miércoles, 1 de agosto de 2012

1995 - CARMEN por CAETANO


















DISSERAM QUE EU VOLTEI AMERICANIZADA

(Vicente Paiva/Luis Peixoto)





1995
Tributo a Carmen miranda  /  A Tribute to Carmen Miranda
Lincoln Center, em Nova York, dirigido por Nelson Motta


FOLHA DE S.PAULO
Ilustrada


São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995

Nova York faz tributo a Carmen Miranda

DANIELA FALCÃO
de NOVA YORK

Mais de 10 mil pessoas lotaram o Damrosh Park, no Lincoln Center (Nova York), na sexta-feira à noite, para assistir o “Tributo a Carmen Miranda".

O show, que encerrou a programação de verão gratuita do Lincoln Center, durou cerca de duas horas e foi um dos mais concorridos da temporada.

Produzido por Tim Johnson e Nelson Motta, o tributo misturou nomes consagrados da música brasileira como Leo Gandelman e Eduardo Dusek a quase estreantes como o cantor carioca Nando Gabrielli.

Marília Pêra, Aurora Miranda (irmã de Carmen), Bebel Gilberto, Maria Alcina e Patrícia Marx também participaram da homenagem.

O evento estava marcado para as 20h15, mas desde as 19h00 era impossível achar lugar para sentar.

Como continuava chegando gente, a polícia teve que acomodar as pessoas no chão, quebrando a regra dos espetáculos na concha acústica no Lincoln Center, onde todos sentam em cadeiras colocadas no jardim.

Quem abriu o tributo foi a cantora Maria Alcina. Acompanhada por uma trupe de drag queens travestidas de Carmen Miranda, ela começou o show cantando dois sucessos da pequena notável: “Alô, Alô" e “Tico Tico no Fubá".

A presença das drags entusiasmou mais o público do que a apresentação da cantora, prejudicada pela má qualidade do som.

Maria Alcina fechou sua participação com uma coletânea de antigas marchinhas de Carnaval, de “Mamãe eu Quero" a “Balancê".

Contrastando com o colorido da trupe de Maria Alcina, Bebel Gilberto entrou no palco toda vestida de preto.

Cantou “Tic Tac do Meu Coração” e “Uva de Caminhão" e foi uma das mais aplaudidas pelo público, que reuniu brasileiros, americanos e, principalmente, a comunidade hispânica de Nova York.

A cantora baiana Juliana (outra semi-estreante), foi a primeira a fazer o público levantar e dançar. Acompanhada de dois dançarinos afros, ela fez de “O Que é Que a Baiana Tem" uma das mais originais interpretações do tributo.

A melhor parte do show, entretanto, só aconteceu na segunda metade do espetáculo, depois das apresentações de Nando Gabrielli (“Na Batucada da Vida") e Patrícia Marx.

Quem abriu a “parte nobre" do tributo foi o saxofonista Léo Gandelman. Acompanhado por Don Salvador (acordeão), ele foi aplaudido de pé.

Em seguida, veio Eduardo Dusek. Vestido de marinheiro, Dusek cantou duas músicas (“Disseram que eu Voltei Americanizada" e “Camisa Listrada") e saiu com o público pedindo bis (aliás, “mais um" em alto e bom português).

Marília Pêra apareceu no palco com vestido rosa cheio de babados e foi aplaudida de pé.


O momento mais emocionante aconteceu quando ela chamou ao palco Aurora Miranda e as cantaram juntas “Cantoras do Rádio".


“Você fica muito parecida com a Carmen quando se veste desse jeito", disse Aurora, que precisou de ajuda para andar até o centro do palco devido à idade.









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