O GLOBO
Crítica: como foi a estreia
do show de Caetano e filhos, no Rio
Compositor baiano se apresenta
com Moreno, Zeca e Tom
Show de Caetano Veloso com seus filhos Moreno, Zeca e Tom no Theatro Net Rio, em Copacabana - Leo Martins / Agência O Globo |
POR BERNARDO ARAUJO
04/10/2017
RIO — Zeca Veloso solta uma batida funk de seu
piano elétrico. Caetano, seu pai, começa uma contagem que vai até 12
("Alexandrino" é o nome da canção, aquele verso clássico de 12
sílabas); Moreno, seu irmão mais velho, acompanha a levada na percussão,
enquanto Tom, o mais novo, fã de um funk, primeiro manda uns "tum
cha-cha" vocais, depois se levanta, ensaia um passinho, descalço (para
aplausos gerais, claro) e caminha até o pai para sapecar-lhe um beijo no
pescoço. "Alexandrino" é uma espécie de resumo do show "Caetano
Moreno Zeca Tom Veloso", que estreou na noite desta terça-feira no Teatro
Net, em Copacabana, e fica lá, às terças e quartas, até o dia 25, antes de
seguir para São Paulo e Belo Horizonte: uma bagunça musical em família, com a
diferença de que se trata de uma família que tem no centro um gênio da música.
Em cerca de uma hora e meia, Caetano e os filhos de 44 anos (o divertido e
musical Moreno), 25 (o introspectivo Zeca) e 20 (o malandrinho Tom) cantam
composições do patriarca, de cada um dos filhotes, trocam de instrumentos, se
divertem e emocionam.
Na noite de estreia, para uma plateia com muitos
amigos — como Marisa Monte, Tony Bellotto, Malu Mader, Djavan, Xande de Pilares
e pencas de jovens —, os quatro passaram o show acusando-se mutuamente.
— Vou cantar essa porque me obrigaram — diz um.
— Ele exigiu que essa estivesse no repertório —
entrega o pai.
— Não sei cantar, mas vou cantar assim mesmo,
porque me mandaram — confessa outro.
Tudo, é claro, no maior bom humor. Caetano é o
centro de tudo, com sua voz bem colocada e seu violão preciso — que teve até
alguns escorregões, coisa de estreia —, mas Painho apresenta, conta histórias,
brinca e se emociona com os três filhos o tempo todo.
— Eu não sou religioso — diz ele. — Já fui muito
arreligioso, ou irreligioso, e até antirreligioso. Mas meus três filhos são: os
dois mais novos são cristãos convictos, e Moreno é ecumênico.
O filho mais velho, do casamento de Caetano com
Dedé Gadelha, é o mais seguro dos três: sorriso aberto, voz afinada, letras
naturalmente decoradas, manda bem em percussões diversas, no violão, no
violoncelo — apenas o contrabaixo elétrico é igualmente maltratado pelos três
Velosos mais jovens. Não há como comparar a experiência de Moreno, produtor,
artista bissexto (seus discos são de 2000 e 2014), compositor gravado por
artistas como Roberta Sá e Adriana Calcanhotto com manos mais novos. Assim como
o pai — em alguns momentos até mais -, ele também passa sem disfarces o prazer
e a emoção de estar no palco em família.
Cabelo curtinho, óculos, semblante sério, Zeca é,
de certa forma, o contrário de Tom, ambos filhos de Caetano com a empresária
Paula Lavigne. Ele se garante no piano elétrico, canta em falsete - nem sempre
com bom resultado - e só se solta mesmo na última música, "Tá
escrito", pagode do Revelação, do amigo Xande de Pilares. Levanta-se para
uma rápida sambada após muita insistência de Caetano (sim, como todo pai, o
baiano também constrange os filhos), mas, no geral, fica concentrado em seu
papel no palco.
O cabeludo Tom parece divertir-se bem mais: à
vontade no violão, inclusive em harmonias mais complicadas, ele dança funk (e
ouve "Vai, Antônio Carlos!", de Moreno, sendo que seu nome é Tom
mesmo), faz piadas e conversa ("Tá muito rápido!", comentou,
sorrindo, durante versão de fato um tanto hardcore do clássico
"Reconvexo").
O que nos traz ao repertório: a bela
"Reconvexo", sucesso tanto na voz de Caetano quando da tia Bethânia,
é um dos poucos lados A cantados pela família, assim como "O
leãozinho" ("meu pai me obrigou, mas foi bom porque passei a usar
para pôr meus filhos para dormir", disse Moreno), "Força
estranha", "Alegria, alegria", que abre o show, e "Trem das
cores".
As composições do Veloso pai são maioria, mas cada
caetaninho emplaca as suas (nem que seja por exigência de Painho): das novas
como "Todo homem", um dos falsetes de Zeca, às conhecidas infantis
"Um canto de afoxé para o bloco do Ilê" e "How beautiful could a
being be", de Moreno. Descontada toda a emoção de se ver uma família
fazendo música unida, o repertório de Caetano Veloso é um sarrafo alto demais
para qualquer família musical do mundo, logo os altos e baixos são
compreensíveis.
Além das canções dos meninos, o show tem deliciosos
lados B do pai, como "Ofertório" (apresentada pelo discurso religioso
acima, uma encomenda de uma irmã para ele), "A tua presença morena",
"Canto do povo de um lugar" e "Não me arrependo". Ou seja:
além de fazer história, "Caetano Moreno Zeca Tom Veloso" serve como
um mergulho diferente na obra de um mestre.
Cotação: Bom
● ● ● ●
FOLHA DE S.PAULO
Ilustrada
Caetano e filhos fazem show com repertório familiar e bom humor
Caetano Veloso e seus filhos fazem show no Rio de Janeiro - Marco Aurélio Canônico/Folhapress |
MARCO AURÉLIO
CANÔNICO
DO RIO
04/10/2017
"É um show familiar, nascido da minha vontade
de ser feliz." A definição que Caetano Veloso deu quando anunciou que se
apresentaria com seus filhos, Moreno, Zeca e Tom, se encaixou perfeitamente no
que a plateia viu na noite desta terça (3), na estreia do espetáculo, no teatro
Net Rio.
Um repertório familiar –tanto por tratar de família
quanto por ser, em sua maioria, conhecido pelo público– foi apresentado em meio
a olhares e risos cúmplices dos Veloso, que tocaram, cantaram, dançaram e,
apesar do nervosismo inerente às estreias, pareceram se divertir.
Certamente divertiram o público, justificando a
expectativa em torno desta reunião – os 14 shows no Rio e em São Paulo
esgotaram seus ingressos antes da estreia. Uma data extra deve ser aberta na
capital paulista, onde a apresentação vai ser gravada para posterior
lançamento.
Caetano, 75, Moreno, 44, Zeca, 25, e Tom, 20
ficaram o tempo todo em cena, sentados em frente a um cenário com poucos
elementos, usados de modo eficiente graças ao jogo de luzes. Alternaram cantoria
coletiva com duetos mas também tiveram seus momentos solo, mostrando
composições próprias e inéditas.
"Alegria, Alegria" abriu os trabalhos e,
na sequência, "O Seu Amor", clássico do repertório dos Doces Bárbaros
talhado para ser cantado a quatro vozes, deu a cada um dos artistas a chance de
mostrar a sua. Aí começou a se revelar o que talvez seja a maior surpresa do
show: Zeca Veloso.
O mais privado entre os quatro mostrou uma voz
peculiar, ora em falsete, ora em tons mais graves, fazendo belos duetos com o
pai em "Alguém Cantando", "Você me Deu" e "Força
Estranha". Seu potencial se revelou por completo durante "Todo
Homem", composição sua e um dos momentos mais singelos da noite.
Canções animadas e que puxaram um acompanhamento de
palmas da plateia – como "Um Passo à Frente" (Moreno) e
"Reconvexo" (Caetano)– alternaram-se com outras mais suaves, como
"Clarão", na qual Caetano fez dueto com Tom. Um raro momento que
quebrou a sonoridade acústica foi o batidão funk de "Alexandrino",
com Zeca mandando bases pré-gravadas no teclado e Tom dançando passinho e
arriscando até uma sarrada no ar.
Também notável foi a apresentação de "Não Me
Arrependo", canção que Caetano fez para Paula Lavigne (mãe de Tom e de
Zeca) e na qual o cantor fez seu melhor vocal na noite, bem acompanhado pelos
teclados climáticos de Zeca e pelo baixo de Moreno.
CAUSOS
Foi também um show pontuado por histórias, indo
desde breves relatos sobre a definição do repertório até memórias da origem de
certas composições. Caetano, por exemplo, lembrou que Moreno lhe deu "How
Beautiful Could a Being Be" como presente. Também falou como, mesmo não
sendo religioso, compôs "Ofertório" para a missa de 90 anos de sua
mãe, Dona Canô, a pedido de sua irmã Mabel.
"Ela pediu que eu compusesse a canção para a
hora do ofertório. Escrevi a letra como se fosse minha mãe dizendo aquelas
palavras e quero repeti-las agora como se eu estivesse dizendo aos meus filhos
o que ela nos disse através de minha própria canção."
O repertório privilegiou a vasta obra do patriarca
–em particular, as canções dedicadas à família e as que ele compôs com os
filhos. Também entram sucessos alheios, como "Deusa do Amor", do
Olodum, na suave versão que Moreno registrou em seu primeiro álbum, de 2000, e
uma versão um tanto quanto improvisada do samba "Está Escrito",
sucesso de Xande de Pilares que encerrou o show.
Além das apresentações já esgotadas no Rio (4, 10,
11, 17, 18, 24 e 25/10) e em São Paulo (14, 15, 21, 22, 28 e 29/10), os Veloso
farão outras em Belo Horizonte (7 e 8/10) e Brasília (2/12), onde ainda havia
ingressos; o show deve seguir para outras praças, ainda não confirmadas.
REPERTÓRIO DO SHOW
"ALEGRIA, ALEGRIA"
"O SEU AMOR"
"BOAS VINDAS"
"TODO HOMEM"
"JENIPAPO ABSOLUTO"
"UM PASSO À FRENTE"
"CLARÃO"
"DE TENTAR VOLTAR"
"A TUA PRESENÇA MORENA"
"TREM DAS CORES"
"UM SÓ LUGAR"
"ALEXANDRINO"
"ORAÇÃO AO TEMPO"
"ALGUÉM CANTANDO"
"OFERTÓRIO"
"RECONVEXO"
"VOCÊ ME DEU"
"O LEÃOZINHO"
"GENTE"
"SERTÃO"
"NÃO ME ARREPENDO"
"UM CANTO DE AFOXÉ PARA O BLOCO DO ILÊ"
"FORÇA ESTRANHA"
"HOW BEAUTIFUL COULD A BEING BE"
"O SEU AMOR"
"BOAS VINDAS"
"TODO HOMEM"
"JENIPAPO ABSOLUTO"
"UM PASSO À FRENTE"
"CLARÃO"
"DE TENTAR VOLTAR"
"A TUA PRESENÇA MORENA"
"TREM DAS CORES"
"UM SÓ LUGAR"
"ALEXANDRINO"
"ORAÇÃO AO TEMPO"
"ALGUÉM CANTANDO"
"OFERTÓRIO"
"RECONVEXO"
"VOCÊ ME DEU"
"O LEÃOZINHO"
"GENTE"
"SERTÃO"
"NÃO ME ARREPENDO"
"UM CANTO DE AFOXÉ PARA O BLOCO DO ILÊ"
"FORÇA ESTRANHA"
"HOW BEAUTIFUL COULD A BEING BE"
BIS
"CANTO DO POVO DE UM LUGAR / UM TOM"
"DEUSA DO AMOR"
"ESTÁ ESCRITO"
"CANTO DO POVO DE UM LUGAR / UM TOM"
"DEUSA DO AMOR"
"ESTÁ ESCRITO"
● ● ● ●
O Estado de S.Paulo
Quatro Velosos em noite de
música e afetividade
Caetano se
apresentou junto a seus três filhos e decantou o 'Oração ao tempo' a
'Reconvexo'
Roberta Pennafort
04 Outubro
2017
RIO - "Caetano,
Moreno, Tom e Zeca Veloso" é um show nascido da vontade do compositor
baiano de ser feliz. Assim ele o descreveu antes da estreia, na noite desta
terça-feira, no Rio. O que o público viu e ouviu foi um pai em estado de graça
com a reunião artística de sua prole, e um repertório que celebra as afetividades
familiares, das inevitáveis Oração ao
tempo e Boas-vindas a
Jenipapo absoluto e Reconvexo.
Caetano toca com os filhos, Moreno, Zeca e Tom Veloso, no show que lança no Theatro Net Rio, em Copacabana, zona sul do Rio - Foto: Marcos Arcoverde/Estadão
|
Ofertório, composta pelo filho "'arreligioso',
'irreligioso' e até antirreligioso" para a missa celebrada pelos 90 anos
da matriarca dos Veloso, Dona Canô (1907-2012), soou talhada para a ocasião: "Toda essa alegria que
espalhei e que senti | Trago hoje aqui | Todos estes frutos que aqui juntos vês
| Senhor da Vida | Eu em cada um deles e em mim todos os Teus fiéis | Ponho a
Teus pés".
A
plateia do Teatro Net Rio se comoveu ao testemunhar o deleite de Caetano ao intercalar canções
de Moreno, Zeca e Tom e seus sucessos: A tua presença morena,
Gente, Trem das cores, O leãozinho, Força estranha,
Não me arrependo. Algumas cantadas só por Caetano,
outras com as quatro vozes reunidas, todas com coro efusivo dos fãs.
Olhares
cúmplices, sorrisos provocados por piadas internas e piscadinhas se sucederam.
O amor estava no ar. De pé para trocar de cadeira - houve revezamento de
instrumentos a noite toda, à exceção do violão certeiro de Caetano -, Tom
sapecou um cheiro no cangote de Caetano. O pai, sem modéstia, falou com orgulho
dos meninos compositores. "É bonita pra caramba, né. Muito sofisticada,
muito boa", comentou, depois de Moreno cantar De tentar voltar,
dele e de Domenico Lancellotti. "Essa é curtinha, mas é linda, né. Vai
longe", elogiou Sertão, parceria
sua com Moreno que Gal Costa gravou.
O único que ainda não assumiu a música profissionalmente, Zeca
(piano elétrico, contrabaixo elétrico, violão) mostrou as suas Todo
homem e Você me deu. Moreno (pandeiro,
contrabaixo elétrico, violão, cello, prato), "Um passo atrás",
"How
beautiful could a being be", "Um canto de afoxé para o bloco do
Ilê" - com Tom fazendo rir ao imitar a voz de criança do irmão
quando do lançamento da música, em 1982 (à época, o primogênito tinha 9 anos).
Tom (violão, contrabaixo elétrico), o caçula, que compõe mas não canta em sua
banda, a Dônica, disse não ser cantor, mas acabou apresentando "Um só lugar",
que compôs com Cézar Mendes e foi lançada por Roberta Sá.
Alexandrino, um
funk com o qual Caetano fez graça, serviu a um esboço de passinho de Tom. O
clima carinhoso perdurou até o bis, com "Canto do povo de um lugar", "Um Tom" e "Está
escrito", sucesso do grupo Revelação. Caetano mandou então que
Zeca, o único dos quatro nascido no Rio, sambasse - ele deixou a vergonha de
lado e bem que tentou atender ao pai.
3/10/2017
1.
ALEGRIA, ALEGRIA (Caetano Veloso) © 1967
2. O SEU AMOR (Gilberto Gil) © 1976
3. BOAS VINDAS (Caetano Veloso) © 1991
4.
TODO HOMEM (Zeca Veloso) Inédita
2017
5.
GENIPAPO ABSOLUTO (Caetano
Veloso) © 1989
6. UM PASSO A
FRENTE
(Moreno Veloso/Quito Ribeiro) © 2005
7.
CLARÃO (Tom Veloso) Inédita
2017
8. DE TENTAR VOLTAR (Moreno Veloso/Doménico Lancellotti) © 2014
9. A TUA PRESENÇA
MORENA
(Caetano Veloso) ©
1971
10.
TREM DAS CORES (Caetano Veloso) © 1982
11. UM SÓ LUGAR (Cézar Mendes/Tom Veloso)
© 2015
12.
ALEXANDRINO (Caetano Veloso) Inédita
2017
13. ORAÇÃO AO TEMPO (Caetano Veloso) © 1979
14. ALGUÉM CANTANDO (Caetano Veloso) © 1977
15. OFERTÓRIO (Caetano Veloso) © 1997
16. RECONVEXO (Caetano Veloso) © 1989
17. VOCÊ ME DEU (Caetano Veloso/Zeca
Veloso) © 2015
18. O LEÃOZINHO (Caetano Veloso) © 1977
19. GENTE (Caetano Veloso) © 1977
20. SERTÃO (Moreno Veloso/Caetano
Veloso) © 1998
21. NÃO ME
ARREPENDO
(Caetano Veloso) ©
2006
22. UM CANTO DE
AFOXÉ PARA O BLOCO DO ILÊ (Caetano Veloso/Moreno Veloso)
© 1982
23. FORÇA ESTRANHA (Caetano Veloso) © 1978
24. HOW BEAUTIFUL COULD A BEING BE (Moreno Veloso) © 1997
Bis
25. CANTO DO POVO
DE UM LUGAR
(Caetano Veloso) ©
1975
26.
UM TOM (Caetano
Veloso) © 1997
27. DEUSA DO AMOR (Adailton Poesia/Valter Farias) © 1992
28. TÁ ESCRITO (Xande de Pilares/Carlinhos Madureira/Gilson Bernini) © 2009
28. TÁ ESCRITO (Xande de Pilares/Carlinhos Madureira/Gilson Bernini) © 2009
TÁ ESCRITO
Quem cultiva a
semente do amor
Segue em frente e não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar a sua hora
Segue em frente e não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar a sua hora
Às vezes a
felicidade demora a chegar
Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta, não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer
Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta, não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer
É dia de sol, mas o
tempo pode fechar
A chuva só vem quando tem que molhar
A chuva só vem quando tem que molhar
Na vida é preciso
aprender
Se colhe o bem que plantar
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar
Se colhe o bem que plantar
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar
Erga essa cabeça,
mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar!
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar!
● ● ● ●
Coluna Lu Lacerda
3/10/2017
Fotos: Uns Produções
Zeca, Caetano, Moreno e Tom |
Tom Veloso e Teresa Cristina
|
Lucinha Araújo |
10/10/2017 - Theatro Net - RJ |
ESTADÃO
Cultura
Caetano ensina e aprende
com os filhos no palco em nova turnê
Ao lado de Moreno, Zeca e Tom, artista repassa a carreira e expõe todas
as particularidades que deixa aos herdeiros; primeiro show em São Paulo foi no
sábado, 14
Julio Maria, O Estado de S. Paulo
15 Outubro 2017
O mais velho, Moreno, é
a festa, a Bahia do Recôncavo, do samba no prato de Dona Edith, a necessidade
de sair do script quando tudo parecer agendado demais. Ao seu lado, escondido
em cachos que já lhe servem de refúgio, Tom, o mais novo, atua no extremo
oposto das personalidades. É um menino observador, quieto, mais à vontade na
penumbra do que nas luzes e, ao mesmo tempo, de uma doce confiança que o leva a
levantar-se descalço para dançar funk cheio de graça, como quem aciona um
botão. À esquerda de todos vem Zeca, talvez o mais desafiador, de mistérios que
não se decifra em duas horas de show. Cabelo aparado, óculos de grau, parece
estar mais na terra do que no mar de Moreno ou nos ares de Tom, e é a melancolia
o traço que, unido aos pontos de seus irmãos, desenha a imagem do pai, Caetano Veloso.
Caetano está entre eles.
Ao lado de Moreno, 44 anos; Zeca, 25; e Tom, 20, estreou a temporada em São Paulo,
no Theatro Net, batizada de Caetano, Moreno, Zrca e Tom Veloso. Juntos, usaram músicas
dos filhos para abrir outras portas e do pai como a linha que tece a vida dos
Veloso até ali. O início da tomada de posição há 50 anos, com Alegria Alegria; a força da
voz interna de Dona Canô em Genipapo
Absoluto; o inoxidável espírito tropicalista do funk inédito Alexandrino; o ateu que vai à
missa de Ofertório;
a chegada de um dos meninos com Boas
Vindas. Caetano retoma a voz para revisitar o que fez para a
história depois de passá-la aos filhos.
Caetano Veloso se apresenta no Theatro Net, na Vila Olímpia, na zona sul da capital paulista na noite de sábado, 14/10 - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO
|
Aos 75 anos, ele aparece por inteiro olhando em um espelho que o
fragmenta em três partes. Virtudes e fragilidades do pai se encontram na
essência dos filhos. É bonito vê-lo ali sorrindo com os meninos, conversando
com os olhos, orgulhando-se e franzindo a testa. Não é um reprodutor de vozes
seguras, todos os Veloso caminham por notas trêmulas, mas a apropriação de um
libertário canto joaogilbertiano permite tudo. Curioso que, quando se encontram,
como no arranjo vocal de O Seu Amor, o resultado é de arrepiar.
Zeca tem a personalidade
artística mais distante da matriz. Sua voz fica confortável em uma região
extremamente aguda, que ele usa para cantar sua bela Todo Homem e a parceria com o
pai, Você me Deu.
Seu pensamento, como o de Tom, passa por caminhos de soluções originais mesmo
em canções simples, e sua letra tem uma larga abertura de interpretação até que
nos venha o refrão. “O sol manhã de flor e sal / E areia no batom / Farol,
saudades no varal / Vermelho, azul, marrom / Eu sou cordão umbilical / Pra mim
nunca tá bom/ E o sol queimando meu jornal / Minha voz, minha luz, meu som / Todo
homem precisa de uma mãe / Todo homem precisa de uma mãe.” O pai está aqui.
Moreno mostra a primeira
parceria com o pai, que ele menino de 9 anos cantou para preencher a harmonia
de Um canto de afoxé para o bloco do Ilê. Caetano lembra também do dia em que
se emocionou quando entrou no carro e o filho o fez escutar um presente, um
samba em inglês chamado How
beautiful could a being be (O quão belo um homem pode ser), de
1997.
Tom herda a confiança na
beleza das estranhezas breves, desde que o repouso venha logo e redentor, como
em Clarão. O filho
mais parecido com o pai tem uma relação com a música de honestidade e
coadjuvância, sem a intenção de usá-la como pista de decolagem. Sua
tranquilidade choca com a hiperatividade mental dos 20 e poucos anos de Caetano,
de um tempo em que parecia ter a resposta definitiva para todas as questões. Os
três homens que vê no espelho, agora, também o ensinaram um bocado.
Fotos: Uns / Facebook
24/10/2017 - Gilberto Gil e Caetano Veloso |
Famílias Gil e Veloso |
Moreno Veloso e Lucinha Araújo |
Caetano e Moreno com Pedro Baby |
11/10/2017 - How beautiful could a being be [O quão belo um homem pode ser] Foto: Felipe Veloso |
Fotos: Uns / Facebook
25/10/2017 - Cissa Guimarães e família |
25/10/2017 - Claudia Abreu e José Fonseca |
25/10/2017 - Orlando Morais e a filha Ana |
25/10/2017 - Marcelo Freixo, Antonia Pellegrino, Betty Gofman e Hugo Barreto |
25/10/2017 - Leoni e o filho Antonio |
25/10/2017 - Rodrigo Amarante, Domenico Lancellotti e filha |
25/10/2017 - Carolina Ferraz e Marcelo Marins |
bahia.ba
ENTRETENIMENTO
Publicado em 27/10/2017
Raridade: Caetano Veloso toca piano em show com
filhos
Ele cantou "Fim de Semana em
Paquetá", música de João de Barro e Alberto Ribeiro, em atendimento ao
pedido de Tom Veloso, seu filho mais novo
James Martins
Foto: Reprodução |
Caetano Veloso, que está em turnê com os filhos, no
show “Caetano Moreno Zeca Tom Veloso”, um projeto “nascido da minha vontade de ser feliz”, como ele definiu,
aproveitou o clima familiar e voltou às origens tocando piano (teclado
elétrico), seu primeiro instrumento, em uma apresentação nesta semana, no Rio.
Em uma raríssima performance pública ao
instrumento, ele que chegou a dizer que, no show, os filhos se revezariam em
vários instrumentos enquanto ele ficaria só ao violão,
Caetano cantou, em atendimento ao pedido do filho
Tom, “Fim
de Semana em Paquetá”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, música que,
como ele destaca, estava fora do programa.
“Como eu faço ele cantar uma canção napolitana que não tava no roteiro,
ele aí me meteu pra cantar essa que também não tava no roteiro, e ainda tocando
piano, porque uma vez, mais de um ano atrás, ele viu eu tocando lá em casa…”, explica.
A primeira canção de Caetano Veloso foi composta ao
piano, por volta dos 9 anos. Ele e seus irmãos tiveram aulas do instrumento na
infância, com uma professora chamada Dona Aidil, em Santo Amaro. A melodia foi
aproveitada mais tarde, no arranjo da música “Livros”, de 1997.
“Fim de Semana em Paquetá” foi lançada por Nuno Roland em 1947 e regravada por nomes como Elizeth
Cardoso, Jorge Goulart e Wilson Simonal.
Foto: Francisco Taboza [Caetano é foda] |
2017 - Theatro Net, S. Paulo |
27/10/2017 |
Circo Voador - 16/12/2017 |
Circo Voador - 17/12/2017 |
Porto
Alegre, 20 de Dezembro de 2017
Caetano e
filhos fazem show com repertório familiar e divertido em Porto Alegre
Ao lado de Moreno, Zeca e
Tom, ícone da MPB encantou o público do Araújo Vianna
Se
alguém duvidar que talento não pode ser passado de geração para geração,
apresente o clã Veloso a esta pessoa. Junta aos filhos Moreno, Tom e Zeca, o
patriarca - e um dos mais importantes nomes da cultura brasileira -, Caetano
provou que o dom musical é uma dádiva de sua família.
Sentados
lado a lado em cadeiras de madeira, acompanhados apenas por instrumentos, os
quatro artistas realizaram na noite de terça-feira, no Auditório Araújo Vianna,
em Porto Alegre, um show intimista e divertido. Eles permaneceram o tempo todo
no palco – um cenário simples, com poucos elementos (apenas um sol no centro e
uma estrutura de fundo de cor amarela), que foram eficientes devido ao jogo de
luzes.
Caetano,
75 anos, Moreno, 44, Zeca, 25, e Tom, 20, alternaram cantorias coletivas com
duetos, mas cada um deles teve seu momento solo, com composições próprias e
inéditas. O repertório mesclou canções que consagraram Caê no cenário
fonográfico e faixas dos filhos.
O
show começou com “Alegria, Alegria”,
performada logo depois de o público aplaudir em pé a entrada dos músicos no
palco. Em seguida, “O Seu Amor”
baixou o tom da apresentação. A primeira interação com a plateia veio após os
versos de “Boas Vindas”, a terceira
canção do show. “Essa canção eu compus
quando o Zeca nasceu, ela é muito adequada, porque neste show o único estreante
é o Zeca. Aproveitamos para dar as boas vindas a ele e também a vocês”,
disse patriarca, numa fala sucedida por gritos.
Foi
então que Zeca cantou sua autoral “Todo
Homem". Depois, dividiu os vocais com o pai em “Céu de Santo Amaro”. Na voz de Moreno, o público ouviu “Um Passo à Frente” e respondeu com
palmos sincronizadas ao aplausos ritmados puxados por Caetano.
No
show, os Veloso interagiram entre eles e com o público, em um momento familiar.
“Agora Tom, que sempre disse que não
gosta de cantar vai cantar uma canção inédita”, exclamou Caetano mais para
o filho do meio do que para a plateia. O músico logo retrucou: "Mas você
vai me ajudar". Assim, revezando os vocais, eles interpretaram “Clarão”. No meio da apresentação, a
sonoridade acústica do show é quebrada pelo batidão de funk de "Alexandrino". No teclado,
Zeca manda bases pré-gravadas e Tom dança, arriscando alguns passinhos.
Como
já era esperado, os clássicos de Caetano foram os que mais empolgaram o
público: “Oração ao tempo”, “Alguém Cantando”, “Ofertório” e “Reconvexo”,
animaram o quase lotado auditório. Ao final deste clássicos, muitos aplausos e
gritos.
Moreno
então disse que o pai havia pedido para ele aprender uma música para tocar para
o público, “o que não faz sentido, porque
ele está aqui do meu lado”. Nada menos do que “Leãozinho”, clássico de 1999, pinçada diretamente do álbum
“Bicho”. A nostalgia se seguiu com “Gente”,
outra clássico, na qual a plateia embalou palmas no refrão.
Em
um momento mais “familiar”, Moreno apresentou sua inédita “Ninguém viu”, após explicar que o pai havia lhe dito que um show
não é o completo sem uma canção nova. Então Caetano assumiu os vocais para
cantar uma música para as mães dos filhos: “Ela
e eu”, seguida de “Eu não me
arrependo”. Depois, apresentou sua primeira parceira com o primogênito,
quando ele tinha nove anos. A canção “Um
Canto de Afoxé para o Bloco de Ilê" teve letra composta pelo pequeno,
enquanto ao pai ficou responsável pela melodia.
“Força Estranha”, ironicamente
fortemente aplaudia, veio na sequência, mostrando a destreza dos artistas. O
tom baixo foi a deixa para que os vocais deles se encontrassem em harmonia. O
samba de roda “How Beautiful Could a
Being Be” colocou o clã Veloso e o público para dançar. No palco, Caê e
Moreno ficaram em pé, ensaiando alguns passinhos. E, aos 75 anos, o ícone da
música brasileira mostrou que ainda tem muito samba no pé.
Contos
O
show foi pontuado por histórias, que mais sucintas, outras que explicam a
composição de alguns clássicos. Caetano contou como, aos 9 anos, Moreno
escreveu a letra de “How Beautiful Could
a Being Be” - um presente do filho para o pai. Ele contou também que -
mesmo não sendo religioso - escreveu a música "Ofertório", para a festa de 90 anos de sua mãe, Dona
Canô.
"Eu escrevi
essa música porque minha irmã Mabel me pediu. Escrevi a letra como se fosse
minha mãe dizendo aquelas palavras. Hoje eu falo essas palavras para os meus
filhos que são muito religiosos - diferente de mim. Inclusive, a única pessoa
que me apresentou argumentos que me conveceu sobre a crença em Deus foi Moreno.
Mas essa história fica para outro dia", disse.
O
show - com repertório de clássicos de Caetano, com músicas familiares e
sucessos dos filhos - foi encerrado com "Está
Escrito", sucesso de Xandi Pilares, que também empolgou o público.
Protesto
Logo
após a primeira música do BIS, "Canto
de um Povo de um Lugar / Um tom", Caetano entoou coro de "Fora,
Temer". O público se juntou em uma só voz ao músico e, por alguns minutos,
o auditório foi tomado por um protesto político.
Repertório
ALEGRIA, ALEGRIA
O SEU AMOR
BOAS VINDAS
TODO HOMEM
JENIPAPO ABSOLUTO
UM PASSO À FRENTE
CLARÃO
DE TENTAR VOLTAR
A TUA PRESENÇA
TREM DAS CORES
UM SÓ LUGAR
ALEXANDRINO
ORAÇÃO AO TEMPO
ALGUÉM CANTANDO
OFERTÓRIO
RECONVEXO
VOCÊ ME DEU
LEÃOZINHO
GENTE
UM CANTO DE AFOXÉ
PARA O BLOCO DE ILÊ
NINGUÉM VIU
ELA E EU
EU NÃO ME ARREPENDO
FORÇA ESTRANHA
HOW BEAUTIFUL COULD A BEING BE
BIS
CANTO DE UM POVO DE
UM LUGAR / UM TOM
DEUSA DO AMOR
ESTÁ ESCRITO
COBERTURAS
[Cobertura] Caetano Veloso e filhos entregam show
leve e intimista em Curitiba
Caetano Veloso (Foto: Clovis Roman)
|
28 de dezembro de 2017
Caetano Moreno Zeca Tom Veloso
Teatro Positivo
Curitiba/PR
21 de dezembro de 2017
Teatro Positivo
Curitiba/PR
21 de dezembro de 2017
por Clovis Roman
Caetano. Moreno. Zeca. Tom. O clã Veloso se uniu
para uma turnê inédita, trazendo um show sólido, surpreendente. Caetano Veloso e seus filhos
subiram ao palco do Teatro Positivo, em Curitiba, para apresentar um repertório
extenso, que passou desde alguns clássicos do pai como por composições e
parcerias de sua prole. Moreno (44) já tem uma carreira sólida, enquanto que
Zeca (25) e Tom (20) dão seus primeiros passos.
Apesar da importância histórica e dos ingressos em
conta (a partir de 60 reais), a lotação da casa ficou aquém do esperado. Os
sortudos, entretanto, que compraram seus convites e compareceram, presenciaram
momentos de rara beleza. Sob a batuta de Caetano, que foi o centro das atenções
por sua figura e relevância na MPB, o quarteto se revezou nós instrumentos e
vozes. Mas o curioso foi que em algumas canções, o pai tenha se limitado a
dançar e fazer as vozes de apoio. O protagonismo, segundo sua concepção,
deveria ser dividido igualmente entre os quatro. Tanto que Tom brilhou com
performances surpreendentes com seu vocal extremamente fino, Zeca se destacou
com sua habilidade nas cordas e postura tímida, enquanto Moreno, com sua
experiência, se tornou o porta voz do grupo ao lado de Caetano.
Caetano Veloso (Foto: Clovis Roman) |
Entre os sons eternos de Caetano, “Alegria
Alegria”, em uma versão crua e minimalista, mas ainda impactante; “Genipapo
Absoluto” (outra que teve roupagem renovada e soou fantástica) e, claro, “O
Leãozinho”. Com uma letra tétrica, e belíssima, “Todo Homem” teve lugar de
destaque no show, cantada de maneira serena por Zeca. O compositor brilhou
neste que foi um dos momentos mais marcantes do show, pois poucos ali conheciam
a canção e o talento do rapaz. A sorumbática canção saiu recentemente como
single do vindouro disco que o grupo vai lançar. Ofertório, que provavelmente deve sair em áudio e vídeo – nem
Caetano soube precisar – trará um show realizado em São Paulo em novembro
último, com um repertório praticamente idêntico ao apresentado na capital
paranaense.
Entre outros momentos dignos de nota estão a
performance em “De Tentar Voltar”, parceria de Moreno Veloso e Domenico
Lancellotti e “How Beautiful Could a Being Be”, outra pérola de Moreno, que ele
fez à época em que Caetano gravava, ao lado de Gilberto Gil, o álbum Tropicália
2. A maravilhosa “Oração ao Tempo”, vinda do álbum Cinema Transcendental, de
1979, ganhou o vocal de apoio tímido do público, que já na décima terceira
canção ainda estava acanhado, mas encantado com o que estava presenciando. A
platéia, entretanto, começara a acordar na canção anterior: “Alexandrino” é um
batidão Funk simples, que contrastou totalmente com os acordes sublimes e vozes
delicadas do primeiro terço do show.
O álbum Cores, Nomes (1982), de Caê, foi
representado por duas canções, ambas indispensáveis: “Um Canto de Afoxé para o
Bloco do Ilê”, que na original traz a voz de Moreno, ainda criança – e ele é
co-autor!; e “Trem das Cores”. Sublimes, ambas. Ainda houve espaço para duas
composições de Caetano eternizadas por outras vozes: “Ela e Eu”, uma das três
músicas que escreveu para a irmã Maria Bethânia gravar em seu disco Mel (1979),
e a emocionante “Força Estranha”, escrita para Roberto Carlos após uma conversa
informal entre ambos.
Caetano Veloso (Fotos: Clovis Roman) |
Trazer um tanto de sua vida pessoal para o palco
foi mais uma das genialidades de Caetano. A proposta permitiu que todos fossem
protagonistas. Ali, de frente ao público, os quatro eram apenas pai e filhos
fazendo música. Afortunados aqueles que puderam presenciar tamanha
simplicidade. Como cantaram em uma das músicas apresentadas, foi bonito de ser
ver.
REPERTÓRIO
1. ALEGRIA
ALEGRIA (Caetano Veloso, 1967)
2. O SEU AMOR (Gilberto Gil, 1976)
3. BOAS VINDAS (Caetano Veloso, 1991)
4. TODO HOMEM (Zeca Veloso, 2017)
5. GENIPAPO ABSOLUTO (Caetano Veloso, 1989)
6. UM PASSO À FRENTE (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005)
7. CLARÃO (Tom Veloso, 2017)
8. DE TENTAR VOLTAR (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti, 2014)
9. A TUA PRESENÇA MORENA (Caetano Veloso, 1971)
10. TREM DAS CORES (Caetano Veloso, 1982)
11. UM SÓ LUGAR (Cezar Mendes e Tom Veloso, 2015)
12. ALEXANDRINO (Caetano Veloso, 2017)
13. ORAÇÃO AO TEMPO (Caetano Veloso, 1979)
14. ALGUÉM CANTANDO (Caetano Veloso, 1977)
15. OFERTÓRIO (Caetano Veloso, 1997)
16. RECONVEXO (Caetano Veloso, 1989)
17. VOCÊ ME DEU (Caetano Veloso e Zeca Veloso, 2015)
18. O LEÃOZINHO (Caetano Veloso, 1977)
19. GENTE (Caetano Veloso, 1977)
20. NINGUÉM VIU (Moreno Veloso, 2017)
21. ELA E EU (Maria Bethânia, 1979)
22. NÃO ME ARREPENDO (Caetano Veloso, 2006)
23. UM CANTO DE AFOXÉ PARA O BLOCO DO ILÊ (Caetano Veloso e Moreno Veloso, 1982)
24. FORÇA ESTRANHA (Caetano Veloso, 1978)
25. HOW BEAUTIFUL COULD A BEING BE (Moreno Veloso, 1997)
2. O SEU AMOR (Gilberto Gil, 1976)
3. BOAS VINDAS (Caetano Veloso, 1991)
4. TODO HOMEM (Zeca Veloso, 2017)
5. GENIPAPO ABSOLUTO (Caetano Veloso, 1989)
6. UM PASSO À FRENTE (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005)
7. CLARÃO (Tom Veloso, 2017)
8. DE TENTAR VOLTAR (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti, 2014)
9. A TUA PRESENÇA MORENA (Caetano Veloso, 1971)
10. TREM DAS CORES (Caetano Veloso, 1982)
11. UM SÓ LUGAR (Cezar Mendes e Tom Veloso, 2015)
12. ALEXANDRINO (Caetano Veloso, 2017)
13. ORAÇÃO AO TEMPO (Caetano Veloso, 1979)
14. ALGUÉM CANTANDO (Caetano Veloso, 1977)
15. OFERTÓRIO (Caetano Veloso, 1997)
16. RECONVEXO (Caetano Veloso, 1989)
17. VOCÊ ME DEU (Caetano Veloso e Zeca Veloso, 2015)
18. O LEÃOZINHO (Caetano Veloso, 1977)
19. GENTE (Caetano Veloso, 1977)
20. NINGUÉM VIU (Moreno Veloso, 2017)
21. ELA E EU (Maria Bethânia, 1979)
22. NÃO ME ARREPENDO (Caetano Veloso, 2006)
23. UM CANTO DE AFOXÉ PARA O BLOCO DO ILÊ (Caetano Veloso e Moreno Veloso, 1982)
24. FORÇA ESTRANHA (Caetano Veloso, 1978)
25. HOW BEAUTIFUL COULD A BEING BE (Moreno Veloso, 1997)
26. CANTO DO POVO DE UM LUGAR (Caetano
Veloso, 1975)
27. DEUSA DO AMOR (Adailton Poesia e Valter Farias, 1992)
28. UM TOM (Caetano Veloso, 1997)
29. TÁ ESCRITO (Xande de Pilares, Carlinhos Madureira e Gilson Bernini, 2009)
27. DEUSA DO AMOR (Adailton Poesia e Valter Farias, 1992)
28. UM TOM (Caetano Veloso, 1997)
29. TÁ ESCRITO (Xande de Pilares, Carlinhos Madureira e Gilson Bernini, 2009)
Divirta-se elege as melhores atrações de São Paulo em 2017
Redação
Divirta-se
20
Dezembro 2017
Convidamos especialistas de diversas áreas
para eleger as melhores atrações que passaram pela cidade ao longo de 2017.
O Show Caetano Moreno Zeca Tom Veloso foi eleito o melhor do
ano de 2017 pelo jornal Estadão.
JULIO
MARIA
Jornalista e crítico do ‘Caderno 2’
1º lugar: Caetano Moreno Zeca Tom Veloso.
Caetano se renova
na essência dos filhos, sobretudo Tom e Zeca.
RENATO
VIEIRA
Repórter do ‘Divirta-se’
1º lugar: Caetano Moreno Zeca Tom Veloso.
Um show íntimo
pautado pela alegria do patriarca em estar com os filhos.
2018
2018 - OFERTÓRIO
Vivo Rio - Foto: Ricardo Nunes |
Vivo Rio - Foto: Ricardo Nunes |
Paris - 7/7/2018 |
10/7/2018 - Londres |
Roma - 21/7/2018 |
ESPANHA - Madrid - 23/7/2018 |
ESPANHA - Girona - 28/7/2018 |
2018 / 2919 |
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