Editora lança "Folha Explica Caetano Veloso"
da Folha Online
A Livraria Cultura e a Publifolha vão realizar neste sábado (19) o lançamento do livro "Folha Explica Caetano Veloso", de Guilherme Wisnik. O evento será a partir das 11h30 na Loja de Artes da Livraria Cultural, no Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073).
A Livraria Cultura e a Publifolha vão realizar neste sábado (19) o lançamento do livro "Folha Explica Caetano Veloso", de Guilherme Wisnik. O evento será a partir das 11h30 na Loja de Artes da Livraria Cultural, no Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073).
Capa do livro a ser lançado no dia 19 - Divulgação
Caetano Veloso tem 40 anos de carreira - Divulgação
É o 68º livro da série "Folha
Explica". Wisnik é arquiteto e mestre em história social pela USP. Foi
crítico de arquitetura da Folha, escreveu o livro "Lucio
Costa" (Cosac Naify, 2001) e o roteiro do documentário "O Risco -
Lucio Costa e a Utopia Moderna" (Bang Bang Filmes Produções, 2003, prêmio
do júri no Festival de Gramado). Também é autor do ensaio "Modernidade
Congênita", incluído no livro "Arquitetura Moderna Brasileira" (Phaidon Press, 2004).
No seu novo livro, o escritor enfrenta o desafio de apresentar Caetano Veloso, considerado uma das mais inexplicáveis personalidades brasileiras --não apenas por ser um artista polêmico e camaleônico, mas também por se tratar de alguém que não cansou de se auto-explicar ao longo dos seus 40 anos de vida artística.
No seu novo livro, o escritor enfrenta o desafio de apresentar Caetano Veloso, considerado uma das mais inexplicáveis personalidades brasileiras --não apenas por ser um artista polêmico e camaleônico, mas também por se tratar de alguém que não cansou de se auto-explicar ao longo dos seus 40 anos de vida artística.
Ao mesmo tempo, desde o início de sua
carreira, ao atacar a autonomia formal da canção, incluindo nela outros
elementos, o compositor contribuiu para transformar a música popular brasileira
em um campo onde as coisas estão sempre postas em estado de explicação. A
partir daí a canção passa a fazer parte dos debates que problematizam e
explicam a cultura, e acabam também por explicar o Brasil.
Assim, não são poucas as explicações que, de um modo ou de outro, estão pressupostas nesse pequeno livro, no qual Wisnik propõe um embaralhamento de tempos, que tenta dialogar com a prosa poética do artista, essencialmente elíptica e antinarrativa.
A opção do autor de não fazer uma cronologia linear "procura dar maior ênfase a questões essenciais que atravessam sua obra, visto que esta é marcada por inúmeros pontos de adensamento e ruptura em que Caetano veio, ao longo do tempo, a reinventar-se diante de impasses e desafios renovados, embora nem sempre com pleno domínio dos seus desígnios".
O livro é dividido nos capítulos: "Arestas Insuspeitadas", "O Corpo Morto de Deus Vivo e Desnudo", "Acordes Dissonantes pelos Cinco Mil Alto-Falantes", "Transa Qualquer Coisa Jóia, Bicho. Muito Cinema Transcendental", "Lançar Mundos no Mundo", além de uma discografia e cronologia da vida e obra do artista e sites e bibliografia para quem deseja aprofundar-se no assunto.
Serviço
"Folha Explica Caetano Veloso"
Autor: Guilherme Wisnik
Editora: Publifolha
Páginas: 200
Preço: R$ 19,90
Venda: O livro pode ser adquirido nas principais livrarias do país ou pelo televendas 0800-140090
Assim, não são poucas as explicações que, de um modo ou de outro, estão pressupostas nesse pequeno livro, no qual Wisnik propõe um embaralhamento de tempos, que tenta dialogar com a prosa poética do artista, essencialmente elíptica e antinarrativa.
A opção do autor de não fazer uma cronologia linear "procura dar maior ênfase a questões essenciais que atravessam sua obra, visto que esta é marcada por inúmeros pontos de adensamento e ruptura em que Caetano veio, ao longo do tempo, a reinventar-se diante de impasses e desafios renovados, embora nem sempre com pleno domínio dos seus desígnios".
O livro é dividido nos capítulos: "Arestas Insuspeitadas", "O Corpo Morto de Deus Vivo e Desnudo", "Acordes Dissonantes pelos Cinco Mil Alto-Falantes", "Transa Qualquer Coisa Jóia, Bicho. Muito Cinema Transcendental", "Lançar Mundos no Mundo", além de uma discografia e cronologia da vida e obra do artista e sites e bibliografia para quem deseja aprofundar-se no assunto.
Serviço
"Folha Explica Caetano Veloso"
Autor: Guilherme Wisnik
Editora: Publifolha
Páginas: 200
Preço: R$ 19,90
Venda: O livro pode ser adquirido nas principais livrarias do país ou pelo televendas 0800-140090
Jornal do Brasil
30.11.05
Tarik de Souza
Caetano
explicado
''No limiar da abertura política do Brasil, Caetano está situado no pólo oposto do sentimentalismo ufanista de Coração de estudante (Milton Nascimento/ Wagner Tiso), que marcou a eleição (indireta) de Tancredo Neves e a comoção nacional com sua morte inesperada.
Mas está, também, distante da exaltação apoteótica - embora irônica - de Vai passar (Chico Buarque), igualmente emblemática desse período. Pois enquanto Chico, ligado aos anseios de transformação social representados pela emergência histórica do Partido dos Trabalhadores, se engajava positivamente no ideal de libertação ali representado, Caetano desconfiava da imaturidade política do país, preferindo enxergar o futuro democrático como um equacionamento de extremos: 'Quando é que em vez de rico/ ou polícia ou mendigo ou pivete/ serei cidadão/ e quem vai equacionar as pressões/ do PT, da UDR/ e fazer dessa vergonha/ uma nação?' (Vamos comer , 1987)''.
A análise é do arquiteto e mestre em história social pela USP Guilherme (filho de José Miguel) Wisnik, no livro sobre Caetano Veloso da série Folha Explica.
10/01/2006
CULTURA
Biografia
de Caetano Veloso será lançada dia 17
O
polêmico Caetano Veloso ganhou biografia assinada por Guilherme Wisnik -
arquiteto e escritor, filho do músico José Miguel Wisnik. A obra, que faz parte
da coleção Folha Explica, da Publifolha, faz um perfil inédito do artista,
trazendo uma narrativa não-linear com os principais pontos que marcaram sua
carreira. O lançamento do livro na Bahia será na próxima terça-feira, na
Civilização Brasileira, terceiro piso do Shopping Barra. Informações do jornal
"Correio da Bahia".
IBahia
Guilherme Wisnik Maria Guimarães Sampaio
Terça-Feira, 17 de Janeiro de 2006
Camaleão das palavras
“Folha explica Caetano Veloso” tem a difícil tarefa
de desvendar o discurso mutante do artista
Doris Miranda
A relação entre a obra de Caetano e a realidade
sociocultural brasileira dá o tom da publicação
Fértil em palavras, Caetano Veloso sempre adorou
falar demais, dar opinião em tudo, manifestar-se a respeito das polêmicas que
pipocam ao redor do mundo.
Gosta tanto disso que se contradiz freqüentemente,
reforçando a fama de camaleônico que ganhou da imprensa em geral. Missão
difícil, portanto, é a de traduzi-lo. Alguns tentaram nestas quatro décadas de
carreira do santo-amarense. Poucos, no entanto, se saíram bem da incumbência,
aceita pelo arquiteto e escritor Guilherme Wisnik, que lança hoje em Salvador
Folha explica Caetano Veloso, misto de ensaio e biografia que integra a coleção
Folha explica (Publifolha). A tarde de autógrafos acontece às 17h, na livraria
Civilização Brasileira do Shopping Barra.
Antes de mais nada, um aviso pertinente aos fãs: o
livro não conta a história do filho ilustre de dona Canô, assim, certinha, com
começo, meio e fim. A publicação está mais para uma análise sobre a
contribuição que as músicas de Caetano oferecem para o entendimento da
realidade sociocultural brasileira. Com leveza e distanciamento da linguagem
sisuda da academia, o arquiteto e mestre em história Guilherme Wisnik (filho do
músico e compositor José Miguel Wisnik) construiu uma obra consistente, apesar
de não linear. "Antes de aceitar a encomenda, fiquei pensando se tinha
mesmo força para essa missão. Depois que disse o sim, fiz questão de ressaltar,
logo na primeira frase, que Caetano é inexplicável, ainda que ele viva se
explicando", diverte-se o autor de 32 anos, que também escreveu o livro
Lucio Costa e o roteiro do documentário O risco - Lucio Costa e Utopia moderna.
Wisnik conta que embaralhou o tempo, apresentando
as fases artísticas do baiano sem ordem cronológica. "Não quis ficar muito
em cima de Caetano, achei bom ter uma certa independência. O livro não é bem
uma reunião de explicações, isso se revelaria pretensioso. O teor é bem mais
uma série de descobertas minhas, como a importância do exílio para a vida
profissional dele. Foi depois de Londres que Caetano começou a tocar, a cantar
melhor, a se tornar um artista inteiro. Tomo como exemplo a produção riquíssima
da década de 70", opina. Guilherme aponta esse período como o mais
importante na música de Caetano, até mesmo acima do Tropicalismo. "A
Tropicália foi um movimento intelectual, mais racional e menos musical",
pontua. No livro, aprofunda.
Com pouquíssimo contato com o biografado, a não ser
esparsos e-mails para tirar pequenas dúvidas, Guilherme baseou toda sua
pesquisa no arquivo da fotógrafa baiana Maria Sampaio, tia do autor. "Ela
tem o melhor arquivo de discos e recortes sobre Caetano que conheço",
revela. Por conhecimento de causa, Maria Sampaio assina com o sobrinho uma
detalhadíssima discografia do artista. O livrinho tem outros pequenos mimos:
bibliografia com todas as obras (livros, filmes, artigos e sites) escritas por
Caetano - e sobre ele - para os que desejam se aprofundar. Há ainda uma
criteriosa cronologia, com os aspectos mais importantes da carreira do artista.
Apenas um capítulo de Folha explica Caetano Veloso
não foi extraído da produção do artista, O corpo morto de Deus vivo e desnudo,
verso do poema Ulisses, de Fernando Pessoa. "Usei porque achei que tinha
tudo a ver com a situação do exílio de Caetano e Gil em Londres", afirma
Wisnik.
O capítulo, claro, fala da passagem dos
tropicalistas pela Inglaterra. Nesse trecho há um texto importante escrito na
época em que Caetano diz, assustado, "Nós estamos mortos", ao ver uma
foto sua estampada na capa de uma revista, ao lado do corpo do comandante
Carlos Marighella morto. "É uma imagem muito forte. Eu associei aos versos
de Pessoa que Caetano declamava em É proibido proibir, de 1968", justifica
Guilherme. Ledo engano do baiano, como se pode perceber hoje. "Apesar de
já não produzir nada mais tão marcante quanto Circuladô, seu último grande
disco, Caetano ainda forma, ao lado e Chico Buarque e Gilberto Gil, o trio de
artistas mais importantes da MPB", arremata.
FICHA
Livro: Folha explica Caetano Veloso
Autor: Guilherme Wisnik
Editora: Publifolha
Preço: R$19,90 (200 páginas)
Lançamento: hoje, às 17h, na Livraria Civilização
Brasileira (Shopping Barra)
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