Caetano
Veloso fala de pirataria, Lula,
fotografia
e celulares nos Encontros O Globo
Publicada
em 23/05/2007
O Globo Online
RIO
- Caetano Veloso foi o convidado dos Encontros O Globo Especial Música desta terça-feira
no auditório de O Globo. Ele elogiou o presidente Lula como um um verdadeiro
luxo no contexto do país onde poucos dirigentes eleitos pelo povo
chegaram
ao fim do mandato - apenas quatro, entre os quais Lula e FHC -, mas fez ressalvas.
Caetano
se surpreendeu diante da indagação do repórter Antonio Carlos Miguel, do Segundo
Caderno, de que nunca tinha gravado ''Força estranha'' - "eu não me
lembrava
disso, um dia eu gravo" - e cantou um trecho da música. Ele reclamou
ainda
da proliferação de máquinas fotográficas e de celulares com câmeras e
revelou
que nunca teve celular.
-
Eu sempre gostei de sair e uma das coisas mais agradáveis de estar na rua é
não
poder ser achado. O celular acabou com isso, você sai e leva aquele grilo
falante
afirmou, antes de reclamar também dos celulares com câmeras: - O artista
sofre
porque todo mundo quer tirar foto e 99,9% não sabem fazer certo. A pessoa fala
que é só apertar um botão, a gente fica ali abraçado e não acontece.
A
queixa lhe rendeu uma trégua. Ao final do encontro, ninguém teve coragem de
pedir
para tirar uma foto com ele.
“ É impossível eu
me
sentir bem com uma
proibição, me
incomoda livro ser
recolhido. Mas aí
entra a internet e
todo mundo pode ler
”
Além
de Antonio Carlos Miguel, entrevistaram Caetano a editora de informática
Cora
Ronai e o cenógrafo Helio Eichbauer, autor dos cenários de 10 espetáculos
de
Caetano. Durante 90 minutos ele respondeu a perguntas dos entrevistadores, do auditório
e dos internautas do Globo Online.
Sobre
a pirataria ele disse que afeta a comercialização de música mas não faz
diferença
para os criadores. Afirmou ainda que sente saudade do vinil, mas
entende
a idéia de baixar músicas da internet. Caetano acha que a possibilidade
de
ouvir música de todas as partes do mundo pela web é um aspecto excitante.
Revelou
que seu último disco, "Cê", teve seus arranjos e concepção rock
pensados desde
a fase de composição.
Ele
afirmou que não entendeu o veto de Roberto Carlos à biografia ''interessante
e
carinhosa'' de Paulo César Araújo, "Roberto Carlos em detalhes":
-
É impossível eu me sentir bem com uma proibição, me incomoda livro ser
recolhido.
Mas aí entra a internet e todo mundo pode ler - afirmou.
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