Local: Rio de Janeiro
Teatro: Estreia no Teatro Glória
(Rio de Janeiro), em abril de 1994
Produção: Prefeitura da cidade do
Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura
Direção: Moacyr Góes
Elenco: José Mayer, Ivone Hoffman,Patrícia
França, Letícia Spiller, Marília Pêra, Paula Lavigne, Ítalo Rossi, Floriano
Peixoto
São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de
1994
Moacyr Góes estréia 'Peer Gynt'
FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO
Peça: "Peer Gynt"
Autor: Henrik Ibsen
Encenação: Moacyr Góes
Elenco: José Mayer, Ítalo Rossi, Ivone Hoffman, Leon Góes, Floriano Peixoto, Patrícia França, Letícia Spiller e Paula Lavigne e outros
Tradução e adaptação: Clara Góes
Onde: Teatro da Glória, r. do Russel, 632, Glória, zona sul do Rio, tel. (021) 245-5527
Quando: de quarta a sábado, às 21h; domingo, às 20h; até 1º de maio
Quanto: CR$ 10.000,00
Autor: Henrik Ibsen
Encenação: Moacyr Góes
Elenco: José Mayer, Ítalo Rossi, Ivone Hoffman, Leon Góes, Floriano Peixoto, Patrícia França, Letícia Spiller e Paula Lavigne e outros
Tradução e adaptação: Clara Góes
Onde: Teatro da Glória, r. do Russel, 632, Glória, zona sul do Rio, tel. (021) 245-5527
Quando: de quarta a sábado, às 21h; domingo, às 20h; até 1º de maio
Quanto: CR$ 10.000,00
Foi por pouco, mas não foi desta vez que o aventureiro norueguês Peer Gynt, em
sua nova visita aos palcos cariocas, respirou ares nordestinos.
A
paixão do encenador potiguar Moacyr Góes, 34, pelos elementos de sua terra foi
contida e o herói nórdico que dá título à peça de Henrik Ibsen (1828-1906) vai
poder desfilar, a partir de hoje, em cenários compatíveis com sua origem.
"Mas
prometi ao Moacyr que, na próxima, vai ter muita farinha e rapadura",
brinca Clara Góes, irmã do encenador e responsável pela tradução e adaptação do
texto.
Um espectador mais atento poderá sentir até um sabor de rapadura na expressão tipicamente brasileira "dobre a língua", incluída na adaptação. Mas é só, garantem.
A adaptação foi um dos pontos-chave desta montagem de "Peer Gynt". A versão original é um imenso poema de 38 cenas distribuídas em cinco atos. No palco seriam mais de cinco horas de peça.
Um espectador mais atento poderá sentir até um sabor de rapadura na expressão tipicamente brasileira "dobre a língua", incluída na adaptação. Mas é só, garantem.
A adaptação foi um dos pontos-chave desta montagem de "Peer Gynt". A versão original é um imenso poema de 38 cenas distribuídas em cinco atos. No palco seriam mais de cinco horas de peça.
O
trabalho com o texto começou a ser feito por Moacyr e Clara em dezembro
passado. A partir de janeiro, a experiência passou a ser repartida com o
elenco, formado por dez atores. Entre eles José Mayer (o Peer Gynt) e Ítalo
Rossi, Leon Goés e Floriano Peixoto.
Entre
as mulheres estão Ivone Hoffman, Paula Lavigne e duas estreantes em palcos
adultos: a "Teresa Batista" Patrícia França e a ex-paquita Letícia
Spiller.
A
adaptação teve como base três versões para "Peer Gynt", escritas em
francês, espanhol e inglês. Dos cinco atos originais sobraram dois em duas
horas de montagem.
"A
questão fundamental é chegar à estrutura, ao osso do texto. A partir daí, tudo
vem em decorrência", diz Góes.
Conceitos:
"fui fiel à questão conceitual, temática. A da crítica a um certo tipo de
individualismo, da pessoa que tem dificuldade de conviver com o outro".
Poesia: "mantivemos o brilhantismo dos diálogos".
Poesia: "mantivemos o brilhantismo dos diálogos".
Poética:
"não alteramos a estrutura do texto".
Ao
listar estas fidelidades, Moacyr espanta um fantasma que assombra os palcos
brasileiros nos últimos anos: o da predominância da encenação sobre o texto, do
diretor sobre o autor.
"Uma
montagem é sempre uma discussão. Não existe o texto como padrão normatizado. A
própria montagem é que coloca estas referências", afirma.
Logo
depois, um alerta: esta declaração de princípios é dele, Moacyr Góes. Não se
trata, nem de longe, de um manifesto de diretores alçados à condição de
encenadores. "Não há um movimento, não me reconheço em nada, só no meu
trabalho", avisa.
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