jueves, 23 de agosto de 2012

1972 - CADA MACACO NO SEU GALHO [Chô Chuá]











Folha de S.Paulo - 25/5/1972













1972 - Revista InTerValo




“Cada macaco no seu galho” com Caetano e Gil foi a glória nacional, né?

Ah, eu guardo essa história de Caetano e de Gil no coração. Eles foram exilados, tiveram a felicidade de retornar ao Brasil e queriam uma música que fosse de acordo com a situação deles. Vieram para a Bahia e fizeram uma reunião com os sambistas daqui. Queriam, juntamente com a equipe da Phillips (atual gravadora Universal Music), uma música para fazer a reentrada no país. Na primeira reunião não compareci porque meus colegas não me deram o recado.



Ah!

Vai escutando. Eu trabalhava num banco (Desenbanco) e quando cheguei na segunda-feira para trabalhar, o sogro do Caetano e Gil, Doutor Gadelha (diretor da instituição e pai de Dedé e Sandra), virou-se para mim e disse: “Ô, Riachão você enfornou a reunião de Caetano e Gil, não recebeu o recado de seus colegas?”. Eu disse: “Ah, doutor Gadelha, amigo meu de samba, dar recado? Isso é coisa mais difícil. É bem capaz de dizerem que já morri”. Ele me levou ao seu gabinete, fez um bilhete com endereço de Caetano e Gil e me pediu para comparecer no sábado seguinte.



A concorrência era forte, né?

É... Combinei que ia saber o que queriam com o malandro aqui. Cheguei no endereço e Caetano disse que estava muito contente, Gil também. Lembro que falaram para a equipe: “Nós fomos macacos de auditório desse homem aqui”. Nunca mais esqueci. Eu estava alegre, feliz, tinha tomado umas cachaças... Caetano e Gil me acompanharam ao violão e cantei vários sambas. Quando cantei: "Chô, chuá, cada macaco no seu galho/ chô, chuá, eu não me canso de falar/ chô, chuá o meu galho é na Bahia”... Vi a turma suspendendo o dedão e gritando: “é essa, malandro!”. Não deu outra. Quanto mais levantavam o dedo mais eu cantava: “chô, chuá”. Cantei bastante (risos).
[Anonio Mariano Jr. - Gazeta do Povo, 2009]

 


CADA MACACO NO SEU GALHO
Letra y música: Riachão
1964

Chô, chuá
Cada macaco no seu galho
Chô, chuá
Eu não me canso de falar
Chô, chuá
O meu galho é na Bahia
O seu é em outro lugar
Chô, chuá
Cada macaco no seu galho
Chô, chuá
Eu não me canso de falar
Chô, chuá
O meu galho é na Bahia
Chô, chuá
O seu é em outro lugar
Não se aborreça moço da cabeça grande
Você vem não sei de onde
Fica aqui não vai pra lá
Esse negócio da mãe preta ser leiteira
Já encheu sua mamadeira
Vá mamar noutro lugar
Chô, chuá
Cada macaco no seu galho
Chô, chuá
Eu não me canso de falar
Chô, chuá
O meu galho é na Bahia
Chô, chuá
O seu é em outro lugar
Não se aborreça moço da cabeça grande
Você vem não sei de onde
Fica aqui não vai pra lá
Esse negócio da mãe preta ser leiteira
Já encheu sua mamadeira
Vá mamar noutro lugar
Chô, chuá
Cada macaco no seu galho
Chô, chuá
Eu não me canso de falar
Chô, chuá
O meu galho é na Bahia
Chô, chuá
O seu é em outro lugar
Chô, chuá
Cada macaco no seu galho
Chô, chuá
Eu não me canso de falar
Chô, chuá
O meu galho é na Bahia
Chô, chuá
O seu é em outro lugar!


CHICLETE COM BANANA
Compositores: Gordurinha/Almira Castilho

Só ponho bebop no meu samba
Quando o tio Sam pegar no tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele entender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim

Bebop, Bebop, Bebop
Bebop, Bebop, Bebop
Bebop, Bebop, Bebop
Quero ver a grande confusão
Bebop, Bebop, Bebop,
Bebop, Bebop, Bebop,
Bebop, Bebop, Bebop,
É o samba-rock, meu irmão

Mas em compensação
Quero ver o boogie-woogie de pandeiro e violão
Quero ver o tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira
Quero ver o tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira
















Maio/1972
GILBERTO GIL / CAETANO VELOSO
A. CADA MACACO NO SEU GALHO (Riachão) 4:35
GILBERTO GIL / CAETANO VELOSO
B. CHICLETE COM BANANA (Gordurinha/Almira Castilho) 3:40 GILBERTO GIL
Philips S 7” nº 6069.039


No hay comentarios:

Publicar un comentario