Cuiabá 23/4/1954 - Rio de Janeiro 14/6/2017
O GLOBO
BLOG DO MORENO
Caetano lança Ciro à presidência da República
Por JORGE BASTOS MORENO
07/03/2017
Caetano Veloso, Ciro Gomes, Lula e Chico Buarque | Arquivo |
Antes de embarcar ontem à noite para Montevidéu, no Uruguai, onde começa hoje uma série de shows pela América do Sul, Caetano Veloso disse ao Blog do Moreno que acredita que Ciro Gomes é a melhor das opções colocadas para a sucessão de Michel Temer. Reconheceu que, ao assumir a candidatura de Ciro, está na contramão de vários amigos intelectuais e artistas, como Chico Buarque, que acabam de subscrever um manifesto em defesa da candidatura do ex-presidente Lula, sob o título “Lula já!”.
--- É bom que as posições sejam definidas, pois
isso só estimula, agita, o debate.
Ao blog, Caetano ressaltou que a sua posição em
defesa da candidatura de Ciro Gomes já havia sido manifestada em artigo que
escreveu para a revista eletrônica “Fevereiro” (*), da qual é colaborador.
Ele já previa, nesse artigo, o surgimento do
movimento pró-Lula, tanto que, a certa altura do texto escreveu:
--- A volta de Lula? O pensamento sobre 2018 trouxe
a hipótese. Lula é um líder de grandeza incomparável, talvez só Getúlio. Seu
discurso em resposta à estranha decisão do juiz Moro de expedir uma condução
coercitiva para levá-lo a depor sem que ele tivesse se negado a fazê-lo mostrou
um político potente. Pouco depois, ele já aparecia como um ex-líder.
Entristece, mas a fórmula de liderança populista é algo que me sugere
retrocesso a velhos males latinoamericanos.
Sobre a candidatura de Ciro, Caetano lembrou:
--- Votei em Ciro Gomes na eleição de 1998: eu não
era a favor da reeleição. Agora, sabendo-o possível candidato, penso em voltar
a fazê-lo. O discurso de Mangabeira em sua volta ao PDT, que vi na internet, me
convenceu.
(*) Artigo UM VOTO. Abril 2016, Revista fevereiro # 9, pág. 153.
O GLOBO
Caetano Veloso: Saudades em vários níveis
"Tudo em Jorge Bastos Moreno transmitia doçura"
POR CAETANO VELOSO
14/06/2017
Jorge
Bastos Moreno era uma presença doce. Em torno dele, fosse em sua casa de
Brasília, fosse em seu apartamento do Rio, encontravam-se artistas e
jornalistas, moças bonitas e sérios economistas. Claro que nosso camarada foi
um jornalista também ácido — além de ser um conhecedor dos labirintos da
política brasileira (a começar por sua contribuição para o estudo de nossa
história recente, com a série de artigos sobre Ulysses Guimarães, de quem ele
esteve perto no período mais significativo de sua trajetória) — mas o prazer de
bate-papo, a ternura com que ele se dirigia às mulheres atraentes surgidas em
novelas, filmes ou noticiários de TV, tudo em JBM transmitia doçura.
Recebo
a notícia de sua repentina morte logo ao acordar, já no meio da tarde. Achei
amargamente irônico ler no jornal que me esperava à mesa que Cunha afirma nunca
ter sido pago por Temer para manter-se calado. Eu gostaria que JBM estivesse
aqui, para, entre uma festa e outra no seu apartamento, publicar seus
comentários sobre esse e todos os outros assuntos relacionados.
Saudades
em vários níveis.
2016 - Caetano Veloso e Júlia Duailibi falando sobre Antônio Prata, no pré-Natal da Laje do Moreno. |
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