Depois de passar pelo Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Caetano, Moreno, Zeca e Tom Veloso estrearam o show deles em São Paulo na noite de sábado (14). Na plateia do Theatro NET SP, nomes como Sônia Braga, Tom Zé e Arnaldo Antunes acompanharam o primeiro show da turnê especial na capital paulistana.
Esta foi a primeira data de uma temporada que segue durante todos os sábados e domingos de outubro. Pai e filhos além disso se apresentam neste domingo (15) e nos próximos dois finais de semana (21 e 22/10 e 28 e 29/10) em São Paulo. O Rio de Janeiro, que já viu Caetano, Moreno, Zeca e Tom Veloso três vezes, tem mais cinco datas confirmadas: 17, 18, 24, 25 e 31/10.
Pai e filhos estão sozinhos no palco. Caetano toca violão. Moreno, 44, Zeca, 25, e Tom, 20, se revezam em diversos instrumentos.
Fonte: Boa Informação
Fotos: Manuela Scarpa
Caetano faz
'show familiar' com filhos e participa de debate em São Paulo
FOLHA DE S.PAULO
14/10/2017 02h00
Em sua nova turnê, que chega a São
Paulo neste sábado (14), Caetano é ladeado por seus filhos em um "show
familiar", como ele mesmo definiu ao anunciá-lo.
"Sempre cantei para eles dormirem. Moreno e Zeca gostavam. Tom me
pedia pra parar de cantar", conta o
músico no texto de apresentação, afirmando que cada um se aproximou da música,
o fator comum da família Veloso, em diferentes momentos da vida.
Ao todo, serão seis espetáculos na
capital paulista intercalados com as apresentações no Rio de Janeiro –os
ingressos esgotaram antes do início da turnê nas duas cidades.
No repertório, há clássicos como
"Leãozinho" e "Reconvexo", além de composições autorais dos
rapazes e novidades de Caetano.
Se o quarteto repetir aqui o que fez
durante a estreia no Rio, na terça (3), Caetano, 75, Moreno, 44, Zeca, 25, e
Tom, 20, ficarão o tempo todo sobre o palco de cenário minimalista, alternando
cantoria coletiva com duetos e momentos solo.
"Alegria, Alegria" deve abrir
os trabalhos e, na sequência, "O Seu Amor", clássico do repertório
dos Doces Bárbaros talhado para ser cantado a quatro vozes, dará a cada um dos
artistas a chance de mostrar a sua –a de Zeca Veloso se mostrará uma das boas
surpresas do encontro.
VERDADE TROPICAL
Caetano aproveita a passagem por São Paulo para
participar um debate em ocasião da reedição de "Verdade Tropical",
que completa 20 anos em 2017, e da inauguração da sede do coletivo de
jornalismo Mídia Ninja.
A nova edição chega atualizada com observações de
Caetano sobre as transformações culturais e políticas ocorridas a partir de
1997.
Com mediação da cantora e atriz Thalma de Freitas e
da escritora e roteirista Antônia Pellegrino, o evento contará com a presença
do produtor cultural Claudio Prado.
Conhecido de longa data de Caetano e de outros
artistas que brilharam nos anos 1970, Prado apresenta o programa "Delírios
Utópicos", no qual aborda temas da contracultura e cultura digital.
No evento, gratuito, a dupla falará sobre as
transformações culturais e políticas recentes no Brasil e no mundo.
Fotos: Greg Salibian / Folhapress
Fotos: Greg Salibian / Folhapress
O cineasta Charly Braun
|
Sonia Braga |
Tom Zé |
A
atriz Suzana Ribeiro se seu marido, o músico americano Mark Lambert
|
O músico José Miguel Wisnik com a mulher, a artista
plástica Laura Vinci
|
ESTADÃO
Cultura
Caetano ensina e aprende
com os filhos no palco em nova turnê
Ao lado de Moreno, Zeca e Tom, artista repassa a carreira e expõe todas
as particularidades que deixa aos herdeiros; primeiro show em São Paulo foi no
sábado, 14
Julio Maria, O Estado de S. Paulo
15 Outubro 2017
O mais velho, Moreno, é
a festa, a Bahia do Recôncavo, do samba no prato de Dona Edith, a necessidade
de sair do script quando tudo parecer agendado demais. Ao seu lado, escondido
em cachos que já lhe servem de refúgio, Tom, o mais novo, atua no extremo
oposto das personalidades. É um menino observador, quieto, mais à vontade na
penumbra do que nas luzes e, ao mesmo tempo, de uma doce confiança que o leva a
levantar-se descalço para dançar funk cheio de graça, como quem aciona um
botão. À esquerda de todos vem Zeca, talvez o mais desafiador, de mistérios que
não se decifra em duas horas de show. Cabelo aparado, óculos de grau, parece
estar mais na terra do que no mar de Moreno ou nos ares de Tom, e é a melancolia
o traço que, unido aos pontos de seus irmãos, desenha a imagem do pai, Caetano Veloso.
Caetano está entre eles.
Ao lado de Moreno, 44 anos; Zeca, 25; e Tom, 20, estreou a temporada em São Paulo,
no Theatro Net, batizada de Caetano Moreno Zeca e Tom Veloso. Juntos, usaram músicas
dos filhos para abrir outras portas e do pai como a linha que tece a vida dos
Veloso até ali. O início da tomada de posição há 50 anos, com Alegria Alegria; a força da
voz interna de Dona Canô em Genipapo
Absoluto; o inoxidável espírito tropicalista do funk inédito Alexandrino; o ateu que vai à
missa de Ofertório;
a chegada de um dos meninos com Boas
Vindas. Caetano retoma a voz para revisitar o que fez para a
história depois de passá-la aos filhos.
Caetano Veloso se apresenta no Theatro Net, na Vila Olímpia, na zona sul da capital paulista na noite de sábado, 14 - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO |
Aos 75 anos, ele aparece por inteiro olhando em um espelho que o
fragmenta em três partes. Virtudes e fragilidades do pai se encontram na
essência dos filhos. É bonito vê-lo ali sorrindo com os meninos, conversando
com os olhos, orgulhando-se e franzindo a testa. Não é um reprodutor de vozes
seguras, todos os Veloso caminham por notas trêmulas, mas a apropriação de um
libertário canto joaogilbertiano permite tudo. Curioso que, quando se encontram,
como no arranjo vocal de O Seu Amor, o resultado é de arrepiar.
Zeca tem a personalidade
artística mais distante da matriz. Sua voz fica confortável em uma região
extremamente aguda, que ele usa para cantar sua bela Todo Homem e a parceria com o
pai, Você me Deu.
Seu pensamento, como o de Tom, passa por caminhos de soluções originais mesmo
em canções simples, e sua letra tem uma larga abertura de interpretação até que
nos venha o refrão. “O sol manhã de flor e sal / E areia no batom / Farol,
saudades no varal / Vermelho, azul, marrom / Eu sou cordão umbilical / Pra mim
nunca tá bom/ E o sol queimando meu jornal / Minha voz, minha luz, meu som / Todo
homem precisa de uma mãe / Todo homem precisa de uma mãe.” O pai está aqui.
Moreno mostra a primeira
parceria com o pai, que ele menino de 9 anos cantou para preencher a harmonia
de Um canto de afoxé para o bloco do Ilê. Caetano lembra também do dia em que
se emocionou quando entrou no carro e o filho o fez escutar um presente, um
samba em inglês chamado How
beautiful could a being be (O quão belo um homem pode ser), de
1997.
Tom herda a confiança na
beleza das estranhezas breves, desde que o repouso venha logo e redentor, como
em Clarão. O filho
mais parecido com o pai tem uma relação com a música de honestidade e
coadjuvância, sem a intenção de usá-la como pista de decolagem. Sua
tranquilidade choca com a hiperatividade mental dos 20 e poucos anos de
Caetano, de um tempo em que parecia ter a resposta definitiva para todas as
questões. Os três homens que vê no espelho, agora, também o ensinaram um
bocado.
CAETANO, MORENO, ZECA E TOM VELOSO
QUANDO: 14, 21 e 28/10, às 21h; 15, 22 e 29/10, às 20h.
ONDE: Theatro NET São Paulo, rua Olimpíadas, 360, tel. (11) 3448-5061
QUANTO de R$ 100 a R$ 150
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
ONDE: Theatro NET São Paulo, rua Olimpíadas, 360, tel. (11) 3448-5061
QUANTO de R$ 100 a R$ 150
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
VERDADES TROPICAIS, DELÍRIOS UTÓPICOS
QUANDO: seg. (16), às 18h
ONDE: Casa do Baixo Augusta, esquina da rua Consolação com a rua Rego Freitas
QUANTO: grátis; retirar ingresso no local a partir das 16h
ONDE: Casa do Baixo Augusta, esquina da rua Consolação com a rua Rego Freitas
QUANTO: grátis; retirar ingresso no local a partir das 16h
Com funk e contos da família, Caetano e seus
filhos divertem público em SP
Por
FolhaPress, TNOnline
15
de outubro de 2017
AMANDA NOGUEIRA
O músico Caetano Veloso e seus filhos Moreno, Tom e Zeca, em show em São Paulo neste sábado (14) - Foto: Amanda Nogueira |
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "Santo de casa não faz milagre",
disse Moreno Veloso, o mais velho da prole de Caetano, durante o show que fez
com o pai e os irmãos, Tom e Zeca, neste sábado (14).
"O Zeca não nasceu sabendo as músicas de meu pai, nem eu e nem Tom,
apesar de sua cabeça grande", brincou com
a marra costumeira de primogênito, antes de, ao lado dos outros, tocar "O Leãozinho", um dos
clássicos do repertório do pai que foram evocados durante a noite.
Se não fez milagre, o santo da
casa Veloso intercedeu pela estreia da turnê de Caetano com os filhos em solo
paulistano -neste caso, no Theatro NET, os ingressos esgotaram antes da data.
Não que Caetano acredite nessa intervenção
espiritual. Em uma das histórias lembradas durante a apresentação, o músico
revelou não ser religioso, ao contrário dos filhos. "Sempre vi muita hipocrisia e senti dificuldade em me identificar
com uma religião coletiva", disse.
A descrença não o impediu de,
convencido por Moreno, acreditar na "inevitabilidade
da existência de Deus" e, a pedido da irmã Mabel, compor "Ofertório" em ocasião dos 90
anos de sua mãe, Dona Canô.
Ainda que tenha seguido à risca
o roteiro dos shows anteriores no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, a
apresentação conseguiu se manter fresca e despretensiosa, agradando a plateia,
que batia palmas e ouvia com curiosidade os causos da família.
Caetano foi generoso e,
orgulhoso, permitiu que cada um de seus filhos mostrasse seus talentos
singulares para além de suas canções autorais.
Zeca, o único estreante na
música e o mais introspectivo, mostrou falsetes surpreendentes em "O Seu Amor", no início do
show, e em sua inédita, "Todo
Homem", mas também dominou os graves com voz rouca em "Força Estranha" e "Tá Escrito", samba de Xande
dos Pilares.
Desafeito ao canto -não por
falta de destreza-, Tom exibiu habilidade no violão e nos passinhos com o pé
descalço no pancadão "Alexandrino",
funk carioca de Caetano que faz referência ao tipo de verso de doze sílabas.
Foi um dos pontos altos do show, com direito a uma tentativa de sarrada no ar.
Já Moreno, personagem por trás
de canções como "Um Canto de Afoxé
para o Bloco do Ilê" e "How
Beautiful Could a Being Be?", fez a vez de uma banda, revezando-se
entre violão, violoncelo e percussão com prato e lixa.
O cenário minimalista, obra de
Hélio Eichbauer, emulava auroras e crepúsculos conforme ditavam as canções,
sincronismo mais evidente com os versos de "Canto
de um Povo de um Lugar", já no bis.
Além das apresentações já
esgotadas em São Paulo (15, 21, 22, 28 e 29/10) e no Rio (17, 18, 24 e 25/10),
os Veloso tocarão em Brasília (2/12). O show deve seguir para outras cidades,
ainda não confirmadas.
Fotos: Uns
21/10/2017 - Gal e Caetano |
21/10/2017 - Tom Veloso e Gal Costa |
21/10/2017 - Sonia Braga |
21/10/2017 - Caetano e Giovana Chanley |
21/10/2017 - Moreno e Tom Veloso com Giovana Chanley |
21/10/2017 - Zeca Veloso e Giovana Chanley |
21/10/2017 - Tom e Zeca com os primos Lavigne, Heitor e Artur |
21/10/2017 - Caetano e Roberto (Bob) Velloso |
22/10/2017 - Bruna Lombardi |
22/10/2017 - Roberto Velloso |
22/10/ 2017 - Caetano e Wagner Moura |
Caetano Veloso e Pedro Bial |
Bela Gil e Caetano Veloso |
Bela Gil e Zeca Veloso |
26/10/2017 - Caetano Veloso embarca em aeroporto Santos
Dumont (Fotos: Webert Belicio/AgNews)
27/10/2017 |
27/10/2017 - Caetano e Luiz Galvão |
Edy Star |
Maria Alcina |
Marília Gabriela e o filho, Theo Cochrane e Tom |
Theo Cochrane, Zeca, Marília Gabriela e Caetano |
Roberto (Bob) Velloso |
31/10/2017 - Caetano Veloso e Paula Lavigne no aeroporto
Santos Dumont (Fotos: Webert Belicio/AgNews)
2017 |
No hay comentarios:
Publicar un comentario