jueves, 6 de diciembre de 2012

1967 - DOMINGO





 



 


 

 


“Foi o Dori Caymmi quem produziu. Tem arranjos lindos. Ele toca um violão lindo. A gente botava a voz de manhã, veja só. Tinha outros artistas mais famosos que ocupavam os estúdios à noite. Gosto muito de "Coração Vagabundo" e de Gal cantando "Candeias" (Edu Lobo). Foi uma documentação do que eu já tinha feito e que não correspondia ao que eu fazia na época. Já estava com o germe do tropicalismo na cabeça. O João Araújo, que era o diretor da gravadora na época, foi um amor. Aceitou fazer essa experiência. Não dava para fazer um LP de cada um, aí ele juntou eu e a Gal num só. Adoro quando começo a cantar "Um Dia". A voz estava linda.”
[Caetano Veloso, 16/5/1991. Entrevista con Márcia Cezimbra - JB]













1967
DOMINGO - Gal e Caetano Velloso 
Philips LP P765.007P / LP 6328 392 [1982] / CD 838.555-2 [1989]

Producido por Dori Caymmi

Lado A
1. CORAÇÃO VAGABUNDO (Caetano Veloso) Gal Costa e Caetano Veloso
2. ONDE EU NASCI PASSA UM RIO (Caetano Veloso) Caetano Veloso
3. AVARANDADO (Caetano Veloso) Gal Costa
4. UM DIA (Caetano Veloso) Caetano Veloso
5. DOMINGO (Caetano Veloso) Caetano Veloso e Gal Costa
6. NENHUMA DOR (Caetano Veloso/Torquato Neto) Gal Costa

Lado B
1. CANDEIAS (Edu Lobo) Gal Costa
2. REMELEXO (Caetano Veloso) Caetano Veloso
3. MINHA SENHORA (Gilberto Gil/Torquato Neto) Gal Costa
4. QUEM ME DERA (Caetano Veloso) Caetano Veloso
5. MARIA JOANA (Sidney Miller) Gal Costa
6. ZABELÊ (Gilberto Gil/Torquato Neto) Gal Costa e Caetano Veloso





TEXTO DE CAETANO VELOSO [Contra capa do álbum]


I
    
     GAL participa dessa qualidade misteriosa que habita os raros grandes cantores de samba: a capacidade de inovar, de violentar o gosto contemporâneo, lançando o samba para o futuro, com a espontaneidade de quem relembra velhas musiquinhas. Por isso eu considero necessária a sua presença neste disco em que se registra uma fase do meu trabalho em música popular, algumas das canções que eu fiz até agora. Por isso, e também porque desde a Bahia que nós cantamos juntos, desde lá que ela faz com que meus sambas existam de verdade. Não há defasagem de tempo entre a composição e o canto: cada interpretação sua tem a mesma idade da canção. Todas as minhas músicas que aparecem aqui foram feitas junto dela e um pouco por ela também. Ouso considerá-la como parte integrante do meu processo de criação: este é um disco de "GAL interpretando Caetano" mesmo nas faixas em que ela canta músicas de outros autores ou quando sou eu mesmo quem canta as minhas. GAL cantando o que quer que ela goste, isso já é minha música, e quando eu canto ela está presente. O seu canto (como o de Gil ou o de Bethânia) tem sido sempre meu parceiro.

II


     Eu gosto muito de cantar. Mas jamais consegui gostar muito de cantar as minhas composições. Um velho baião, uma canção antiga, o último samba de um amigo, isso é bom de cantar: uma música que eu mesmo tenha inventado me aparece informe pela proximidade e eu desconfio de tudo que escrevi. Neste disco estou enfrentando uma experiência nova: ouço essas coisas que fiz transformadas em música por Dori, Menescal e Francis e procuro amá-las despreocupadamente, tento aceitá-las como prontas (não há mais como compô-las): cantar as músicas que eles me devolveram, não aquilo que eu lhes dei.

III

     Acho que cheguei a gostar de cantar essas músicas porque minha inspiração agora está tendendo pra caminhos muito diferentes dos que segui até aqui. Algumas canções deste disco são recentes (UM DIA, por exemplo), mas eu já posso vê-las todas de uma distância que permite simplesmente gostar ou não gostar, como de qualquer canção. A minha inspiração não quer mais viver apenas da nostalgia de tempos e lugares, ao contrário, quer incorporar essa saudade num projeto de futuro. Aqui está – acredito que gravei este disco na hora certa: minha inquietude de agora me põe mais à vontade diante do que já fiz e não tenho vergonha de nenhuma palavra, de nenhuma nota. Quero apenas poder dizer tranqüilamente que o risco de beleza que este disco possa correr se deve a Gal, Dori, Francis, Edu Lobo, Menescal, Sidney Miller, Gil, Torquato, Célio, e também, mais longe, a Duda, a seu Zezinho Veloso, a Hercília, a Chico Mota, às meninas de Dona Morena, a Dó, a Nossa Senhora da Purificação e a Lambreta.

Caetano Veloso













































 

























 
 
 














1967
Revista Joia
n° 168
Ano X - Agosto de 1967























Caetano Veloso, Gal Costa e Sidney Miller







1967
Revista do Rádio
Abril - n° 915
















1967
Revista inTerValo
Ano V - n° 210
15 a 21/1 de 1967

Capa: Moacyr Franco e Guto
Foto de Aldyr Tavares
Editora Abril





 









1967
Revista inTerValo
Ano V - n° 239
6 a 12 de Agosto
Editora Abril 










1967
Revista inTerValo
Ano V – n° 251
Outubro

Capa: Wanderley Cardoso
Foto de Roger Bester
Editora Abril



Pág. 30-31


 



 











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