martes, 31 de octubre de 2017

2017 - # 342 Agora / Mídia NINJA - Ocupação Povo Sem Medo


 "Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome".










FOLHA DE S.PAULO
Ilustrada

Caetano Veloso faz show em ocupação do MTST em São Bernardo do Campo

DE SÃO PAULO
29/10/2017

O cantor e compositor Caetano Veloso vai apresentar, nesta segunda (30), um show gratuito na Ocupação Povo Sem Medo, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, instalada em São Bernardo do Campo.

O evento apoia a luta por moradia e a marcha que membros da ocupação farão até o Palácio dos Bandeirantes na terça (31).

Caetano está atualmente em turnê com os filhos, Moreno, Zeca e Tom Veloso. Depois de se apresentar na capital paulista, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, o grupo segue para Brasília. 









Folha de S.Paulo
Cotidiano

Justiça proíbe show de Caetano Veloso em acampamento de sem-teto em SP

FERNANDA MENA
DE SÃO PAULO
30/10/2017 



Caetano Veloso em acampamento de sem-teto em São Bernardo do Campo, na Grande SP; show em apoio ao movimento foi proibido pela Justiça

Uma decisão judicial proibiu a realização do show de Caetano Veloso programado para as 19h desta segunda-feira (30) no acampamento do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

O show prestaria apoio à luta por moradia e à marcha que os integrantes da ocupação devem realizar nesta terça-feira (31) rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado. A ação civil pública que ensejou a proibição alegava questões de segurança mas argumentava também que a ocupação já tinha liminar de reintegração de posse confirmada em segunda instância.

"Não sei dizer se foi censura, não sou um técnico. Mas dá a impressão de que não é um ambiente propriamente democrático", disse Veloso. "Pode ser um modo de reprimir uma ação que seria legítima", questionou.

Ele afirmou que esta foi primeira vez que ele se viu impedido de cantar desde a redemocratização. "E, mais do que nunca, é preciso cantar porque há muitas dificuldades", completou, antes de recitar os versos da canção "Gente", que pretendia cantar no palco e dedicou aos sem-teto.

O líder do movimento, Guilherme Boulos, classificou a liminar como um "ato de censura" e de "falta de democracia". "Alegar questão de segurança é uma excrescência. Fazemos assembleias diárias com o mesmo número de pessoas", afirmou à Folha. "Nossa melhor resposta será exercer o nosso direito à manifestação amanhã", disse.

Com a impossibilidade de realizar o show, a organização do movimento e os artistas fizeram um ato político. Subiram em um pequeno palco Caetano Veloso e Paula Lavigne, sua companheira e empresária, as atrizes Sônia Braga, Aline Moraes e Letícia Sabatella e os rappers Criolo e Emicida.

A liminar assinada pela juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo, foi motivada por uma ação civil pública apresentada pelo Ministério Público estadual pedindo a interdição do show sob pena de multa de R$ 500 mil.

O MP pediu "tutela de urgência" para impedir a realização do show, alegando ausência das credenciais e de estrutura mínima para o evento, que prometia atrair milhares de pessoas à ocupação.

O pedido da promotora Regina Célia Damasceno, que atua nas áreas de meio-ambiente, habitação, urbanismo e família, alega que o local reúne idosos e crianças, tem alta concentração de materiais inflamáveis, como madeiras e lonas e possui entrada e saída única, além de apontar para a necessidade de haver serviços de emergência, como ambulâncias.

"Ninguém é contra a luta por moradia. Pelo contrário, ela é urgente, mas tem de ser feita sem colocar em risco pessoas que já se encontram em situação de vulnerabilidade", disse a promotora sobre o caso.

Na decisão, a juíza Del Cid justificou que o local "não possui estrutura a suportar show, mormente para artistas da envergadura de Caetano Veloso".

"Seu brilhantismo atrairá muitas pessoas para o local, o que certamente colocaria em risco estas mesmas, porque, como ressaltado, não há estrutura para shows, ainda mais, de artista tão querido pelo público, por interpretar canções lindíssimas, com voz inigualável", fundamentou a juíza.

Depois de percorrer prefeitura e fórum de São Bernardo, Paula Lavigne, produtora e mulher de Caetano, retornou à ocupação e disse: "Não vai ser desta vez, mas prometo que vai ter outro show".




Revista VEJA

‘Não é bom ser impedido de cantar’, diz Caetano Veloso

Cantor criticou decisão que vetou show dele em ocupação do MTST e declarou que esta é a primeira vez em que é proibido de cantar no período democrático

Por Ricardo Chapola
30 out 2017, 22h10

Depois de a Justiça de São Paulo barrar o show de Caetano Veloso na ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em São Bernardo do Campo (SP), o cantor e compositor classificou a decisão como “manobra legal” e afirmou que esta foi a primeira vez em que foi impedido de cantar desde o fim da ditadura militar, em 1985. Mais cedo, a juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo, atendeu a pedido do Ministério Público, que alegou que a área é invadida, que a invasão é ilegal e que o local não tem estrutura para comportar um show desse porte, além de não ter as autorizações necessárias.

“No período democrático, creio que não, é a primeira vez [que é impedido de cantar]. Eu vivi o período oficialmente não democrático, não é bom pra mim ser impedido de cantar”, disse o cantor a jornalistas. Questionado por que havia usado o termo “oficialmente não democrático”, Caetano explicou que “durante a ditadura, era nitidamente uma ditadura, fechou-se o Congresso, não se dizia que era democracia, não era. Mas agora, formalmente, é uma democracia, então a gente tem que obedecer às leis do Estado de Direito”.

Para o cantor e compositor, “manobras legais foram feitas para que o show não pudesse acontecer” e a decisão “dá a impressão de que não é um ambiente propriamente democrático”. “Pode ser um modo de reprimir alguma ação que seria legítima, em princípio. Mas eles apresentam também justificativas por causa de segurança, porque como o lugar não foi vistoriado. Mas não é em um lugar interno, tem espaço, seria possível. Eu acho que há má vontade deles”, criticou Caetano.

Além de Caetano Veloso, a comitiva de artistas contou com as atrizes Sonia Braga, Leticia Sabatella e Aline Moraes, os cantores Emicida e Criolo e a produtora Paula Lavigne, mulher de Caetano. O vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) e o deputado estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL) também participaram do ato.



O cantor Caetano Veloso, no palco montado para seu show em área invadida pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Da esq. para a dir., Sonia Braga, Aline Moraes, Marina Person, Caetano Veloso, Leticia Sabatella, Paula Lavigne e Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)
  
Guilherme Boulos, líder do MTST, discursa em invasão em São Bernardo do Campo. (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Leticia Sabatella e Sonia Braga no acampamento do MTST, em São Bernardo (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Guilherme Boulos, líder do MTST, discursa, observado por Sonia Braga, Aline Moraes, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Marina Person e Caetano Veloso, em São Bernardo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Paula Lavigne discursa no acampamento do MTST, em São Bernardo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)

O rapper Emicida, no acampamento do MTST, em São Bernardo do Campo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Marina Person e Caetano Veloso no acampamento do MTST, em São Bernardo do Campo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)
  
Sonia Braga, no acampamento do MTST, em São Bernardo do Campo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Sonia Braga, Marcelo Freixo e Marina Person, no acampamento do MTST, em São Bernardo do Campo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Caetano Veloso no acampamento do MTST, em São Bernardo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)
  
Guilherme Boulos no acampamento do MTST, em São Bernardo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Leticia Sabatella no acampamento do MTST, em São Bernardo - 30/10/2017 (Felipe Cotrim/VEJA.com) 








Caetano Veloso e Criolo - Foto: Alex Silva/Estadão




Marina Person, Sonia Braga, Caetano Veloso e Leticia Sabatella



  



Decisão que proibiu show de Caetano Veloso




Show de Caetano Veloso em apoio ao MTST é remarcado para dezembro
Paula Lavigne, empresária do artista, disse que evento ocorrerá no dia 10 de dezembro, ainda sem local definido. Cantor faria show nesta segunda (30) em ocupação e foi barrado pela Justiça.

Por Jornal Nacional, São Paulo
31/10/2017

O show do cantor Caetano Veloso em apoio ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e à ocupação de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, foi remarcado para o dia 10 de dezembro, segundo informou Paula Lavigne, produtora e empresária do artista, ao Jornal Nacional.

Por enquanto, apenas a data foi definida. O local será divulgado posteriormente. Procurada pelo G1, a Prefeitura de São Bernardo do Campo diz não ter informações sobre o assunto.

A apresentação do artista estava marcada para ocorrer às 19h desta segunda-feira (30) na ocupação, mas a Justiça de São Paulo aceitou pedido do Ministério Público para impedir o evento.

Na ocasião, as atrizes Letícia Sabatela, Alinne Moraes, Sônia Braga e a cineasta Marina Person, além dos cantores Emicida e Criollo, estiveram no local em apoio ao movimento.

Após o veto, o Caetano lamentou a decisão e disse ser "a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático".

"Ser impedido de cantar não é bom. Mais do que nunca é preciso cantar, como diz a música de Vinicius de Moraes (Marcha de Quarta-feira de Cinzas). Porque há muita dificuldade", disse Caetano, que foi ao terreno ocupado por seis mil famílias."

"As pessoas esperavam que houvesse o show. As pessoas viram que nós viemos, vieram outros artistas, Criolo, Emicida, atrizes. Me viram juntos perto deles."

"Eu não sou técnico em questões legais. Me sinto mal, dá a impressão que não é um ambiente propriamente democrático. É um modo de reprimir uma ação que seria legítima. Mas eles apresentam justificativa por causa de segurança. Acho que há má vontade deles. Envolve a prefeitura da cidade, a parte jurídica. Aceitei vir porque me interessou a questão."

"Isso aqui está há 40 anos sem função social. A invasão tem sentido de exigir que a lei se cumpra. A gente está perto das pessoas. Viver e cantar."

Caetano disse que dedicaria a música "Gente" para as pessoas da ocupação.

Na segunda-feira, durante visita à ocupação, a produtora e empresária Paula Lavigne afirmou, após a chegada de Caetano no local, que a apresentação iria ocorrer em outra ocasião. “Nao vai ser dessa vez, mas prometo que vai rolar”, disse.

"A gente não está aqui para descumprir nenhuma ordem judicial, e o show será cancelado."

"[Será] remarcado, com certeza. Vamos ver o que precisamos fazer para o show ser remarcado, nem que o pessoal da ocupação vá para outro local para ver o show", declarou Paula Lavigne, produtora e empresária.

Caetano e os demais artistas chegaram a subir no palco que foi montado para o show, mas o cantor não se apresentou. Manifestantes gritaram em defesa da ocupação e aplaudiram os artistas, que falaram brevemente, com mensagens de apoio e solidariedade aos integrantes do Movimento.

"Não estamos aqui para fazer guerra. Estamos aqui em missão de paz. Viemos aqui apoiar vocês, apoiar a ocupação. (...) Eu prometo que a gente vai fazer esse show, seja aqui ou em qualquer outro lugar", disse Lavigne no palco.

Decisão barra show

A decisão para barrar o show é da juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo. Ela estabelece uma multa de R$ 500 mil caso não seja cumprida a decisão. "Fica deferida ordem policial, caso necessário", escreveu em sua decisão.

No texto da decisão, a juíza diz que "trata-se de ação civil pública, onde o Ministério Público pede tutela provisória de urgência, para não realização de show artístico, que seria realizado em local que foi ocupado, e que está sub judice referida ocupação.”

Ainda segundo o texto, a juíza considera que o “local que não possui estrutura a suportar show, mormente para artistas da envergadura de Caetano Veloso, um dos requeridos nesta ação.”

“Seu brilhantismo [de Caetano] atrairá muitas pessoas para o local, o que certamente colocaria em risco estas mesmas, porque, como ressaltado, não há estrutura para shows, ainda mais, de artista tão querido pelo público, por interpretar canções lindíssimas, com voz inigualável", afirma a juíza na decisão.


Coordenador nacional do Movimento, Guilherme Boulos defendeu que a medida foi descabida e preconceituosa.














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