Data de lançamento: 10/3/1983
Ficha Técnica:
DIREÇÃO,
ROTEIRO E PRODUÇÃO
JÚLIO
BRESSANE
FOTOGRAFIA
MURILO SALLES
THANK TO WALY SALOMÃO
FIGURINOS
VERA
BARRETO LEITE
MAQUIAGEM
JACQUES
MONTEIRO
PROPS
POÉTICOS
LUCIANO
FIGUEIREDO
ASSISTENCIA
DE DIREÇÃO
LUCIANO FIGUEIREDO
GUARACI
RODRIGUES
ASSISTENCIA
DE FOTOGRAFIA
CESAR ELIAS
LUIS
CARLOS VELHO
MONTAGEM
LEOVIGILDO CORDEIRO [Radar]
PRODUÇÃO
SILVIO LANNA
ADRIANA COSTA SANTOS
DORA
AZEVEDO MARQUES
SOM
GUARACI
RODRIGUES [Guará] E DUDI GUPPER
FOTOS
DE CENA
LITA CERQUEIRA
ANA
LUCIA SETTE
APRESENTAÇÃO
LETREIROS, PIPA
OSCAR RAMOS
FOTOGRAFIA
DA APRESENTAÇÃO
CESAR
ELIAS
COMPANHIA
PRODUTORA
JÚLIO BRESSANE PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS
CAETANO VELOSO / Lamartine Babo
JOSÉ LEWGOY / João do Rio
COLÉ SANTANA / Oswald de Andrade
COM
NORMA BENGELL / Madame Xavier
CLÁUDIA O'REILLY / Isadora Duncan
DEDÉ VELOSO / Colombina
MÁRIO GOMES / Francisco Alves
SÔNIA DIAS
ARNALDO BRANDÃO
DANIELA MONTEIRO
SANDRO SOLVIATI
SIQUEIRA / Ator
GEORGIANA DE MORAIS
SUZANA DE MORAIS
LUCIANA DE MORAIS
TANDE BRESSANE
MARCO BRESSANE
MARCOS SOARES / Mário Reis
ROSA DIAS
ALDIRA ALVES DOS
SANTOS
ARMANDINHO MACEDO
MARIANA DE MORAIS
ANTÔNIO CICERO
MARIA MONTEIRO
URSULA WESTMACOTT
CHRISTOPHER CROCKER
SHIRLEY ALVES / Marlene
LIGIA DURAND / Pirata
ETHEL ALVARENGA
GUILHERME ARAÚJO
Com
caráter
experimental, o filme propõe uma abordagem original do encontro
poético e imaginário de Oswald de Andrade e Lamartine Babo, promovido pelo
cronista João do Rio. De quebra, a presença de Isadora Duncan, Jacob do
Bandolim, Manuel Bandeira, Chico Alves, Mário Reis.
Na pauta, os encontros da poesia, o carnaval, as charadas. Conversas, músicas e passeios pelo Rio, intercaladas à cenas do “Tabu” original (Murnau, 1930) e de antigos filmes pornográficos.
Como princípio narrativo, o longa dirigido por Julio Bressane parte da junção de três elementos: imagem, fala e música. No elenco, a trama reúne nome como Jose Lewgoy e Caetano Veloso. O cantor vive o compositor Lamartine Babo.
O drama conquistou os prêmios de Melhor filme, Melhor fotografia (Murilo Salles) e Melhor técnico de som (Guaracy Rodrigues e Dudi Gupper) no 15° Festival de Brasília. O diretor Julio Bressane recebeu o Prêmio APCA de Melhor argumento.
A Associação Mineira dos Críticos Cinematográficos concedeu ao filme o Prêmio Especial da Crítica, Prêmio de Melhor Fotografia (Murilo Salles), Prêmio de Melhor Trilha Sonora e Prêmio de Melhor Montagem (Leovigildo Cordeiro).
Na pauta, os encontros da poesia, o carnaval, as charadas. Conversas, músicas e passeios pelo Rio, intercaladas à cenas do “Tabu” original (Murnau, 1930) e de antigos filmes pornográficos.
Como princípio narrativo, o longa dirigido por Julio Bressane parte da junção de três elementos: imagem, fala e música. No elenco, a trama reúne nome como Jose Lewgoy e Caetano Veloso. O cantor vive o compositor Lamartine Babo.
O drama conquistou os prêmios de Melhor filme, Melhor fotografia (Murilo Salles) e Melhor técnico de som (Guaracy Rodrigues e Dudi Gupper) no 15° Festival de Brasília. O diretor Julio Bressane recebeu o Prêmio APCA de Melhor argumento.
A Associação Mineira dos Críticos Cinematográficos concedeu ao filme o Prêmio Especial da Crítica, Prêmio de Melhor Fotografia (Murilo Salles), Prêmio de Melhor Trilha Sonora e Prêmio de Melhor Montagem (Leovigildo Cordeiro).
Caetano Veloso e Antônio Cícero - Foto: Marta Braga |
Dedé Veloso |
Contracampo
revista
de cinema
[Edição 45 da revista eletrônica de cinema]
Tabu, um
disco de vinil visual
Estevão Garcia
Um índio anuncia com uma trombeta mágica (no Tabu
de Murnau) o caos que tomará conta da Terra, ou da tela. Árvores balançam
solenemente ao som de canários. Sentimos a união do movimento com o cantar dos
pássaros até que da banda sonora surge a música de Lamartine Babo
simultaneamente com o aumento da velocidade das imagens. A imagem torna-se
irreconhecível, as árvores se fundiram em uma coisa só, o começo do começo foi
implantado através da vertigem do mundo. O mundo está confuso e desconexo,
percebemos o ritmo da tontura e do desequilíbrio. Tudo está torto e prestes a
cair. Um céu abstrato rodopia entre copas de árvores e depois se dirige ao
caule e à um emaranhado de pontos assanhados, uma imagem que lembra os mitos de
origem, a origem de tudo, o começo dos tempos e assim se inicia Tabu.
Todo começo é absoluto e pode ocorrer arbitrariamente. O começo é como um parto, involuntário.Tabu investiga, examina e especula a luz. A luz poética e criadora. A luz, tida como fundamento do cinema, coexiste com a luz como princípio da vida. Aliás, vida e cinema são para Bressane indissociáveis pois como ele mesmo afirma, o cinema é uma potente ferramenta para a busca da autotransformação. Ele é um precioso instrumento que o possibilita se afastar da tendência natural à mediocridade.Não que o homem carregue em seu código genético o gérmen da mediocridade mas sim que o sistema onde ele está inserido faz de tudo através de seus terríveis mecanismos para que ele seja medíocre.
Assim como a luz, a sombra também é importante e fundamental. As primeiras imagens do filme são sombras de um par de mãos. Uma delas aponta para a sombra de uma bananeira. Vemos a atuação dessas sombras ouvindo um barulho semelhante ao som emitido por um projetor antigo.O cinema também é um jogo de sombras. A última sombra-mão acaricia um chão-penumbra ambíguo, que pode ser um corpo nu de uma mulher. A luz seria o sublime êxtase e a sombra,os seres que estão aqui para desfruta-lo.
A última sombra da entrada do filme reproduz decorações de Carnaval, o que anuncia a temática da obra: as manifestações culturais e as raízes brasileiras. Como um químico, Bressane selecionou substâncias distintas e agrupou-as em um mesmo tubo de ensaio para transformá-las em uma só. Ao mesclar imagens cinematografadas pelo Major Reis com imagens do Tabu de Murnau, o autor proporcionou uma só idéia, uma só construção e conseqüentemente uma só imagem.Os índios pulam, dançam, tocam percussão, tomam banho de cachoeira e promovem um carnaval antropofágico. Sentimos o embalo do rebolar das lindas índias ouvindo as alegres canções de Lamartine Babo.
O autor além de ser um cine-químico também se revelou ser um cine-cicerone ao promover o encontro imaginário de dois signos da cultura brasileira. O encontro de Oswald de Andrade com Lamartine Babo promovido por João do Rio. A mistura sensorial do imaginário desses dois símbolos provoca a atmosfera desse filme- album. Outras figuras da época são também reunidas para formar o grupo de andarilhos que circulam pelas escadarias da Lapa. São chamados Chico Alves e Mário Reis. Manuel Bandeira é citado por João do Rio quando este declama: " Meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá" e aparece depois na cena do botequim. Ouvindo chorinho e tomando cerveja ele expõe a sua teoria do poeta sórdido. João do Rio também conta para Oswald a trajetória de Lima Barreto (alusão a Lima Barreto,uma trajetória, primeiro filme de Bressane).
Essas figuras estão entrelaçadas porque fazem parte do mesmo album : a cultura brasileira. A nossa cultura se relaciona com as outras, Oswald compara o nosso carnaval com a Grécia e cita o nome de alguns poetas na conversa com Lamartine."Lamartine, você é melhor que o Breton e muito melhor que o Aragon, você é mais experimental que Apollinaire".Nota-se que o popular Larmatine é comparado à autores de vanguarda. Em uma outra situação, Oswald diz "você é o James Joyce brasileiro, que tal, achas pouco?" e Larmatine numa atitude de escracho se auto esculacha respondendo"James joça".
A resposta do cantor apresenta um procedimento similar aos das chanchadas quando essas se relacionavam com a cultura do chamado primeiro mundo através de parodias. Se o nosso cinema nunca poderá se igualar ao norte-americano em níveis técnicos econômicos só nos resta utilizar essa "inferioridade" a nosso favor pela via da avacalhação. Pegando exemplares norte-americanos e passando-os pelo filtro do escracho a chanchada carioca produziu filmes que ressaltaram essa diferença. A diferença econômica que os colocam na condição de colonizadores culturais e nós na de colonizados. Se lá o protagonista de Sanssão e Dalila transita por um suntuoso cenário Hollywoodiano, aqui Oscarito em Nem Sanssão nem Dalila faz a festa em um castelo de papelão em Jacarepaguá.
Bressane penetra nesse universo metacriticamente como fez em O rei do baralho utilizando o próprio Grande Otelo como protagonista e filmando nos mesmos estúdios da cinédia. Otelo contracenava com Marta Anderson que encarnava um outro símbolo do período: a vedete. Para completar surgia de dentro dos toscos cenários o memorável Wilson Gray. Aqui outros dois grandes ícones da chanchada são utilizados, Jose Lewgoy e Cole nos papeis de João do Rio e Oswald de Andrade respectivamente. Pecas-chaves juntamente com Caetano Veloso que significa Larmatine Babo nesse álbum, nesse grande disco de vinil visual que é Tabu.
Disco de vinil visual porque aqui musica vira imagem e imagem vira música. A musica não é mais um elemento decorativo que floreia e ornamenta a cena, ela é a cena. Ela é o fio narrativo condutor. A musica ultrapassa o seu limite e se entranha na imagem tornando-se imagem. A escolha das musicas-faixas requer uma percepção sensível do tempo musical. Da mesma forma que o olho da câmera executa notas visuais, recortando diferentes detalhes em uma mesma tomada, o evento musical é retomado ao longo do filme em tamanhos diferentes. Existe o plano detalhe e o plano geral musical, ou seja, a musica que focaliza a partícula e o cosmos. A câmera é um instrumento musical.Notas são planos. Escalas são seqüências. A melodia é película. E toda vez que colocamos esse filme-album na vitrola-tela participamos de uma agradável experiência.
Todo começo é absoluto e pode ocorrer arbitrariamente. O começo é como um parto, involuntário.Tabu investiga, examina e especula a luz. A luz poética e criadora. A luz, tida como fundamento do cinema, coexiste com a luz como princípio da vida. Aliás, vida e cinema são para Bressane indissociáveis pois como ele mesmo afirma, o cinema é uma potente ferramenta para a busca da autotransformação. Ele é um precioso instrumento que o possibilita se afastar da tendência natural à mediocridade.Não que o homem carregue em seu código genético o gérmen da mediocridade mas sim que o sistema onde ele está inserido faz de tudo através de seus terríveis mecanismos para que ele seja medíocre.
Assim como a luz, a sombra também é importante e fundamental. As primeiras imagens do filme são sombras de um par de mãos. Uma delas aponta para a sombra de uma bananeira. Vemos a atuação dessas sombras ouvindo um barulho semelhante ao som emitido por um projetor antigo.O cinema também é um jogo de sombras. A última sombra-mão acaricia um chão-penumbra ambíguo, que pode ser um corpo nu de uma mulher. A luz seria o sublime êxtase e a sombra,os seres que estão aqui para desfruta-lo.
A última sombra da entrada do filme reproduz decorações de Carnaval, o que anuncia a temática da obra: as manifestações culturais e as raízes brasileiras. Como um químico, Bressane selecionou substâncias distintas e agrupou-as em um mesmo tubo de ensaio para transformá-las em uma só. Ao mesclar imagens cinematografadas pelo Major Reis com imagens do Tabu de Murnau, o autor proporcionou uma só idéia, uma só construção e conseqüentemente uma só imagem.Os índios pulam, dançam, tocam percussão, tomam banho de cachoeira e promovem um carnaval antropofágico. Sentimos o embalo do rebolar das lindas índias ouvindo as alegres canções de Lamartine Babo.
O autor além de ser um cine-químico também se revelou ser um cine-cicerone ao promover o encontro imaginário de dois signos da cultura brasileira. O encontro de Oswald de Andrade com Lamartine Babo promovido por João do Rio. A mistura sensorial do imaginário desses dois símbolos provoca a atmosfera desse filme- album. Outras figuras da época são também reunidas para formar o grupo de andarilhos que circulam pelas escadarias da Lapa. São chamados Chico Alves e Mário Reis. Manuel Bandeira é citado por João do Rio quando este declama: " Meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá" e aparece depois na cena do botequim. Ouvindo chorinho e tomando cerveja ele expõe a sua teoria do poeta sórdido. João do Rio também conta para Oswald a trajetória de Lima Barreto (alusão a Lima Barreto,uma trajetória, primeiro filme de Bressane).
Essas figuras estão entrelaçadas porque fazem parte do mesmo album : a cultura brasileira. A nossa cultura se relaciona com as outras, Oswald compara o nosso carnaval com a Grécia e cita o nome de alguns poetas na conversa com Lamartine."Lamartine, você é melhor que o Breton e muito melhor que o Aragon, você é mais experimental que Apollinaire".Nota-se que o popular Larmatine é comparado à autores de vanguarda. Em uma outra situação, Oswald diz "você é o James Joyce brasileiro, que tal, achas pouco?" e Larmatine numa atitude de escracho se auto esculacha respondendo"James joça".
A resposta do cantor apresenta um procedimento similar aos das chanchadas quando essas se relacionavam com a cultura do chamado primeiro mundo através de parodias. Se o nosso cinema nunca poderá se igualar ao norte-americano em níveis técnicos econômicos só nos resta utilizar essa "inferioridade" a nosso favor pela via da avacalhação. Pegando exemplares norte-americanos e passando-os pelo filtro do escracho a chanchada carioca produziu filmes que ressaltaram essa diferença. A diferença econômica que os colocam na condição de colonizadores culturais e nós na de colonizados. Se lá o protagonista de Sanssão e Dalila transita por um suntuoso cenário Hollywoodiano, aqui Oscarito em Nem Sanssão nem Dalila faz a festa em um castelo de papelão em Jacarepaguá.
Bressane penetra nesse universo metacriticamente como fez em O rei do baralho utilizando o próprio Grande Otelo como protagonista e filmando nos mesmos estúdios da cinédia. Otelo contracenava com Marta Anderson que encarnava um outro símbolo do período: a vedete. Para completar surgia de dentro dos toscos cenários o memorável Wilson Gray. Aqui outros dois grandes ícones da chanchada são utilizados, Jose Lewgoy e Cole nos papeis de João do Rio e Oswald de Andrade respectivamente. Pecas-chaves juntamente com Caetano Veloso que significa Larmatine Babo nesse álbum, nesse grande disco de vinil visual que é Tabu.
Disco de vinil visual porque aqui musica vira imagem e imagem vira música. A musica não é mais um elemento decorativo que floreia e ornamenta a cena, ela é a cena. Ela é o fio narrativo condutor. A musica ultrapassa o seu limite e se entranha na imagem tornando-se imagem. A escolha das musicas-faixas requer uma percepção sensível do tempo musical. Da mesma forma que o olho da câmera executa notas visuais, recortando diferentes detalhes em uma mesma tomada, o evento musical é retomado ao longo do filme em tamanhos diferentes. Existe o plano detalhe e o plano geral musical, ou seja, a musica que focaliza a partícula e o cosmos. A câmera é um instrumento musical.Notas são planos. Escalas são seqüências. A melodia é película. E toda vez que colocamos esse filme-album na vitrola-tela participamos de uma agradável experiência.
LAMARTINE de AZEREDO BABO
Nasceu no dia 10 de janeiro de 1904, na cidade do Rio de Janeiro e faleceu em 16 de junho de 1963 |
CAETANO VELOSO
CANTA
MARCHINHAS DE CARNAVAL
AURORA
Compositores: Roberto Roberti e Mário Lago
1940 - Editorial Mangione
Marcha
Se você fosse sincera
Ô - ô - ô - ô
Aurora
Veja só que bom que era
Ô - ô - ô - ô
Aurora
Um lindo apartamento
Com porteiro e elevador
E ar refrigerado
Para os dias de calor
Madame antes do nome
Você teria agora
Ô - ô - ô - ô
Aurora
MEU BROTINHO
Compositores: Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Marcha
1950
Ai, ai, brotinho
Não cresça meu brotinho
E nem murche como a flor
Ai, ai, brotinho
Que eu sou um galho velho
Mas quero o teu amor
Meu brotinho
Por favor, não cresça
Por favor, não cresça
Já é grande o cipoal
Veja só que galharia seca
Ta pegando fogo neste carnaval
Ai, ai, brotinho
Não cresça meu brotinho
E nem murche como a flor
Ai, ai, brotinho
Que eu sou um galho velho
Mas quero o teu amor
Compositores: Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Marcha
1950
Ai, ai, brotinho
Não cresça meu brotinho
E nem murche como a flor
Ai, ai, brotinho
Que eu sou um galho velho
Mas quero o teu amor
Meu brotinho
Por favor, não cresça
Por favor, não cresça
Já é grande o cipoal
Veja só que galharia seca
Ta pegando fogo neste carnaval
Ai, ai, brotinho
Não cresça meu brotinho
E nem murche como a flor
Ai, ai, brotinho
Que eu sou um galho velho
Mas quero o teu amor
Morena que me faz
penar
A lua cheia que tanto brilha
Não brilha tanto quanto o teu olhar
Tu és morena uma ótima pequena
Não há branco que não perca até o juízo
Onde tu passas
Sai às vezes bofetão
Toda gente faz questão
Do teu sorriso
Teu coração é uma espécie de pensão
De pensão familiar à beira-mar
Oh! Moreninha, não alugues tudo não
Deixe ao menos o porão pra eu morar
Por tua causa já se faz revolução
Vai haver transformação na cor da lua
Antigamente a mulata era a rainha
Desta vez, ó moreninha, a taça é tua
A lua cheia que tanto brilha
Não brilha tanto quanto o teu olhar
Tu és morena uma ótima pequena
Não há branco que não perca até o juízo
Onde tu passas
Sai às vezes bofetão
Toda gente faz questão
Do teu sorriso
Teu coração é uma espécie de pensão
De pensão familiar à beira-mar
Oh! Moreninha, não alugues tudo não
Deixe ao menos o porão pra eu morar
Por tua causa já se faz revolução
Vai haver transformação na cor da lua
Antigamente a mulata era a rainha
Desta vez, ó moreninha, a taça é tua
UMA ANDORINHA SÓ NÃO FAZ VERÃO
Compositor:
João De Barro (Braguinha) e Lamartine Babo
Intérprete:
Lamartine Babo
Vem moreninha
Vem tentação
Não andes assim tão sozinha
Que uma andorinha não faz verão
Dizem morena
Que teu olhar
Tem correntes de luz que faz secar
O povo anda dizendo
Que essa luz do teu olhar
A Light vai mandar cortar
Vem moreninha
Vem tentação
Não andes assim tão sozinha
Que uma andorinha não faz verão
Vem, meu amor,
deixa de medo
O amor é una espécie
de brinquedo
Se acaso terminar o
nosso sonho
À luz do dia
Eu rasgo a mina
fantasia
Compositor:
Lamartine Babo
Marcha
1934
Eu pedi numa oração
/ Ao querido São João
Que me desse um matrimônio / São João disse que não!
São João disse que não! / Isto é lá com Santo Antônio!
Eu pedi numa oração / Ao querido São João
Que me desse um matrimônio / Matrimônio! Matrimônio!
Isto é lá com Santo Antônio!
Implorei a São João / Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio / São João ficou zangado
São João só dá cartão / Com direito a batizado
Implorei a São João / Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio / Matrimônio! Matrimônio!
Isso é lá com Santo Antônio!
São João não me atendendo / A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso / Disse o velho num sorriso:
Minha gente, eu sou chaveiro! / Nunca fui casamenteiro!
São João não me atendendo / A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso / Matrimônio! Matrimônio!
Isso é lá com Santo Antônio
Que me desse um matrimônio / São João disse que não!
São João disse que não! / Isto é lá com Santo Antônio!
Eu pedi numa oração / Ao querido São João
Que me desse um matrimônio / Matrimônio! Matrimônio!
Isto é lá com Santo Antônio!
Implorei a São João / Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio / São João ficou zangado
São João só dá cartão / Com direito a batizado
Implorei a São João / Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio / Matrimônio! Matrimônio!
Isso é lá com Santo Antônio!
São João não me atendendo / A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso / Disse o velho num sorriso:
Minha gente, eu sou chaveiro! / Nunca fui casamenteiro!
São João não me atendendo / A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso / Matrimônio! Matrimônio!
Isso é lá com Santo Antônio
O FIM DO FILME
O TEU
CABELO NÃO NEGA
Compositores:
Raul Valença, João Valença e Lamartine Babo
Marchinha
1931
Intérprete:
CASTRO BARBOSA (Joaquim Silvério
de Castro Barbosa, 1905/1975)
O teu cabelo não nega
mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega mulata
Mulata eu quero o teu amor
Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata mulatinha meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor
Quem te inventou meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando faz careta
Porque mulata tu não és deste planeta
Quando meu bem vieste à terra
Portugal declarou guerra
A concorrência então foi colossal
Vasco da Gama contra o batalhão naval
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega mulata
Mulata eu quero o teu amor
Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata mulatinha meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor
Quem te inventou meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando faz careta
Porque mulata tu não és deste planeta
Quando meu bem vieste à terra
Portugal declarou guerra
A concorrência então foi colossal
Vasco da Gama contra o batalhão naval
Fotos LITA CERQUEIRA
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