jueves, 1 de marzo de 2018

2018 - # 342 Agora / Contra a intervenção federal no Rio de Janeiro



“Segurança é coisa séria, mexe com a vida das pessoas, não pode ser uma jogada. Intervenção é farsa
Caetano Veloso


Caetano Veloso, em vídeo do movimento 342 Agora (342 Agora/Reprodução)




VejaRio

Intervenção é farsa, defendem Caetano e outros artistas em vídeo

No filme divulgado nesta terça (27/2), artistas e especialistas defendem outras medidas para a segurança pública no Rio

Por Saulo Pereira Guimarães
27 fev 2018

O movimento 342 agora divulgou na tarde desta terça (27/2) um vídeo que crítica a intervenção federal no território fluminense. Com a participação de Caetano Veloso, Marcelo Freixo e outras personalidades, o filme define como farsa a medida decretada no último dia 16 e conta com a participação de especialistas de segurança, que defendem propostas alternativas à solução adotada. “Segurança é coisa séria, mexe com a vida das pessoas, não pode ser uma jogada”, afirmou Caetano, em alusão a uma declaração recente do presidente Michel Temer.

“O Exército e a Polícia Federal podem sim ajudar na segurança pública do Rio de Janeiro, mas não com uma intervenção”, afirma no vídeo o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol). Segundo ele, a maior troca de informações entre os serviços de inteligência dos órgãos de segurança seria mais benéfica. Principalmente se fosse focada na questão do tráfico de armas, que impacta diretamente no número de mortes. Vereadora no Rio pelo mesmo partido, Mariele Franco solicita às autoridades a criação de um plano nacional de segurança efetivo. Já o sociólogo Ignacio Cano defende a regularização do pagamento do regime adicional de serviço aos PMs, que assim poderiam colaborar no policiamento das zonas mais conflagradas da cidade, e o redimensionamento das operações militares, com o objetivo de reduzir os tiroteios e a violência letal. Deputado federal pelo PPS, Alessandro Molon apontou a criação de uma câmara de repressão ao crime organizado como algo positivo no atual cenário carioca. “Segurança pública começa com segurança social, com redução da desigualdade”, afirma no filme Ibis Pereira, ex-comandante da Polícia Militar.

Mais do que apenas criticar a intervenção, os participantes do vídeo recordam as dificuldades por que passam os agentes de segurança fluminense. “Os policiais militares do Rio de Janeiro trabalham em condições sub-humanas”, diz na gravação o sociólogo Luiz Eduardo Soares. Por outro lado, fica claro o posicionamento contra a intervenção enquanto solução dos problemas de segurança no Rio. “O exército nas favelas é um remédio que já tomamos e não curou nossos problemas”, justifica a cantora Teresa Cristina no filme. “Michel Temer e o PMDB estão usando as Forças Armadas para ganhar poder num ano eleitoral”, lembra a atriz Maeve Jinkings. “Você vai aceitar esse jogo?”, indaga ela ao fim do filme.



Políticos e artistas aderem à campanha contra militares no Rio de Janeiro: “intervenção é farsa”, dizem

No vídeo, o cantor Caetano Veloso diz que “segurança é coisa séria, mexe com a vida das pessoas. Não pode ser uma jogada" - Reprodução/342 Arte


Políticos, artistas e ativistas do Movimento #342 lançaram, nesta terça-feira (27/2), uma campanha contra a intervenção federal no Rio de Janeiro. Em um vídeo de 4 minutos divulgado nas redes sociais, o grupo criticou o presidente Michel Temer, o seu partido, o MDB, e classificou a medida como uma “farsa” que terá como resultado “corpos nas calçadas”, e que tem o único objetivo de usar as Forças Armadas para “ganhar poder no ano eleitoral”.

Na gravação, a atriz Sônia Braga disse que “o próprio Temer afirma que essa intervenção é uma jogada de mestre”. A declaração foi dada pelo emedebista em entrevista à Rádio Bandeirantes, na última sexta-feira (23).

“Os mesmos políticos do PMDB que defendem a intervenção cortaram o orçamento da segurança e atrasaram os salários dos policiais”, apontou a atriz Camila Márdila. O cantor Caetano Veloso emendou: “segurança é coisa séria, mexe com a vida das pessoas. Não pode ser uma jogada. Intervenção é farsa”.

O vídeo também propõe alternativas à presença de militares nas ruas do Rio de Janeiro. Para o sociólogo e especialista em segurança pública Ignacio Cano, duas propostas importantes para a área seriam o pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS) para os policiais e o redimensionamento das ações policiais e militares nas favelas, de forma a diminuir a violência letal.

“Esse redimensionamento tem que ser feito em diálogo com as lideranças e moradores dessas áreas, para que eles monitorem, acompanhem e garantam que esse policiamento tem como objetivo reduzir as mortes e os tiroteios, e não ganhar uma suposta guerra ao tráfico e ao crime que não existe, e que não poderá ser ganha jamais”, avaliou ele.







Artistas fazem parte da plataforma 342 Agora!, criada pra pressionar deputados a investigar o presidente Michel Temer. Foto: Facebook/Reprodução


Alessandro Molon (Deputado Federal - RJ), Caetano Veloso e Marcelo Freixo (PSOL)



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