miércoles, 30 de agosto de 2017

2017 - COALA FESTIVAL - 4ª edição





2014 – 15/3 - COALA FESTIVAL - 1ª edição. 
O festival ocorre para comemorar o aniversário de 25 anos do Memorial.


2015 – 14/3 - COALA FESTIVAL - 2ª edição.


2016 – 3/9 - COALA FESTIVAL - 3ª edição.



2017 – 12/8 - COALA FESTIVAL - 4ª edição.


A 4ª edição do Coala Festival, que surgiu em 2014 e tem curadoria de Gabriel Andrade e Marcus Preto, vem colecionando bons shows e público recorde. A nova edição acontece no dia 12 deste mês no Memorial da América Latina, espaço onde é realizado desde a sua primeira edição. Em 2017, Caetano Veloso marca presença no line-up como a principal atração do evento e além dele também vão subir ao palco Emicida, que prepara um show especial com a participação de Rael e Fióti – ambos fazem parte do Laboratório Fantasma e lançaram discos em 2016 –, e Liniker e os Caramelows, que levam sua representatividade ao festival. Liderado pela cantora e compositora trans Liniker Barros, a banda mostra faixas do disco de estreia “Remonta”, lançado no ano passado.

Tulipa Ruiz, Rincon Sapiência e Aíla também estão no festival. Diretamente do Pará vem o Uaná System com referências sonoras e visuais combinando ritmos e grafias indígenas e outros signos regionais com o objetivo de conectar, integrar e difundir o valor de riquezas culturais das regiões amazônicas. O projeto Forró Red Light apresenta música eletrônica estruturada em cima de um baile de forró. Já o DJ, produtor e pesquisador musical Tahira também marca presença, além dos DJs EB e Shaka – que voltam para mais uma edição este ano.






Revista Rolling Stone

Coala 2017 reúne Caetano Veloso, Liniker e Emicida em dia de brasilidades e “fora, Temer”

Festival aconteceu no último sábado, 12, no Memorial da América Latina, em São Paulo, e também teve shows de Rincon Sapiência, Tulipa Ruiz e Aíla

Por ANNA MOTA E JULIA DE CAMILLO
13 de Agosto de 2017 às 18:07

Alguns dos principais nomes da música brasileira contemporânea tomaram conta do Memorial da América Latina, em São Paulo, no último sábado, 12, durante o Coala Festival 2017. As apresentações de Caetano Veloso, Emicida – acompanhado de Fióti e Rael –, Rincon Sapiência, Tulipa Ruiz, Aíla e Liniker e os Caramelows tiveram em comum o teor político e social, com manifestações contra preconceitos e violências, incluindo protestos verbais constantes contra o presidente Michel Temer (PMDB) e a favor da liberdade de Rafael Braga.
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Foto: Ana Luíza Ponciano


Caetano Veloso

Devido a uma sequência de pequenos atrasos nos shows anteriores, Caetano Veloso entrou no palco do Coala apenas 30 minutos após o horário previsto, às 20h50. Mas a demora não interferiu em nada na euforia do público, que esperava ansioso a presença de um dos maiores ícones da nossa música. Sozinho, apenas com um violão, ele começou a apresentação com “Nosso Estranho Amor”.
Sem pausas, o show seguiu com “Odeio”. Entre um verso e outro, o público encontrou uma brecha para compor a canção com Caetano, embalando o nome do presidente Michel Temer logo após o verso “odeio você”, como já aconteceu em outras apresentações dele ao redor do Brasil. “London London” e “Luz do Sol” foram as próximas. As performances evidenciaram a força atemporal de Veloso, que, mesmo com um repertório por vezes inesperado e sem banda de acompanhamento, foi acompanhado durante toda a apresentação pelo coro vivaz do público.
“Baby” deu início a uma sequência de sucessos que fez a plateia vibrar. “O Leãozinho” veio depois, causando delírio, sentimento que continuou em “Menino do Rio”. Após “Minha Voz, Minha Vida”, o baiano fez a famoso ode a São Paulo com “Sampa”. A comoção foi tanta que Veloso quase não foi ouvido quando, ao final da música, embalou um pequeno trecho de “São, São Paulo”, de Tom Zé, para finalizar a homenagem.
Caetano completou 75 anos na última segunda, 7, e, para não deixar que a data passasse em branco, o público puxou um “Parabéns Para Você” depois de “Reconvexo” e “Um Abraçaço”. O canto foi seguido por “Nine Out of Ten”, em que ele clamou estar “muito vivo”, antes de dar início ao momento mais político da apresentação, com “Podres Poderes”. Ao fim da performance, Caetano declamou um breve “fora, Temer”, seguindo a tradição da tarde/noite no festival.
O show ainda contou com “Tigresa”, “Qualquer Coisa”, “Força Estranha” e “Desde que o Samba É Samba” antes dele fazer o público dançar (apenas com um violão, sem nenhum instrumento de percussão) com “A Luz de Tieta” e deixar o palco pela primeira vez. Mesmo sem Veloso, os versos de “Tieta” não pararam de ecoar pelo Memorial da América Latina, e ele retornou para mais duas músicas. Pela vastidão de sucessos, o cantor deixou, sem grandes problemas, músicas como “Sozinho” e “You Don't Know Me” de lado. As escolhidas para terminar o dia de brasilidades do Coala foram “Um Índio” e “Odara”, que, pela última vez neste sábado, 12, fez o público paulistano dançar.


FOLHA DE S.PAULO
Ilustrada

Com show de Caetano, festival Coala é marcado por gritos de 'fora, Temer'

O cantor Caetano Veloso durante apresentação no Coala Festival, no Memorial da America Latina - Foto: Greg Salibian/Folhapress

VICTORIA AZEVEDO

DE SÃO PAULO

12/08/2017

"Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos", cantou um Memorial da América Latina lotado na noite deste sábado (12). O cantor Caetano Veloso aproveitou para emendar em um "fora Temer", que levou o público a puxar mais gritos de protesto. O baiano foi o destaque da quarta edição do Coala Festival, evento dedicado à musica brasileira.

Último a se apresentar, Caetano, sozinho no palco, interpretou hits da carreira, como "Reconvexo", "Odara", "A Luz de Tieta", "Baby" e "Sampa", esta última com o refrão de "São, São Paulo" —para a alegria de Tom Zé, autor da música, que acompanhava o show na multidão.
Ao lado do veterano, o evento reuniu apresentações de nomes que se destacam na nova cena da MPB. Nos intervalos, os DJs Uaná System, Tahira, Forró Red Light, EB e Shaka revezaram-se no comando do som e deixaram um clima de festa entre o público.

A festa começou às 13h30 com show da performática Liniker e sua banda Os Caramelows. Com público animado, ela soltou a voz em canções do primeiro disco, "Remonta".
Em seguida, com poucos minutos de atraso, subiu ao palco a cantora Aíla. Expoente da cena paraense, ela cantou músicas do CD "Em Cada Verso, Um Contra-Ataque" (2016), que investe em uma sonoridade pop com distorções de rock e beats eletrônicos.

Ela foi seguida pela cantora santista Tulipa Ruiz, que apresentou repertório com faixas de sua discografia —"Dancê" (2015), "Tudo Tanto" (2012) e "Efêmera" (2010). Acompanhada de banda, ela recebeu seu pai, o guitarrista Luiz Chagas, e a cantora Liniker, para parceria na última música do set list.

Em seguida, foi a vez de Rincon Sapiência apresentar o recém-lançado "Galanga Livre". Já anoitecendo, o rapper puxou gritos de "fora, Temer", que ecoaram no público.

Penúltima atração da programação, Emicida subiu ao palco acompanhado de Rael e Fióti, seu irmão, com a frase "Libertem Rafael Braga" estampada no telão. "Como que o Joesley [Batista] está solto na rua e o Rafael Braga na cadeia?", indagou o rapper. Rafael Braga foi um dos poucos brasileiros presos e condenados na chamada Jornada de 2013, quando manifestações tomaram as ruas do país.

Além de músicas do elogiado "Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa" (2015), os convidados também deixaram sua marca com faixas de seus respectivos trabalhos.

Pouco antes das 22h, Caetano deixou o palco, encerrando o festival, com público animado. Segundo a organização, os ingressos esgotaram –a expectativa era receber 12 mil pessoas. Nos anos anteriores, o Coala já reuniu nomes como Tom Zé, Criolo, BaianaSystem e Karol Conká.






Foto: Greg Salibian / Folhapress


Liniker




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