FOLHA DE S.PAULO
Ilustrada
Show com Tom Zé e Caetano Veloso pelos direitos
humanos reúne 30 mil no Ibirapuera
GUSTAVO FIORATTI
DE SÃO PAULO
15/12/2013
Caetano
Veloso faria só uma participação especial, mas acabou ficando quase uma hora
sobre o palco durante o show "Cidadania nas Ruas". Organizado pela
Prefeitura de São Paulo, o evento reuniu neste domingo (15) duas gerações da
música brasileira na área ao ar livre do Auditório Ibirapuera, além de público
estimado em 30 mil.
Antes
de Caetano entoar "Sampa", "Leãozinho" e outros sucessos
seus, apresentaram-se no auditório os jovens Tulipa Ruiz, Emicida, Rael da
Rima, Marcia Castro e Ellen Oléria. O show foi pontuado com canjas de veteranos
como Tom Zé e Baby do Brasil.
Tom Zé e Caetano Veloso durante o show na parte externa do Auditório do IbirapueraFoto: Bruno Poletti/Folhapress |
Um
dos pontos altos da apresentação foi a parceria entre Caetano e Tom Zé,
cantando "Astronauta Libertado". Caetano falou pouco, e Tom Zé fez
seu protesto, como de costume, bem-humorado. "Num país em que é preciso
fazer show pelos direitos humanos, a comunidade deveria andar de rabo",
disse o compositor.
O
show fez parte do 1º Festival de Direitos Humanos, cuja programação teve início
no último dia 7. O roteiro da mostra contou com debates, exibições de filmes e
intervenções urbanas, entre outras atrações.
Nelson
Madela também foi lembrado durante o show, pelo rapper Emicida. "Uma salva
de palmas para o Nelson Mandela. Infelizmente a luta dele ainda não
acabou", reclamou o autor de "O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve
Aqui".
Ao lado de Caetano, ele também improvisou versos discursando contra
a violência.
A
parceria de Baby do Brasil com Tulipa Ruiz já havia levantado o público no
início dos shows. Mas foi o encerramento que provocou o coro mais animado, com
todos os músicos de volta ao palco cantando "Brasil Pandeiro", de
Assis Valente, popularizada entre o público jovem pela versão dos Novos Baianos.
Ao
fim da apresentação, houve protestos de um pequeno grupo de manifestantes
pedindo para que a Prefeitura aprovasse o projeto do parque Augusta em uma das
poucas áreas verdes do centro, em terreno que hoje é propriedade de uma
incorporadora.
Show Cidadania nas Ruas encerra o 1º Festival de
Direitos Humanos, no Parque do Ibirapuera
Celebrando a diversidade, apresentações de Ellen Oléria, Flora Matos,
Tulipa Ruiz, Baby do Brasil, Márcia Castro, Tom Zé, Emicida, Rael e Caetano
Veloso marcaram o fim da semana de atividades realizada pela Secretaria
Municipal de Direitos Humanos e Cidadania
16/12/2013
Fotos: Otávio Almeida e Paulo
Pereira/Estúdio Luzia
Ellen
Oléria fez o convite: “Vamos ocupar a Cidade com a nossa diversidade”. E assim teve
início o show Cidadania nas Ruas, que encerrou, neste domingo, dia 15, no
Parque do Ibirapuera, os nove dias de atividades do 1º Festival de Direitos
Humanos – Cidadania nas Ruas, realizado pela Secretaria Municipal de Direitos
Humanos e Cidadania (SMDHC) em várias regiões de São Paulo.
Depois
de abrir o show com hits como 'Homem Gol', a cantora brasiliense recebeu no
palco do Auditório Ibirapuera a conterrânea Flora Matos, para um dueto que
colocou o público para dançar, sobretudo na canção ‘Meu caminho’. O público,
aliás, tomou toda a área em frente ao Auditório, sem desanimar com o sol forte
de domingo.
Era
só o começo de uma maratona musical que ainda levaria ao palco outros oito
artistas, a começar por Tulipa Ruiz, que entrou cantando ‘É’ e ‘Efêmera’, e
Baby do Brasil, cujos sucessos ‘Dia de Índio’ e ‘Sem pecado e sem juízo’
fizeram a plateia cantar em coro.
Márcia
Castro veio na sequência, embalando ‘De pés no chão’ e ‘Frevo pecadinho’, para
depois receber Tom Zé, com ‘Augusta, Angélica e Consolação’.
O cantor baiano
ainda estava em cena quando entrou Emicida, com quem dividiu ‘Politicar’.
O
rapper então fez um solo de ‘Triunfo’ e chamou Rael para a execução de ‘Levanta
e anda’. Caetano Veloso se juntou à dupla e Criolo surgiu de surpresa no palco.
Em um medley, os quatro emendaram várias canções, como ‘Tropicália’, ‘Abraçaço’
e ‘O Haiti’.
Acompanhado
apenas do violão, Caetano começou com ‘Força Estranha’ e ‘Sampa’, mas não se
restringiu ao setlist e cantou vários outros hits, como ‘Leãozinho’ e
‘Sozinho’, para delírio da plateia.
Tom
Zé retornou ao palco para um último dueto, com Caetano, e os dois receberam
todos os outros artistas do show para o gran finale, cantando juntos ‘Brasil
Pandeiro’.
Arte e diversidade
“Esse
evento comemora a diversidade por meio da arte”, disse o secretário municipal
de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, no backstage. “O objetivo é
engajar a população e, com música, reforçarmos a cultura dos direitos humanos.”
Rael
também ressaltou a música como um caminho para o engajamento e o encontro. “Ela
é o melhor diálogo para reunir as pessoas.”
Já
Emicida destacou o fato de a arte ser "a única ferramenta que dialoga de
forma livre”. “Não se trata de imposição, a arte é sugestão. E esse show não
propõe impor nada, e sim sugerir novas ideias. É uma grande sugestão.”
Na
plateia, várias pessoas elogiaram a diversidade mostrada no palco. “Estou
gostando dessa mistura de MPB com rap. E, apesar de a maioria das pessoas aqui
ser jovem, está curtindo os cantores mais antigos”, disse o analista de suporte
Leopoldo Santiago.
“Achei
o encontro de Tom Zé e Emicida muito bacana. O Tom Zé veio com a cultura
filosófica e o Emicida, com a cultura das ruas”, destacou o estudante Felipe
Delufi. Amanda Sadi, publicitária, também aprovou a mistura de estilos. “O
único problema foi o show ter acabado”, brincou.
Brasil Pandeiro |
Show Cidadania nas Ruas
Parque do Ibirapuera
Em frente ao Auditório Ibirapuera
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 3
Das 16h às 19h30
Entrada livre e gratuita
Parque do Ibirapuera
Em frente ao Auditório Ibirapuera
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 3
Das 16h às 19h30
Entrada livre e gratuita
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