Texto de Caetano (3/7/1959), corregido por el profesor Néstor de Oliveira |
Música: Caetano Veloso
Poema: Néstor de Oliveira (1954)
© 1983 Gapa / Saturno
Passa o tempo e a vida passa
E eu, de alma ingênua, acredito
Num sonho doce infinito
Plenitude, enlevo e graça.
Que, sem tortura ou revolta,
Estou cantando ao luar.
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar.
Depois, a estrada poeirenta,
Os pés sangrando em pedrouços
E apaziguando alvoroços,
A alma intranqüila e sedenta.
Murchessem todas as flores
E a correnteza das horas,
As trevas sobre as auroras
E os derradeiros amores.
Recordo o passado inteiro
E as voltas que o mundo dá.
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá.
E aquele ao léu do destino
Que inspirou tanto louvor.
Cajueiro pequenino
Carregadinho de flor.
Passa o tempo e eu fico mudo.
Ontem ainda, a ciranda.
Vida à toa, a trova branda
Agora envolvendo tudo:
O vale nativo, os combros,
Várzea, montanha, devesa,
Essa poeira de escombros
De que se nutre a tristeza.
Velho, recordo o menino
Que resta de mim, sei lá.
Cajueiro pequenino,
Meu pé de jacarandá.
1983 - MARIA BETHÂNIA
Arreglos: Maria Bethânia y Caetano Veloso
1ª guitarra: Caetano Veloso
2ª guitarra: Toninho Horta
6223 2487 / 3:09
Álbum "Ciclo"
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