O FUXICO
1/10/2009
A Gafieira Estudantina, cenário sempre presente nas tramas de Glória
Perez, lotou na noite de quarta-feira (30), para o show de Maria Bethânia. A
cantora, que dá nome ao salão da gafieira, se apresentou sob aplausos efusivos
e recebeu o carinho de Glória Perez, madrinha do local, além de Caetano Veloso
e Renata Sorrah. A gafieira, uma das mais tradicionais do Rio, com 80 anos de
existência, foi elogiada pela estrela da MPB, que na ocasião lançou
simultaneamente dois novos trabalhos, os álbuns Encanteria e Tua.
QUEM Online
30/09/2009
Caetano Veloso e Glória Perez prestigiam Maria
Bethânia
Cantora
lançou CDs e DVD na Gafieira Estudantina, no Rio
Caetano
Veloso, Glória Perez e Renata
Sorrah estiveram na Gafieira Estudantina, no Rio, na noite
desta quarta-feira (30), para conferir o lançamento dos CDs de Maria
Bethânia.
Muito
animado, Caetano deu logo um abraço em Bethânia e lhe desejou todo sucesso do
mundo para a irmã. Glória e Renata Sorrah sentaram juntinhas.
Num
determinado momento, a autora da novela "Caminho das Índias", da
Globo, correu para cumprimentar Bethânia e posou ao lado da cantora.
O GLOBO
Alheia à pirataria, Maria Bethânia lança dois
discos ao mesmo tempo e diz que tem 'fome de cantar'
Ricardo Calazans
30/09/2009
RIO - Maria Bethânia assume sem problemas os fios brancos cada vez mais presentes
em sua vasta cabeleira:
- Eu já estou ficando velhinha, meio Dona Canô... - disse a artista de
63 anos, citando a mãe de 102 anos, na coletiva de lançamento de dois álbuns
simultâneos: 'Tua' e 'Encanteria' que concedeu nesta quarta-feira.
Ela usou a idade para (não) responder à pergunta de uma jornalista sobre
detalhes da turnê que ela inicia no dia 16 de outubro, no Canecão. "Não
sei nada de turnê, minha filha, nem estou querendo saber direito no momento,
estou aqui vendo meus disquinhos, nem tive tempo de vê-los direito ainda",
brincou.
Bethânia usou também sua condição de diva da MPB para passar ao largo de
assuntos espinhosos no meio musical, como pirataria e vendas de discos em queda
livre. Bethânia exige para si um tempo próprio.
- Eu estou obsoleta, todos aqui estamos - disse, para os cerca de 40
jornalistas presentes à entrevista na Gafieira Estudantina, no Centro do Rio -
O mundo já foi, já passou (estala os dedos). Mas para mim, não. Eu canto. Se eu
for me ocupar de pirataria, de vendagem, eu não canto. E isso não é meu serviço
- disse.
Ela quer se ocupar, cada vez mais, apenas de cantar.
- Minha fome de cantar é grande, eu nasci para isso. Adoro meu ofício.
Sonho, tenho pesadelo, como, durmo, acordo, namoro, brigo, tudo para ele -
declarou.
Os novos discos da cantora, que chegam às lojas no dia 5 de outubro,
reúnem 22 canções inéditas, garimpadas em meio a "milhões" de músicas
enviadas a ela por artistas de todo o país.
- É um modo de saber como anda a música brasileira, de ver quem ainda se
interessa por MPB e quem ainda quer compor para uma cantora de MPB de 63 anos -
disse.
Embora apresentados, no release enviado à imprensa pela gravadora
Biscoito Fino, como discos que têm como tema o "amor no auge de sua
maturidade" ("Tua") e os "diversos aspectos da fé"
("Encanteria"), Bethânia os enxerga de outro modo:
- Quem falou de amor maduro? Ah, é o release? Não sou eu não - avisou.
- Eu não separo um disco do outro. "Tua" tem ritmos e temas
elaborados amorosamente e "Encanteria" festeja e louva tudo isso. O
mundo está muito corrido e eu, que lido com música, preciso de pausas, do
silêncio. Hoje, o amor representa o silêncio. Muito barulho contínuo me dá sono
- disse a cantora, que se espantou ao descobrir, por um repórter, que existe
uma banda de heavy metal do Espírito Santo que se dedica a fazer versões
roqueiras de sua obra. E mais ainda ao saber que o grupo se chama Methânia.
- Methânia?!!! Rapaz, meu nome é um nome sagrado da Bíblia. Tem doido
pra tudo nesse mundo... Eles, eu...
Para Bethânia, os discos remetem à sua juventude "entre o mar e a
roça" ("eu acho chique demais a música rural") na Bahia.De
"Encanteria", ela destacou a participação da arrojada Escola Portátil
de Música, que a acompanha na faixa-título e em "Feita na Bahia". Já
de "Tua", o que mais a agradou foram os arranjos elaborados.
- Sofisticado, né? Parece até que eu sou a Diana Krall. Aquela mulher
canta tudo, toca tudo... Mas não nasceu em Santo Amaro!
CORREIO DO POVO
Porto Alegre, terça-feira, 29
de Setembro de 2015
Bethânia lança dois discos e retribui homenagem
Cantora
apresentou seus novos trabalhos na Estudantina Musical, no Rio de Janeiro
A quarta-feira foi de muita chuva no Rio de Janeiro
e na Praça Tiradentes, nas dependências da octagenária Estudantina Musical,
Maria Bethânia vestia o tradicional branco, profusão de pulseiras, cabelos
longos soltos e admirava, num mesa ornada com flores, seus dois novos feitos.
"Minha fome de cantar é grande. Meu ofício é esse. É tudo pra ele",
disse ao ser perguntada sobre os motivos de lançar dois álbuns ao mesmo tempo
num momento tão delicado da indústria fonográfica."Se eu me ocupar com os
problema da pirataria e outras coisas, eu não canto", completou.
Em "Tua", que está saindo pela gravadora Biscoito Fino, a cantora de 63 anos discorre sobre o amor, não extamente sobre uma relação específica, mas sobre o sentimento e sobre o equilíbrio e o amadurecimento deste amor. O título veio de uma canção da gaúcha Adriana Calcanhotto, uma das centenas que ela recebeu para gravar. Diz que ouviu mais de 300 de compositores do Brasil inteiro. "Se pudesse, gravava 10 discos de uma vez". O álbum é minimalista so sentido da concepção dos arranjos, com muitos silêncios, quase jazzístico. "Parece que sou a Diana Krall...mas ela não nasceu em Santo Amaro", brincou a cantora. Com Jaime Alem (violão), Jorge Helder (baixo) e Marcelo Costa (bateria), Bethânia se encarregou de "temperar" tudo com convidados especiais: João Carlos Assis Brasil ao piano em "É o Amor Outra Vez"; Hamilton de Holanda no bandolim em "Remanso"; Victor Biglione na guitarra, em "O Que eu Não Conheço", que é precedida pela citação de "A Mão do Amor", de Roque Ferreira, compositor dileto de Bethânia, assim como Roberto Mendes. Toninho Ferraguti participa no acordeon em "Até o Fim; e Lenine na voz em "Saudade", uma das mais belas canções do álbum.
"Encanteria", que sai pelo selo selo, o Quitanda, é festivo. Bethânia canta a devoção e a fé com a alegria de quem tem muito a agradecer. Na arte do disco, a cargo do mestre Gringo Cardia, a cantora tem as mãos pintadas com tinta de orucum, uma planta comumente usada pelos indígenas para pintar o corpo. Na entrevista, confessou seu grande sonho: cantar perto da floresta. "Quero que ela me ouça, enquanto ela estiver ali". O disco traz o balanço dos sambas de roda, da moda de viola e dos tambores do candomblé, como em "Santa Bárbara", "Coroa do Mar", "Doce Viola" e "Linha de Caboclo". O álbum traz dois grandes momentos: a participação dos alunos da Escola Portátil de Música em duas faixas, a que dá nome ao disco, e em "Feita na Bahia", e a reunião com Caetano Veloso e Gilberto Gil em "Saudade Dela". O encontro musical não acontecia desde o álbum "Talismã", de 1980, em "Alguém me Avisou".
A Estudantina
A escolha do local para a entrevista não foi por acaso. A Estudantina Musical, num dos pontos mais tradicionais do Rio de Janeiro, batizou seu palco com o nome da cantora e ela achava que não tinha retribuído a homenagem de forma suficiente. Uniu as duas coisas: apresentou o disco ali e logo depois recebeu muitos amigos. Agradeçeu emocionada e cantou ao lado da Orquestra Portátil de Música, que fez questão que todos conhecessem. Com olhos e ouvidos atentos estavam Caetano Veloso, Dori Caymmi, Moacyr Luz, J. Velloso, Rita Ribeiro, Teresa Cristina, Hermínio Bello de Carvalho e as amigas Gloria Perez e Renata Sorrah.
Em "Tua", que está saindo pela gravadora Biscoito Fino, a cantora de 63 anos discorre sobre o amor, não extamente sobre uma relação específica, mas sobre o sentimento e sobre o equilíbrio e o amadurecimento deste amor. O título veio de uma canção da gaúcha Adriana Calcanhotto, uma das centenas que ela recebeu para gravar. Diz que ouviu mais de 300 de compositores do Brasil inteiro. "Se pudesse, gravava 10 discos de uma vez". O álbum é minimalista so sentido da concepção dos arranjos, com muitos silêncios, quase jazzístico. "Parece que sou a Diana Krall...mas ela não nasceu em Santo Amaro", brincou a cantora. Com Jaime Alem (violão), Jorge Helder (baixo) e Marcelo Costa (bateria), Bethânia se encarregou de "temperar" tudo com convidados especiais: João Carlos Assis Brasil ao piano em "É o Amor Outra Vez"; Hamilton de Holanda no bandolim em "Remanso"; Victor Biglione na guitarra, em "O Que eu Não Conheço", que é precedida pela citação de "A Mão do Amor", de Roque Ferreira, compositor dileto de Bethânia, assim como Roberto Mendes. Toninho Ferraguti participa no acordeon em "Até o Fim; e Lenine na voz em "Saudade", uma das mais belas canções do álbum.
"Encanteria", que sai pelo selo selo, o Quitanda, é festivo. Bethânia canta a devoção e a fé com a alegria de quem tem muito a agradecer. Na arte do disco, a cargo do mestre Gringo Cardia, a cantora tem as mãos pintadas com tinta de orucum, uma planta comumente usada pelos indígenas para pintar o corpo. Na entrevista, confessou seu grande sonho: cantar perto da floresta. "Quero que ela me ouça, enquanto ela estiver ali". O disco traz o balanço dos sambas de roda, da moda de viola e dos tambores do candomblé, como em "Santa Bárbara", "Coroa do Mar", "Doce Viola" e "Linha de Caboclo". O álbum traz dois grandes momentos: a participação dos alunos da Escola Portátil de Música em duas faixas, a que dá nome ao disco, e em "Feita na Bahia", e a reunião com Caetano Veloso e Gilberto Gil em "Saudade Dela". O encontro musical não acontecia desde o álbum "Talismã", de 1980, em "Alguém me Avisou".
A Estudantina
A escolha do local para a entrevista não foi por acaso. A Estudantina Musical, num dos pontos mais tradicionais do Rio de Janeiro, batizou seu palco com o nome da cantora e ela achava que não tinha retribuído a homenagem de forma suficiente. Uniu as duas coisas: apresentou o disco ali e logo depois recebeu muitos amigos. Agradeçeu emocionada e cantou ao lado da Orquestra Portátil de Música, que fez questão que todos conhecessem. Com olhos e ouvidos atentos estavam Caetano Veloso, Dori Caymmi, Moacyr Luz, J. Velloso, Rita Ribeiro, Teresa Cristina, Hermínio Bello de Carvalho e as amigas Gloria Perez e Renata Sorrah.
Miércoles,
18 de noviembre de 2009
Tua
y Encanteria, los nuevos CD de la bahiana
Maria Bethânia vale por dos
En
uno de los discos toma al amor como tópico disparador de cada canción; en el
otro se vuelca con todo al sincretismo religioso que caracteriza las músicas de
Brasil. En ambos, la cantante hace honor a su leyenda y sigue impactando con la
carga de su voz.
Por
Karina Micheletto
Dos
discos lanzados en simultáneo –y editados en la Argentina casi al mismo tiempo
que en Brasil–, dos obras conceptuales, articuladas alrededor de tópicos
potentes, una misma manera de legitimar el título de “clásica” avanzando en la
exquisita originalidad de lo nuevo.
Si
Maria Bethânia es una de las figuras más importantes de la música americana de
las últimas décadas, es porque su carrera ha sido una constante apuesta por la
segunda parte de esta ecuación, y los dos discos que acaban de aparecer son
otra prueba de ello.
Tua,
centrado en el amor como tópico disparador de las canciones, y Encanteria,
donde suena todo el color y el calor del sincretismo religioso que caracteriza
al Brasil, son las dos nuevas obras con las que sorprende, una vez más, la gran
Maria Bethânia.
La
voz de la bahiana, inconfundible, profundamente dramática, capaz de expresar
una paleta amplia de sentimientos, matices, colores, vuelve a aparecer bien
custodiada por el sello de Jaime Alem, guitarrista, arreglador y director de la
banda de Bethânia desde hace 30 años.
A
la meticulosidad de la interpretación se suman arreglos precisos, en un sonido
que es actual y despojado, pero que también refleja todo el ritmo del folklore
del Nordeste brasileño.
A
la base de guitarra, bajo y percusión o batería se suman los vestidos dedicados
a cada canción: toques de acordeón, mandolina o cavaquinho, o filas de vientos
de la Escuela Portátil de Música para el despliegue festivo de algunos temas de
Encanteria, o la única compañía de un piano, a la que se suma el lánguido
acordeón de Toninho Ferragutti, en la tristísima “Domingo”, que cierra el
disco Tua.
Los
repertorios logran reunir un par de generaciones de creadores brasileños, pero
definitivamente hacen pie en los contemporáneos, toda una toma de postura de
parte de la intérprete.
Tua,
de hecho, es una canción de Adriana Calcanhoto, y en el disco también hay obras
de Jorge Vercillo, Arnaldo Antunes, Chico César o Paulinho Moska, además de las
de Roque Ferreira, un bahiano poco conocido fuera de la escena específica de la
música nordestina, que también firma varios de los temas de Encantaria y que
bendecido por la voz de Bethânia seguramente pasará a ganar pronto otras
escenas.
“Saudade”,
un tema que reúne en la composición a Chico César y Paulinho Moska, donde canta
como invitado Lenine, es quizás el punto más alto del disco que gira alrededor
del amor y el desamor, pero también de las formas más urbanas de la música –por
buscar un rótulo en contraposición al otro lanzamiento–. Encantería también
tiene invitados ilustres como Gilberto Gil y Caetano Veloso, y un hilo
conductor que va atando las diversas formas de la canción folklórica de
inspiración religiosa, desde el recogimiento de la plegaria a la festividad de
ritmos como el samba da roda, con letras y armonías simples y melodías siempre
dispuestas para el baile, transformadas por la voz de Bethânia en el poderoso
registro expresivo de su canción.
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