“Fiz em Lisboa, num hotel. Estava
muito mal, deprimido e irritado ao mesmo tempo. Falo mal dos videoclipes da MTV
que estavam passando, digo que são uma mera dilução do “sangue do poeta”, numa referência ao filme de
Cocteau, do qual todos os videoclipes de rock-and-roll são uma contrafação de décima quinta categoría.
Eu já achava, mas na hora sentí aquilo com muita raiva.”
[2003, Caetano Veloso, Sobre as letras, Página
53]
Música
e letra: Caetano Veloso
©
1987 Gapa/Saturno
Noite de hotel
A antena parabólica só capta videoclipes
Diluição em água poluída
(E a poluição é quimica e não orgânica)
Do sangue do poeta
Cantilena diabólica, mímica pateta
Noite de hotel
E a presença satânica é a de um diabo morto
Em que não reconheço o anjo torto de Carlos
Nem o outro
Só fúria e alegria
Pra quem titia Jagger pedia simpatia
Noite de hotel
Ódio a Graham Bell e à telefonia
(Chamada transatlântica)
Não sei o que dizer
A essa mulher potente e iluminada
Que sabe me explicar perfeitamente
E não me entende
E não me entende nada
Noite de hotel
Estou a zero, sempre o grande otário
E nunca o ato mero de compor uma canção
Pra mim foi tão desesperadamente necessário
1987 - CAETANO VELOSO
6320
1194 / 3:00
Álbum
"Caetano"
Philips
LP 832.938-1, A-3.
CD 832.938-2, Track 3.
CD 832.938-2, Track 3.
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