Estreia: 21
de Outubro de 2011
Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Paulínia (2011).
Gênero: Documentário
111 min
País de origem: Brasil
Ano de produção: 2011
Pesquisa, Roteiro e Direção: Vladimir Carvalho
Produção: Marcus Ligocki
Direção de Fotografia e Câmera: André Carvalheira
Montagem: Vladimir Carvalho e Sérgio Azevedo
Pesquisa de Imagem: Gabriel F. Marinho e Tiago Padilha
Arte e Efeitos Digitais: Felipe Queiroz
Produção: Ligocki-Z Entretenimento e Vertovisão
Coprodução: Canal Brasil
Distribuição: Downtown Filmes
Entrevistados no filme
Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Paulínia (2011).
Gênero: Documentário
111 min
País de origem: Brasil
Ano de produção: 2011
Pesquisa, Roteiro e Direção: Vladimir Carvalho
Produção: Marcus Ligocki
Direção de Fotografia e Câmera: André Carvalheira
Montagem: Vladimir Carvalho e Sérgio Azevedo
Pesquisa de Imagem: Gabriel F. Marinho e Tiago Padilha
Arte e Efeitos Digitais: Felipe Queiroz
Produção: Ligocki-Z Entretenimento e Vertovisão
Coprodução: Canal Brasil
Distribuição: Downtown Filmes
Entrevistados no filme
Renato Russo
Herbert Vianna
Bi Ribeiro
Dinho Ouro Preto
Philippe Seabra
André Mueller
Caetano Veloso
Bernardo Mueller
Hermano Vianna
Fê Lemos
Flávio Lemos
Briquet de Lemos
Dado Villa Lobos
Marcelo Bonfá
Carlos Marcelo
Carminha Manfredini
Carmem Tereza Manfredini
Sílvia Seabra
José Emílio Rondeau
Marcelo Castello Branco
Mayrton Bahia
Carlos Trilha
Gutje Woortmann
J. Pingo
Jimi Figueiredo
Herbert Vianna
Bi Ribeiro
Dinho Ouro Preto
Philippe Seabra
André Mueller
Caetano Veloso
Bernardo Mueller
Hermano Vianna
Fê Lemos
Flávio Lemos
Briquet de Lemos
Dado Villa Lobos
Marcelo Bonfá
Carlos Marcelo
Carminha Manfredini
Carmem Tereza Manfredini
Sílvia Seabra
José Emílio Rondeau
Marcelo Castello Branco
Mayrton Bahia
Carlos Trilha
Gutje Woortmann
J. Pingo
Jimi Figueiredo
Uma
viagem ao berço do rock brasileiro
'Rock Brasília, Era de Ouro', de Vladimir Carvalho,
tem pré-estreia no dia em que se completam 15 anos da morte de Renato Russo,
figura central do documentário
Por André
Gomes, do Rio de Janeiro
11 out 2011
O diretor de 'Rock Brasília', Vladimir Carvalho, entrevista o compositor Renato Russo, da Legião Urbana (Acervo Vladimir Carvalho/Divulgação Festival do Rio/VEJA) |
O
ano era 1986. Caetano Veloso ouvia as canções da Legião Urbana por intermédio
do filho e dos amigos dele e não entendia como a garotada se conectava com o
repertório da banda, segundo ele, de melodias quebradas e letras demasiadamente
extensas. Até que resolveu chamar o grupo para uma participação no programa
Chico & Caetano, que apresentava na TV Globo ao lado de Chico Buarque. Ao
ver Renato Russo em carne e osso e em movimento, com a descoordenada dança que
fazia a embalar os versos de Ainda é
Cedo, entendeu imediatamente o motivo da admiração dos jovens por
aquele que se tornaria um dos maiores ídolos do rock brasileiro de todos os
tempos.
Mesmo
que o cantor e letrista da Legião Urbana não seja, declaradamente, a figura
central de Rock Brasília – a Era de Ouro, documentário dirigido por Vladimir
Carvalho, sua figura se sobrepõe à dos outros entrevistados, de bandas como
Capital Inicial e Plebe Rude. Não por acaso, a pré-estreia do filme acontece
nesta terça-feira no Rio, no dia em que são completados 15 anos da morte de
Russo. O filme tem outras sessões no Festival do Rio
e lançamento nacional previsto para 21 de outubro. Uma entrevista inédita feita
por Vladimir com Russo em 1988, e outra concedida pelo cantor em 1994 para a
MTV, são misturadas a sequências que mostram o explosivo show da Legião em
Brasília que terminou em pancadaria no fim dos anos 80, também registradas
pelas lentes do diretor, então professor universitário.
Misturando
material registrado em lendários shows de bandas a depoimentos antigos e
atuais, Carvalho procura situar a essência do rock nascido no cerrado, feito
por filhos de diplomatas e de professores universitários. As letras das
canções, politicamente engajadas, também são lembradas, assim como episódios
que remetem ao período de censura da ditadura militar. Ao lado de Philippe
Seabra, vocalista da Plebe Rude, o diretor viaja até a cidade mineira de Patos
de Minas, onde a banda fez seu primeiro show fora de Brasília, em 1982, junto
com a então recém-formada Legião Urbana. Fanfarrão, Seabra lembra com humor
daqueles tempos, mesmo que aquele show acabasse com todos sendo detidos por
policiais graças ao teor de canções como Vote em
Branco.
Apoiado
na força das histórias dos músicos da chamada Turma da Colina, como era
conhecido o movimento de bandas de rock nascido em Brasília no final dos anos
70, o documentário seduz aos poucos, à medida que novos e importantes
personagens aparecem para dar seus depoimentos sobre o período. Emociona nos
relatos sobre a vida de Russo depois do diagnóstico de Aids. Explicita a
conturbada relação dos pais dos músicos com os filhos, envoltos numa carreira
de incertezas. E se conecta com a audiência ao longo de 111 minutos graças à
enorme força do repertório, com os créditos finais orquestrados ao som de Tempo Perdido, da Legião Urbana.
Refrão de Renato Russo conduz 'Rock Brasília',
sobre geração de 30 anos atrás
Com
depoimentos de artistas da capital federal, filme remonta história com trilha
da Legião Urbana
LUIZ CARLOS MERTEN ,
O Estado de S.Paulo
O Estado de S.Paulo
21 Outubro 2011 | 03h08
Você não precisa ser especialmente fã de Renato Russo ou do Legião Urbana para gostar do novo documentário de Vladimir Carvalho, mas é verdade que isso ajuda bastante. Depois de inúmeras tentativas, o cinema brasileiro finalmente concretiza abordagens do artista, e da banda. O importante é que Carvalho usa o rock para prosseguir sua investigação sobre a identidade cultural brasilense. Rock Brasília fecha o que não deixa de constituir uma trilogia. Começou com Conterrâneos Velhos de Guerra, prosseguiu com Barra 68. O que tem as ver filmes tão diversos entre si? Um sobre os candangos que, sem segurança nenhuma e trabalhando como escravos, construíram a Capital Federal. Outro sobre a invasão da Universidade de Brasília durante o regime militar. O centro da cultura e do saber profanado pela violência. O terceiro, sobre o que é ser exilado na própria terra.
Que País é esse?, pergunta, ou grita, Renato Russo e a interrogação, transformada em rock, eletriza a multidão, vira palavra de ordem. Vladimir Carvalho, como cidadão e artista, não tem cessado de se fazer a mesma pergunta. Seus filmes interrogam o Brasil, tentam nos entender (e devassar). Numa recente entrevista com o diretor, na abertura do Festival de Brasília, o crítico fez uma afirmação temerária, considerando-se o currículo (e a fama) do autor. Rock Brasília é seu melhor filme. O Engenho de Zé Lins, sobre o escritor da Paraíba, já possuía uma qualidade especial, mas Rock Brasília consegue ser melhor. O próprio Carvalho brincou - "Depois de 50 anos fazendo cinema, a gente termina por aprender."
Rock Brasília soma horas de entrevistas a gravações (ou filmagens) antigas, que Carvalho já havia feito, ou comandado, como professor na UnB. Ele exortava seus alunos a pegarem a câmera paras documentar a cidade. Esse material precioso foi resgatado e montado de forma dar um testemunho. Quem foram os jovens que fizeram o rock brasiliense? Qual o seu legado? Eles vieram da classe média, filhos de funcionários, professores, diplomatas. Formaram suas bandas nos prédios das superquadras. E, de repente, à sombra do poder, nos anos de chumbo e da abertura política, estavam refletindo sobre o mundo que os cercava.
O cinema não precisa ser, necessariamente, emocionante. E emocionar-se também não significa se alienar. São as lições de Rock Brasília. Os jovens de 20/30 anos atrás voltam-se sobre o próprio passado, os pais de alguns somam suas vozes para contar as histórias de repressão. Momentos permanecem - o quebra-quebra no show do Legião Urbana no Estádio Mané Garrincha, em junho de 1988; e o grande show do Capital Inicial, na Esplanada dos Ministérios, em 2008, quando Dinho levantou o público cantando o refrão de Renato Russo Que País É Esse?. Rock Brasília é, por assim dizer, geracional. Vladimir Carvalho colocou na tela a voz de sua geração. Ao fazê-lo, dialoga com o público atual. Em Paulínia, Brasília e no Festival do Rio, as sessões de seu filme foram lindas. A expectativa é de que seja, também, nesta nova fase que se abre com o lançamento nas salas.
Marcelo Bonfá, da Legião Urbana |
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