenda de clássicos respeitáveis: London London, em
interpretação emocionante, As Curvas da
Estrada de Santos, Lágrimas Negras,
Que Pena e, acompanhada apenas de
piano, cantou Volta, triste e
grandiosa em sua voz.
Entre as surpresas no
repertório, estão Motor,
da banda Maglore,
e O Que é Que Há,
parceria de Fábio Jr. e Sérgio Sá. Antes de cantar esse sucesso de Fábio Jr., Gal
contou que nunca havia cantado uma música do compositor, com quem deu “uma
namoradinha em 1979”.
Chuva de Prata acionou a memória afetiva, e com as ótimas Sublime e Cuidando de Longe,
ambas do disco A Pele
do Futuro, Gal garantiu o momento disco music do show. Com o
público extasiado, a cantora não quis perder a chance de surpreender também no
bis e fez o carnaval da Gal, emendando os frevos Bloco do Prazer, Balancê, Massa Real e Festa do Interior –
e fazendo lembrar, para quem não sabe ou não se lembra, que ela já era a rainha
do carnaval antes mesmo de artistas como Daniela Mercury e Ivete
Sangalo. Catarse pura.
A TARDE
31/12/2018
Gal Costa realiza show no Teatro Castro Alves em
fevereiro
Michel
Telles
Dia
1º de fevereiro tem a maravilhosa Gal Costa, às 21h, no Teatro Castro Alves. A
baiana, que está sempre inovando com a sua poderosa voz, apresentará o show A
Pele do Futuro, título do seu 40º álbum. Com um repertório recheado de canções
inéditas de compositores das mais variadas gerações, Gal também mostra novas
versões para seus maiores sucessos em 53 anos de carreira, como Festa do Interior
(Moraes Moreira e Abel Silva), Sua Estupidez (Roberto Carlos), entre outras. Em
março ela faz o registro audiovisual com duas apresentações do show, na casa
Natura Musical, em São Paulo. Os ingressos para A Pele do Futuro em Salvador já
estão à venda na bilheteria do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shopping Barra
e do Shopping Bela Vista.
“O show de Gal Costa no Teatro Castro Alves, A Pele Do Futuro,
foi o espetáculo que mais me emocionou neste verão. Quando ela cantou
"Lágrimas negras", essa obra-prima de Jorge
Mautner, eu chorei mais (e mais fundo) do que a
maioria das vezes que já chorei em minha vida. Gal transcende, indica
transcendência, todos os critérios convencionais de avaliação musical
caem por terra. A gente entende por que eu disse, ao ouvi-la pela primeira vez,
ela ainda adolescente e anônima em Salvador, que
ela era a maior cantora do Brasil - e por que Tom Jobim
continuou dizendo
isso até o fim. O repertório escolhido por Marcus
Preto, os
arranjos de Pupillo, o cenário de Omar Salomão (que, parecendo a lua
vermelha, me levou de volta ao injustiçado Fantasia, show maior do que Gal
Tropical, em que uma meia-lua lugar-comum de Guilherme Araújo sustentava o
milagre), Lupicínio junto ao piano, Marília Mendonça relembrada, a Massa
Real, tudo apontava para o aspecto transcendente e
transcendental dessa enigmática artista. Sou profundamente grato a todos os
envolvidos. A Bahia está cheia de eventos lindos, mas o show de Gal conseguiu
provar-se algo maior e mais desconcertantemente belo.”
[25/2/2019, Caetano Veloso, Facebook]
9 de fevereiro de 1982
80° aniversário de Dona Mariah Costa Penna
O GLOBO
Fotos: Thereza Eugênia
Guilherme Araújo e Gal Costa |
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