“Jorge Mautner – O Filho do
Holocausto conseguiu me mostrar um Mautner mais nítido do que
aquele que conheço na intimidade. Isso por causa da concentração na luz sobre
os rostos, nos sons dos músicos, na espera da palavra esclarecedora dos
convidados. É um retrato em cores intensas de uma personalidade genial e
enigmática. Feito com muita honestidade e inteligência. Tem a força de um
grande filme. E desvela Mautner até o ponto de criar um personagem sólido. O
que é simplesmente belo. Terminando por dizer, com sua beleza, o que o
retratado afirma sobre as possibilidades do Brasil”.
[Caetano Veloso]
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 93 minutos
Diretor: Pedro Bial e Heitor D’Alincourt
País de Produção: Brasil (2012)
Estréia: 1/2/2013
Tempo de Duração: 93 minutos
Diretor: Pedro Bial e Heitor D’Alincourt
País de Produção: Brasil (2012)
Estréia: 1/2/2013
O
GLOBO
Pedro
Bial dirige documentário sobre Jorge Mautner
Elizabete Antunes
16/9/2010
Longe da televisão desde que Assunto: foi ao ar na
Globo News, Pedro Bial está dirigindo o documentário “O Filho do Holocausto”. O
filme, uma coprodução do Canal Brasil, é baseado na autobiografia homônima do
músico.
Amigos de longa data de Mautner, Caetano e Gilberto Gil fizeram
participações musicais.
“O
Filho do Holocausto” tem direção de fotografia de Gustavo Hadba, está sendo
rodado num estúdio em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, e tem estreia
prevista para 2011.
Dirigido
por Pedro Bial e Heitor D´Alincourt, o documentário “Jorge Mautner – O Filho do
Holocausto” foi exibido nesta sexta-feira (23/3/2012) para convidados no Rio, na
abertura da edição carioca do 17° Festival “É Tudo Verdade”.
30/3/2012
Jorge Mautner: “O processo de ‘brasilificação’ está em avanço absoluto”
Artista é inspiração do filme de Pedro Bial e Heitor D´Alincourt exibido
no “É Tudo Verdade”
Anderson Dezan
iG Rio
de Janeiro
Divulgação
Jorge
Mautner com Gilberto Gil, Heitor D´Alincourt e Amir Labak: "O Brasil é a
esperança do século 21"
|
Um diálogo entre Jorge Mautner e sua filha, a diretora de TV Amora Mautner,
no documentário “Jorge Mautner – O Filho do Holocausto”, sintetiza a
personalidade inusitada do artista que dá nome ao filme. “A psicanálise te ajuda a encontrar soluções para seus problemas”,
diz ela. “Não preciso disso. Encontro
sozinho a solução para meus problemas”, responde ele. “Não encontra”, rebate Amora. “Encontro
sim”, diz Jorge. “Então por que o
senhor faz psicanálise?”, questiona ela, intrigada. “Por pressão pública”, finaliza ele, levando a plateia ao riso.
Costurado por diálogos e histórias como essas, o
documentário de Pedro Bial e
Heitor D´Alincourt que abriu a edição carioca da 17ª edição do festival “É Tudo Verdade” - retrata a
trajetória do compositor, violinista, poeta, escritor e cantor carioca, filho
de pai judeu e mãe católica austríacos, que chegaram ao Brasil fugindo do
regime nazista de Adolf Hitler. Nas telas, o público vê como Mautner transformou-se
no artista autor da “Mitologia do Kaos” e da teoria da “Amálgama Brasileira” -
que mescla diversas influências em sua obra.
No início do filme, Jorge Mautner conta que, após a
separação de seus pais, ele foi morar em São Paulo com a mãe e seu segundo
marido. Os pais de seu padrasto eram como avós para ele. A avó postiça, uma
francesa católica, não o tratava muito bem porque ela não gostava do fato de
seu filho ter se casado com uma mulher divorciada, com filho. Já o avô postiço
o tratava com carinho. “Ele era um alemão e falava para eu não ligar para a
esposa chata dele. Ele me tratava como um verdadeiro neto, mas no seu quarto
tinha uma suástica! Veja a contradição”, conta Mautner no filme, rindo.
Em outra parte, Amora Mautner conta que estudava na
infância em um colégio tradicional da zona sul do Rio e seu pai ia buscá-la de
sunga. “Ele achava que esse era um traje que não ficava restrito à praia”,
relembra. Seu nome também causava problemas. “Ficavam implicando com ele,
diziam que eu tinha nome de fruta”, conta ela, explicando em seguida a origem
de seu nome. “Meu pai o escolheu porque Amora é o feminino de Amor”.
Com direção de arte caprichada e uma luz e
fotografia de encher os olhos, o filme conta também com sucessos de Mautner,
como “Maracatu Atômico”, “Lágrimas
Negras” e “Vampiro”,
interpretados por ele, Caetano Veloso ou Gilberto Gil .
As 36 canções que compõem a trilha sonora do filme
vão estar em um futuro CD.
Produzido pelo Canal Brasil, o documentário “Jorge
Mautner – O Filho do Holocausto” será exibido na versão paulistana do festival
“É Tudo Verdade” nesta sexta-feira (30), às 19h, no Cine Sesc, e no domingo
(1), às 20h, na Cinemateca do BNDES.
Antes da exibição na sessão de estreia do evento no
Rio, Mautner teve uma conversa exclusiva com a reportagem do iG . O
bate-papo você confere a seguir:
iG: Qual é a sua avaliação do documentário? O que
achou da homenagem?
Jorge Mautner: Toda vez que assisto ao filme é uma emoção muito grande. Ele mostra fatos dolorosos, mas que, ao mesmo tempo, foram superados pelo humor. O filme tem uma qualidade incrível: ele é artístico e possibilita uma comunicação total com o público. Foi um trabalho muito bem estudado pelo Bial e o Heitor. Saiu primoroso.
Jorge Mautner: Toda vez que assisto ao filme é uma emoção muito grande. Ele mostra fatos dolorosos, mas que, ao mesmo tempo, foram superados pelo humor. O filme tem uma qualidade incrível: ele é artístico e possibilita uma comunicação total com o público. Foi um trabalho muito bem estudado pelo Bial e o Heitor. Saiu primoroso.
iG: Qual é a mensagem que o senhor acha que o
público vai captar ao assistir ao filme?
Jorge Mautner: A mensagem é a do Brasil universal, da amálgama de José Bonifácio. E que o nazismo não se repita. O filme veio muito a propósito porque o rapaz que matou as crianças na Noruega tem o Brasil como aquilo que deve ser destruído. Ele tem horror ao nosso país, que chama de multiculturalismo. Na verdade, o Brasil é a amálgama que é a esperança da sobrevivência da humanidade.
Jorge Mautner: A mensagem é a do Brasil universal, da amálgama de José Bonifácio. E que o nazismo não se repita. O filme veio muito a propósito porque o rapaz que matou as crianças na Noruega tem o Brasil como aquilo que deve ser destruído. Ele tem horror ao nosso país, que chama de multiculturalismo. Na verdade, o Brasil é a amálgama que é a esperança da sobrevivência da humanidade.
iG: O Brasil é a bola da vez?
Jorge Mautner: Mais do que isso. O Brasil é o continente indicado há muito tempo. Todas as profecias falam isso. Rabindranath Tagore (filósofo indiano) dizia que “a civilização superior do amor nascerá no Brasil”. Jacques Maritain (filósofo francês) dizia que “o único lugar onde a justiça e a liberdade poderão aflorar juntas é o Brasil”. Stefan Zweig escreveu no século 19 o livro “Brasil, o País do Futuro”. Já é isso agora.
Jorge Mautner: Mais do que isso. O Brasil é o continente indicado há muito tempo. Todas as profecias falam isso. Rabindranath Tagore (filósofo indiano) dizia que “a civilização superior do amor nascerá no Brasil”. Jacques Maritain (filósofo francês) dizia que “o único lugar onde a justiça e a liberdade poderão aflorar juntas é o Brasil”. Stefan Zweig escreveu no século 19 o livro “Brasil, o País do Futuro”. Já é isso agora.
iG: As outras culturas têm olhado mais para o
Brasil para incorporar a nossa amálgama?
Jorge Mautner: Totalmente. O processo de “brasilificação” está em avanço absoluto. Não há dúvida. É por isso que a Copa do Mundo vai ser aqui, as Olimpíadas também e o Papa virá novamente. O Brasil é a esperança concreta do século 21. Temos as florestas, o petróleo e outras riquezas, mas a maior de todas é o povo brasileiro, com essa amálgama.
Jorge Mautner: Totalmente. O processo de “brasilificação” está em avanço absoluto. Não há dúvida. É por isso que a Copa do Mundo vai ser aqui, as Olimpíadas também e o Papa virá novamente. O Brasil é a esperança concreta do século 21. Temos as florestas, o petróleo e outras riquezas, mas a maior de todas é o povo brasileiro, com essa amálgama.
iG: Quando o Brasil passou a chamar a atenção do
restante do mundo?
Jorge Mautner: Essa virada se deu a partir da democratização. Primeiro teve o episódio do impeachment do Collor, mas acentuou-se no governo do maior estadista do século 21, Lula da Silva, e com seu ministro Gilberto Gil.
Jorge Mautner: Essa virada se deu a partir da democratização. Primeiro teve o episódio do impeachment do Collor, mas acentuou-se no governo do maior estadista do século 21, Lula da Silva, e com seu ministro Gilberto Gil.
iG: Com o aumento da classe C, a mistura da
amálgama brasileira ficou ainda mais visível?
Jorge Mautner: Não temos mais superioridade e inferioridade. Isso agora é pra valer. É crucial.
Jorge Mautner: Não temos mais superioridade e inferioridade. Isso agora é pra valer. É crucial.
iG: O filme mostra a grande amizade que o senhor
tem com o Caetano e o Gil. Como o senhor descreve essa relação?
Jorge Mautner: Eles são meus irmãos nessa luta. A nossa união é pra sempre, você pode ver isso no filme. Quando os conheci em 1969, em Londres, estabeleceu-se um pacto que vai durar para toda eternidade.
Jorge Mautner: Eles são meus irmãos nessa luta. A nossa união é pra sempre, você pode ver isso no filme. Quando os conheci em 1969, em Londres, estabeleceu-se um pacto que vai durar para toda eternidade.
iG: Qual é cena do documentário que mais te
emociona?
Jorge Mautner: O começo é impressionante com a música “Lágrimas Negras”. Quando o Gil canta “Rouxinol” ou eu canto “Vampiro” com o Caetano. Mas a cena mais emocionante é quando converso com minha filha [Amora Mautner].
Jorge Mautner: O começo é impressionante com a música “Lágrimas Negras”. Quando o Gil canta “Rouxinol” ou eu canto “Vampiro” com o Caetano. Mas a cena mais emocionante é quando converso com minha filha [Amora Mautner].
iG: Sua obra já foi gravada por diversos cantores.
O senhor destacaria alguma em especial?
Jorge Mautner: Tem uma garotada nova muito boa, como a Márcia Castro e a Ana Cañas . As gravações do Caetano, Gil, Wanderléa , Chico Science e Fagner são especiais. Cada pessoa tem uma interpretação diferente, que mexe. Não consigo escolher uma. O “Kaos” é quântico, cada coisa é uma coisa em si e estão interligadas. É a amálgama.
Jorge Mautner: Tem uma garotada nova muito boa, como a Márcia Castro e a Ana Cañas . As gravações do Caetano, Gil, Wanderléa , Chico Science e Fagner são especiais. Cada pessoa tem uma interpretação diferente, que mexe. Não consigo escolher uma. O “Kaos” é quântico, cada coisa é uma coisa em si e estão interligadas. É a amálgama.
iG: Os diretores conseguiram retratar o “Kaos com
K” nas telas?
Jorge Mautner: Conseguiram com muita sabedoria. Mas o “Kaos” sempre é difícil de ser retratado [risos].
Jorge Mautner: Conseguiram com muita sabedoria. Mas o “Kaos” sempre é difícil de ser retratado [risos].
Divulgação
Jorge Mautner com Pedro Bial e Heitor D´Alincourt:
noite de abertura do "É Tudo Verdade": "O 'Kaos' sempre é difícil de ser retratado"
|
29/4/2012
Bial homenageia Jorge Mautner em documentário
Bial fã de Mautner? Agora ficou mais fácil explicar os seus discursos amalucados para os participantes do 'Big Brother Brasil'
Exibido
na competição do 16° Cine PE na noite deste sábado, 28, Jorge Mautner – O
Filho do Holocausto, volta a pôr em evidência a faceta menos popular de
Pedro Bial. O apresentador do Big Brother Brasil divide com o músico
Heitor D’Alincout a direção do documentário sobre o compositor, músico,
filósofo e ícone da contracultura carioca, personagem de outro título da noite,
o curta-metragem Maracatu atômico – Kaosnavial, de Marcelo Pedro e
Afonso Oliveira.
Nos
anos 90, antes de se tornar a cara do BBB, Bial mergulhou no universo do
escritor Guimarães Rosa (1908-1967) no documentário Os nomes do Rosa (1997)
e o no drama Outras estórias (1999). Agora, vem Mautner. “Essa é a minha
dicotomia. Perdi minhas economias pagando dívidas de filmes que alguns
consideravam herméticos, mas nos quais eu acreditava e que achava importante
fazer. Mas não tenho nenhuma vergonha de ser conhecido como o ‘senhor BBB’,
de fazer uma televisão popular. A gente reage às necessidades do mercado”,
disse Bial, com bom humor, durante encontro com a imprensa no início da tarde
deste domingo, 29. Se não ajuda a entender, o interesse de Bial por Mautner
pelo menos ajuda a explicar os seus discursos amalucados para os participantes
do Big Brother.
Alternando
entrevistas, imagens de arquivo e um show intimista, reforçado pelas
participações de Gilberto Gil e Caetano Veloso, o filme repassa a vida de
Mautner a partir de sua obra, reverenciada por artistas de diversas estirpes.
Nos anos 90, o trabalho do músico foi resgatado pelo grupo pernambucano Chico
Science e a Nação Zumbi. “A obra do Jorge
nunca foi tratada com carinho, as músicas dele sempre foram mal produzidas, mal
lançadas. Nossa ideia foi reparar esse erro, buscar o caminho oposto”,
comentou D’Alincourt.
Filho
de judeus que fugiram dos horrores da Segunda Guerra, Mautner nasceu no Rio de
Janeiro em 1940 e, aos 8 anos de idade, mudou-se para São Paulo, depois da
separação dos pais. Lá, aos 15 anos, escreveu seu primeiro livro, Deus da
chuva e da morte. Foi perseguido por seu comportamento extravagante.
Considerado subversivo, foi preso e, no início dos anos 70, se exilou em
Londres, onde conheceu artistas como Gil e Caetano. O filho do Holocausto mostra releituras de 26 de suas
composições mais conhecidas, como Maracatu atômico, Lágrimas negras
e Cinco bombas atômicas.
Um
dos pontos altos do filme é uma conversa entre Jorge e sua filha, Amora, que
relembra episódios de sua infância incomum, com um pai que não tinha controle
sobre o dinheiro que ganhava e ia buscá-la na porta da escola de sunga de
praia. “Ele foi um ícone da
contracultura. Mas não queríamos fazer um documentário tradicional sobre o
sexo, drogas e rock’n’roll”, diz Bial. “O
que nos interessava era o lado humano e muito peculiar da personalidade do
Jorge”.
O
filme contém inúmeras imagens de arquivo, entre elas uma entrevista feita em
1964 por Nelson Motta, personagem de 9 entre 10 documentários musicais
produzidos no Brasil. “Não se pode fazer
um filme sobre música sem usar o Nelson. Ele é o Wilson Grey do documentário
musical brasileiro”, brincou Bial, referindo-se ao ator carioca falecido em
1993, dono do recorde de participações em filmes nacionais. “O nome do Jorge abre portas, inclusive as
da Centro de Documentação da Rede Globo, onde encontramos abandonada num
cantinho essa entrevista do Nelson”.
O filho do
Holocausto contextualiza o período da busca de uma
sociedade alternativa com imagens de época preciosas, como trechos de O Demiurgo (1972), dirigido por
Mautner, com participações de Caetano, Gil e Norma Bengell, e de Carnaval na Lama (1975), um
filme de Rogério Sganzerla (1946-2004) considerado perdido. “O filme do Sganzerla nunca foi exibido
comercialmente. Mostra um momento histórico da cidade de Nova York e da
história do Brasil. É um verdadeiro tesouro dentro do nosso filme”, disse
Bial.
Bial, Jorge Mautner e Heitor D´Alincourt apresentam filme no Cine PE |
Foto: Clara Gouvêa - Divulgação |
Pedro Bial, Jorge Mautner e Heitor D'Alincourt no Cine PE - Foto: Luna Markman G1 |
12/5/2012
Documentário O filho do Holocausto começa a ganhar trajetória internacional
Dirigido por Pedro Bial, filme será exibido
no Festival do Cinema Brasileiro de Paris
Apresentado
recentemente no Festival do Recife (Cine-PE), O filho do Holocausto já começa a
ganhar trajetória internacional, mesmo sem chegar às salas comerciais
brasileiras, inclusive em BH. Na terça-feira (15/5), será exibido no Festival
do Cinema Brasileiro de Paris, no Nouveau Latina, um cineminha de arte do
Marais.
Foram
cinco anos, consumidos entre pesquisa e preparação. Como havia pouco dinheiro
para fazer O filho do Holocausto, documentário sobre Jorge Mautner, os
diretores Pedro Bial e Heitor D’Alincourt prepararam a produção nos mínimos
detalhes.
Para
garantir a melhor qualidade de imagem e som, filmaram num estúdio. Para reduzir
os custos, concentraram tudo – as entrevistas e apresentações musicais – em
quatro dias.
15/5/2012 - Debate com Pedro Bial |
18/8/2012
'O
Filho do Holocausto' retrata a gênese e a carreira de Jorge Mautner
Documentário de Pedro Bial
e Heitor D’Alincourt foi exibido em Gramado.
Depoimentos, fotos e imagens raras percorrem a carreira do artista.
Márcio Luiz
Do G1 RS, em Gramado
Segundo documentário de tema musical selecionado para a competição de
longas brasileiros, “Jorge Mautner – O Filho do Holocausto”, encerrou a 40ª
edição do Festival de Cinema de Gramado na noite de sexta-feira (17)
percorrendo a carreira do cantor, compositor, escritor e multifacetado artista
carioca.
Dirigido pelo jornalista Pedro Bial (que não compareceu a Gramado em
razão de compromissos com as gravações do programa “Na Moral”) e pelo músico
Heitor D’Alincourt, o filme se propõe a narrar a gênese do artista de 71 anos,
filho de imigrantes judeus que vieram ao Brasil fugidos do nazismo na Europa
durante a 2ª Guerra Mundial.
[*] Editora
Agir, 2006 - Prefácio: Caetano Veloso
“A vida do Jorge Mautner dá para fazer uns 10 filmes. Usamos como referência o livro dele, ‘O Filho do Holocausto’, onde ele narra a chegada dos pais ao Brasil. Ali, encontramos todas as referências do artista quando jovem”, explica Heitor.
Depoimentos, fotos e imagens raras da Cinemateca Brasileira e do Centro
de Documentação da TV Globo (CEDOC), costurados com canções de Mautner
interpretadas por ele ou artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, jogam luz
sobre a obra do autor da “Mitologia do Kaos” e da “Teoria da Amálgama”.
“A carreira do Jorge foi cheia de altos e baixos. Queríamos transformar
isso em uma coisa palatável, retratando ele como um artista pop, como sempre
foi a proposta dele. Optamos por uma narrativa linear, que no final das contas
virou quase um filme de ficção. Tivemos acesso a um material, senão inédito,
que foi exibido praticamente uma única vez. E isso foi muito bom para o filme”.
Chama a atenção ainda a fotografia e a bela direção de arte, forte
candidata a ser premiada com um Kikito em Gramado. Outro destaque do filme fica
por conta da trilha sonora compostas por 36 canções, executadas com competência
pela banda formada por músico Kassin, Nelson Jacobina e Domenico Lancelotti,
entre outros, que devem ser reúnidas em CD. Produzido pelo Canal Brasil, o filme
tem lançamento comercial previsto para novembro.
Jorge Mautner
Dirigido por Pedro Bial,
documentário sobre o músico será exibido entre sábado e terça-feira
28 setembro 2012
Dirigido
por Pedro Bial e Heitor D’Alincourt, o documentário “Jorge Mautner – O Filho do
Holocausto” é uma das atrações da primeira semana do Festival do Rio, que segue até o dia 11 de outubro. A cinebiografia
do escritor, músico e compositor tropicalista foi selecionada para a mostra
Retratos, cujos filmes lançam luz sobre personagens brasileiros, e terá quatro
exibições entre o sábado e a terça-feira.
“Eu sempre gostei muito do Mautner. Ia aos
shows dele da década de 70, na minha adolescência. A gênese do filme partiu da
minha compreensão profunda de que a história dele, um filho de refugiados, é
praticamente idêntica à minha. Identifiquei-me muito com isso”, conta Bial, referindo-se a
histórias contadas no livro “O Filho do Holocausto”, que deu origem ao filme.
O
longa revela a trajetória do compositor de “Maracatu Atômico” desde a fuga de
seus pais do nazismo, durante a qual quase nasceu, até o show promovido
especialmente para o documentário, passando pelo prêmio Jabuti conquistado com
“Deus da Chuva e da Morte”, escrito aos 15 anos, a prisão por comportamento
subversivo durante a ditadura e o exílio em Londres.
“Quase todos os parentes por parte de meu pai
foram executados nos campos de concentração dos criminosos de uniforme nazista.
Quase toda a família de minha mãe também foi executada. Eu fui educado nessas
memórias. E essas memórias são a alma e carne viva da minha vida. Tudo que
escrevi, compus, falei e senti gira e girará em torno disso”, explica Mautner em uma das
sequências.
Para contar melhor essa história, os diretores trazem também imagens de arquivo, leitura de textos do músico e depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, familiares e amigos de Mautner, entre outros.
“É um retrato em cores intensas de uma
personalidade genial e enigmática. Feito com muita honestidade e inteligência.
Tem a força de um grande filme. E desvela Mautner até o ponto de criar um
personagem sólido”, afirma o amigo e parceiro Caetano Veloso.
Uma
das facetas dessa “personalidade genial e enigmática” é analisada por outro
companheiro da música, Nelson Jacobina, em depoimento destacado por Bial.
“É o que o Jacobina fala muito bem: ele
aprendeu três acordes e não quis aprender mais porque, com três acordes, fez
toda a sua obra. Ele não tem paciência para coisas muito obsessivas e
detalhistas. É espontâneo e tem um fluxo de pensamento e de associação de
ideias muito rápido; é livre na maneira de pensar”.
O
Cineclube Estação Botafogo, responsável pelo Festival de Cinema do Rio de Janeiro, divulga a lista oficial dos longas que serão
exibidos na edição de 2012 nas categorias em competição e nas diversas mostras
paralelas. O evento acontecerá entre os dias 27 de setembro e 11 de outubro.
As
sessões de “Jorge Mautner – O Filho do Holocausto” ocorrerão no sábado (29), às
15h, no Odeon Petrobras; no domingo (30), às 15h30 e 19h10, no Estação Vivo
Gávea 4; e na terça-feira (2), às 20h, no Ponto Cine.
Mostra Retratos
1. Cirandeiro, de Claudio Boeckel (RJ – 71′)
2. Dalua Downhill, de Rodrigo Pesavento, Fernanda Franke Krumel e Tiago de Castro (RJ- 88′)
3. Dino Cazzola – uma filmografia de Brasília, de Andreas Prates e Cleisson Vidal (SP – 71′)
4. Jorge Mautner - o filho do Holocausto, de Pedro Bial e Heitor d ‘Allincourt (RJ- 93’)
5. Os irmãos Roberto, de Ivana Mendes e Tiago Arakilian (RJ – 74′)
2. Dalua Downhill, de Rodrigo Pesavento, Fernanda Franke Krumel e Tiago de Castro (RJ- 88′)
3. Dino Cazzola – uma filmografia de Brasília, de Andreas Prates e Cleisson Vidal (SP – 71′)
4. Jorge Mautner - o filho do Holocausto, de Pedro Bial e Heitor d ‘Allincourt (RJ- 93’)
5. Os irmãos Roberto, de Ivana Mendes e Tiago Arakilian (RJ – 74′)
03/12/2012
QUEM ONLINE
Caetano Veloso em entrevista para o Cinejornal / Foto: Mariana Vianna |
Caetano
Veloso prestigiou o lançamento do disco da trilha sonora do filme "Jorge
Mautner - O Filho do Holocausto", na noite desta segunda-feira (3), no Rio
de Janeiro. Ao chegar no local, o cantor cumprimentou Jorge com um selinho.
Foto: André Muzell / AG. News |
Quem
também esteve por lá foi o apresentador Pedro Bial, que assina a direção do
longa, juntamente com Heitor
D'Alincourt.
Amora
Mautner,
filha do compositor, também compareceu ao evento.
Entre as 14 músicas que compõem o projeto, estão
“Lágrimas Negras” (Jorge Mautner e Nelson Jacobina), “Maracatu Atômico” (Nelson
Jacobina e Jorge Mautner), “O Relógio Quebrou” (Jorge Mautner), entre outras.
Caetano Veloso faz uma participação nas canções “Manjar de Reis” (Jorge Mautner /
Nelson Jacobina), “Todo Errado”
(Jorge Mautner), “O Vampiro” (Jorge
Mautner) e “Tarado” (Jorge Mautner e
Caetano Veloso).
Já Gilberto Gil está presente em “O Rouxinol” (JorgeMautner e Gilberto Gil), ao lado de Bem Gil.
Foto: André Muzell / AG. News |
23.1.2013
"Quero que as pessoas saibam quem é Jorge Mautner daqui a 100
anos", diz Bial sobre longa
Pedro
Bial, Jorge Mautner e Heitor D'Alincout apresentam "Jorge Mautner - O
Filho do Holocausto", no Rio - Imagem: Foto Rio News
|
Renato
Damião
Do
UOL, no Rio
O
jornalista e apresentador Pedro Bial se reuniu com a imprensa na tarde desta
quarta-feira (23), em um cinema no Rio, para uma entrevista sobre o lançamento
do filme "Jorge Mautner - O Filho do Holocausto", no qual
divide a direção com Heitor D'Alincourt. Bial disse que o documentário musical
ajudará as pessoas "daqui a 100 anos saberem quem foi Jorge Mautner".
"Tenho muito
orgulho como jornalista desse filme . O Jorge é um artista que faz a gente
pensar grande, ele tem um projeto de nação, por essa característica que o
assemelho muito ao Guimarães Rosa", comparou Bial que em 1999 dirigiu o filme
"Outras Estórias" baseado em contos do escritor mineiro.
Da esquerda, Heitor D'Alincourt, Jorge Mautner e Pedro Bial em entrevista no Rio (Foto: Henrique Porto /G1) |
30 de janeiro de 2013
Jorge Mautner é
reverenciado em longa de Bial
"Jorge
Mautner – O Filho do Holocausto"
apresenta a história de vida e carreira do músico
Gislandia
Governo
do
Metro Rio
“A
fama de maldito nunca me incomodou. Pelo contrário. Naquela época, era um
elogio para mim. O que me incomoda é doença mortal e falta de dinheiro”,
refletiu, bem humorado, o músico Jorge Mautner, no auge de seus 72 anos,
durante coletiva para promover o documentário “Jorge Mautner – O Filho do
Holocausto”.
Com
direção do jornalista Pedro Bial e do músico e produtor artístico Heitor
D’Alincourt, a cinebiografia, que estreia semana que vem no Brasil, apresenta a
história de vida e carreira de Mautner.
“Em
2008, o Heitor me falou do projeto. Eu tinha lido a biografia ‘Filho do
Holocausto’, ri, me emocionei, então me interessei. Sempre gostei do Mautner e
me identifiquei com ele, também sou filho de refugiados”, conta Pedro Bial, que
faz sua terceira incursão na sétima arte. A primeira, foi com o longa “Outras
Estórias” (1997), seguida de “Os Nomes do Rosa” (1999).
Bial
também comparou a grandeza do músico à do escritor Guimarães Rosa: “Mautner
também nos incentiva a pensar. Sua poética é de uma simplicidade e
transcedência arrebatadoras”.
Narrado
por Mautner, o documentário reúne imagens raras, como seu período de exílio na
Alemanha, quando conheceu Caetano Veloso e Gilberto Gil, que dão depoimentos no
longa.
“Tivemos apenas quatro dias para filmar e
todo mundo, de cara, se alistou no projeto, deu depoimentos. Mautner não é o
Facebook, mas tem um milhão de amigos”, brincou Heitor D’Alincourt.
Outro
destaque são os números musicais que entremeiam a narrativa, com participação
do músico Nelson Jacobina, morto ano passado, aos 58 anos, vítima de câncer.
31/1/2013
Com entrevistas e música, documentário faz registro divertido de Jorge
Mautner
Por Luísa Pécora
iG São Paulo
Diretores Pedro Bial e Heitor D'Alincourt mostram como a trajetória
incomum do cantor e compositor influenciou sua obra
A safra de documentários musicais brasileiros ganha
mais um bom título nesta sexta-feira (1º), com a estreia de "Jorge Mautner - O Filho do
Holocausto". Produzido pelo Canal Brasil, o filme de Pedro Bial e
Heitor D'Alincourt explica como a trajetória incomum do cantor, compositor e
escritor de 72 anos influenciou diretamente a sua obra.
Filho de um judeu austríaco e de uma católica
iugoslava que fugiram da Europa Oriental ocupada pelos nazistas no início da
década de 1940, Mautner viveu os primeiros anos da infância no Rio de Janeiro
sob os cuidados da babá adepta do candomblé. Dessa mistura resultou um artista
com um profundo amor pelo Brasil, que não tem dúvidas de que a diversa e
original cultura do País "é e será a esperança da humanidade”.
Para construir o retrato de Mautner, Bial e
D'Alincourt usaram imagens de arquivo, entrevistas com amigos e familiares e um
show gravado em estúdio especialmente para o filme. No total, 26 canções –
incluindo sucessos como “Maracatu Atômico”, “O Vampiro” e “Lágrimas Negras” –
são apresentadas, algumas em parceria com os amigos Gilberto Gil e Caetano
Veloso.
O belo trabalho técnico impressiona, com uma
cuidadosa combinação de luz, fotografia e direção de arte que dão uma cor
diferente a cada canção. As entrevistas são informais e divertidas,
principalmente as de Gil e Caetano, que relembram histórias do tempo de exílio
em Londres, e as da filha de Mautner, Amora, que fala sobre como o pai a
buscava de sunga na escola e andava pelado pela casa.
Mas a grande diversão é o próprio Mautner,
claramente emocionado com a homenagem e dono de um imenso carisma que deve
transformar espectadores em fãs.
O GLOBO
1 Fevereiro de 2013
Marcelo Janot
O risco em perfeita sintonia
Buscar originalidade frente à saudável enxurrada de
documentários musicais que invadiram as telas nos últimos anos é um desafio a
ser perseguido quando se almeja fazer cinema, e não apenas cinerreportagens. Os
diretores Pedro Bial e Heitor D'Allincourt foram bem-sucedidos em “Jorge Mautner — O filho do holocausto”
ao optarem pelo risco: com exceção de algumas imagens de arquivo, o filme é
todo ambientado em estúdio. Mautner faz leituras de sua biografia e recebe
amigos e a filha em um ambiente caracterizado como se víssemos “as pessoas na sala de jantar” da
mensagem tropicalista de “Panis et circensis”.
A direção de arte de Gualter Pupo e, especialmente, a fotografia de Gustavo Hadba imprimem com eficiência uma dinâmica cinematográfica. Travar contato com a lucidez do pensamento de um “Zelig das artes” como Mautner é estimulante para novas e velhas gerações, mas é, sobretudo, o vigor com que ele reinterpreta suas canções ao lado de uma banda formada pela nata da nova safra musical carioca, com participações de Caetano, Gil e Nelson Jacobina, que torna “Jorge Mautner”, o filme, tão especial.
A direção de arte de Gualter Pupo e, especialmente, a fotografia de Gustavo Hadba imprimem com eficiência uma dinâmica cinematográfica. Travar contato com a lucidez do pensamento de um “Zelig das artes” como Mautner é estimulante para novas e velhas gerações, mas é, sobretudo, o vigor com que ele reinterpreta suas canções ao lado de uma banda formada pela nata da nova safra musical carioca, com participações de Caetano, Gil e Nelson Jacobina, que torna “Jorge Mautner”, o filme, tão especial.
22/5/2013 |
Cenas do filme
Caetano Veloso, Gilberto Gil e Mautner conversam
sobre o período em que viveram em Londres, no exílio e filmaram “O Demiurgo”
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