lunes, 28 de agosto de 2017

2016 - Programa MINHA ESTUPIDEZ




O programa de entrevistas comandado pela atriz e escritora Fernanda Torres, estreou no canal GNT.

O nome do programa se dá porque, segundo Fernanda, são temas que ela admira, mas não domina, e mostram o tamanho de “sua estupidez”.


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P: Você deve ter ouvido histórias muito curiosas…

R: O Caetano, por exemplo, disse que uma estrofe da música Um Índio foi retirada de Tristes Trópicos, ensaio do antropólogo e filósofo francês Claude Lévi-Strauss. É um texto visionário, obrigatório. Também foi bonito o momento em que o Caetano contou como o “penso, logo existo”, dito pela tia, o impactou quando ele era criança. . . .
[Fernanda Torres, 19/11/2016, Revista Veja Rio]




Cantor é o entrevistado do quinto e último episódio de “Minha Estupidez”, com Fernanda Torres

Caetano Veloso revela ter repetido de ano e diz que ficou “vadio” no Rio de Janeiro

Fernanda Torres cria coragem e vai até a casa de Caetano Veloso, que fala livremente sobre a sua formação, relembrando a primeira vez em que ouviu sua tia dizer “Penso, logo existo”, e de como a frase o impactou, aos sete anos de idade. Ele fala ainda de sua geração na Bahia dos anos 60, da homossexualidade contida nos escritos de Thomas Mann, lê um trecho de Tristes Trópicos, de Claude Levy-Strauss, sobre os estudantes brasileiros que foram formados pelo antropólogo francês, durante o período em que lecionou na USP, na década de 30 (*).

Caetano revela que uma frase desse trecho entraria na composição de “Índio”, e comenta do impacto de conhecer José Agrippino de Paula, e do quanto as ideias do escritor, autor de “Panamérica", estavam à frente do movimento que ele ajudaria a criar, a Tropicália.






(*) “Nossos estudantes queriam saber tudo; mas, em qualquer campo que fosse, só a teoria mais recente parecia merecer-lhes a atenção. Fartos de todos os festins intelectuais do passado, que, aliás, só conheciam por ouvir dizer, já que não liam as obras originais, conservavam um entusiasmo sempre disponível pelos pratos novos. Criados para respeitar apenas as ideias maduras, ficávamos expostos às investidas de estudantes de uma ignorância completa quanto ao passado, mas cuja informação tinha sempre alguns meses de avanço em relação à nossa”. “Isso é o Brasil”, explica Caetano.

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