sábado, 17 de febrero de 2018

2010 - ELEIÇÕES


FOLHA DE S.PAULO

Quinta feira, 30 de setembro de 2010

2° turno explicita dúvidas, diz Caetano Veloso

Cantor afirma que vitória do tom “desmedido” de Lula e Dilma no domingo seria “regressão populista primária”


“Não sou muito chegado a reeleição. Mas, havendo, tem que ser como nos Estados Unidos: você vira Bill Clinton. Sai e, no máximo, fica fazendo palestras, não pode voltar.

Dou grande importância ao fato de Lula não ter embarcado na ideia de terceiro mandato. Se as pessoas estão votando em Dilma, pessoa que elas não conhecem, só porque ele mandou que fosse dessa maneira, um plebiscito “Fica, Lula”, faria Lula ficar.

Não que Serra tenha feito governos desastrosos [em São Paulo], mas também não foi brilhante. Foi fosco em suas duas experiências executivas.”


Músico critica uso da imagen de Lula por Serra e vê Marina como “mais moderna” do que presidente petista e FHC.


Marcus Preto
DE SÃO PAULO

Cabo eleitoral assumido da candidata Marina Silva, o cantor Caetano Veloso, 68, defende a importância do segundo turno nas eleições presidenciais para que "haja uma sensação de que há críticas, há gente de olho, há dúvidas na sociedade".

Na entrevista a seguir, critica a campanha de José Serra ("não tem que botar Lula na propaganda dele") e faz um balanço de erros e acertos de Lula ("apesar de tudo isso, está no azul"). Leia os principais trechos.

Folha - Pesquisas recentes apontam queda de Dilma e abrem margem para um possível segundo turno. Como vê esse quadro?
Caetano Veloso - Eu torço para que tenha segundo turno. Porque o tom que Lula e Dilma estavam [usando] na campanha, ela insuflada por ele, era um pouco desmedido. E até irrealista. Eufórico demais. Não era bom que fosse uma eleição no primeiro turno, e uma presidente fosse empossada nesse tom.

Por quê?
Deve haver uma sensação de que há críticas, há gente de olho, há dúvidas na sociedade, que a vida é mais complexa. Aquele negócio de Lula pensar que pode dizer tudo quando chega no comício não é bom. Se a eleição se definisse nesse tom, seria um sintoma de que o Brasil realmente estaria em uma regressão populista primária, que eu suponho que o Brasil não tenha mais idade para estar.

A campanha de Serra está mais equilibrada?
Sempre achei errado Serra ficar esse tempo todo fingindo que não teria nada contra Lula, como se estivesse junto dele. Aquilo não funciona. O Brasil é um país grande. Quantos leitores tem a revista "Veja", por exemplo? É sinal de que o país tem várias forças se movendo dentro. Serra deveria ter se apresentado como outra coisa, não tem de botar Lula na propaganda dele. Precisava de um baiano lá para saber fazer a campanha dele [risos].

Qual seria a melhor estratégia para Marina, sua candidata, se houver segundo turno?
O ideal seria que ela subisse, passasse o Serra e fossem duas mulheres para o segundo turno. Ia ser muito bom.

E se isso não acontecer? Ela deve apoiar outro candidato?
Ela pode se abster de apoiar alguém. Mas, se apoiar, dirá claramente por que fez. Marina é a mais moderna. Está num estágio pós-Fernando Henrique e pós-Lula, com o que aconteceu de bom nesses governos. Tem as responsabilidades intelectuais, técnicas e morais que resultaram dos 16 anos de PSDB e PT.

Você se arrepende de ter votado em Lula em 2002?
Nunca me arrependi nem no auge do mensalão, nem agora, quando ele falou em "extirpar o DEM" e nessa baboseira sobre "mídia golpista". Essas coisas não são aceitáveis, mas, apesar de tudo isso, Lula está no azul.

Por quê?
Ele é uma continuação do governo Fernando Henrique, com mais energia e mais brilho. Lula é uma figura histórica de grande importância, muito maior do que pôde aparecer no filme que foi feito pelo Fabinho [Barreto, "Lula, o Filho do Brasil"]. É um filme legal, mas teve pudor em fazer o que deveria ser feito: se deixar inebriar pela força mítica do grande herói épico e histórico que o Lula é. Se fizesse, seria um clássico.


 
28/9/2010 - O compositor em quarto de hotel Fasano em São Paulo, anteontem.
Foto: Leticia Moreira/Folhapress










03/10/2010

Caetano Veloso vai com o filho votar

Acompanhado de Zeca, cantor escolheu seus candidatos para a eleição no Rio de Janeiro

QUEM Online

Caetano Veloso foi acompanhado do filho Zeca ao Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, para escolher seus candidatos nas eleições estaduais e federais. Antes de dar seu voto, ele posou para fotos ao lado do adolescente, na tarde deste domingo (3/10).




Rio de Janeiro, no domingo (3/10/2010) / AgNews

Rio de Janeiro, no domingo (3/10/2010) / AgNews





No hay comentarios:

Publicar un comentario