viernes, 27 de enero de 2017

2007 - 6° Festival JOÃO ROCK // Show CÊ - - Ribeirão Preto – SP


"Viva os Mutantes em Ribeirão"
                                                       [Caetano Veloso, 16/6/2007]


 
Caetano Veloso e Zélia Duncan no Festival
João Rock, 16/6/2007 (Foto: Reprodução/EPTV)





Foto: Renato Lopes

HOMENAGEM AOS 'BATERAS'

Inicialmente (2002) o evento Festival JOÃO ROCK seria chamado de “Rock Brasil”, afirma o gerente de projetos, mas os donos acabaram optando pela atual nomenclatura por dois motivos: a existência de outro festival com mesmo nome e a vontade de homenagear os bateristas.
João e John nomeiam “bateras” de grandes bandas no rock brasileiro e internacional – a exemplo de João Barone, dos Paralamas; John Densmore, do The Doors; e John Bonham, do Led Zeppelin. A menção honrosa até hoje figura no símbolo do festival, ilustrado por bumbos e pratos.
“Sem o baterista uma banda de rock não é nada, então eles resolveram homenagear esse ícone. Além disso, João Rock traduz brasilidade, que vem a calhar com o foco do festival no rock nacional”, complementa.

A banda Os Mutantes fez um show histórico no festival. A cantora Zélia Duncan assumiu o lugar estrelado por Rita Lee na década de 1970. Ao lado dos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, Zélia cantou sucessos como ‘A Minha Menina’ e ‘Balada do Louco’.

Mas além de relembrar clássicos, o show contou com uma participação muito especial – a de Caetano Veloso, que estava em Ribeirão Preto para outro evento e resolveu dar uma canja para o público. 



No decorrer da história do João Rock, a reunião dos ícones do rock nacional não somente aconteceu no backstage, como também em cima do palco. 

Em 2007, os Mutantes interagiram com Caetano Veloso diante de uma multidão surpresa com a aparição inesperada. O ícone do tropicalismo esteve em Ribeirão para uma apresentação no Theatro Pedro II, mas não estava confirmado entre as atrações do festival.




Domingo, 17 de junho de 2007.

Caetano Veloso surpreende e canta com Mutantes no João Rock

Os Mutantes fizeram um show histórico no festival João Rock, realizado na noite deste sábado em Ribeirão Preto, São Paulo. Após subir ao palco, o grupo recebeu a visita surpresa do cantor Caetano Veloso, que improvisou um dueto com Zélia Duncan da música Baby, emocionando os milhares de fãs que aguardavam a apresentação.
A chegada de Caetano aconteceu logo após a performance da música El Justiciero, quando Sérgio Dias brincou fazendo piadas em espanhol. Caetano, que estava visivelmente nervoso com a improvisação, empolgou o público, que pedia bis.
"Viva os Mutantes em Ribeirão", gritou ele, recebendo aplausos.
Assim como as outras atrações, a apresentação dos Mutantes foi bem reduzida em relação à turnê que a banda vem realizando em diversas capitais do País. Dos hits cantados, destacaram-se Ando Meio Desligado, Batmacumba, Technicolor, e Cantor de Mambo, entre outras.
Embora Os Mutantes tenham sido anunciados como a atração principal, muita gente foi embora antes do início do show, deixando espaço no estádio do Comercial para fãs antigos e novos. Grande parte deles sabia cantar as canções inteiras.
A presença mais notável no gargarejo foi a de Chorão, que acompanhou o show no cercado de seguranças em frente ao palco. O vocalista do Charlie Brown Jr. chorou ao ver a banda no palco e se ajoelhou sempre que Sérgio Dias se aproximava com sua guitarra.
Em rápida conversa com a imprensa após o show, Zélia Duncan falou sobre seu ingresso na banda e descartou, pelo menos no momento, a possibilidade de um dia deixar o grupo. "A vida jogou isso no meu colo, e agarrei. Para soltar vai ser difícil", disse.








Caetano canta Baby com Zélia Duncan

  

Zélia Duncan e Caetano trocam selinho durante o show dos Mutantes








Jornal A Cidade

Ribeirão Preto, 22 de Junho de 2007.

Caetano, o alquimista - Show "Cê"

Caetano Veloso no palco é um menino fazendo travessuras. Mas que travessuras! Ele se apresentou no Theatro Pedro II nesse último domingo (17/6/2007), com casa lotada, trazendo a tiracolo a banda com quem gravou seu último CD. Foi um espetáculo de música popular que tão cedo não se verá igual.

Um cenário simples, mas que, no mínimo, se poderá chamar de elegante. Delgados bastões iluminados por diversas cores oscilando no espaço, uma linha formando um arco ao fundo. E era só, mas o suficiente para criar o clima de força poética e de delicadeza lírica que dominou todo o espetáculo.

Não houve detalhe em cuja construção não tivesse recebido os maiores cuidados.
A iluminação exata e inteligente mostrou como as diversas linguagens podem-se articular. As luzes contaram sua história paralela, mas sempre em reforço da música.

Falar da música, da qualidade dos instrumentistas e de Caetano Veloso, é pleonasmo, mas não se pode deixar sem comentário. Quando artistas que levam a sério sua arte dão importância a cada nota, a cada nuance do som, a cada pormenor, acontece o que vimos e o ouvimos no Pedro II.

Uma banda que se mostra competente fazendo música progressiva, que faz música experimental, pesquisa sons e suas combinações, que procura novas possibilidades de seus instrumentos quando acompanha um Artista, arranca-nos de nossa circunstância material e comezinha para nos transportar de alma leve até as alturas.

O espetáculo foi mais um presente do SESC, hoje, no Brasil, a instituição que melhor atua no campo cultural e artístico. Muito obrigado, Mariângela, e parabéns pela iniciativa.




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