sábado, 19 de agosto de 2017

2005 - FOLHA EXPLICA CAETANO VELOSO



18/11/2005



Editora lança "Folha Explica Caetano Veloso"
da Folha Online

A Livraria Cultura e a Publifolha vão realizar neste sábado (19) o lançamento do livro "Folha Explica Caetano Veloso", de Guilherme Wisnik. O evento será a partir das 11h30 na Loja de Artes da Livraria Cultural, no Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073).


Capa do livro a ser lançado no dia 19 Divulgação

Caetano Veloso tem 40 anos de carreira - Divulgação

É o 68º livro da série "Folha Explica". Wisnik é arquiteto e mestre em história social pela USP. Foi crítico de arquitetura da Folha, escreveu o livro "Lucio Costa" (Cosac Naify, 2001) e o roteiro do documentário "O Risco - Lucio Costa e a Utopia Moderna" (Bang Bang Filmes Produções, 2003, prêmio do júri no Festival de Gramado). Também é autor do ensaio "Modernidade Congênita", incluído no livro "Arquitetura Moderna Brasileira" (Phaidon Press, 2004).

No seu novo livro, o escritor enfrenta o desafio de apresentar Caetano Veloso, considerado uma das mais inexplicáveis personalidades brasileiras --não apenas por ser um artista polêmico e camaleônico, mas também por se tratar de alguém que não cansou de se auto-explicar ao longo dos seus 40 anos de vida artística.

Ao mesmo tempo, desde o início de sua carreira, ao atacar a autonomia formal da canção, incluindo nela outros elementos, o compositor contribuiu para transformar a música popular brasileira em um campo onde as coisas estão sempre postas em estado de explicação. A partir daí a canção passa a fazer parte dos debates que problematizam e explicam a cultura, e acabam também por explicar o Brasil.

Assim, não são poucas as explicações que, de um modo ou de outro, estão pressupostas nesse pequeno livro, no qual Wisnik propõe um embaralhamento de tempos, que tenta dialogar com a prosa poética do artista, essencialmente elíptica e antinarrativa.

A opção do autor de não fazer uma cronologia linear "procura dar maior ênfase a questões essenciais que atravessam sua obra, visto que esta é marcada por inúmeros pontos de adensamento e ruptura em que Caetano veio, ao longo do tempo, a reinventar-se diante de impasses e desafios renovados, embora nem sempre com pleno domínio dos seus desígnios".

O livro é dividido nos capítulos: "Arestas Insuspeitadas", "O Corpo Morto de Deus Vivo e Desnudo", "Acordes Dissonantes pelos Cinco Mil Alto-Falantes", "Transa Qualquer Coisa Jóia, Bicho. Muito Cinema Transcendental", "Lançar Mundos no Mundo", além de uma discografia e cronologia da vida e obra do artista e sites e bibliografia para quem deseja aprofundar-se no assunto.


Serviço
"Folha Explica Caetano Veloso"
Autor: Guilherme Wisnik
Editora: Publifolha
Páginas: 200
Preço: R$ 19,90
Venda: O livro pode ser adquirido nas principais livrarias do país ou pelo televendas 0800-140090



Jornal do Brasil
30.11.05 

Tarik de Souza

Caetano explicado

''No limiar da abertura política do Brasil, Caetano está situado no pólo oposto do sentimentalismo ufanista de Coração de estudante (Milton Nascimento/ Wagner Tiso), que marcou a eleição (indireta) de Tancredo Neves e a comoção nacional com sua morte inesperada.

Mas está, também, distante da exaltação apoteótica - embora irônica - de Vai passar (Chico Buarque), igualmente emblemática desse período. Pois enquanto Chico, ligado aos anseios de transformação social representados pela emergência histórica do Partido dos Trabalhadores, se engajava positivamente no ideal de libertação ali representado, Caetano desconfiava da imaturidade política do país, preferindo enxergar o futuro democrático como um equacionamento de extremos: 'Quando é que em vez de rico/ ou polícia ou mendigo ou pivete/ serei cidadão/ e quem vai equacionar as pressões/ do PT, da UDR/ e fazer dessa vergonha/ uma nação?' (Vamos comer , 1987)''.

A análise é do arquiteto e mestre em história social pela USP Guilherme (filho de José Miguel) Wisnik, no livro sobre Caetano Veloso da série Folha Explica.
Além da reflexão sobre a obra, o livro, em formato de bolso, traz a discografia e cronologia de seu trajeto. 



10/01/2006
CULTURA

Biografia de Caetano Veloso será lançada dia 17

O polêmico Caetano Veloso ganhou biografia assinada por Guilherme Wisnik - arquiteto e escritor, filho do músico José Miguel Wisnik. A obra, que faz parte da coleção Folha Explica, da Publifolha, faz um perfil inédito do artista, trazendo uma narrativa não-linear com os principais pontos que marcaram sua carreira. O lançamento do livro na Bahia será na próxima terça-feira, na Civilização Brasileira, terceiro piso do Shopping Barra. Informações do jornal "Correio da Bahia".

IBahia


    
                                  Guilherme Wisnik    Maria Guimarães Sampaio



Terça-Feira, 17 de Janeiro de 2006


Camaleão das palavras


“Folha explica Caetano Veloso” tem a difícil tarefa de desvendar o discurso mutante do artista

Doris Miranda



A relação entre a obra de Caetano e a realidade sociocultural brasileira dá o tom da publicação


Fértil em palavras, Caetano Veloso sempre adorou falar demais, dar opinião em tudo, manifestar-se a respeito das polêmicas que pipocam ao redor do mundo.

Gosta tanto disso que se contradiz freqüentemente, reforçando a fama de camaleônico que ganhou da imprensa em geral. Missão difícil, portanto, é a de traduzi-lo. Alguns tentaram nestas quatro décadas de carreira do santo-amarense. Poucos, no entanto, se saíram bem da incumbência, aceita pelo arquiteto e escritor Guilherme Wisnik, que lança hoje em Salvador Folha explica Caetano Veloso, misto de ensaio e biografia que integra a coleção Folha explica (Publifolha). A tarde de autógrafos acontece às 17h, na livraria Civilização Brasileira do Shopping Barra.

Antes de mais nada, um aviso pertinente aos fãs: o livro não conta a história do filho ilustre de dona Canô, assim, certinha, com começo, meio e fim. A publicação está mais para uma análise sobre a contribuição que as músicas de Caetano oferecem para o entendimento da realidade sociocultural brasileira. Com leveza e distanciamento da linguagem sisuda da academia, o arquiteto e mestre em história Guilherme Wisnik (filho do músico e compositor José Miguel Wisnik) construiu uma obra consistente, apesar de não linear. "Antes de aceitar a encomenda, fiquei pensando se tinha mesmo força para essa missão. Depois que disse o sim, fiz questão de ressaltar, logo na primeira frase, que Caetano é inexplicável, ainda que ele viva se explicando", diverte-se o autor de 32 anos, que também escreveu o livro Lucio Costa e o roteiro do documentário O risco - Lucio Costa e Utopia moderna.

Wisnik conta que embaralhou o tempo, apresentando as fases artísticas do baiano sem ordem cronológica. "Não quis ficar muito em cima de Caetano, achei bom ter uma certa independência. O livro não é bem uma reunião de explicações, isso se revelaria pretensioso. O teor é bem mais uma série de descobertas minhas, como a importância do exílio para a vida profissional dele. Foi depois de Londres que Caetano começou a tocar, a cantar melhor, a se tornar um artista inteiro. Tomo como exemplo a produção riquíssima da década de 70", opina. Guilherme aponta esse período como o mais importante na música de Caetano, até mesmo acima do Tropicalismo. "A Tropicália foi um movimento intelectual, mais racional e menos musical", pontua. No livro, aprofunda.

Com pouquíssimo contato com o biografado, a não ser esparsos e-mails para tirar pequenas dúvidas, Guilherme baseou toda sua pesquisa no arquivo da fotógrafa baiana Maria Sampaio, tia do autor. "Ela tem o melhor arquivo de discos e recortes sobre Caetano que conheço", revela. Por conhecimento de causa, Maria Sampaio assina com o sobrinho uma detalhadíssima discografia do artista. O livrinho tem outros pequenos mimos: bibliografia com todas as obras (livros, filmes, artigos e sites) escritas por Caetano - e sobre ele - para os que desejam se aprofundar. Há ainda uma criteriosa cronologia, com os aspectos mais importantes da carreira do artista.

Apenas um capítulo de Folha explica Caetano Veloso não foi extraído da produção do artista, O corpo morto de Deus vivo e desnudo, verso do poema Ulisses, de Fernando Pessoa. "Usei porque achei que tinha tudo a ver com a situação do exílio de Caetano e Gil em Londres", afirma Wisnik.

O capítulo, claro, fala da passagem dos tropicalistas pela Inglaterra. Nesse trecho há um texto importante escrito na época em que Caetano diz, assustado, "Nós estamos mortos", ao ver uma foto sua estampada na capa de uma revista, ao lado do corpo do comandante Carlos Marighella morto. "É uma imagem muito forte. Eu associei aos versos de Pessoa que Caetano declamava em É proibido proibir, de 1968", justifica Guilherme. Ledo engano do baiano, como se pode perceber hoje. "Apesar de já não produzir nada mais tão marcante quanto Circuladô, seu último grande disco, Caetano ainda forma, ao lado e Chico Buarque e Gilberto Gil, o trio de artistas mais importantes da MPB", arremata.


FICHA
Livro: Folha explica Caetano Veloso
Autor: Guilherme Wisnik
Editora: Publifolha
Preço: R$19,90 (200 páginas)
Lançamento: hoje, às 17h, na Livraria Civilização Brasileira (Shopping Barra)



Foto: Claudio Freitas

1988 - Foto: Maria Guimarães Sampaio (Pág. 200)






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