Inicialmente O
Bondinho foi patrocinada
pelo Grupo Pão de Açúcar e distribuída gratuitamente em suas lojas e
supermercados.
Ano 1971
Ano 1 - n° 19 - 9 a 22/7/1971 |
n° 31 - Dezembro/1971 - Janeiro/1972 |
n° 34 - 3 a 16/2/1972 |
n° 35 - 17/2 a 1/3 de 1972 |
n° 37 - 17 a
30/3 de 1972 |
n° 38 - 31/3 a 13/4/1972 |
n° 40 - 29/4 a 13/5 de 1972 |
ALAIN VOSS
BATATINHA
CAETANO VELOSO
CAPINAM
CHICO DE ASSIS
CHICO BUARQUE
GAL COSTA
GILBERTO GIL
GRAMIRO DE MATTOS
GUILHERME ARAÚJO
HERMETO PASCHOAL
JARDS MACALÉ
JORGE MAUTNER
LANNY GORDIN
LUIZ GONZAGA
MANO DÉCIO DA VIOLA
MARIA BETHÂNIA
MAURO RASI
MILTON NASCIMENTO
MUTANTES
NOVOS BAIANOS
QUINTETO VIOLADO
ROGÉRIO DUPRAT
TEATRO OFICINA
TOM ZÉ
WALMOR CHAGAS
ZÉ RODRIX
ZÉ VICENTE DE PAULA
Capinan - Foto: Walter Firmo |
Coletânea
reúne entrevistas sem censura com personagens do cenário musical – em plena
ditadura militar
Um
confessionário artístico
MARCUS PRETO, DE
ÉPOCA SÃO PAULO
DESIGN - A Bondinho também investia no visual. Na foto maior, uma ilustração de Maria Bethânia. No meio, Chico Buarque com a boca censurada. À direita, Tom Zé mostra a língua para a Bossa Nova |
Trinta e seis dessas históricas conversas estão reunidas no livro Entrevistas Bondinho (Azougue, 352 págs., R$ 79,90), juntando sobretudo personagens do cenário musical, como Gal Costa, Luiz Gonzaga, Hermeto Paschoal, o ator Walmor Chagas ou o maestro tropicalista Rogério Duprat.
A Bondinho nasceu no fim de 1970, originalmente como um guia gratuito de São Paulo oferecido pelo supermercado Pão de Açúcar. Mas mudou seu projeto editorial após 30 edições e, independente, passou a ser vendida em bancas. Essa é a fase que interessa. A tiragem chegou aos 50 mil exemplares – número astronômico para uma publicação underground.
A ditadura era o fantasma em todas as entrevistas.
Mas havia quem só falasse de temas culturais. “Será que a Bossa Nova, por exemplo, além de ter deixado a todos nós
melodias bonitas, canções gostosas, para se comer com farinha ou petit-pois,
deixou, num balanço geral, algum dado objetivamente palpável de elevação de
nível para o homem brasileiro?”, questionava Tom Zé. Outros escancaravam a
intimidade. “Eu namorei muito pouco”,
confidenciou a jovem Maria Bethânia. “Eu
me apaixono, sabe? Eu não consigo namorar de brincadeira, só. Daí é um inferno,
eu sofri... Teve um homem, sabe... sempre mais velho do que eu. Eu não gosto de
gente da minha idade. Ele morreu, esse cara. Foi a grande paixão da minha vida.
Morreu num desastre de automóvel. Era um homem enorme, todo bruto, sabe...
tinha uma mãozona... Ele dizia que eu era ‘várias vezes gostosa’. Bom, meu
signo é gêmeos, né? E gêmeos é meio... sacana.” Era assim. Em tempos de
silêncio obrigatório, falar curava.
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