Quarta-feira,
21 de dezembro de 1983.
Folha de S.Paulo
Ilustrada
Jack Lang defende intercâmbio
Folha de S.Paulo
Ilustrada
Jack Lang defende intercâmbio
Em almoço na casa de Chico Buarque, o ministro
francês da Cultura disse sonhar com “uma França brasileira, com a mestiçagem
que sinto no Brasil”
ISA CAMBARÁ
Repórter
da Sucursal do Rio
Não
é só no Brasil que um intelectual, quando alçado a um cargo político, é
criticado por quem o admira como criador. Jack Lang, Ministro da Cultura da
Franca, que chegou ontem ao Rio, às vezes, é definido, em seu país, como
“imperador”. Exatamente como ocorre, no Rio, com o secretario de Cultura, Darcy
Ribeiro. Bem-humorado, o ministro francês- que começou seu programa
extraoficial no Rio com um almoço, na casa de Chico Buarque –encara as críticas
de forma positiva:
“Os que me criticam
acabam me fazendo um favor, pois me incentivam a fazer melhor meu trabalho. De
maneira geral, as críticas são contraditórias, pois as mesmas pessoas que me
chamam de imperador reclamam, em outras ocasiões, uma ação maior do Ministério.
Mas, acredito que, de maneira geral, o povo está satisfeito com a nossa ação. Não
gosto muito de pesquisas de opinião, mas a mais recente, realizada pela
imprensa, mostrou que cerca de 60 por cento dos franceses aprovam a política
cultural do governo”.
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Ontem,
artistas como Caetano, Fagner, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga,
Gonzaguinha, Simone, João Bosco, Carlinhos Vergueiro, Toquinho, foram ao almoço
na casa de Chico Buarque. Cineastas como Ruy Guerra e Miguel Farías, atrizes
como Zezé Motta, também compareceram. O ministro –de calças “jeans” e paletó
riscado de vermelho e branco- comeu um cozido à brasileira. E manteve-se descontraído
o tempo todo, como aliás foi o clima do almoço, servido à americana.
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