17ª edição do Festival do Rio
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“Esse é um
filme de suprema importância, porque Glauber
não acaba nunca. Tudo isso que ele aborda, as ideias, estão por se cumprir.
Acho oportuno esse filme ser lançado nesse cenário que o Brasil vive. Os
brasileiros precisam se lembrar que este é um país muito grande, em todos os
sentidos” [Caetano Veloso, 5/10/2015]
GENETON
MORAES NETO
PREMIERE
BRASIL
Um
documentário sobre Glauber Rocha – mas não trata de cinema. Trata de política,
trata do Brasil. O filme parte da grande polêmica que Glauber Rocha provocou ao
declarar publicamente apoio ao projeto de “abertura política” conduzido pelo
general Ernesto
Geisel.
Data
de lançamento: 5 de outubro de 2015
Elenco:
Paulo Cesar Pereio, Claudio Jaborandy, Paloma Rocha, Miguel Arraes, Caetano Veloso, Carlos Heitor Cony, Fernando Gabeira, Zuenir Ventura, Arnaldo Jabor
Gênero:
Documentário
Nacionalidade:
Brasil
Sinopse
Celebração para Glauber no Festival do Rio
O mito do
baiano Glauber Rocha, considerado o cineasta genial que revigorou a cena da
cultura contemporânea, agitou o arrojado “Cine Lagoon”, anteontem, no Rio de
Janeiro, durante o “Festival de Cinema do Rio” que a coluna já noticiou com
exclusividade. O agito foi pelo lançamento de “Cordilheiras no Mar: A Fúria do
Fogo Bárbaro”, o inusitado documentário de Geneton Moraes Neto que fala sobre a
ação política do autor de “Terra em Transe”, morto em agosto de 1981.
Na
plateia e foyer coalhados de celebridades estavam artistas com lugares cativos
nos holofotes como o sul mato-grossense Ney Matogrosso e o baiano Caetano
Veloso. Sem falar nas estrelas da vanguarda baiana formada por, entre outros,
as atrizes Ingra Liberato e a cunhada dela Luiza Prosérpio, e o flautista e
mestre em música João Liberato, namorado de Luiza e irmão de Ingra.
O GLOBO
No Festival do Rio, longa lembra veia política de Glauber Rocha
Documentários
sobre cineastas brasileiros deram continuidade à mostra, nesta segunda
por Fabiano Ristow
5/10/2015
RIO - A mostra
competitiva de documentários da Première Brasil seguiu nesta segunda-feira com
a exibição de duas obras que celebram cineastas brasileiros: o longa-metragem
“Cordilheiras no mar: A fúria do fogo bárbaro”, de Geneton Moraes Neto sobre
Glauber Rocha, e o curta “Mar de fogo”, de Joel Pizzini sobre Mario Peixoto.
Ambos estão em cartaz no Festival do Rio.
Glauber foi preso e exilado durante a ditadura, e, segundo os
depoimentos das pessoas que o conheceram, ressentiu-se da rajada de críticas
que recebeu dos movimentos de esquerda, que o chamaram de incoerente quando
declarou apoio a Geisel — um espinaframento que teria, inclusive, contribuído
para a sua morte, em 1981.
—
Independentemente da qualidade do filme, o Glauber chama a atenção pela
capacidade de pensar livremente o Brasil — defendeu Geneton, antes da sessão. —
É lastimável que o filme tenha ganho uma atualidade dramática, já que é uma
obra contra a patrulhagem política. Glauber está aí para dizer que o Brasil é maior
que a batalha de intolerâncias. Ele dizia que temos de romper com a
mediocridade. Isso deveria ser um mantra para o Brasil.
Geneton Moraes Neto e Luiz Carlos Barreto |
Geneton Moraes Neto
Recife, 13 de julho de 1956 — Rio de Janeiro, 22 de agosto de
2016
"Geneton era um
repórter adolescente quando o conheci. Gostei dele imediata e imensamente.
Depois, fiquei tão impressionado com a honradez que ele demonstrou ao publicar
nosso diálogo (eu tinha dito alguma coisa que soaria picante se fosse usada por
um jornalista ordinário, e ele, tendo entendido o sentido respeitoso com que
foi dito o que eu disse, nem publicou a frase arriscada), fiquei mesmo tão
grato à sua grandeza que, para deixar para trás um
período de dois anos em que me recusava a conceder entrevista a qualquer
veículo da imprensa (muita agressão gratuita e muita inverdade oportunista se
lia nas páginas dedicadas à música), escolhi falar com ele, e só com ele, para
reiniciar um diálogo normal com a confusão dos cadernos B. A impressão que o
garoto pernambucano me causara e a percepção de sua inteligência honesta só
fizeram crescer ao longo dos anos. Se o jornalismo brasileiro tem algo de que
se orgulhar, Geneton o representa melhor que ninguém - se não for exemplo
único. Eu o adorava. Fiquei tristíssimo hoje ao saber que ele tinha morrido. Eu
nem sabia que ele estava doente. Como disse Fernando Salem, essa é 'a notícia
que mata a notícia. Quando morre um verdadeiro jornalista a verdade fica
triste'"
Caetano Veloso, cantor e compositor
Caetano Veloso, cantor e compositor
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