Em 2001, os Titãs assinaram com a Abril Music e estavam prestes a iniciar a gravação de mais um trabalho. Porém, no dia 11 de Junho de 2001, o guitarrista Marcelo Fromer foi atropelado por uma moto em São Paulo e morreu dois dias depois.
Pensou-se
na época que a morte de Fromer seria o fim da banda. João Augusto, então
diretor da Abril Music, chegou a declarar que concordaria com qualquer decisão,
caso a banda anunciasse uma possível separação. Porém, eles decidiram seguir em
frente.
Fromer
era o responsável pela guitarra base da banda. Com o início das gravações de A Melhor Banda de Todos os Tempos da
Última Semana, houve dúvidas sobre a gravação: Tony Bellotto,
guitarrista solo, pensou em gravar todas as guitarras do disco, porém mudou de
ideia. Chegou-se a propor que Paulo Miklos e Branco Mello se revezassem no
instrumento, porém a decisão final foi convidar o músico Emerson Villani, que
já tinha tocado com a banda durante alguns shows e turnês, inclusive
substituindo Marcelo no ano de 1998, quando ele foi convidado para comentar a
Copa do Mundo FIFA de 1998 pelo canal SporTV.
O
repertório permaneceu inalterado: as 16 faixas já haviam sido escolhidas antes
da morte de Fromer.
Quarta, 03 de outubro de 2001
Quarentões, Titãs não querem carregar rótulo adolescente
Ricardo Ivanov / Redação Terra
Titãs novamente reunidos: Miklos acha que Fromer
teria dado um "pito" nas carreiras solo do grupo. - Foto: Alexandre
Tahira / Terra
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Em uma casa noturna bem gueto na Avenida Rio
Branco, a Green Express, em pleno centro velho de São Paulo, o grupo Titãs fez
sua volta depois de férias solo e recente morte de Marcelo Fromer. De gravadora
nova, a Abril Music, depois de um casamento longuíssimo com a Warner, lançam Titãs A Melhor Banda de Todos os Tempos
da Última Semana. A idéia do título é ironizar as listas de
"melhores" que a imprensa gera, influenciando o público, e até
auto-ironizar a própria banda, que vive nessas listas, querendo ou não. Sem a
presença de Tony Bellotto, que saiu correndo para o Rio logo no começo da
coletiva para a estréia de seu filme, Bellini, foram unânimes ao afirmar
que o CD foi um "desafio da
reinvenção, como um novo debute".
Sentados à frente de enormes caixas de som amarelas
- em um cenário que mais parecia o palco de um show do Van Halen na década de
80 com David Lee Roth -, os cinco integrantes se esforçavam para não rir das
perguntas dos jornalistas. Rodados, esperavam as boas e velhas questões sobre a
banda. Logo de cara tiveram de justificar os supostos temas adolescentes nas
letras do novo álbum: "Não vemos
desta maneira. É um mal-entendido. Sentir-se deslocado, com dificuldades de
adaptação ao dia-a-dia, não é um privilégio dos adolescentes. Isso é algo que
podemos ter a vida inteira. Você pode ser um pai de família e não se
encaixar", explicou Sérgio Britto, de óculos escuros e boné virado
para trás.
Com 2 milhões de cópias vendidas do Acústico,
mais 1 milhão do Volume 2 e 400 mil das Dez Mais, Titãs a
Melhor Banda... quer ser mais autoral, com uma volta às guitarras e
distância de violões e arranjos de cordas. "Nos
sentimos recompensados com os discos anteriores", disse Branco Mello.
Para eles, esses trabalhos foram sucessos artísticos e comerciais. Nando Reis
até dissipou a fama de preguiça que poderia estar pairando sobre a cabeça titã:
"As pessoas pensam que com esses
três discos não trabalhamos, que foi fácil. Não foi. Excursionamos muito".
O baixista, cantor e compositor da banda era o mais inquieto em sua cadeira e
falava pouco para não espetar muito os jornalistas. Para Mello, os Titãs não
tinham escolha a não ser gravar um novo CD de inéditas.
Fromer no disco
A nova empreitada vem recheada com 16 músicas,
todas pinçadas antes da morte de Fromer. A guitarra do ex-integrante morto em
um acidente de trânsito este ano não consta no CD. Os Titãs até pensaram em
usar parte do material gravado na demo do disco, mas tecnicamente foi
impossível. No CD e ao vivo a segunda guitarra está nas mãos de Emerson
Villani, que os Titãs se apressam em dizer que não substituiu o amigo.
"Somos seis, mas no palco vão ser oito. Logicamente o Villani foi
escolhido porque tem a ver com a banda, não poderia ser só um músico
contratado", explica Nando. O outro integrante no palco é um
percussionista.
Marcelo Fromer, aliás, ganhou voz nessa volta do
grupo. Miklos: "Fico imaginando o
que o Marcelo diria e ele certamente estaria dando um tremendo pito em nossas
carreiras solos, perguntando 'E a banda? Como é que é? Cadê ela?'".
Essa parece ser a realidade atual dos seis membros: ou voltam, ou voltam. E
juntos, cada um deles parece mais forte, resistente às críticas, aparados por
uma longa carreira de êxitos, mas também fracassos retumbantes.
A escolha do repertório seguiu a idéia do consenso.
"O pessoal tem uma produção
grande", diz o baterista Charles Gavin. "No final das contas, se há uma discussão interminável, partimos
para uma simples votação. Mas mesmo assim, depois disso, nós continuamos a
discutir, pois as pessoas não se conformam", finaliza. Para Nando, no
fundo, tenta-se fazer um equilíbro de estilos, que forma a cara dos Titãs.
Titãs, já nas bancas
Uma das novidades (que ganhou caráter real de
novidade com Lobão, um ano atrás), é que o disco será vendido em bancas de
jornais, encartado com uma pseudo-revista - uma lei proibe que se venda CDs
nesses locais, a não ser que ele seja uma espécie de "brinde" de uma
publicação editorial. "Achamos
esquisito no início, mas depois gostamos da idéia. Tem lugares no Brasil em que
não se tem realmente lojas de disco, mas uma banca sim", argumenta
Gavin. Além disso, o preço do disquinho vai ter valor máximo sugerido de R$
19,90 (ou R$ 20, para quem não se incomoda com 10 centavos). Desta forma, a
chance do grupo vender como água é gigantesca, mesmo se o disco não for bem
aceito pela crítica.
"Não é o momento para trabalhos solo. Já passamos essa etapa, agora
estamos juntos", diz Mello sobre a pergunta de projetos paralelos.
"Queremos voltar com tudo",
acrescenta Miklos. No entanto, Branco lança logo mais um CD de rock'n'roll para
crianças chamado Eu e Meu Guarda-Chuva, que estará nas bancas pela
Editora Globo. A ligação com faixas etárias foi um dos pontos da entrevista e
Gavin se saiu melhor com essa: "Vi
vovôs e netos em nossa platéia. Todos nós aqui já estamos perto dos 40 e quem
não fez, já deveria ter feito", brincou. Nando finalizou ressaltando
que a família de Fromer está com dificuldades em prosseguir com as
investigações que apuram as causas da morte do guitarrista. "Nos acostumamos com isso no Brasil,
mas temos que fazer alguma coisa".
Os Titãs lançam o novo disco no dia 18 de outubro
no Credicard Hall, em São Paulo, e no dia 1º de novembro no Canecão, Rio.
Alexandre Tahira / Terra
São Paulo, 2 de outubro de 2001 Titãs encaram novo CD como volta ao básico do grupo e um novo desafio |
Alexandre Tahira / Terra
São Paulo, 2 de outubro de 2001 "O pessoal tem uma produção muito grande", disse Charles Gavin sobre os Titãs e escolha do repertório do novo CD |
Alexandre Tahira / Terra
São Paulo, 2 de outubro de 2001 Nando Reis, que disse que a banda não parou de trabalhar nos tempos do Acústico |
“Nós
perdemos o Marcelo no primeiro dia de gravações, o que simplesmente destruiu a
todos. Todo o trabalho parou. Parecia que o mundo inteiro havia parado. Mas
depois de uma semana os Titãs decidiram que tinham que continuar. A melhor
maneira de lidar com a tragédia foi trabalhar muito duro. Era o que Marcelo nos
diria para fazer, e todos sabiam disso. Mas foi muito difícil naquelas
condições. Para mim, particularmente, uma das razões foi que toquei várias
partes de guitarra que eram do Marcelo. As partes mais rock. Eu havia assistido
todos os ensaios, sabia as músicas e como o Marcelo as tocava. Foi muito
estranho fazer aquilo. Normalmente não gosto de tocar em álbuns que estou
produzindo, mas parecia ser algo que eu tinha que fazer. O Tony não queria
tocar as partes do Marcelo. Ele e o Charles me disseram: ‘Jack, se havia alguma
hora para você tocar conosco, então esta é a hora’.” [Jack Endino,
produtor americano do disco]
FOLHA DE S.PAULO
20/10/2001
AGORA É COM VOCÊS
Paula
Lavigne sentou-se à mesa de som durante toda a apresentação
dos Titãs, na quinta.
Não
quería perder o controle do espetáculo que produziu. Depois do show, os amigos
foram recebidos no 3° andar do Credicard Hall com champanha. “Resolvemos recebê-los em um espaco aconchegante.
É normal que as pessoas queiram cumprimentar os músicos depois de um show”. Explicou
Paula.
Foi
um evento discreto. Tanto cuidado se deveu a um tremendo sufoco: Cuca Fromer,
irmã de Marcelo, que morreu este ano, ficou chateada com a notícia de que haveria
um “festão” para os convidados. Paula telefonou para ela e disse que não era
nada disso. Nando Reis também. Não adiantou, Malu Mader, mulher de Tony
Bellotto, ficou tiririca: “Não gosto de fofocas”
19/10/2001 - Paula Lavigne acompanha show dos
Titãs, em São Paulo
Foto: Carol Quintanilha / Folhapress
|
1/11/2001 - Set List do Show - Canecão (RJ) |
2001
Revista ISTOÉ
Gente
Edição n° 119
Titãs embalam romance de Ciro e Patrícia
Ciro Gomes e Patrícia Pillar cumpriram juntos mais
um compromisso da agenda social. Chegaram distribuindo sorrisos e simpatia ao
show de lançamento do álbum A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última
Semana, dos Titãs, na casa de espetáculos carioca Canecão.
Não ficaram o tempo todo sós. Malu Mader e Caetano
Veloso fizeram companhia ao casal durante a apresentação da banda.
Foto: Fred Pontes |
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