Festival
do Rio festeja os múltiplos talentos de Maria Bethânia
O Festival do Rio já tem várias datas para celebrar
os múltiplos talentos de Maria Bethânia. E a primeira delas é o dia 6 de
outubro, com a exibição, às 18h, no CCLSR – Cine Odeon NET Claro, do filme Karingana
- Licença para contar, de Mônica Monteiro.
A sessão de estreia vai ter a presença de Maria
Bethânia, ao lado do escritor José Eduardo Agualusa, da cantora Mingas e da
diretora Mônica Monteiro.
O documentário acompanha a cantora até Moçambique,
onde ela apresenta um ensaio poético na forma de um espetáculo, na companhia de
dois músicos, violão e percussão. E em meio aos poemas recitados por Bethânia,
trechos de várias obras conectadas com diferentes formas de expressão da língua
portuguesa, há depoimentos de escritores como o angolano José Eduardo Agualusa
e o moçambicano Mia Couto.
Assim, o espetáculo que começa em Maputo,
Moçambique, passeia também por Angola e por histórias que fazem parte da
experiência da vida na África da língua portuguesa.
A palavra Karingana quer dizer justamente
isto: uma licença para contar histórias. E o filme de Mônica Monteiro fala das
muitas conexões entre as literaturas dos dois países africanos com os idiomas
nativos, da troca intensa entre as tradições orais e a artesania da língua na
literatura desses escritores. O ensaio poético de Maria Bethânia vai tecendo as
tramas entre poesia, música, literatura e os contadores de histórias populares.
O que se busca no roteiro de Mônica Monteiro é a importância fundamental da
cultura e da língua, dos escritos e dos falares, na resistência à colonização.
Antes e durante o espetáculo, os escritores conversam com a intérprete sobre a
língua portuguesa, seus sotaques e diferenças de um país para o outro. O filme
também traz depoimentos de estudiosos da língua portuguesa.
Mas
Karingana - Licença para contar não
é o único filme do Festival do Rio que tem Maria Bethânia como protagonista de
suas histórias. Homenageada em 2016 pela Mangueira no desfile das escolas de samba, Maria Bethânia teve sua vida contada
na avenida transformada em fio condutor do filme Fevereiros, dirigido
por Márcio Debellian. O documentário acompanha construção do carnaval de
2016, desde os desenhos das primeiras alegorias até os desfiles na avenida, e
depois segue viagem com a cantora para o Recôncavo baiano, participando de seu
ambiente familiar, dos cultos religiosos e das festas da sua cidade natal,
Santo Amaro da Purificação, conhecendo o universo que inspirou o enredo e
desvendando algumas influências baianas no surgimento do samba carioca.
Fevereiros faz parte da
mostra Retratos, da Première Brasil. Dois irmãos Veloso, Mabel e Caetano, dão
depoimento no filme, que constrói um diálogo entre a construção do enredo da
Mangueira e as festas populares de Santo Amaro. O documentário de Márcio
Debellian vai ser exibido nos dias 12, 13 e 14 de outubro. Dia 12 no Cinepolis
Lagoon, dia 13 no Espaço BNDES e no dia 14 no Roxy 2.
Karingana - Licença para contar
De Monica Monteiro. Brasil/Moçambique/Angola. Documentárrio. 73min.
Maria Bethânia leva pela primeira vez o seu ensaio
poético até Moçambique. A intérprete apresenta trechos de obras conectadas com
diferentes formas de expressão em língua portuguesa. Com depoimentos de Mia
Couto, José Agualusa e de diversos escritores e críticos de Moçambique e
Angola, o documentário apresenta o desenvolvimento da literatura nos dois
países, tratando de sua importância na resistência à colonização, a conexão com
os idiomas nativos, as tradições orais e a influência de escritores
brasileiros.
Fevereiros
De Marcio
Debellian. Brasil. Documentário. 73min.
A Mangueira foi campeã do carnaval 2016 com uma
homenagem a Maria Bethânia, escolhendo como recorte principal a peculiar
religiosidade da cantora, que é devota do catolicismo e do candomblé. O filme
acompanha construção deste carnaval, desde os desenhos das primeiras alegorias
até os desfiles na avenida, e segue viagem com Maria Bethânia para o Recôncavo
baiano, participando de seu ambiente familiar, religioso e das festas da sua
cidade natal, Santo Amaro, conhecendo o universo que inspirou o enredo e
desvendando algumas influências do Recôncavo no surgimento do samba carioca.
A programação do Festival do Rio foi intensa
nesse fim de semana.
Na noite de sexta-feira, Maria Bethânia lançou o filme
“Karingana – Licença para contar”, no Cine Odeon.
Maria
Bethânia leva pela primeira vez o seu ensaio poético até Moçambique. A
intérprete apresenta trechos de obras conectadas com diferentes formas de
expressão em língua portuguesa. Com depoimentos de Mia Couto, José Agualusa e
de diversos escritores e críticos de Moçambique e Angola, o documentário
apresenta o desenvolvimento da literatura nos dois países, tratando de sua
importância na resistência à colonização, a conexão com os idiomas nativos, as
tradições orais e a influência de escritores brasileiros.
Ficha técnica
Documentário/Documentary
Cor/Color DCP 73'
Moçambique / Brasil - 2017
Direção/Direction: MÔNICA MONTEIRO
Roteiro/Screenplay: IGOR MIGUEL
Empresa Produtora/Production Company: CINE GROUP
Produção/Production: ANA BASBAUM, LUCIANA PIRES, FÁTIMA PEREIRA, SÃO ABDULA
Fotografia/Photography: LUIS ABRAMO
Montagem/Editing: EDU JUNG
Documentário com/Documentary with:
MARIA BETHÂNIA
JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
MIA COUTO
Cor/Color DCP 73'
Moçambique / Brasil - 2017
Direção/Direction: MÔNICA MONTEIRO
Roteiro/Screenplay: IGOR MIGUEL
Empresa Produtora/Production Company: CINE GROUP
Produção/Production: ANA BASBAUM, LUCIANA PIRES, FÁTIMA PEREIRA, SÃO ABDULA
Fotografia/Photography: LUIS ABRAMO
Montagem/Editing: EDU JUNG
Documentário com/Documentary with:
MARIA BETHÂNIA
JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
MIA COUTO
Contato/Print
Source: CINE GROUP
O GLOBO
Documentário sobre língua portuguesa tem Maria Bethânia, Agualusa e Mia Couto
Por Cleo Guimarães
08/07/2017
Maria Bethânia, Agualusa, Mia Couto e Carlos César | Divulgação |
Sente o clima da gravação de “Karingana — Licença
para contar”, em Maputo, Moçambique, com a participação de Maria Bethânia,
do angolano José Eduardo Agualusa e do moçambicano Mia Couto.
O documentário mostra a evolução da língua
portuguesa e sua interação com as culturas locais nas colônias de Portugal.
Bethânia lê poesias de diferentes autores e canta num show em que divide o
palco com os dois escritores, veja na foto acima.
Antes e durante o espetáculo, eles conversam sobre
a relação com a língua num papo delicioso.
O filme, produzido pela CineGroup e dirigido por Mônica
Monteiro, também traz depoimentos de estudiosos, e será exibido no Festival
do Rio, em outubro.
“Karingana”, você sabia?, é a palavra que
integrantes de tribos moçambicanas dizem antes de contar uma história.
Festa para a poesia da língua portuguesa
O Cine CCLSR Odeon Net Claro estava lotado para ver
e ouvir as muitas histórias dos cantares e poemas da língua portuguesa que dão
ritmo às cenas de Karingana - Licença para contar, de Mônica Monteiro, que teve
sua estreia dia 6 no Festival do Rio 2017. O filme tem como fio condutor
um recital de poesia concebido por Maria Bethânia, com dois músicos e a
participação especial de dois escritores, o moçambicano Mia Couto e o angolano
José Eduardo Agualusa.
_ É uma alegria imensa estar ao lado de Mingas e
José Eduardo Agualusa para festejar a poesia da língua portuguesa que nos une
aqui _ disse Bethânia.
Na estreia do filme, a cantora moçambicana Mingas
subiu ao palco, ao lado de Maria Bethânia, de José Eduardo Agualusa, da
diretora do filme, Mônica Monteiro e da diretora do Festival do Rio, Ilda
Santiago. Mingas cantou à capela uma canção popular moçambicana em duas
línguas, um idioma local e em português. Sentados na plateia estavam artistas
como Antonio Pitanga, Cassia Kiss, Malu Mader, entre outros. O filme foi muito
aplaudido no final da exibição por uma plateia encantada pelas histórias de
Moçambique, Angola e Brasil.
Karingana quer dizer: "Dá licença para eu
contar uma história". E em Moçambique as histórias também são contadas no
ritmo e nas palavras das músicas. Eu aprendi esta música que vou cantar aqui
com a minha mãe, desde muito pequena _ disse Mingas.
A voz belíssima de Mingas encantou o público
que ouviu aquelas palavras em dois idiomas. A cantora também está na primeira
cena do filme, convidando a plateia a acompanhar as muitas histórias da língua
portuguesa que ali serão narradas por diferentes vozes de Moçambique, Angola e
Brasil. No recital de Maria Bethânia, desfilam textos de Mia Couto, José Eduardo
Agualusa, Fernando Pessoa, Guimarães Rosa, José Craveirinha, Caetano Veloso,
entre outros.
_ Foi para mim uma grande alegria acompanhar a
viagem de Maria Bethânia a Maputo, para conversar com poetas e artistas
moçambicanos e apresentar o recital. A presença de Bethânia transformou toda
uma geração de artistas e escritores moçambicanos assim como tenho certeza de
que ela também saiu transformada dessa viagem e da conversa com os escritores.
Foram muitas histórias, muita poesia e muita música. Os cantares e falares da
língua portuguesa, que unem Brasil, Angola e Moçambique, estão ali, naquelas
conversas, naquela poesia e naquela música.
Moçambique tem 22 línguas nativas diferentes em
seu território. Variam de acordo com a região e a origem da população local,
mas todas as regiões têm em comum a língua portuguesa, ensinada nas escolas e
transformada em elo de ligação entre as muitas comunidades que convivem na
capital, Maputo, e em outras cidades do país. O filme mostra o recital de
poesia, entremeado com muitas cenas da viagem de Bethânia e com muitas
conversas com estudiosos da língua portuguesa.
Um dos momentos mais emocionantes do filme é
ver Maria Bethânia dizer as palavras do moçambicano José Craveirinha no poema Quero
ser tambor:
Tambor
está velho de gritar
Oh
velho Deus dos homens
deixa-me
ser tambor
corpo
e alma só tambor
só
tambor gritando na noite quente dos trópicos.
Nem
flor nascida no mato do desespero
Nem
rio correndo para o mar do desespero
Nem
zagaia temperada no lume vivo do desespero
Nem
mesmo poesia forjada na dor rubra do desespero.
Nem
nada!
Só
tambor velho de gritar na lua cheia da minha terra
Só
tambor de pele curtida ao sol da minha terra
Só
tambor cavado nos troncos duros da minha terra.
Eu
Só
tambor rebentando o silêncio amargo da Mafalala
Só
tambor velho de sentar no batuque da minha terra
Só
tambor perdido na escuridão da noite perdida.
Oh
velho Deus dos homens
eu
quero ser tambor
e
nem rio
e
nem flor e nem zagaia por enquanto
e
nem mesmo poesia.
Só
tambor ecoando como a canção da força e da vida
Só
tambor noite e dia
dia
e noite só tambor
até
à consumação da grande festa do batuque!
Oh
velho Deus dos homens
deixa-me
ser tambor
só
tambor!
6/10/2017 - As cantoras Mingas e Maria Bethânia o escritor José Eduardo Agualusa a diretora Mônica Monteiro e a diretora do Festival do Rio Ilda Santiago |
O GLOBO
iG / Lu Lacerda
A poesia da língua
portuguesa: Bethânia na pré-estreia de ‘Karingana’
07/10/2017
Desde
que comemorou, ano passado, 50 anos de carreira, Maria Bethânia deixou de ser uma artista reclusa, mas sua presença
ainda é tão rara quanto desejada. Nessa sexta (06/10), a cantora foi à
pré-estreia do filme “Karingana –
licença para contar”, da pernambucana Mônica Monteiro, que
registra as apresentações poéticas da baiana em Moçambique e Angola e
sua interação com escritores e críticos africanos, ao mesmo tempo em que
discorre sobre o desenvolvimento da literatura naqueles países africanos e sua
importância na resistência à colonização.
Antes
do filme começar, a cantora moçambicana Mingas
cantou uma música de agradecimento que aprendeu com a avó e disse que a viagem
de Bethânia foi um acontecimento que acrescentou muito a seu país. Bethânia
resumiu seu sentimento na noite: “É uma alegria imensa festejar a poesia da língua
portuguesa que nos une aqui”.
O
escritor angolano José Eduardo
Agualusa, outro personagem de Karingana, veio ao Rio especialmente para
a pré-estreia. Fãs de Bethânia, anotem: na próxima quinta (12/10), ela também
estará na exibição do filme “Fevereiros”,
de Marcio Debellian e Clara Cavour, no Lagoon, às 18h.
O GLOBO
'Fevereiros':
Documentário mostra a vitória da Mangueira com o enredo em homenagem a Maria
Bethânia
POR MARIA FORTUNA
06/08/2017
Maria Bethânia | Divulgação |
Vai se chamar “Fevereiros” o documentário de Marcio
Debellian, que registrou a vitória da Mangueira com enredo em homenagem a Maria
Bethânia e acompanhou a baiana nas festas da sua cidade. O diálogo entre a
construção do desfile e Santo Amaro é um dos fios condutores do roteiro.
“Nunca fui a 2 de fevereiro na Bahia, dia de Iemanjá, porque é o período
da festa de Nossa Senhora da Purificação. Sou ligadíssima nesse período. O
samba de roda diz isso, ‘eu trabalho o ano inteiro pra passar fevereiro em
Santo Amaro’”, conta ela no filme, uma coprodução da Debê
Produções com GloboNews, Globo Filmes e Canal Brasil. Os irmãos Mabel e Caetano Veloso, e o carnavalesco
Leandro Vieira são alguns dos que dão depoimentos.
A
partir do vitorioso carnaval da Mangueira em homenagem a Maria Bethânia, o
filme percorre uma viagem entre Rio e Bahia, acompanhando a cantora no universo
familiar, festivo e religioso que inspirou o enredo “Maria Bethânia: A
menina dos olhos de Oyá”, de 2016.
Ficha Técnica
Marcio Debellian
Documentário/Documentary
Cor e P&B/Color and B&W DCP 73'
Brasil - 2017
Direção/Direction: MARCIO DEBELLIAN
Roteiro/Screenplay: MARCIO DEBELLIAN, DIANA VASCONCELLOS
Empresa Produtora/Production Company: DEBÊ PRODUÇÕES
Produção/Production: DANIEL NOGUEIRA, MARCIO DEBELLIAN
Fotografia/Photography: MIGUEL VASSY, PEDRO VON KRÜGER
Montagem/Editing: DIANA VASCONCELLOS
Cor e P&B/Color and B&W DCP 73'
Brasil - 2017
Direção/Direction: MARCIO DEBELLIAN
Roteiro/Screenplay: MARCIO DEBELLIAN, DIANA VASCONCELLOS
Empresa Produtora/Production Company: DEBÊ PRODUÇÕES
Produção/Production: DANIEL NOGUEIRA, MARCIO DEBELLIAN
Fotografia/Photography: MIGUEL VASSY, PEDRO VON KRÜGER
Montagem/Editing: DIANA VASCONCELLOS
Documentário com/Documentary with:
MARIA BETHÂNIA
CAETANO VELOSO
CHICO BUARQUE
LEANDRO VIEIRA
MABEL VELOSO
O GLOBO
iG / Lu Lacerda
‘Fevereiros’:
filme sobre a vitória da Mangueira no carnaval de 2016
13/10/2017 - 14:00
Maria Bethânia era aguardadíssima para a sessão do
documentário “Fevereiros“, do director Marcio
Debellian,
durante o Festival do Rio, nessa quinta-feira (12/10), no Cinépolis Lagoon. Mas a rainha não apareceu – apenas deu o
ar da raríssima aparição no dia 6, no lançamento do documentário “Karingana — Licença para Contar”, da diretora Monica
Monteiro.
Mas
tudo bem, o público amou assistir ao documentário sobre a vitória da escola de
samba carioca Mangueira no carnaval de 2016, que trazia uma homenagem à
Bethânia – as câmeras acompanharam a construção da festa, desde os desenhos das
primeiras alegorias, aos desfiles na avenida, e viajou com a cantora para o
recôncavo baiano, participando de seu ambiente familiar, religioso e das festas
de sua cidade natal, Santo Amaro, conhecendo o universo que inspirou o enredo e
apontando algumas influências do recôncavo no surgimento do samba carioca.
Momento
de risada geral da plateia é quando Bethânia conta que, na infância, Caetano
diluiu o medo que ela sentia de Deus – punitivo, na visão católica recebida
pela menina – no momento em que o irmão, ateu desde sempre, sentenciou que ele
mesmo era Deus.
12/11/2017 - Festival MIMO - Rio de Janeiro 17/11/2017 - Festival MIMO - Olinda |
13/11/2017
João Vitor Figueira
A música brasileira nunca mais foi a mesma desde
que a Maria Bethânia substituiu Nara Leão no espetáculo Opinião em 1965,
conquistando o lugar que os deuses da música reservaram para ela no panteão da
cultura brasileira. Em mais de 50 anos de carreira, porém, algo além de sua
possante "voz de cobre",
nas palavras do irmão Caetano Veloso,
se manteve intacto: O interesse pela cantora pelos mistérios da fé.
Fevereiros examina a
importância das tradições culturais na construção da identidade pessoal e
coletiva. O longa exibe o lado ensolarado da alma de Bethânia em seu ritual
anual de retorno às suas raízes durante a Festa da Purificação. A celebração é
realizada no início do ano em Santo Amaro, cidade natal da artista. Do
reencontro com as origens, o filme traça um paralelo entre a cidade baiana e o
Rio de Janeiro (que ganha perspectiva histórica no depoimento do professor Luiz
Antônio Simas). O elo se dá através do samba.
Em 2016 a Abelha Rainha foi
homenageada com o enredo "Maria Bethânia, a menina dos olhos de Oyá",
da Estação Primeira de Mangueira. O longa-metragem também acompanha os
preparativos e o grande momento do desfile da verde e rosa na Marquês de
Sapucaí, que colocou fim no jejum de títulos da escola de samba.
Em seus depoimentos, Bethânia fala sobre sua
religiosidade sincrética, da formação católica à iniciação no Candomblé, com
uma contundência oratória que, mesmo sem o contorno da militância política,
levanta a bandeira da liberdade de culto. A devoção é retratada para além das
palavras, quando a câmera mostra a ativa participação nas festas de Santo Amaro
e, não raro, suas lágrimas sinceras. Coadjuvantes, porém não menos importantes,
os depoimentos de Caetano e de Mabel Velloso enriquecem o filme com falas sobre
o DNA mestiço da família e as diferentes formas de interpretar aqueles
fenômenos religiosos.
As reflexões sobre religião feitas por Caetano e
Bethânia, um ateu e uma devota, poderiam ser antagônicas, mas complementam-se.
O cantor e compositor chega contar que Mãe Menininha do Gantois (1894-1986), Iyálorixá
mais famosa do Brasil, já disse que os dois são a mesma pessoa. Enquanto ele
explica que o eu-lírico do verso "Quem é ateu e viu milagres como
eu" é, na verdade, Jorge Amado e
não ele mesmo, mostra que seu respeito pelo candomblé e por sua irmã fizeram
com que ele chegasse até a se iniciar na religião. Enquanto isso, Bethânia diz
que sua cosmovisão religiosa começou a mudar ainda na infância quando seu
irmão, também criança e já convencido da descrença em um ser superior, a fez
começar a perder um medo exacerbado aprendido na Igreja Católica quando a levou
a pensar que o divino está dentro de cada pessoa.
Fonte: AdoroCinema
Sábado, dia 02/12/2017, às 19h, Fevereiros será exibido no ATLANTIDOC11 [11° Festival Internacional de Cine Documental de Uruguay], Uruguai, Sala CFSA [Comisión Fomento de Santa Ana, Canelones]
.
Febreros
Año:
2017
Director:
Marcio Debellian
Libreto:
Diana Vasconcellos y Marcio Debellian
Fotografía:
Miguel Vassy y Pedro von Küger
Sonido:
Denilson Campos
Edición:
Diana Vasconcellos
Duración:
74 minutos
Exhibición:
2/12 - CFSA
Mangueira
es la escuela de samba más popular de Brasil. En 2016, ganó el campeonato del
Carnaval de Río con un desfile en homenaje a María Bethânia, la diva de Bahía,
que tiene una carrera de 50 años y es la hermana de Caetano Veloso. El
documental siguió lacreación de este carnaval en todas las etapas, desde los
primeros dibujos y ensayos hasta la construcción de las alegorías y el desfile
ganador. Nuestro equipo también viajó con Maria Bethânia a Santo Amaro, su
ciudad natal en el interior de Bahía, descubriendo las particularidades que
inspiraron la creación de este Carnaval, como su peculiar universo religioso,
que congrega al candomblé y el catolicismo, las fiestas heredadas de los
esclavos, y la apertura de su casa a la comunidad local. Mientras contamos la historia
de la ciudad natal de Bethania y el carnaval victorioso de Mangueira,
enfrentamos problemas históricos como la tolerancia religiosa y el racismo.
2018 - FIPA, em Biarritz, na França. |
31/1/2018 - Santo Amaro
Cinema no quintal
A família Velloso reuniu amigos
no quintal de sua casa, em Santo Amaro da Purificação, na última quarta-feira
(31), para assistir ao documentário Fevereiros,
do cineasta Marcio Debellian. Maria Bethânia, vestido de vermelho, como convém
a uma filha de Iansã, era uma das mais animadas. E não á toa. Afinal, o filme
registra a vitória da Mangueira com o enredo em homenagem a ela. A obra é uma
coprodução da Debê Produções em parceria com a GloboNews, Globo Filmes e Canal
Brasil. Além da cantora, os irmãos Mabel e Caetano, que participaram da sessão
especial, deram depoimento para o filme.
Foto: Reprodução
Instagram
Os
irmãos Maria Bethânia e Caetano Veloso assistiram juntos, no quintal da casa de
Santo Amaro, o documentário Fevereiros
2018 - In-Edit Brasil - 10° Festival Internacional do Documentário Musical |
2019 |
2019 |
FEVEREIROS
31/1/2019
A Mangueira foi campeã do carnaval carioca em 2016 com um
enredo em homenagem a Maria Bethânia.
Este foi o ponto de partida de “Fevereiros”, que acompanhou a
preparação da Escola – dos desenhos das primeiras alegorias aos desfiles na
avenida – e percorreu uma viagem ao Recôncavo baiano acompanhando a cantora nas
festas populares de sua cidade natal, Santo Amaro da Purificação.
Neste percurso Rio-Bahia, o filme descobre o universo que
inspirou o desfile e aponta conexões entre as tradições do recôncavo e o
surgimento do samba carioca.
O filme conta com depoimentos de Maria Bethânia, Caetano
Veloso, Chico Buarque, Leandro Vieira (carnavalesco da Mangueira), Luiz Antonio
Simas (historiador), Mabel Velloso (poeta) e Squel Jorgea (porta-bandeira da
Mangueira).
Ficha
técnica
Direção: Marcio
Debellian
Coprodução: Debê
Produção, Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil
Roteiro: Diana
Vasconcellos e Marcio Debellian
Montagem: Diana
Vasconcellos
Produção: Daniel
Nogueira, Marcio Debellian
Direção de Fotografia: Miguel
Vassy, Pedro von Krüger
Colaboração de Roteiro: Clara
Cavour, Daniel Nogueira
Assistente de Direção: Clara
Cavour
Pesquisa de Imagem: Antonio
Venancio
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