“Segurança é coisa séria, mexe com a vida das pessoas, não pode ser uma jogada. Intervenção é farsa”
Caetano Veloso
Caetano
Veloso, em vídeo do movimento 342 Agora (342 Agora/Reprodução)
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VejaRio
Intervenção
é farsa, defendem Caetano e outros artistas em vídeo
No filme
divulgado nesta terça (27/2), artistas e especialistas defendem outras medidas
para a segurança pública no Rio
Por Saulo Pereira Guimarães
27 fev 2018
O
movimento 342 agora divulgou na tarde desta terça (27/2) um vídeo que crítica a
intervenção federal no território fluminense. Com a participação de Caetano
Veloso, Marcelo Freixo e outras personalidades, o filme define como farsa a
medida decretada no último dia 16 e conta com a participação de especialistas
de segurança, que defendem propostas alternativas à solução adotada. “Segurança é coisa séria, mexe com a vida
das pessoas, não pode ser uma jogada”, afirmou Caetano, em alusão a uma
declaração recente do presidente Michel Temer.
“O Exército e a
Polícia Federal podem sim ajudar na segurança pública do Rio de Janeiro, mas
não com uma intervenção”, afirma no vídeo o deputado estadual Marcelo Freixo
(Psol). Segundo ele, a maior troca de informações entre os serviços de
inteligência dos órgãos de segurança seria mais benéfica. Principalmente se
fosse focada na questão do tráfico de armas, que impacta diretamente no número
de mortes. Vereadora no Rio pelo mesmo partido, Mariele Franco solicita às
autoridades a criação de um plano nacional de segurança efetivo. Já o sociólogo
Ignacio Cano defende a regularização do pagamento do regime adicional de serviço
aos PMs, que assim poderiam colaborar no policiamento das zonas mais
conflagradas da cidade, e o redimensionamento das operações militares, com o
objetivo de reduzir os tiroteios e a violência letal. Deputado federal pelo
PPS, Alessandro Molon apontou a criação de uma câmara de repressão ao crime
organizado como algo positivo no atual cenário carioca. “Segurança pública começa com segurança social, com redução da
desigualdade”, afirma no filme Ibis Pereira, ex-comandante da Polícia
Militar.
Mais
do que apenas criticar a intervenção, os participantes do vídeo recordam as
dificuldades por que passam os agentes de segurança fluminense. “Os policiais militares do Rio de Janeiro
trabalham em condições sub-humanas”, diz na gravação o sociólogo Luiz
Eduardo Soares. Por outro lado, fica claro o posicionamento contra a
intervenção enquanto solução dos problemas de segurança no Rio. “O exército nas favelas é um remédio que já
tomamos e não curou nossos problemas”, justifica a cantora Teresa Cristina
no filme. “Michel Temer e o PMDB estão
usando as Forças Armadas para ganhar poder num ano eleitoral”, lembra a
atriz Maeve Jinkings. “Você vai aceitar
esse jogo?”, indaga ela ao fim do filme.
Políticos e artistas aderem à campanha contra militares no Rio de
Janeiro: “intervenção é farsa”, dizem
No vídeo, o cantor Caetano Veloso diz que “segurança é coisa séria, mexe com a vida das pessoas. Não pode ser uma jogada" - Reprodução/342 Arte |
Políticos,
artistas e ativistas do Movimento #342 lançaram, nesta terça-feira (27/2), uma
campanha contra a intervenção federal no Rio de Janeiro. Em um vídeo de 4
minutos divulgado nas redes sociais, o grupo criticou o presidente Michel
Temer, o seu partido, o MDB, e classificou a medida como uma “farsa” que terá
como resultado “corpos nas calçadas”, e que tem o único objetivo de usar as
Forças Armadas para “ganhar poder no ano eleitoral”.
Na
gravação, a atriz Sônia Braga disse que “o
próprio Temer afirma que essa intervenção é uma jogada de mestre”. A
declaração foi dada pelo emedebista em entrevista à Rádio Bandeirantes, na
última sexta-feira (23).
“Os mesmos
políticos do PMDB que defendem a intervenção cortaram o orçamento da segurança
e atrasaram os salários dos policiais”, apontou a atriz Camila Márdila. O cantor
Caetano Veloso emendou: “segurança é
coisa séria, mexe com a vida das pessoas. Não pode ser uma jogada. Intervenção
é farsa”.
O
vídeo também propõe alternativas à presença de militares nas ruas do Rio de
Janeiro. Para o sociólogo e especialista em segurança pública Ignacio Cano,
duas propostas importantes para a área seriam o pagamento do Regime Adicional
de Serviço (RAS) para os policiais e o redimensionamento das ações policiais e
militares nas favelas, de forma a diminuir a violência letal.
“Esse
redimensionamento tem que ser feito em diálogo com as lideranças e moradores
dessas áreas, para que eles monitorem, acompanhem e garantam que esse
policiamento tem como objetivo reduzir as mortes e os tiroteios, e não ganhar
uma suposta guerra ao tráfico e ao crime que não existe, e que não poderá ser
ganha jamais”,
avaliou ele.
Artistas fazem parte da plataforma 342 Agora!, criada pra
pressionar deputados a investigar o presidente Michel Temer. Foto:
Facebook/Reprodução
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