07/03/2018
Caetano Veloso fará show em defesa da Queermuseu no
Rio de Janeiro
A campanha para
trazer Queermuseu ao Rio de Janeiro nasceu da indignação popular diante da
decisão arbitrária do prefeito Crivella de vetar que a exposição acontecesse na
cidade.
Ele respondeu com
censura em nome de todos os cariocas, sem nada nos perguntar. Decidimos
responder mesmo assim: queremos Queer!
Mais e mais pessoas
se uniram à causa, com o intuito de fazerem valer suas vozes, opiniões e
direitos de escolha. Já são 900 apoiadores da liberdade!
Agora, estamos
prestes a presenciar mais um marco importante dessa campanha! Com o apoio do
342 Artes, Caetano Veloso fará um show (Voz & Violão) contra a censura e
pela reabertura da exposição Queermuseu no Parque Lage, no dia 15 de março.
Serão apenas 400
ingressos, com valor integralmente revertido para a campanha de financiamento
coletivo. Convidamos você a se juntar a nós nesse show histórico, onde juntos
celebraremos a favor da liberdade de expressão artística e da diversidade.
CAETANO CONTRA A CENSURA
Data do evento: 15 de
março
Horário de Início:
22h
Local: Parque Lage
Local: Parque Lage
MARIELLE FRANCO
[Rio de Janeiro, 27/7/1979 – 14/3/2018]
O GLOBO
Caetano Veloso faz protesto contra morte de Marielle Franco
Cantor se
apresentou em manifesto em prol da exposição "Queermuseu"
Por O GLOBO
16/03/2018 0:16
RIO
— Caetano Veloso iniciou na noite desta quinta-feira o show Caetano Contra a
Censura, em prol da realização da exposição "Queermuseu" na EAV do
Parque Lage, com um protesto contra o assassinato da vereadora Marielle Franco.
—
Nós tínhamos combinado de vir para celebrar a inauguração da Queermuseu no Rio,
como um gesto de resistência contra o obscurantismo, e fomos surpreendidos por
um gesto brutal de forças obscuras - lamentou o cantor e compositor. — O tom da
apresentação mudou, por isso quis abrir com "Milagres do povo", que
vai ao centro dos problemas da sociedade brasileira, que é a incapacidade de
superar a escravidão.
Nas
redes sociais, o cantor já tinha prestado uma homensagem a vereadora. Em um
vídeo, Caetano Veloso interpreta a sua canção "Estou Triste", em que
canta "Estou triste tão triste/E o
lugar mais frio do rio é o meu quarto".
O
evento não foi realizado no salão nobre nem teve a condução do Jones Bergamin,
presidente da Bolsa de Arte, e pela empresária Paula Lavigne (do movimento
#342Artes, que promove o show "Caetano contra a censura", que será
realizado na sequência). As obras à venda leilão ficarão expostas nas
Cavalariças, local programado para a remontagem da "Queermuseu", em
formato de "leilão de parede".
FOLHA DE S.PAULO
15/3/2018
Caetano homenageia Marielle em show com Marisa Monte e Gadu
Show tinha como função original protestar
contra a censura à exposição 'Queermuseu'
Marco Aurélio Canônico
RIO DE JANEIRO
"Marielle, presente. Anderson, presente." As frases de Caetano Veloso, na noite desta quinta (15), ecoaram nas
vozes das 400 pessoas que assistiram a um show improvisado e emocionado, cuja
função original —protestar contra a censura à exposição "Queermuseu"
— foi alterada para homenagear a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e o
motorista Anderson Gomes, assassinados na noite de quarta (14).
A apresentação aconteceu no Parque Lage, espaço
estadual no Jardim Botânico, zona sul do Rio. "Tínhamos combinado de vir
aqui para celebrar a inauguração, no Rio de Janeiro, da exposição 'Queermuseu'
como um gesto de resistência à obscuridade que nos ameaça, e fomos
surpreendidos por um gesto brutal dessas forças obscuras e o tom da nossa
celebração de resistência mudou", disse Caetano.
O
cantor abriu sua apresentação com "Milagres do Povo", sua homenagem a
Jorge Amado e aos negros. "Quis abrir com essa canção porque ela vai
diretamente no centro do problema da sociedade brasileira, que é a não capacidade de
superação da escravidão."
O
repertório destacou canções de temática mais crítica e política, como "A
Luz de Tieta", "Odeio Você" e "Podres Poderes", além
de incluir músicas de Vinicius de Moraes ("Maria Moita"), Noel Rosa
("Silêncio de Um Minuto") e Dona Ivone Lara ("Alguém me
Avisou").
Caetano
ainda convidaria as cantoras Maria Gadu e Marisa Monte para participações
especiais -- a primeira gritou os nome de Marielle e Anderson, clamando pela resposta
da plateia; Marisa não discursou.
A
plateia, que pagou ingressos de R$ 500 para ajudar a bancar a montagem da
exposição, gritou palavras de ordem como "não acabou / tem que acabar / eu
quero o fim da Polícia Militar".
Antes
da entrada do baiano, o diretor do Parque Lage, FabioSzwarcwald, abriu o evento pedindo um
minuto de silêncio em homenagem aos dois mortos.
"É com
profundo pesar e indignação que abrimos esta noite. O assassinato de Marielle Franco e
seu motorista é motivo de indignação para todos nós."
Foto: André Freitas/AgNews |
Foto: André Freitas/AgNews |
O Santander Cultural cancelou a exposição 'Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira', em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após protestos contra a mostra na instituição e nas redes sociais. Agora, o Parque Lage, no Rio, faz financiamento coletivo para montá-la.
Aberta
no dia 15 de agosto de 2017 e prevista para acontecer até 8 de outubro, 'Queermuseu'
contava com mais de 270 obras, oriundas de coleções públicas e privadas, que
exploravam a diversidade de expressão de gênero.
Hudinilson Jr (1957-2013) - Foto: Divulgação |
'Cruzando
Jesus Cristo com deusa Shiva', Fernando Baril - Foto: Reprodução
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'Criança
viada travesti da lambada' e 'Criança viada deusa das águas', da artista Bia
Leite - Foto: Reprodução
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'Et
verbum...' (2011), Antonio Obá, artista finalista do Prêmio Pipa 2017
Foto: Reprodução
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'O
peso das coisas', Sandro Ka (2012) - Foto: Divulgação
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'O
halterofilista' (1989), Fernando Baril - Foto: Reprodução
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'Cena
do interior II', Adriana Varejão - Foto: Divulgação
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'O eu e o tu', Lygia Clark - Foto: Divulgação |
'Tarsila
com novo' (2011), Erika Verzutti - Foto: Erika Verzutti / Divulgação
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da série Marcel Carreira, Alair Gomes - Foto: Alair Gomes / Divulgação
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O GLOBO
Artes visuais
Análise: Afinal, o que é a exposição 'Queermuseu'?
Mostra é composta por um total de 263 obras de 85 artistas brasileiros
Por Fátima Sá
31/1/2018
RIO — “Queermuseu
— Cartografias da diferença na arte brasileira” reúne obras que tratam de
expressão e identidade de gênero, diversidade e diferença. Todo mundo viu a
“Criança viada”, de Bia Leite; a “Cena do interior II”, de Adriana Varejão; e
“Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva”, de Fernando Baril. Exaustivamente
compartilhadas e expostas fora de contexto, elas foram acusadas de promover a
pedofilia, a zoofilia e o desrespeito às religiões, respectivamente.
Mas “Queermuseu” é composta por um total de 263
obras de 85 artistas brasileiros, desde meados do século XX. E a imensa maioria
ninguém viu. No conjunto, há pinturas, gravuras, vídeos, fotos, esculturas e
objetos de nomes recentes e consagrados, como Yuri Firmeza, Volpi, Marcos
Chaves, Guignard, Erika Verzutti, Lygia Clark.
“Queermuseu” seria um local para abrigar o que não
se enquadra facilmente nas definições-padrão. Ironicamente, tudo o que se fez
foi tentar enquadrá-lo.
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