Nesta
semana, Caetano Veloso e Maria Bethânia irão emprestar o seu talento de ícones
da MPB ao Desenvolvimento Sustentável. Eles vão cantar em um evento paralelo à
conferência da ONU, o projeto Humanidade 2012, que acontece entre 12 e 22 de
junho, no Forte de Copacabana, zona sul do Rio.
Rio+20
Local:
Forte de Copacabana
CAETANO VELOSO
Show voz e violão
13 Jun 2012
Show voz e violão
13 Jun 2012
— Fiquei com vontade de cantar essa música por causa
do evento e por ela estar na minha cabeça fortemente. Fiz a música por causa de
um filme que adorei, “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”.
Caetano Veloso apresenta canção inédita em show no Humanidade 2012
'O império da lei' foi inspirada no filme mais recente
do diretor Beto Brant.
Evento acontece em paralelo à conferência Rio+20, no Rio de Janeiro.
Evento acontece em paralelo à conferência Rio+20, no Rio de Janeiro.
Um dia depois da apresentação da irmã Maria Bethânia
no Humanidade 2012, foi a vez de Caetano Veloso cantar e tocar no projeto
paralelo à conferência Rio+20. Os mais de 400 felizardos que lotaram o
auditório montado no Forte de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na
noite desta quarta-feira (13), puderam apreciar o músico num show intimista, no
esquema "banquinho e violão", que contou com a execução da inédita
"O império da lei".
Segundo o próprio cantor, a inspiração para a nova
música surgiu a partir do filme “Eu receberia as piores notícias dos seus
lindos lábios”. Baseado no livro homônimo de Marçal Aquino, o longa tem direção
de Beto Brant e Renato Ciasca e é estrelado por Camila
Pitanga.
"Fiquei com vontade de cantar essa música nova
por causa do evento e também por ela estar na minha cabeça fortemente. Não a
compus para o filme, mas por causa dele. E, apesar de não me sair da cabeça,
pode ser que eu não saiba cantá-la direito, justamente porque é nova",
brincou o músico, que a dedicou ao cantor, compositor e escritor Jorge Mautner
— sentado na primeira fila — depois de repetir o número, para que a plateia
pudesse cantar o refrão "O império da lei há de chegar no coração do
Pará”.
Foram 21 músicas ao todo, boa parte delas relacionadas
aos temas da conferência sobre sustentabilidade que acontece na cidade até o
próximo dia 22.
Canções como "Luz do sol" ("Céu azul / Que venha
até / Onde os pés / Tocam a terra / E a terra inspira / E exala seus
azuis"), "Odeio" ("Veio um golfinho do meio do mar roxo /
Veio sorrindo pra mim"), "Valsa de uma cidade" ("Vento do
mar no meu rosto / E o sol a brilhar, brilhar"), "Terra"
("Terra! Terra! / Por mais distante / O errante navegante / Quem jamais te
esqueceria?") e "Um índio" ("E aquilo que nesse momento /
Se revelará aos povos / Surpreenderá a todos não por ser exótico / Mas pelo
fato de poder ter sempre estado oculto / Quando terá sido o óbvio").
Antes de "Quem vem pra beira do mar",
explicou: "Quando cheguei aqui (ao
auditório), Bia Lessa (diretora
e cenógrafa do Humanidades) avisou para que eu não me assustasse
com o baruho das ondas do mar. Na verdade, não estou ouvindo, mas sei que o mar
está aí. Mas, quando ela me disse isso, deu vontade de cantar esta música de
Dorival Caymmi", disse Caetano, que também cantou canções de Peninha
("Sonhos" e "Sozinho").
No bis, "Sampa" e "Qualquer coisa"
encerraram a apresentação gratuita. "Muito obrigado por terem vindo. Fico
contente por ver gente", disse.
REPERTÓRIO DO SHOW
LUZ DO SOL
CAJUÍNA
CAJUÍNA
ODEIO
VALSA DE UMA CIDADE
VOCÊ É LINDA
POR QUEM?
DESDE QUE O SAMBA É SAMBA
O IMPÉRIO DA LEI
TERRA
QUEM VEM PRA BEIRA DO MAR
TRILHOS URBANOS
CORAÇÃO VAGABUNDO
UM ÍNDIO
NOSSO ESTRANHO AMOR
SONHOS
O LEÃOZINHO
SOZINHO
FORÇA ESTRANHA
LUZ DE TIETA
Bis
SAMPA
SAMPA
QUALQUER COISA
Rio+20
Local:
Forte de Copacabana
MARIA BETHÂNIA
Show voz e violão
Show voz e violão
12
Jun 2012
Bethânia apresenta show literário no Forte de
Copacabana
Emanuel Bomfim, enviado ao Rio de Janeiro
A aridez que domina o debate ambiental na semana da Rio+20 deu passagem para
uma exibição de gala na noite desta terça-feira, 12 de junho. A cantora Maria
Bethânia levou seu show ”Bethânia e as Palavras” ao palco do Auditório
Humanidade, no Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O local,
batizado de “Humanidade2012″, recebe uma série de eventos paralelos à
Conferência da ONU. Amanhã, 13, será a vez de Caetano Veloso se apresentar para
uma restrita plateia de cerca de 400 pessoas.
As senhas distribuídas hoje, às 18h, se esgotaram rapidamente. Às 19h45,
Bethânia iniciou sua performance, um misto de recital literário com show
musical propriamente dito. Ela estava acompanhada de seu fiel parceiro nos
violões, o maestro Jaime Allen, e do percussionista Carlos Cesar. Bia
Lessa, criadora do espaço em Copacabana, fez as honras da casa e não economizou
no discurso: “Não poderia ter sido melhor pessoa para inaugurar este auditório
do que a imprescindível Bethânia.”
Confortável, Bethânia passa a maior parte do tempo lendo poemas. Os trechos
musicais são mais tímidos, servem de passagem para novas récitas, extraídas da
obra de autores como Padre Vieira, Guimarães Rosa, Manuel Bandeira e,
principalmente, Fernando Pessoa e seus heterônimos (Alberto Caieiro e Álvaro de
Campos). Sua devoção pelo trabalho do português já lhe rendeu a Ordem do
Desassossego, conferida pela Casa Fernando Pessoa, instituição de Portugal.
No meio da apresentação, ela faz questão de frisar: sua habilidade na
leitura é fruto dos ensinamentos de um professor da época do colégio, quando
morava na Bahia. ”É a prova que é possível ter boa educação nas escolas
brasileiras”, defende. O público aplaude. Mas fica ainda mais alvoroçado nas
interpretações de clássicos como “Romaria”, de Renato Teixeira, e “Dança da
Solidão”, de Paulinho da Viola.
Em nenhum momento ela fez menção direta à Rio+20, mas o show é permeado por
temáticas compatíveis com a reunião ambiental. Fala de natureza, de índios, de
rios e do sertão brasileiro. Seu último disco não teria nomes mais apropriado:
“Oásis”. Em seu exercício poético, Bethânia, assim como tantos ambientalistas,
parece imaginar um mundo ideal.
15/10/2014
Documento Humanidade
Longa documentário dirigido por Bia Lessa
Edição e montagem : Tomás Breves, Eduardo Borges e
Indi Lima
No dia 15/10/2014 na Escola de Cinema Darcy Ribeiro,
Maria Bethânia foi convidada especial e apresentou o espetáculo 'Bethânia e as
palavras' após a exibição do filme Documento Humanidade, da produtora Bia
Lessa.
‘Documento humanidade’ é a primeira cria de projeto
coordenado por Bia Lessa para a Darcy Ribeiro
Publicado
em Notícias no dia 15/10/2014
Realizada em junho de 2012, a Rio+20 atraiu
dezenas de artistas, políticos e empresários para discutir desenvolvimento
sustentável, mas não gerou nenhum documento ou carta de compromissos sobre o
melhor aproveitamento dos recursos naturais do planeta. É dessa “frustração”
que nasceu o filme “Documento humanidade”, a primeira cria do projeto
Canteiros, da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, que tem coordenação da diretora
Bia Lessa e que ganha lançamento hoje à noite, em evento para convidados, com
show de Maria Bethânia. O documentário, que terá sessões para o público de
amanhã a sábado, é alimentado por imagens da conferência garimpadas em acervos
pessoais e institucionais.
— O problema da Rio+20 é que toda aquela gente se
encontrou em grupos isolados, políticos com políticos, intelectuais com
intelectuais. As discussões não circulavam. O filme nasceu da urgência de se
criar um documento para falar sobre o que foi discutido naquelas palestras,
seminários, shows e exposições, para que continuem em pauta, em questões como a
queda das reservas de água potável de São Paulo ou a seca do rio São Francisco
— explica Bia, que assinou a exposição “Humanidades 2012”, que ocupou o Forte
de Copacabana e foi a atração mais popular da conferência das Nações Unidas. —
A ideia foi registrar um pensamento contemporâneo para servir de referência
para o futuro.
“Documento humanidade” inaugura as atividades de
um projeto que se propõe a criar e realizar produtos audiovisuais, sem
compromisso com as regras e modelos do mercado. Da equipe do Canteiros, nessa
fase inicial formada por dez alunos e ex-alunos da Darcy Ribeiro, podem surgir
ideias que gerarão filmes, instalações, videoclipes e séries de TV, em qualquer
formato ou tempo de duração — só depois o grupo irá buscar as melhores formas
de exibição para cada um.
O filme inspirado na Rio+20, por exemplo, pode
vir a participar de festivais de cinema, ganhar o circuito comercial, um horário
na TV e até ser disponibilizado na internet.
— Estamos invertendo o modelo de produção
tradicional. Primeiro, a gente desenvolve o produto que acha fundamental para
aquele momento, e depois vamos nos preocupar com a plataforma que lhe cairia
melhor — explica Bia, que prefere chamar os membros da equipe que coordena de
“companheiros de trabalho”, e não de “alunos”, porque o Canteiros “não tem
estrutura de um curso”. — Somo um espaço de criação, não uma produtora.
O GLOBO
Maria Bethânia em show: 'Hoje não estou muito
cantora'
por Guilherme Scarpa
17/10/2014
Maria Bethânia subiu ao palco da Escola de Cinema Darcy
Ribeiro, com as luzes apagadas e descalça como sempre, avisando ao público:
“Hoje não estou muito cantora”. Ela vestia uma camiseta em que se lia “minha
pátria é a língua portuguesa”, e foi ovacionada antes mesmo de começar o
espetáculo “Bethânia e as palavras”, no qual a baiana recita seus poemas
favoritos e interpreta alguns de seus sucessos.
O show
aconteceu logo depois da sessão do filme “Documento humanidade”, a primeira cria
do projeto Canteiros, coordenado pela diretora Bia Lessa, um longa filmado
durante a conferência Rio + 20.
Aplaudido no final, o documentário ganhou uma vaia quando o empresário Eike Batista apareceu no vídeo dizendo “o Estado não tem a capacidade gerencial que nós, empreendedores, temos”.
Neste momento, um misto de gargalhadas e “Uuuuuuu!” tomou conta do salão. “Esse cara é engraçado, o que ele fala é o oposto de tudo que aconteceu. A Bia é danada, faz tudo bem feito”, elogiou Caetano Veloso, que chegou acompanhado da namorada, Luana Moussallem, e de Paula Burlamaqui.
Aplaudido no final, o documentário ganhou uma vaia quando o empresário Eike Batista apareceu no vídeo dizendo “o Estado não tem a capacidade gerencial que nós, empreendedores, temos”.
Neste momento, um misto de gargalhadas e “Uuuuuuu!” tomou conta do salão. “Esse cara é engraçado, o que ele fala é o oposto de tudo que aconteceu. A Bia é danada, faz tudo bem feito”, elogiou Caetano Veloso, que chegou acompanhado da namorada, Luana Moussallem, e de Paula Burlamaqui.
Para o
evento, o salão do primeiro andar da Escola de Cinema Darcy Ribeiro foi
transformado em um cinema/teatro, com cadeiras de praia revestidas por um
tecido com versos de Arnaldo Antunes estampados, e também cubos de madeira
amarelos para os convidados se sentarem. Tudo obra de Bia Lessa. “Queria criar
um ambiente de integração, nada segregador”, comentava a diretora antes da
projeção, feita numa parede branca. Os SudDogs, os famosos cachorros-quentes
criados por Roberta Sudbrack eram tão disputados quanto os sacos de pipoca
distribuídos ao público. Renata Sorrah pegou o seu.
Logo depois
de recitar Fernando Pessoa e Castro Alves, e cantar “Romaria” e “Marinheiro
só”, Bethânia desceu do palco e foi direto para um camarim improvisado para
receber os amigos. Ali tinha de tudo: rosas vermelhas, amarelas e brancas em
vasos, remédio de nariz, lenços de papel e uísque, que ela bebia sem gelo.
“Já me apresentei em muitos lugares como esse. Até em cima de caminhão. Onde
sinto que há vontade de se ouvir poesia eu vou. Não tem ritual, menino”, conta
Bethânia.
Fotos: Marcos Ramos
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