27, 28 e 30 de Janeiro (São Paulo)
2 e 4 de Fevereiro (Rio de Janeiro)
O
álbum "Voodoo Lounge", que estava sendo divulgado naquela turnê,
havia sido lançado em junho de 1994.
No
Brasil, os concertos estavam agendados para os dias 27 e 28 de janeiro no
Estádio do Morumbi (SP), e 2 e 4 de fevereiro no Estádio do Maracanã (RJ).
Uma semana antes dos shows em São Paulo, o Morumbi foi interditado, devido a
fissuras em suas arquibancadas. Os shows acabaram sendo transferidos para o
Estádio do Pacaembu que, devido a sua capacidade menor, ganhou uma terceira
apresentação, realizada no dia 30 de janeiro.
Rolling Stones no show Voodoo Lounge no Estádio do Pacaembu (SP) - 1995- Foto: João Raposo-VEJA |
Rolling Stones no show Voodoo Lounge no Estádio do Maracanã (RJ) - 1995 |
FOLHA DE S.PAULO
São
Paulo, sábado, 4 de fevereiro de 1995
Stones
sacodem o Maracanã
BIA
ABRAMO
EDITORA DA ILUSTRADA
EDITORA DA ILUSTRADA
Os Rolling Stones sacudiram o Maracanã. Quando
começaram os primeiros acordes de "(I Can't Get No) Satisfaction", o
gramado lotado e as arquibancadas apinhadas se levantaram e cantaram junto com
Mick Jagger. E a coisa se repetiu lá pelo fim do show, quando a sequência
"Honky Tonk Women"/"Gimme Shelter" de novo incendiou aquele
que foi um dos maiores públicos da turnê "Voodoo Lounge" até agora.
Levantar 70 mil pessoas no maior estádio do mundo é uma façanha que só é
possível à "maior banda de rock do mundo" —ou a ídolos do futebol.
(Espertamente, o backing vocal Bernard Fowler cantou com uma camiseta da
Seleção Brasileira, com o número do Romário). Madonna e seu circo em novembro
de 93 conseguiram aplausos e alguma histeria, mas não a verdadeira catarse que
se apoderou da platéia do Maracanã.
Ninguém viu muita coisa —a monumentalidade do palco é tal que esmaga os corpos
magros de Mick Jagger e Keith Richards, por mais que Jagger se mexa como um
demônio—, mas isso é megashow. No caso dos Stones, a qualidade do telão e da
edição das imagens durante o show quase suprem a inevitável decepção de estar
tão perto e tão longe da banda.
Mas os Stones tem outro trunfo na manga, além da produção impecável. Suas
músicas estão grudadas na memória afetiva de várias gerações, o rebolado de
Mick Jagger faz parte do imaginário sexual de seus contemporânes e de todo
mundo que veio depois deles, a figura de Keith Richards —o junkie mais bem
conservado do mundo—, é o símbolo do roqueiro. Enfim, eles são uma espécie de
enciclopédia do rock'n'roll.
É só rock'n'roll, é claro, mas conta um capítulo importante da história da
cultura no século 20.
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