“O
avião comecou a fazer voltas, ai nós vimos o Rio de Janeiro. Lindos edifícios
que vimos de lá de cima. (…) A Guanabara de noite é um sonho. Só me lembrei de
Rodrigo. Diga a ele que ainda não fui a Copacabana, mas já fui junto do Pão de
Açúcar. Não subi porque Tereza tem medo. A vida daqui é de morte, imagine que
anteontem nós saímos a 1 e ½ e chegamos depois das 9.”
[Caetano
Veloso, em carta enviada do Rio, em 1953]
CliqueMusic
Um museu só para Caetano e Bethânia
A cidade natal dos irmãos, Santo Amaro (BA), vai homenagear a dupla com
instituição sobre suas vidas e carreiras
Marco
Antonio Barbosa
10/10/2001
Os irmãos Caetano Veloso e
Maria Bethânia vão ganhar das autoridades de Santo Amaro da Purificação - sua
cidade natal, na Bahia - uma homenagem rara: um museu dedicado a sua obra e
vida.
A prefeitura da cidade vai usar
um velho casarão do século XIX para abrigar a instituição, que já está
recebendo da família de Caetano e Bethânia roupas e objetos pessoais para o
acervo. O plano é que o museu seja inaugurado até o fim do ano e passe a ser um
ponto turistico importante para o município.
Casarão Solar Paraíso, rua
Santa Luzia n° 11 - Trapiche
Santo
Amaro, Bahia, Brasil
|
ISTOÉ Independente
10/10/2001
nº 1671
Um museu para Caetano
Caetano
Veloso e Maria Bethânia vão ganhar um museu no bairro de Santa Luzia,
em Santo Amaro da Purificação, cidade
baiana onde nasceram. O casarão Solar Paraíso, construído no século XIX, está
sendo totalmente reformado para abrigar roupas e adereços dos dois filhos
famosos de dona Canô.
FOLHA DE S.PAULO
Ilustrada
Quinta-feira,
18 de outubro de 2001
Acervo familiar e
artístico dos irmãos será reunido em casarão do século 18, em Santo Amaro, na
Bahia
Caetano Veloso e Maria
Bethânia vão ganhar museu
Luiz
Francisco
Da
Agência Folha, em Salvador
Foto e manuscritos que estarão no museu dos irmãos baianos |
Caetano
Veloso, 59, e Maria Bethânia, 55, vão ganhar um museu. Todo o acervo familiar e
artístico dos irmãos, catalogado por parentes e amigos, vai ser reunido em uma área
exclusiva de um casarão colonial do século 18, de dois andares, localizado em
Santo Amaro (71 km. de Salvador), cidade natal da familia Veloso.
Doado
específicamente para ese fim à familia Veloso pela advogada Lucília Libório
Trzan, 60, propietária do Solar Paraíso (nome do imóvel), o casarão já foi
totalmente restaurado pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes.
“Agora precisamos
adaptar o casarão às características de um museu”, disse a advogada,
que também preside o conselho consultivo do museu. Tombado pelo Instituto do
Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), o imóvil tem cerca de 1.400 metros
quadrados.
De
acordo com Trzan, alguns empresários já foram contatados para financiar a etapa
final da obra que consiste em adaptações
de alguns cômodos. “Pretendemos inaugurar
o museu antes do final do ano”, acrescentou.
Pelo
projeto original, o térreo do casarão será destinado exclusivamente a abrigar o
acervo dos artistas. Já o segundo andar do pédio vai funcionar para eventos e
exposições.
Será
possível encontrar raridades até então nunca reunidas.
No
caso de Caetano Veloso, deverão ser expostos no museu os primeiros rascunhos de
quase todas as suas composicições,
desenhos feitos pelo artista na juventude, críticas de filmes, cartas enviadas
à familia e aos amigos quando estaba no exilio, redações escolares, fotografías de suas primeiras apresentações e roupas usadas em shows da década
de 60.
Em
uma carta, o compositor baiano narra o seu primeiro contato com uma escada
rolante. “Anteontem fomos à Sears (antiga
loja de departamentos), onde tem a tal escada que sobe com agente (sic). Subi
nela, quando cheguei ao primeiro andar, encontrei outra…”
Sobre
Maria Bethânia serão expostos programas que marcaram as suas primeiras
apresentações em Salvador e no
Rio de Janeiro, roupas, capas originais dos discos, troféus, medalhas e
críticas.
Segundo
Mabel Velloso, 60, irmã do compositor, os primeiros trabalhos e publicações de Caetano Veloso e Maria Bethânia
foram catalogados e guardados por seu pai, José Telles Veloso, morto em
dezembro de 83.
Amiga
da família Veloso, a repórter-fotográfica Maria Sampaio também possui
catalogados cerca de 5.000 recortes de jornais e revistas brasileiros e
estrangeiros sobre Caetano Veloso.
Entusiasmada
com a idéia do museu está dona Canô Veloso, 94, a matriarca da familia. “Com a inauguração do museu certamente vão aparecer
outros documentos. O que nós queremos é reunir todo este acervo e deixar para a
posteridade”, disse.
Rodrigo Velloso, Dona Canô e Zeca Velloso |
No hay comentarios:
Publicar un comentario