sábado, 30 de septiembre de 2017

2005 - “O BRASIL VAI DAR CERTO PORQUE EU QUERO”





2005
Revista MTV
Dezembro
Ano 5 – n° 55
Editora Abril

Pág. 100






entrevistão


“O BRASIL VAI DAR CERTO PORQUE EU QUERO”


SE MUDAR O MUNDO FOSSE FÁCIL,
GENTE COMO CAETANO VELOSO
JÁ TERIA FEITO ISSO HÁ TEMPOS.
AO MENOS NO NOSSO PAÍS. DONO
DE TENDÊNCIAS PESSIMISTAS,
AINDA ASSIM ELE OPTA PELO
OTIMISMO, NÃO COMO UM “PENSAR
POSITIVO”, MAS COMO O COMPRO-
MISSO DE FAZER SEMPRE O MELHOR.



POR GAL ROCHA E RICARDO CRUZ - FOTOS EMANUELLE BERNARD


Não se deixe enganar pela frase de efeito que salta amarela aos olhos nas páginas anteriores. Nem Caetano Veloso nem ninguém sozinho vai fazer o Brasil dar certo. E ele bem sabe disso. Tanto que o texto original de sua autoria, uma polêmica provocação lida há mais de dez anos em uma conferência no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, traz embutida uma conclamação a todos os que querem o mesmo.

“É diferente do mero otimismo de quem acha que as coisas vão ficar bem porque vão”, pontua o artista, assistindo o sol ir embora na cobertura de um apart hotel em Ipanema, com as luzes do Vidigal surgindo poéticas ao fundo.

Por “O Brasil vai dar certo porque eu quero” entenda: o Brasil, e qualquer coisa, só se resolve se a gente se comprometer de verdade, em nossas realizações diárias, nas atitudes tidas como as mais banais, a pensar e agir positivamente. A ser, cada um de nós, bom exemplo para nós mesmos, gerando “um desenvolvimento que pode disparar um círculo virtuoso”, segundo ele mesmo acredita.

Do alto dos seus 63 anos de idade, mais de 45 deles de carreira, de calças e jaqueta jeans, camiseta branca, Caetano não dá conselhos, muito menos se revela dono de fórmulas pré-testadas. “cada indivíduo vai ver no seu cotidiano o que é mais produtivo nesse sentido”, diz. Mas Caetano não é um cara necessariamente otimista. Tende ao pessimismo, por razões reais ou “mera inclinação psicológica” e, no fim das contas, se deixa dominar por “uma deliberação de optar por algum otimismo”. Talvez seja esta uma das pequenas atitudes que podem nos fazer grandes: se deixar levar, mesmo que inconsequentemente, por ondas e mais ondas de bons pensamentos.


Revista MTV - Sua frase “O Brasil vai dar certo porque eu quero” expressa bastante otimismo. É assim que você se sente?
Caetano Veloso – “O Brasil vai dar certo porque eu quero” é um otimismo baseado num compromisso de realizações, a partir de quem diz “eu quero”. É diferente do mero otimismo de quem acha que as coisas vão ficar bem porque vão.

Com essa frase, você está convidando outros brasileiros a se unirem a você. Como levar essa ideia adiante?
É uma coisa individual. Procuro fazer com que se realize. Se eu convoco outras pessoas ao dizer isso, é para elas dizerem o mesmo e, portanto, tentarem, como eu tento, resolver as questões. Cada indivíduo vai ver no seu cotidiano o que é mais produtivo nesse sentido. Por exemplo, que o grande problema do Brasil é não ter superado a má distribuição de renda. Isso se traduz de uma certa forma numa quase exigência por uma segunda abolição da escravatura. Há certos pontos que são consensuais, todo mundo vê. O que a gente vai fazer para superar essas questões centrais? Não sei, mas, se as pessoas realmente quiserem mesmo e fizerem algo que contribua para isso, a coisa pode acontecer. Agora, não sei na vida prática o que é, não sei dar conselho.

Dar uma direção, então?
Há duas décadas digo para as pessoas respeitarem o sinal de trânsito, por exemplo. Isso é uma coisa simples. Por um lado, é uma decisão que tem um valor simbólico importante. E, por outro lado, pressupõe um entendimento do que seja a auto-educação do cidadão. É muito simplista dizer que as pessoas evitam parar nos sinais para se proteger contra assaltos. Isso está mal pensado sob todos os pontos de vista, porque, em primeiro lugar, as estatísticas dizem que os brasileiros morrem, sobretudo, de acidentes de automóvel, e muito pouco por causa de assaltos. Uma coisa não dependeria da outra do ponto de vista estatístico. E, por outro lado, o controle da criminalidade depende da adesão às leis. Se todo mundo furar sinal vermelho, está botando muito mais pilha em todos os outros criminosos, não tenho dúvida.

É uma questão de dar o exemplo, de proceder?
Já houve testes em cidades grandes. No metrô de Nova York, por exemplo: quando era todo pichado, sujo e parecia que ninguém ligava, a criminalidade era alta. Eles limparam os trens de metrô, as estações, e a criminalidade baixou. Li também outro teste que foi feito: você deixa um automóvel de classe média, de boa qualidade, estacionado num lugar de classe média, abandonado uns dias. Se esse carro estiver bem tratado, demora muito para que alguém venha saqueá-lo. Se estiver com uma aparência de descuido, no primeiro dia algum protobandido já começa o saque. Então, se todo mundo fura o sinal vermelho, a verdade é que aumenta a criminalidade, dá a impressão a todas as outras pessoas de que assaltar está dentro das possibilidades, está dentro das manobras que uma pessoa pode fazer para se dar bem. Se der o exemplo de que você fura, todo mundo fura, que aquilo é do governo, que ninguém é responsável por aquilo. Dá uma sensação social de que vale tudo. Se todo mundo passar a respeitar o sinal vermelho, o risco de assalto diminui. E isso freia as tendências protocriminais de várias personalidades individuais.

Mas você não se sente sozinho nesse pensamento?
Muitas vezes, sim. Hoje em dia, tenho muitos companheiros nas ruas. Paro no sinal vermelho, mesmo de madrugada, e vejo que muitas pessoas também estão parando. Às vezes chego e já tem gente parada lá, esperando o sinal abrir. Então eu não me sinto sozinho, isso é uma coisa que as pessoas têm mais ou menos consciência. E é uma consciência crescente. Mas é só um exemplo. Em muitas coisas, se atitudes como essa forem tomadas, você tem um desenvolvimento que pode disparar um círculo virtuoso. No teatro Vila Velha, na Bahia, vi desenvolverem-se coisas que não esperava que fossem possíveis no Brasil acontecer. A gente chegou a níveis profissionais e a um desembaraço no trato técnico, e consciência de responsabilidade, pontualidade, acabamento profissional. Uma série de coisas que se desenvolveram muito e cada um de nós contribuiu um bocado para isso, e vai contribuindo todos os dias, e assim nas outras coisas todas, também nas relações interpessoais…

Você não é necessariamente um cara otimista, mas se encontra otimista neste momento em relação às coisas do país e do mundo?
Não sou um cara necessariamente otimista, mas sempre tive uma atitude de decidir pelo otimismo como uma espécie de compromisso para fazer, entendeu? Muitas vezes me sinto com razões, ou mesmo com uma mera inclinação psicológica nesse sentido, para ser pessimista. Mas predomina em mim, no fim das contas, uma deliberação de optar por algum otimismo, apostar.

Mas, depois de tudo isso que aconteceu no Brasil este ano, as pessoas estão muito desiludidas. Será que elas não se sentem desestimuladas? Dá a sensação, às vezes, de que é pouco o que você pode fazer em relação ao que está acontecendo…
É. Tem realmente um momento de desestímulo, porque havia um investimento simbólico muito exagerado sobre o PT e sobre o Lula. Essa quebra do ideal de pureza ética do PT causou uma grande desilusão. Mas pessoalmente não sofri disso. Não tinha uma visão salvacionista do PT, nem do Lula, nunca tive. Sei que a maioria sofreu, mas há também uma preocupação conservadora de recuperar a mitologia do PT a qualquer custo, tentando apagar traumas, lembranças, tentando descaracterizar o que aconteceu como malfeitos, pelos quais são responsáveis figuras importantes na história política recente ligadas ao PT ou do PT. Ou seja, essas manobras tentam dizer que, na verdade, porque o PT é um partido de esquerda e o Lula é um trabalhador que chegou à presidência da República, mais cedo ou mais tarde as elites iriam reagir contra. Fica parecendo que isso tudo é uma armação da mídia por causa de um partido da esquerda estar no poder. E hoje parece que a CPI do mensalão se encerra sem que se tenha comprovado que houve mensalão e sim “apenas” caixa 2.

Você acha que faltou o povo ir às ruas, o povo falar mais? Você acha que haveria essa necessidade?
Não sei se será bom necessariamente, porque talvez isso tivesse levado ao impeachment. Não havendo mobilização social, era difícil se conseguir o impeachment que alguns queriam. A oposição, na verdade, preferiu deixar Lula lá. O que acho é que a população também não se manifestou de uma maneira muito visível porque também continuou guardando a simpatia que sempre teve pelo Lula. E não sem razão, porque ele é um sujeito que se fez como figura pública. Ele é digno dessa simpatia.

Você acha que, de alguma forma, O Lula já foi absolvido pela população depois de tudo o que aconteceu?
Não, ainda está no meio do caminho. Existe essa tendência de preferir apoiá-lo se for possível. Percebo assim na população. Agora, há um desencanto com a política em geral, mas isso já é um velho conhecido nosso. A novidade foi ter havido um encanto grande e que esse encanto tenha sido quebrado e a gente vai ter que ver onde vai pôr esse desejo agora. De minha parte, já fiz duas chamadas para o Roberto Mangabeira. Porque ele, há muito tempo, apresenta um desenho de um programa alternativo e dedica muito da sua capacidade intelectual para solucionar as questões do Brasil. Resolvi. Já faz muito tempo, apostar nele, na disposição dele, porque acho que o Brasil não se pode dar ao luxo de jogar fora essas ofertas que se colocam, como é o caso do Roberto Mangabeira, que eu já citei. De certa forma, ele fez esses esforços e foi, relativamente, ignorado.

O Roberto Mangabeira ingressou no Partido Republicano Brasileiro, que é ligado á Igreja Universal do Reino de Deus. Isso não o incomoda?
Pois é, vi nos jornais. Pelo menos não é nem o PT nem o PSDB, é um partido novo. Já é uma vantagem. Ser ligado a igrejas evangélicas pra mim não é nenhuma surpresa em se tratando de Roberto Mangabeira, porque li o livro dele sobre política e justamente as igrejas evangélicas aparecem no livro como a melhor contribuição que a religião pode dar á solução dos problemas da sociedade brasileira agora. Do ponto de vista dos grupos religiosos, ele destaca nitidamente no livro, escrito muitos anos antes, as igrejas evangélicas. Já li isso há muito tempo e venho observando há muito também a importância na sociedade do surgimento dessas igrejas evangélicas, das associações, do modo como se inserem na sociedade, com um olhar consideravelmente otimista, porque aquilo dá uma opção de coisas que nós precisamos. Elas resolvem muitos problemas em muitas áreas da sociedade e trazem uma ideia de que prosperar é bom, que é uma ideia que não está incluída no catolicismo.

Os católicos têm aquela coisa do voto de pobreza, uma espécie de bênção.
É. Sou fã de São Francisco de Assis, mas acho muito bom que apareçam grupos religiosos para quem prosperar é bom. O país precisa gerar prosperidade para distribuir renda e gerar de uma maneira menos centralizada ainda. Esses grupos têm uma porção de auto-ajuda grupal, que é realmente positiva. E isso o Roberto Mangabeira flagrou no livro dele. O que pesa contra é que a igreja evangélica é um dos fundadores do partido, não é isso? O que não quer necessariamente dizer que o partido pertença ao Bispo Macedo e que seja da igreja evangélica. Se for, não acho coerente com o pensamento político, verdadeiramente democrático do Roberto Mangabeira. Mas suponho que ele não fechará um acerto com um partido que seja apenas uma igreja disfarçada de partido político. Não acho que isso seja possível. Agora, não tenho esse preconceito, somente porque alguém lá dentro é ligado à Igreja Universal e nós devemos nos opor imediatamente. Não sinto isso. Parece a própria Igreja Universal nos dizendo: “Não assistam à TV Globo, tudo que sai da TV Globo foi o diabo que mandou”. Não sou da Igreja Universal nem da TV Globo, nem do PT nem do PSDB.




Você aceitaria algum cargo político em um governo do Roberto Mangabeira?
Faço questão de chamar atenção para ele. Acho que ele merece muito mais atenção do que lhe tem sido dada. Mas não tenho o menor interesse no poder que ele, por ventura, venha angariar. Já vou avisando: não me venham convidar pra ser Ministro da Cultura de governo nenhum.

Você fala bastante da nossa originalidade enquanto povo miscigenado, maior país da América do Sul com uma língua diferente do espanhol. O que você acha que o Brasil tem a oferecer ao mundo, além da música que já é mundialmente conhecida?
Há muito a gente tem oferecido alguma originalidade na música, alguma coisa apenas, mas que não é tão determinante na história internacional da música. Tem a presença, teve algo a dizer e vem tendo e acredito que sempre terá. É a tarefa, que é revelar pra si mesmo e para os outros, o que é essa originalidade que nós temos a oportunidade histórica de exercer, por causa dessas coisas que você falou na pergunta. Um país de dimensões continentais, na América, no hemisfério sul, no terceiro mundo, altamente miscigenado e que fala português. É um conjunto de coisas que nos dá uma oportunidade de, e mesmo uma obrigação, de apresentar uma solução original ao mundo. A mera presença do Lula como presidente da República e a expectativa que se criou em torno dele internacionalmente, e a atenção que se tem a ele em todos os lugares do mundo, ao que acontece com ele e ao Brasil, já é um pouco um esboço dessa vocação, da realização dessa vocação brasileira. Às vezes alguns gestos da política internacional, da política externado Brasil, parecem caricaturas disso e termina se frustrando, mas talvez em vez de caricatura, eles sejam apenas esboços, e sejam realmente, sob esse ponto de vista, mais positivos do que os “conseguimentos” concretos assegurariam. Viajando pelo mundo, é possível sentir em toda parte, na Europa e mesmo nos Estados Unidos, uma atenção especial ao Lula, deposita-se muita esperança na figura dele, na história dele, no Brasil. E ele também fala ao mundo com uma espécie de narcisismo disso. E às vezes fica ridículo, mas não faz mal, porque isso é um esboço de uma coisa que, se está acontecendo, é porque de fato há essa oportunidade do Brasil, e todo mundo vê, ela é verdadeira e legítima. A não ser que a gente seja mesmo incompetente e não faça coisa nenhuma com tudo isso. Mas pode ser que a gente faça. Eu quero.

No documentário Notícias de uma Guerra Particular, do João Moreira Salles, há uma cena em que dois garotos dizem que trabalham para o tráfico porque ganham mais ali do que numa farmácia, que podem comprar o tênis tal, de tal marca. Você consegue apontar uma solução possível para esse problema?
Bom, não sei apontar uma solução para esse problema geral de as crianças serem mais atraídas pelo tráfico, porque dá mais dinheiro. Uma coisa que a gente precisa saber é que essa grande criminalidade que cresceu nas periferias não se deve à pobreza, e sim à riqueza, se deve ao fato de a cocaína ser muito cara e ter passado a fazer muito sucesso. E de eles serem os fornecedores de cocaína, porque eles já têm uma vida fora-da-lei ali. Aí quando veem muito dinheiro… Com muito dinheiro você compra polícia, advogado, promotor, juiz, deputado e jornalista. Compra tudo, em princípio. Então o cara fala: “Vou ser o quê? Office boy, na melhor das hipóteses, ou trabalhar na farmácia, ganhar um pouquinho, uma merreca, quando posso ficar aqui e ganhar um dinheirão segurando arma? E rola uma grana incrível, posso comprar um tênis maravilhoso”.

No fim, as soluções para combater esse monstro social da distribuição desigual de renda são muito radicais, não?
Em primeiro lugar, pra solucionar isso, você precisa ter uma melhor distribuição de renda. É uma coisa maior, pra que não haja crianças que entrem nessa de crime. E, por outro lado, legalizar as drogas. As drogas deveriam ser legais. É uma pena que o Brasil não possa fazer isso, mesmo que queira. Mesmo que nós queiramos, não poderemos fazer sem os EUA fazerem, sem ser uma coisa internacional, e deveria ser feito o mais breve possível e com uma combinação internacional. Mas os puritanos americanos hipócritas não vão fazer, muito menos os que agora estão agora no poder, que são os mais reacionários. Mas uma hora vai ter de ser feito. A solução é essa, é você fazer gestos difíceis pra reorientar o modo de distribuir a renda no Brasil. Gestos que, sem dúvida, precisam ser grandes, tem que não ter vergonha de uma porção de coisas. Tem que ser um gesto tão grande como uma revolução, sem as mazelas das revoluções, que em geral só trazem primeiro o terror, depois a opressão. Mas uma revolução dentro das pessoas que vão fazer coisas pragmáticas. E essas coisas pragmáticas não devem ter conflito. Em primeiro lugar, redirecionar a distribuição de renda. Atuar nisso de uma maneira eficaz sem medo, nem de morrer. Não ter medo nenhum. Dizer: “Eu vou fazer isso!” e fazer. Mexer nisso. Qual a maneira mais eficaz de mudar esse problema de distribuição de renda no Brasil? Essa é a primeira coisa. E a segunda é conseguir com a nossa originalidade liderar mundialmente a liberação das drogas, para acabar com o poder dessas pessoas. Aí, esses meninos, que estão falando de tênis no filme do Joãozinho Moreira Salles, não estariam fazendo isso. A solução que vejo é essa. Não sei se vou ver algo semelhante a isso ser feito, pode ser que se faça alguma coisa, um gesto importante nesse sentido depois de amanhã, pode ser que nem tão cedo, pode ser que nunca. Mas a realidade é que o negócio é esse. Por que eu fiz propaganda do Roberto Mangabeira? Porque ele propõe uma reorientação do enfrentamento da questão de distribuição de renda no Brasil, ele se opõe ao modo como é feita a política econômica. Gostaria de apostar numa pessoa que quisesse fazer diferente por entender, por querer intervir nessa questão de distribuição de renda. Isso tem como coadjuvantes importantes o planejamento da educação, da verdadeira democratização da educação com a elevação do nível do ensino para todos. Essas são as questões que acho fundamentais. Então, quanto a isso, sou às vezes pessimista, às vezes otimista. Mas precisa de um grande otimismo para, no mínimo, desejar isso, conceber, achar que é concebível. Embora remotamente, acho que isso já é uma atitude otimista.


jueves, 28 de septiembre de 2017

1971 - ITALIA - Romeu e Julieta



JORNAL DO BRASIL




14/07/2003

Caetano Veloso: ‘Quella volta che fui arrestato a Roma...’

Il Messaggero dedica una lunga intervista al musicista brasiliano Caetano Veloso che, il prossimo 24 luglio, si esibirà a Roma. “Roma è una città bellissima: ebbi la stessa impressione anche la prima volta che la visitai: anche se finii in prigione”, ha raccontato Veloso. “Era il 1970 e dovevo fare un provino per il film di Zeffirelli “Fratello sole, Sorella luna”. I produttori avevano pensato a me come San Francesco. Appena arrivati andammo a fare una passeggiata con mia moglie e il mio manager verso la Fontana di Trevi. La polizia ci fermò, chiese i documenti e, visto che non li avevamo, ci arrestarono. Non credevano che li avevo lasciati all’hotel Excelsior: avevo l’aria troppo hippy, capelli lunghi, non parlavo una parola d’italiano, sembravo una specie di drogato. Passammo la notte in cella”. (Fonte: Il Messaggero)




Caetano Veloso: le canzoni come piccoli film

25/06/2010

Il 29 giugno parte da Sesto Fiorentino la tournée italiana del musicista e cantautore brasiliano. Quattro date per presentare il suo ultimo album, "Zii e zie".


Caetano Veloso è come uno di quegli antichi cantori popolari che non mollano la presa sulla realtà, e nel tempo ha affinato uno sguardo che sa di lucida follia. Non sapeva se dedicarsi al cinema o alla musica; ha risolto così: «Ho sempre immaginato le mie canzoni come piccoli film». Nel 1970 era a Roma, Zeffirelli lo pensava come il San Francesco di Fratello Sole, Sorella Luna.

● Fu arrestato a Fontana di Trevi, con moglie e manager al seguito, avevano lasciato i documenti in hotel, i gendarmi non credevano che ragazzi così giovani - capelli lunghi e un po’ trascurati, non una parola di italiano - potessero risiedere all’Excelsior. Tempestive le scuse ufficiali del governo italiano, ma già allora era deciso a voler prendere a calci i convenevoli, ancor più i pregiudizi.

● Il suo canzoniere è pieno di metafore, colmo di perle, incastonate in conchiglie dal guscio d’oro come i tanti capolavori che ha composto in più di quarant’anni di carriera. Nel 1960, a diciotto anni, si stabilisce a Salvador, dove frequenta João Gilberto («il mio vero maestro»), e si affaccia nel mondo della bossa nova. Non pago, dà il via al processo di rinnovamento della tradizione musicale brasiliana ala fine degli anni ’60 con una schiera di altri personaggi più o meno noti, finendo per teorizzare il Tropicalismo, una proposta sonora originale e cosmopolita, attenta a sottolineare il rapporto tra la musica e altre discipline come il cinema, la poesia e l’arte. Insieme a Gilberto Gil viene arrestato nel 1969 e finisce in esilio a Londra per un paio di anni. Caetano interpreta con la padronanza dei giganti del pop, ha un rapporto fisico con le sue canzoni, le domina, le controlla, le infiamma con ugola vellutata.

Caetano Veloso è in Italia per quattro date a presentare il suo ultimo album, Zii e zie: il 29 giugno a Sesto Fiorentino, il 16 luglio a Roma, il 19 a Parma e il 31 a Bard in provincia di Aosta. L'abbiamo intervistato prima della sua tournée nel nostro Paese.

Che tipo di energia le comunicano i giovani?
«Quando abbiamo inciso C’ê ho chiesto a Pedro Sa, amico d’infanzia di mio figlio Moreno, di trovare il batterista e il bassista più idonei. Ha scelto musicisti ancora più giovani di quanto lo sia lui ed ha avuto ragione. Cercavo qualcuno in grado di esprimere i miei sentimenti contrastanti, che sapesse coniugare il samba con le alchimie del rock. Musicalmente preparati, conoscono molte realtà, dal jazz alla classica, frequentano le scuole di samba adorano le rock band internazionali. Insomma, chi meglio di loro…».

Quali insegnamenti ha passato a suo figlio?
«Ho cercato di trasmettergli valori positivi, gli ho spiegato che maturare vuol dire essere padrone del proprio destino. Noi decidiamo ciò che siamo sulla terra, per il resto siamo nelle mani di Dio. Ho instaurato un rapporto di tipo giocoso con lui, perché il gioco è la dimostrazione più limpida della realtà: è democratico e prevede che il giocatore debba prendere qualche rischio per poter vincere».

Gran polemica ha suscitato una sua canzone, A base de Guantánamo…
«Un giornalista mi chiese se fossi antiamericano, se fosse una scusa per tornare a schierarmi dalla parte di Cuba. Non è così, nel mio immaginario gli americani non sono coloro che solitamente calpestano i diritti umani, è questo che mi ha sconvolto, almeno quanto veder calpestare continuamente a Cuba i diritti umani. Così anche Fidel Castro, dopo aver letto quell’intervista, si arrabbiò, mi ha persino citato nella prefazione di un libro, scrivendo che mi sarei venduto all’imperialismo. Si è espresso in modo ingiusto nei miei confronti. Gli ho spiegato cosa abbia significato per me la rivoluzione cubana quando ero giovane e quanto ancora abbia valore. Non dimentico mai i valori che la mossero e ancora oggi per me rappresentano la storia vivente, la speranza, il sogno del nuovo, i miei valori. Però la vita a Cuba così come è stata amministrata in tutti questi anni non è un modello per me, penso che una società libera sia il futuro, è la base, dobbiamo combattere per la libertà e la giustizia, non per contribuire all’oppressione dell’essere umano».





Jornal da Paraíba
Sílvio Osias

4/10/2016

Caetano Veloso seria São Francisco no cinema, mas Zeffirelli preferiu ator inglês
Quando estava exilado em Londres, no início dos anos 1970, Caetano Veloso foi cogitado para fazer o papel de São Francisco de Assis no filme Irmão Sol, Irmã Lua, de Franco Zeffirelli.
A ideia foi de Leslie Gould, que era ligado à Paramount. “Gould julgava que eu tinha a cara ideal para o papel”, conta Caetano no livro de memórias Verdade Tropical.
O executivo queria que Caetano fizesse o papel de São Francisco e também compusesse e cantasse as canções do filme.   
Leslie Gould levou Caetano Veloso a Roma para um encontro com Franco Zeffirelli, que vinha de um grande sucesso de bilheteria com a sua versão de Romeu e Julieta.
Caetano fala do encontro com Zeffirelli:
“O dono da casa nos recebeu animadamente e foi logo pegando no meu rosto e examinando-o para concluir que eu era parecidíssimo com Florinda Bolkan, a brasileira que estava fazendo uma carreira de atriz na Itália. Mas já estava lá um garoto inglês de olhos claros que faria o papel de São Francisco. Restou a conversa sobre música”.

Ainda Caetano:
“Eu ria por dentro ao pensar que o cara da Paramount é que estava propondo um mulatinho brasileiro magricelo para o papel de São Francisco, enquanto o diretor do filme queria um inglês convencionalmente bonito e de olhos azuis”.

Irmão Sol, Irmã Lua teve o inglês Graham Faulkner no papel de São Francisco, e as músicas foram compostas e cantadas por Donovan.



Franco Zeffirelli e Graham Faulkner




La Repubblica

Spettacoli
Musica

Caetano Veloso, di nuovo in tour nel nostro Paese, poi un progetto con i figli
05 maggio 2017
Caetano Veloso in Italia: "Ma la prima volta sono finito in galera"
di GINO CASTALDO

Il tour: in concerto a Padova e Roma dove lo arrestarono nel 1972. "Vorrei fare qualcosa in Italia con i miei tre figli: un disco o un live. A giugno o luglio credo che succederà”.

IL COLLEGAMENTO traballa, cade, riparte finché il suadente sorriso di Caetano Veloso, incorniciato da un brillante ciuffo di capelli bianchi, non appare stabilmente sullo schermo, via Skype, da Madrid dove sta per esibirsi. «Ciao, come stai?», saluta in perfetto italiano, con quella voce che ha incantato legioni di spettatori. Sta bene, porta i suoi 74 anni con trasognata leggerezza e parla con entusiasmo della sua nuova protetta, Teresa Cristina: «Oh sì, lei è molto elegante, raffinata, canterà prima di me, per circa mezz’ora, canterà vecchie canzoni di Cartola. Mi piace molto perché riesce ad arrivare all’essenza naturale del samba».

Ma poi ci sarà lui (il 7 a Padova e il 9 al Teatro Sistina di Roma) tornato a pensare la sua performance in solitario, voce e chitarra, come ai vecchi tempi, come molti lo vogliono e hanno imparato ad amarlo nel corso di questi anni, senza mai un cedimento, senza mai una caduta di stile, perennemente innamorato della musica, della bellezza delle tante lingue che riesce a pronunciare e cantare. «Non c’è nulla di programmato», racconta, «è semplicemente successo. L’anno scorso ero in tour con Gilberto Gil e ovviamente cercavamo di cantare le canzoni più rilevanti per noi due, ora cerco solo di non fare quelle stesse canzoni, ma mi è tornata voglia di rileggere canzoni di diversi periodi, ho scoperto che alcune di quelle mi piacciono oggi più di prima. Vado dovunque con la mia immaginazione, cambio sempre, sera dopo sera, anche in conseguenza del luogo in cui mi trovo. In fondo, viaggiamo per cantare…». Dice scoppiando a ridere, come se fosse l’ultimo dei debuttanti costretto a farsi conoscere tappa dopo tappa.

Come sanno bene gli spettatori dei suoi concerti per il mondo, sorpresi da dediche di ogni tipo, in Portogallo ci saranno canzoni portoghesi, in Inghilterra e in Francia lo stesso e in Italia arriverà qualcosa di speciale, come sempre, probabilmente l’unica canzone che Caetano ha scritto in italiano, intitolata Michelangelo Antonioni, ma sicuramente non Luna Rossa («non la suono da troppo tempo, per farla devo esercitarmi, non parlo napoletano e se devo farla professionalmente davanti al pubblico devo fare pratica») a meno che in questi giorni non trovi il tempo, accogliendo la nostra umile preghiera.

Da sempre con l’Italia c’è un rapporto privilegiato anche se il primissimo rapporto col nostro paese fu pessimo: «Sì, è incredibile ma la prima volta che arrivai a Roma mi hanno messo in prigione». In galera, ma com’è possibile? Erano tempi duri, certo, Caetano era stato esiliato forzatamente a Londra dalla dittatura brasiliana, ma perché in Italia? «Sì lo so, la storia è piuttosto ridicola. Era il 1972, il mio manager inglese si era fissato con l’idea che io dovessi stare nel film su San Francesco che stava preparando Franco Zeffirelli. Mi portò di forza a Roma. Io ero ammirato, la prima volta a Roma, volevo andare a vedere la fontana di Trevi, solo che l’hotel trattenne i nostri passaporti. Andammo lo stesso, all’epoca avevo i capelli lunghi, ci fermò la polizia e siccome non avevo documenti ci portarono dentro, me, mia moglie Dedè e il mio manager ». Brutto inizio considerando anche che Zeffirelli non capì il valore del giovane Caetano, né come attore, né come possibile autore della colonna sonora. Ma in seguito le cose sono andate molto meglio.

Veloso, innamorato del cinema italiano, del paese, della nostra musica, ci ha ripagato con dei concerti passati alla storia. Ma in Brasile è molto di più, una leggenda vivente, adorata dal pubblico e spesso indicato come un faro intellettuale artistico, appena al di sotto di quello che Caetano considera il suo massimo ispiratore, ovvero João Gilberto, quello per cui ha scritto un verso indimenticabile come “meglio del silenzio c’è solo João” e col quale negli ultimi anni ha costruito un legame forte. «Sì, anche se lui è molto poco sociale, come sempre, vive da recluso, vede pochissima gente, ha 86 anni e ha avuto un figlio da poco. Ma lui è João, può fare tutto quello che vuole». E ora, cosa c’è nell’immediato futuro? «La mia idea ora è quella di fare qualcosa con tutti e tre i miei figli, un disco e un concerto, sono tutti legati alla musica, scrivono, suonano e credo che a giugno o luglio succederà, saremo tutti e quattro sul palco, insieme, per la prima volta».


BAHIA NOTICÍAS

Quinta, 11 de Maio de 2017.

Caetano revela ter sido preso na Itália na primeira vez que esteve no país
por Jamile Amine

Foto: Marcos Hermes / Divulgação

Antes de se apresentar nas cidades de Padova e Roma, no último fim de semana, Caetano Veloso revelou ter sido preso na primeira vez que esteve na Itália. “É incrível, mas a primeira vez que cheguei em Roma me colocaram na prisão”, contou o artista baiano ao jornal ao jornal La Repubblica. “A história é bastante ridícula. Era 1972, meu empresário inglês estava fixado na ideia de que eu deveria participar do filme sobre São Francisco, que Franco Zeffirelli estava preparando. Ele me levou à força a Roma. Eu estava admirado, a primeira vez em Roma, queria sair para ver a Fontana de Trevi, só que o hotel reteve nossos passaportes. Saímos assim mesmo, na época eu tinha cabelo longo, e aí a polícia nos parou e como eu não tinha documentos levaram a mim, minha mulher Dedé e o meu empresário”, lembrou Caetano.























1971
Revista Manchete
21 de agosto de 1971 - n° 1009
Bloch Editores

Capa: Florinda Bolkan






[Caetano Veloso, Verdade Tropical, 1997, 
1ª reimpressão, p. 458-9]

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Leslie Gould, o chefe de Mace na Famous Records, me chamou para conversarmos e, para minha surpresa, começou a referir-se ao que ele dizia ser minha beleza física. Me olhava de frente, depois de perfil e - sem nada que indicasse interesse sexual - parecia feliz por confirmar uma opinião. Ele estava apenas agindo como um executivo de empresa interessado num projeto para o qual me supunha útil. Era ofilme que Zeffirelli iria começar a rodar sobre são Francisco de Assis, Irmão Sol, irmã Lua. Gould julgava que eu tinha a cara ideal para o papel - e isso servia aos propósitos da gravadora em relação a mim. Queria que eu fizesse as canções para o filme (na verdade Donovan já tinha feito várias, mas eles queriam mudar isso), cantasse-as, e fizesse o papel do santo. Eu mal podia crer que tudo isso fosse a sério. Mas pouco tempo depois estávamos embarcando para Roma - Dedé, Guilherme e eu - ao lado de Gould. Depois de uma primeira noite assombrosa (deslumbrados com Roma, que não conhecíamos, Dedé e eu fomos com Guilherme à fonte de Trevi e ali, certamente por causa do meu cabelo grande, policiais nos prenderam, pois o Hotel Excelsior da via Veneto tinha retido nossos passaportes por algumas horas, como é de praxe na Itália: só fomos soltos ao nascer do dia), fomos à casa de Zeffirelli na via Ápia. Era uma mansão impressionante, cheia de esculturas e peças bonitas, obras de arte e mobílias fantásticas, mas tudo parecia um tanto artificioso. O dono da casa nos recebeu animadamente e foi logo pegando no meu rosto e examinando-o para concluir que eu era parecidíssimo com Florinda Bolkan, a brasileira que estava fazendo uma carreira de atriz na Itália. Mas já estava lá um garoto inglês de olhos claros que faria o papel de são Francisco. Restou a conversa sobre a música. Zeffirelli pediu que eu cantasse qualquer coisa ao violão. Cantei o samba ''Escurinho", de Geraldo Pereira. Ele comentou alguma coisa sobre uma canção de Erasmo e Roberto Carlos que tinha ganho uma versão italiana e que ele achava parecida com "La paloma". Não era. Ou o era tanto quanto eu sou parecido com Florinda Bolkan. De algum modo ficou decidido que eu cantaria as canções de Donovan e comporia as restantes. Eu ria por dentro ao pensar que o cara da Paramount (Gould) é que estava propondo um mulatinho brasileiro magricelo para o papel de são Francisco, enquanto o diretor do filme queria um inglês convencionalmente bonito e de olhos azuis. Voltamos para Londres com as canções de Donovan numa fita. Cheguei a fazer uma primeira gravação de "Brother Sun and sister Moon", mas vim ao Brasil nesse meio tempo.

João Gilberto ligou tarde da noite. Estávamos em nosso apartamento de Notting Hill Gate. A princípio não acreditamos que fosse ele realmente, mas logo percebemos que era verdade. Ele me chamava para juntar-me a ele e a Gal num especial de tv que já estava sendo rodado em São Paulo.
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2014 - EPISÓDIO 4 » CAETANO E MORENO VELOSO




O episódio de "Estúdio do Dado" deste domingo (25/5) está bem família: Caetano Veloso e seu filho, Moreno, presentam repertório afetivo e improvisam com Dado Villa-Lobos. 



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Conheci a música de Caetano com uns três, quatro anos, quando morava no Uruguai e meu avô tinha aquele disco da capa branca. É uma influência até antes dos Beatles na minha vida e formação musical. Lembro da primeira vez que vim a Salvador e, quando vi a Praça Castro Alves, achei até um lugar pequeno. Tinha aquela imagem de um lugar gigante por causa da música de Caetano que fala 'A Praça Castro Alves é do povo, como o céu é do avião', e imaginava algo muito maior". . ." 

No programa com Caê no Estúdio do Dado, o guitarrista toca ao lado de Veloso e seu filho, Moreno, a música "Estou Triste", do último disco "Abraçaço". "Acho uma música muito bonita. Caetano até estranhou de ter escolhido essa música. ‘Logo uma tão triste?’, ele disse. Gosto muito dessa fase (rock) dele, especialmente do disco 'Cê'”, declarou.

[Dado Villa-Lobos, 22/5/2014, entrevista a Lucas Cunha]








O Estúdio do Dado recebe Caetano e Moreno Veloso para uma sessão de músicas especiais, ligadas ao repertório afetivo dois. Pai e filho chegaram com algumas canções ensaiadas, mas resolveram se entregar a alguns improvisos durante a gravação com Dado Villa-Lobos.

"Só Vendo que Beleza", primeira canção que Caetano ensinou para Moreno, foi escolhida para fazer parte do repertório, assim como "Cores Vivas", uma das músicas do repertório do Gilberto Gil que Caetano mais gosta.

Já a pedido de Dado, eles tocaram "Estou Triste", que faz parte do disco "Abraçaço", de Caetano. Moreno sugeriu que tocassem a canção infantil "Be Kind To Your Parents", de Pete Seeger, que fazia parte de um programa de TV americano dos anos 1990.


BE KIND TO YOUR PARENTS
CORES VIVAS
ESTOU TRISTE
GENIPAPO ABSOLUTO
SÃO JOÃO, XANGÔ MENINO
PRECONCEITO
SÓ VENDO QUE BELEZA









Cores Vivas

Genipapo Absoluto