"O
que ouvi no Sgt. Pepper foi imaginação e liberdade"
Oitavo
álbum dos Beatles, “Sgt. Pepper's Lonely
Hearts Club Band” ["A Banda do Clube dos Corações Solitários do Sargento
Pimenta"] chegou às lojas no dia 1° de junho de 1967.
19/5/1967 - Os Beatles celebram a finalização do álbum |
2007
Revista BIZZ
Junho
Edição n° 214
Pág. 38
Junho
Edição n° 214
Pág. 38
CAETANO VELOSO
ELE NASCEU PARA SER
O SUPERBACANA
Gil
já vinha falando dos Beatles, sobretudo por causa de “Strawberry Fields
Forever”. Nessa época, demonstrar interesse pelos Beatles ou por qualquer coisa
do rock era um pecado contra a nacionalidade, o socialismo e o bom gosto. Havia
uma dicotomia entre Jovem Guarda e O Fino da Bossa, entre iê-iê-iê e MPB. O
tropicalismo se opôs a essa divisão. O que ouvi no Sgt. Pepper foi imaginação e
liberdade. Roberto e Erasmo eram fãs dos Beatles porque faziam parte do pop
rock. Mas nós já partíamos de "A Day in the Life". O grande lance foi
encontrar os Mutantes, que já soavam como os Beatles de “A Day in the
Life". Eu amava a sequência das faixas em Sgt. Pepper, que se estruturavam
como um filme. E ao longo dos meses ia mudando minhas preferências... mas “A
Day in the Life” era a mais radical e ficou sendo a preferida. Acho que Gil
partiu mais diretamente de ideias dos Beatles do que eu. De todo modo, há
aquela escala descendente em “Fixing a Hole” que usamos conscientemente em
"Alegria, Alegria”. E "Superbacana”tem uma harmonia calcada em “For No
One”, canção do Revolver que tem todo o espírito do Sgt. Pepper.
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