Uno de los integrantes de MPB-4, Antônio José Waghabi Filho “Magro”, falleció el 8 de agosto de pasado.
Texto de presentación del álbum Contigo aprendí:
“O MPB4 tomou esse nome quando a sigla estava ainda em vias de ganhar a acepção que comumente lhe damos hoje. É uma definição de não-gênero (ou de quase-gênero) que engloba a produção de música popular feita no Brasil por autores e intérpretes majoritariamente oriundos da classe média letrada. O termo, de certa forma, se opunha, em seus começos, às formas importadas do pop internacional, às versões de música estrangeira e à criação popularesca de aspecto fácil ou vulgar. Com o passar do tempo, esse critério de discriminação foi mudando de forma e hoje, como diz uma locutora da rádio MPB FM, "MPB é tudo". Mas não é exatamente uma expressão que abarque o que indicam as iniciais que a formam: não significa, para quem a pronuncia ou a ouve, "música popular brasileira". Assim, você pode ouvir alguém perguntar se alguém é "axé ou MPB", "sertanejo ou MPB", mesmo "popular ou MPB". O quarteto de Niterói, que ajudou a forjar o conceito, nunca se restringiu a ele. Na verdade, criadores não cabem nem mesmo nos rótulos que se autoimpõem. Em muitos momentos da minha vida, amei o termo MPB por causa do conjunto, de sua história, de sua integridade, de sua rica despretensão. Se tomássemos os termos "música", "popular" e "brasileira" e nos perguntássemos sobre eles à audição do quarteto, sentiriamos que cada termo lhe é perfeitamente adequado. Desde a sua fundação (e atravessando os anos de colaboração com Chico Buarque) esse conjunto tem sido a voz do Brasil. Sem procurar emular as harmonizações do tipo americano dos grupos vocais dos anos 1940/50, eles criaram um estilo flexível e relaxado, atributos tão tipicamente brasileiros. À medida que o próprio termo que eles tomaram para apelido foi se abrindo para searas variadas, eles foram, sem alarde, aprofundando o olhar sobre nossa tradição viva (não nossa tradição oficializada ou fossilizada). Ouvi-los cantar boleros em versões para o português é reconhecer a profundidade com que a canção americana de língua espanhola entrou na alma das pessoas da nossa geração. Quem sai homenageada é a tradição de versões de boleros de que a verdadeira MPB pode se orgulhar. O bom gosto dos arranjos (onde o violão brasileiro aparece com sua delicadeza, sem deixar de honrar a garra de violões à Los Panchos) comprova a sinceridade e o carinho com que essas canções foram abordadas. São os caras de Niterói dizendo a cada um dos artistas que os ensinaram a fruir as belezas que vinham do México ou de Cuba, adaptando-as à língua portuguesa. Sinto ternura e orgulho por participar desse projeto tão rico, tanto musical quanto historicamente." (Caetano Veloso, Junio/2012)
“O quarteto de violões Maogani me impressionou desde a primeira vez que eu os ouvi tocando uma música dos Beatles. Desde então fiquei apaixonado por eles, amor à primeira escuta. Foi com muita excitação e com muito prazer que eu soube que eles aceitaram o convite para participar de três faixas do nosso disco de boleros. Evidentemente, ficou maravilhoso.
E é o Maogani que toca na faixa que abre o disco, SABE DEUS, de Álvaro Carrilho com versão de Caetano Veloso. O arranjo do Paulo Aragão, escrito sob medida pro meu arranjo vocal, é muito gostoso. Tem a sonoridade que só essa soma de violões que vai do 7 cordas até o violão requinto pode oferecer pros ouvidos da gente. Os solos de Marcos Alves no violão de 6 cordas e de Maurício Marques no violão requinto são muito bonitos e completam a versão belíssima de Caetano Veloso. Guello fez aquilo que todo bom percussionista faz: vestiu e calçou com elegância o arranjo de Paulo Aragão." (Magro Waghabi, 18/6/2012)
2012 – MPB-4 con
Participación Especial: QUARTETO MAOGANI
Álbum “Contigo aprendi”
Duofel - Quarteto Maogani - Toninho Horta - Trio Madeira Brasil
Biscoito Fino CD bf 1022, Track 1.
SABE DEUS
Versión en portugués: Caetano Veloso
Não sendo adivinho seguirei pensando
Que me amas e somente a mim
Não é meu direito duvidar
Desconfiar de ti
E até negar a ser feliz
Porém eu pressinto
Que não estás comigo
Mesmo estando aqui
Sabe Deus
O homem não sabe nunca nada
Morrerei de pena se este amor fracassa
E tão só por equivocação
Eu devo estar louco
Ao atormentar-me
E sem ter razão
Mas eu hei de lutar
Para arrancar esta ingrata mentira
Do meu coração
SABRÁ DIOS
Álvaro Carrillo
Como no adivino seguiré pensando
Que me quieres solamente a mí
No tengo derecho en realidad para dudar de ti
Y para no vivir feliz pero yo presiento
Que no estas conmigo aunque estas aquí
Sabrá Dios, uno no sabe nunca nada
Me dará vergüenza si este amor fracasa
Nada más por mi equivocación
Y debo estar loco
Para atormentarme sin haber razón
Pero voy a luchar
Hasta arrancar esta ingrata mentira
De mi corazón
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