1965 - Jards Macalé e Maria Bethânia Ensaio do "É um Tempo de
Guerra" no foyer do Teatro Vila Velha, Salvador-BA Foto: Arquivo Conceição e Orlando Senna |
"É um tempo de guerra
É um tempo sem sol"
“Bethânia me pediu
que dirigisse um espetáculo só com ela. Juntamos músicas de que ela gostava,
outras que eu preferia, e demos o título de Tempo de Guerra, inspirado numa canção do Zumbi, inspirada em
Brecht. (...) Bethânia queria ajudar seus amigos baianos, lançá-los no Sul onde
eram desconhecidos. Além de Caetano, ela me apresentou Maria da Graça (que
virou Gal Costa), Gilberto Gil, Tom Zé e Piti e com eles fiz um segundo ato,
músicas de Caetano e Gil, e um texto lírico de Caetano (...). Decidimos fazer
um musical contando histórias de nordestinos que vinham para o sul em busca de
trabalho, fugindo da fome. As canções de Arena
canta Bahia foram escolhidas pelas letras, para contar uma história de
retirantes. Não era seleção das mais belas músicas baianas: eu queria mostrar
famílias que sofriam seca e buscavam miragens de esperanças. Gente com medo de
sonhar colorido: sonhava preto e branco. Sonhavam gotas de orvalho, sem coragem
de sonhar oceanos. Caetano não se conformava: inconcebível espetáculo cujo
título continha a palavra mágica, Bahia, Caymmi
estando ausente. Sempre gostei de Caymmi (...) Não se tratava, porém, de gostar
ou não, mas de escolher músicas que condenassem a ditadura, cada vez mais
desumana."
[BOAL,
Augusto. Hamlet e o filho do padeiro. Rio
de Janeiro: Record, 2000, p. 232-233.]
Show musical inspirado em poema de Bertolt Brecht
“eu vivo num tempo
de guerra. O homem ri só porque ainda não lhe disseran as novidades terriveis” - BRECHT
“as vacas estão sendo ordenadas: quem beberá o leite? Assim vai o mundo… e o mundo não vai bem…” BRECHT
“minha voz não pode muito, mas gritar eu bem gritei: é um tempo de guerra” -
“as vacas estão sendo ordenadas: quem beberá o leite? Assim vai o mundo… e o mundo não vai bem…” BRECHT
“minha voz não pode muito, mas gritar eu bem gritei: é um tempo de guerra” -
BRECHT
“Viver num país sem senso de humor é insuportavel. mas viver num país que precisa de senso de humor, essa eu não aguento…" - BRECHT-BETHÂNIA
“Viver num país sem senso de humor é insuportavel. mas viver num país que precisa de senso de humor, essa eu não aguento…" - BRECHT-BETHÂNIA
Programa do show “É um tempo de guerra”, interpretado por Maria Bethânia |
Texto de Bertolt Brecht [1898/1956],
com tradução e roteiro de Augusto Boal
TEMPO DE GUERRA - O Teatro de Arena deberá lançar em São Paulo em breve “Tempo de Guerra” com duração de 50 minutos, roteiro e direção de Augusto Boal. Esse espetáculo foi apresentado na Bahia quando Boal lá esteve ha alguns meses, na interpretação de Maria Bethânia.
“Tempo
de Guerra” é a segunda parte da montagem: a primeira é “Brecht Fala do Homem”,
com poemas e canções do
dramaturgo alemão.
24/10/1965 |
11/1965 |
Fotos: Dirceu Leme - Ensaios
Maria Bethânia |
Gal Costa |
Gal Costa |
Gilberto Gil e Gal Costa |
Gilberto Gil e Gal Costa |
Tom Zé |
Tom Zé |
Gilberto Gil, Gal Costa, Piti, Benê e Augusto Boal |
Piti, Benê e Jards Macalé |
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