domingo, 5 de noviembre de 2017

2006 - O SOL - Caminhando contra o vento




















"O Sol nas bancas de revista / Me enche de alegria e preguiça", canta Caetano Veloso, em Alegria, Alegria. O Sol em questão não é a estrela de quinta grandeza mas um jornal alternativo. Dedé Gadelha, então namorada do compositor, era uma das redatoras de O Sol. Contando com colaborações de nomes como Henfil, Otto Maria Carpeaux e Daniel Azulay, O Sol era Um jornaleco alegre, divertido, quase um O Pasquim. 

[José Teles, 17/10/1999. Jornal do Commercio, Recife]
















O Sol - caminhando contra o vento
95 min
Diretor: Tetê Moraes
País de origem: BRA
Ano de produção: 2005

GIL, Gilberto
VELOSO, Caetano
BUARQUE, Chico
CALLADO, Ana Arruda
FARIA, Beth
CONY, Carlos Heitor
GABEIRA, Fernando
BRAGA, Gilberto
CARVANA, Hugo
JARDIM, Reynaldo
CASTRO, Ruy
PALMEIRA, Vladimir
ZIRALDO
VENTURA, Zuenir




O Estado de S. Paulo

 Quarta-feira, 07 de abril de 2004

Documentário revê trajetória de "O Sol" nas bancas de revista

Tetê Moraes inicia filmagens de seu longa sobre jornal alternativo que marcou época em 67: "O sol nas bancas de revista / Me enche de alegria e preguiça. Quem lê tanta notícia?"

Luiz Carlos Merten



2004 - Tetê Moraes, Gilberto Gil e Martha Alencar 


2004 - Gilberto Gil, Ministro da Cultura


Rio de Janeiro - Foi uma bela festa. Tetê Moraes reuniu domingo, no terraço do Instituto Histórico e Geográfico, no centro - de frente para a Baía de Guanabara, com a vista deslumbrante do arco que vai da Ilha Fiscal ao Pão de Açúcar -, boa parte da elite jornalística e intelectual do País. Ela chamou toda aquela gente para rodar cenas que serão usadas em seu novo documentário, O Sol - Caminhando contra o Vento, sobre o jornal Sol, que teve uma vida tão efêmera - seis meses - quanto brilhante, no Rio da ditadura militar. O último número de Sol circulou em 5 de janeiro de 1968.

Tetê era uma das meninas do Reynaldo - o jornalista Reynaldo Jardim, criador do Sol. Trabalhava na diagramação. O jornal - alternativo - era encartado no Jornal dos Sports e virou porta-voz da esquerda contra o regime que se tornava mais e mais autoritário e repressor. A redação toda era contra, mas havia uma divisão entre os conscientes e os desbundados. Esses eram os hippies do Sol, encastelados nas páginas de cultura, cuja responsável era Marta Alencar, hoje produtora dos filmes do marido, o ator e diretor Hugo Carvana. A própria Marta estava lá e foi quem entrevistou o ministro Gilberto Gil, da Cultura. Ele chegou à paisana, sem terno nem gravata, mas com lenço e documento, para reviver suas experiências da época.

A primeira pergunta - que não quer calar, como disse Marta - foi sobre Caetano Veloso. Num depoimento gravado dias antes, Caetano não esclareceu se pensava especificamente no Sol ao compor Alegria, Alegria. A música, que concorreu no Festival de MPB da Record com Domingo no Parque, de Gil, e A Banda, de um certo Chico, tem aquele verso que diz "O sol nas bancas de revista / Me enche de alegria e preguiça. Quem lê tanta notícia?" Caetano freqüentava a redação. Namorava Dedé Gadelha, que era da equipe do Sol. Como a música não tinha nada a ver com o jornal? "Não me lembro de ele ter composto especificamente, mas de um ponto de vista subliminar tinha tudo a ver. Aquilo fazia parte do espírito da época. A gente participava do Sol."

Gil não é uma pessoa facilmente entrevistável. Você pergunta o que quer, mas ele também dá a resposta que bem entende. Faz parte do seu charme. O ministro participou na semana passada de um debate, no Nordeste, para discutir o movimento de 31 de março. Foi paradoxal - disse que o regime militar foi responsável pelo surto de liberdade que acometeu o Brasil nos anos 1960. "Ao mesmo tempo que houve repressão, tortura, fechamento do Congresso e todos aqueles instrumentos excepcionais de que a ditadura lançou mão para se consolidar, o reverso também foi verdadeiro e o Brasil nunca teve tanta consciência da importância e da necessidade de liberdade."

Ele encaixa Sol nesse momento específico da vida política e cultural brasileira. "O jornal pode ter durado pouco, mas foi muito importante como farol para a chamada imprensa nanica, que se consolidou depois com o Pasquim e virou uma arma contra o regime. Com todas as tentativas de amordaçamento, o Brasil respirava liberdade por meio dessa imprensa independente." O Gil que deu seu depoimento podia ser o cantor e compositor que havia estudado administração e chegava à música após passar pela militância estudantil, mas o homem que falava também era o ministro da Cultura do Brasil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O repórter do Estado perguntou-lhe o que achava das recentes críticas de Caetano ao governo Lula. Caetano, na semana passada, cobrou urgência ao governo. Disse que está desapontado com o governo que prometia mudar o Brasil e agora está sendo mudado - adotando um perfil mais conservador, "Muitos de nós, dentro do governo, pensamos como ele. O governo não é um bloco único. A maioria de nós nunca teve experiência de governo e a máquina pública é algo difícil de controlar. Estamos aprendendo. É preciso paciência para que o governo possa fazer aquilo a que se propõe." Apesar dos percalços, Gil está otimista? "Sou sempre otimista", responde o ministro com um largo sorriso, mas acrescenta que nem se trata de um otimismo pessoal - as coisas que precisam ser feitas terão de ser feitas. É inevitável, acredita. Para Gil, a realidade do mundo pós-moderno é fragmentada. O que existe hoje é o que ele chama de ´flutuação do real´. "A simultaneidade dos meios de comunicação mudou o mundo nas últimas décadas. Qualquer tentativa de interpretação do mundo tem de passar por aí."

A insatisfação com os rumos do governo, expressa por Caetano, ganhou eco em outros integrantes da festa promovida pela cineasta Tetê Moraes. Ana Arruda e Isa Guerra a manifestaram em conversa com o repórter do Estado. Ana faz parte da história da imprensa brasileira - não por acaso, vai ser tema de uma tese de doutorado. Houve mulheres jornalistas antes dela, mas Ana foi a primeira a trabalhar diariamente numa redação, a pegar a pauta de cada dia para escavar notícias na rua. Foi a primeira chefe de reportagem e também diretora de Redação do Sol. "Eu era responsável por botar o jornal na rua."

Ana estava adorando o clima de festa, o reencontro com amigos, o antigo sonho compartilhado virando sonho, de novo. Mas tem dúvidas quanto à democratização do Brasil atual. Acha duro que o fiel da balança do governo Lula seja o ex-presidente Sarney. "É desapontador."

Isa Guerra pensa da mesma maneira. Antropóloga, ela sempre foi guerreira até no nome. Viveu exilada e casou-se com um canadense que a transformou em 'Labelle' (era o sobrenome dele). Isa Guerra Labelle - a bela. Ana conta a história rindo. São duas senhoras, mas neste momento reencontram o fogo da juventude. Isa não é menos crítica. Vê sempre as mesmas pessoas, a mesma elite que luta por seus privilégios revezando-se no poder, no País, em cargos decisivos, mesmo que o presidente seja um homem do povo e seu governo queira ser popular. Há uma contradição entre o discurso e a prática, avalia.

Um encontro sobre a geração 68 não estaria completo sem Zuenir Ventura. Ele reviveu o clima da época no encontro com amigos. Acha que Maio de 68 é eterno. "Politicamente, fracassamos, mas do ponto de vista ético essa é uma bela história que continua", diz. Os velhos, que viveram 68, lembram-se do ano em que viveram em perigo com excitação e entusiasmo. Os jovens, que não viveram a época, a idealizam. "68 é uma esperança que não acaba", Zuenir arrisca. É essa emoção que Tetê Moraes, a diretora de Terra para Rose e O Sonho de Rose, quer colocar em seu filme sobre Sol. 




O Sol - Caminhando Contra O Vento
de Tetê Moraes e Martha Alencar (Brasil, 2005)



por Leonardo Mecchi

O constrangedor ocaso de um sonho

Há algo de constrangedor em O Sol - Caminhando Contra o Vento, documentário de Tetê Moraes e Martha Alencar sobre o jornal homônimo da década de 60. A começar pela opção por um registro caseiro, de "encontro de ex-alunos", onde reina a nostalgia e a passagem do tempo deixa clara sua marca - nos corpos e nos discursos. As diretoras realizaram uma "festa-filmagem", reunindo antigos colaboradores e personalidades da época que desfiam, entre uma cerveja e outra, declarações e lembranças sobre a experiência do jornal-escola. Devido ao ambiente informal desse encontro, temos mais um conjunto de clichês e frases saudosistas do que uma investigação ou um olhar pertinente que validem o documentário para algo além de uma auto-homenagem. Há nos entrevistados uma sensação de deslocamento, uma certa repulsa à contemporaneidade em favor de um passado idílico, com a qual o documentário acaba comungando (ainda que inconscientemente), reflexo do fato de que as próprias diretoras fizeram parte daquela redação.

Outro fato um tanto constrangedor é a insistência das diretoras, ao longo de todo o primeiro terço do filme, em buscar uma legitimação do jornal através de uma provável citação em “Alegria, Alegria” (“O sol nas bancas de revistas/Me enche de alegria e preguiça/Quem lê tanta notícia?”). Praticamente não há entrevistado que não cite os versos da famosa canção ou não dê sua opinião sobre a intenção ou não de Caetano Veloso em homenagear o jornal com a música. É como se “O Sol” (o jornal e o filme) só pudesse confirmar sua importância no cenário nacional através dessa canção que, de certo modo, seria (ironicamente) seu grande legado. O próprio Caetano, ao ser entrevistado para o filme, nega a referência, mas é prontamente confrontado pelas diretoras com “provas irrefutáveis” (como o fato de que sua namorada à época trabalhava no jornal) e, acuado, cede à insistência: “que fique sendo, então, uma homenagem”.

Em um determinado momento do filme, o ex-cineasta Arnaldo Jabor sumariza em seu depoimento, inconscientemente, outro grave defeito – porém não apenas deste, mas de grande parte dos documentários brasileiros contemporâneos: sua falta de preocupação com a imagem. Ao dissertar sobre o movimento cinematográfico do qual fez parte, Jabor afirma que “o cinema novo era um sonho de poder transformar a realidade através da imagem, mas a gente depois descobriu que não era tão fácil assim: a realidade era mais dura e a imagem, mais mole”. Pois é dessa “imagem mole” que O Sol é feito: uma imagem que abriu mão de atuar na realidade que retrata ou mesmo de emulá-la, limitando-se apenas à simples função de registro. O que torna essa displicência com a imagem ainda mais triste (e não sem uma certa dose de ironia) é o grande destaque que o próprio documentário dá à equipe de diagramação do jornal. Como a grande maioria das manifestações artísticas da época, também o jornal “O Sol” apostava no caráter indissolúvel entre forma e conteúdo. Uma espécie de estética política cuja herança o documentário O Sol simplesmente renega.

Há em O Sol uma clara tentativa de acerto de contas de uma geração com o seu passado, uma busca por enaltecer os sucessos, relativizar os fracassos e justificar o "encaretamento" (segundo depoimento de Ruy Castro no filme) desse grupo de pessoas diante de uma contemporaneidade que insiste em contradizer as aspirações da juventude. Ao resgatar a memória do pequeno jornal que, durante cinco meses, tentou fazer face ao recrudescimento da ditadura militar, o documentário busca, na realidade, expurgar os pecados dessa geração que lutava por um sonho e hoje, amargurada, refugia-se em reminiscências complacentes. Nesse sentido, o filme de Tetê Moraes e Martha Alencar parece sofrer de uma espécie de complexo de Dorian Gray, onde quanto mais belo e imponente o retrato que tenta pintar daquela experiência sessentista, mais inegável fica o quanto esse sonho envelheceu mal e não passa hoje de um pálido espectro do que um dia já foi. Como diz sintomaticamente Caetano Veloso em seu depoimento, "o sonho acabou, mas isso não é necessariamente uma má notícia". Soa como um triste epitáfio para uma geração que buscava mudar o mundo.










O Sol - Caminhando Contra o Vento

Documentário traça a trajetória do jornal-escola O Sol, criado por intelectuais brasileiros nos anos 60.

No Rio de Janeiro do final dos anos 60, a ebulição cultural era enorme. Pintores, atores, músicos e outros intelectuais conviviam e criavam obras e poesias. Criticavam acidamente a ditadura militar, que os oprimia. O Sol - Caminhando Contra o Vento relata a trajetória do jornal-escola O Sol, idealizado e construído naquele momento. Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Hugo Carvana e Betty Faria, que escreveram para a publicação, dão seus depoimentos e outros nomes importantes também aparecem.

O documentário parte de uma festa de confraternização, que envolveu editores, como Carlos Heitor Cony e Zuenir Ventura, colaboradores e artistas para refletir sobre fatos significativos da história brasileira, como o golpe militar, a censura imposta pelo AI-5, o movimento estudantil e os inúmeros festivais de música, muito populares na época. Imagens de arquivo e músicas simbólicas ajudam a lembrar e entender o que foi o jornal. Alegria, Alegria, um clássico de Caetano, com os versos O Sol nas bancas de revista / Me enche de alegria e preguiça, está presente.

Um dos momentos mais surpreendentes do documentário é quando Caetano nega que tenha composto o verso inspirado pelo jornal. Gilberto Gil, que o via ir buscar todas as tardes a então namorada, Dedé Gadelha, na redação de O Sol, afirma, em contraposição ao amigo, que a associação é inescapável. O filme foi dirigido por Tetê Moraes, co-escrito por Martha Alencar, e estreou no Festival do Rio de 2005, quando foi bem recebido.




Cerrado Mix
Brasília, 03 de agosto de 2006

Paula Costa


Hoje venho falar de um documentário muito peculiar. Na noite de terça-feira assisti ao documentário “O Sol – caminhando contra o vento”. Para mim foi um momento histórico e emocionante. Histórico pelo conteúdo, alternativo e inventivo, e, emocionante, por assistir ao sábio depoimento do saudoso Cláudio Lysias, ex-editor do Jornal da Comunidade, que faleceu em fevereiro de 2005.

“O Sol” era um jornal produzido por um grupo de estudantes idealistas - entre 67 e 68. A efervescência cultural, o inconformismo e a rebeldia, típicos daquela época eram publicadas no jornal que teve poucos meses de vida, mas que fez (participou) da história. Era vendido nas ruas, na praia, e até nas filas do Macaranã.

Passeatas estudantis, festivais de música, pós-golpe militar de 64, pré AI-5, a morte do estudante Édson Luís, e em seguida a Passeata dos Cem Mil (maior mobilização pública em repúdio ao regime militar). Assim estava o Rio de Janeiro na época que o jornal O Sol o descrevia, com opinião livre e ousada. O documentário relembra esse período conturbado e tinha um papel de denunciar as torturas, prisões, seqüestros e julgamentos arbitrários.


Idealizado pelo poeta, artista plástico e jornalista Reynaldo Jardim, “O Sol” teve como editora-chefe a jornalista Ana Arruda Callado, e marcou época. Segundo Reynaldo, o jornal-escola foi criado devido a grande deficiência das faculdades. Ele conta que as instituições de ensino da época ensinavam tudo, menos escrever (posso afirmar que isso ainda não mudou).

Entre os colaboradores do jornal estavam Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Hugo Carvana, Arnaldo Jabor, Carlos Heitor Cony, Fernando Gabeira, Ziraldo e Zuenir Ventura, Vladimir Palmeira, Carlos Lessa, Gilberto Braga e Cláudio Lysias.

“O Sol nas bancas de revista / Me enche de alegria e preguiça / Quem lê tanta notícia / Eu vou"). No filme Caetano Veloso diz que a música “Alegria, Alegria”, não foi feita para o jornal, mas que devido a época, “O Sol” poderia adotar a canção como dele.

Para Zuenir Ventura o jornal foi o começo da imprensa alternativa. “Assumimos o novo. Falávamos as coisas de forma diferente”.

Outras músicas da época contribuem para formar o filme, lembrando parte da história. A música “Enquanto seu lobo não vem”, de Caetano Veloso, vale a pena ser lida e (re)interpretada:

Vamos passear na floresta escondida, meu amor
Vamos passear na avenida
Vamos passear nas veredas, no alto meu amor
Há uma cordilheira sob o asfalto

A Estação Primeira da Mangueira passa em ruas largas
Passa por debaixo da Avenida Presidente Vargas
Presidente Vargas, Presidente Vargas, Presidente Vargas

Vamos passear nos Estados Unidos do Brasil
Vamos passear escondidos
Vamos desfilar pela rua onde Mangueira passou
Vamos por debaixo das ruas

Debaixo das bombas, das bandeiras
Debaixo das botas
Debaixo das rosas, dos jardins
Debaixo da lama
Debaixo da cama




No documentário Vladimir Palmeira falou uma coisa interessante: “Na época era como se “brincássemos” de polícia e estudante”.

No meio de tanta limitação, as liberdades civis foram aos poucos sendo cerceadas, e “O Sol”, chegou ao fim, impedido de ir às bancas, em janeiro de 1968.

“O Sol me ensinou a ser honesto, lidar com a verdade, ter a preocupação em não deixar a chama morrer”. Cláudio Lysias.

A chama de Cláudio não morreu. E é essa chama e esse amor pela escrita e pelo seu aprimoramento que me guia, e que deve direcionar todos que se comprometem com a informação.


Tetê Moraes assina a direção e a produção. Martha Alencar e Tetê Moraes assinam o roteiro e as conversas. O filme contou com a consultoria de Ana Arruda Callado, Reynaldo Jardim e Paulo Halm. A direção de produção é de Cristiana Garcia de Souza, Luiz Teatini e Beth Formaggini e a montagem de Henrique Tartarotti.


















 
 





Jornal da USP é um órgão da 
Universidade de São Paulo

7 a 13 de agosto de 2006

Estréia

Um jornal, uma geração, uma época

Assim é definido o jornal O SOL, que acaba de virar documentário dirigido por Tetê Moraes, com estréia simultânea nas principais capitais brasileiras nesta sexta


LIA CERON


Reynaldo Jardim, idealizador do jornal-escola O SOL

Um jornal para falar de política e cultura. Um jornal de verdade, mas feito por jovens que quisessem ser jornalistas. Nasceu assim O SOL, projeto do jornalista Reynaldo Jardim, reunindo uma geração de jovens de vinte e poucos anos, conhecida como “geração 68”, que saía para cantar nas ruas, fazer passeata e protestar contra o governo militar. O SOL foi um jornal-escola de vida curta, mas de produção intensa, que influenciou o modo de pensar de uma geração, marcou o jornalismo brasileiro e virou letra de música. O resgate desse momento da história do País está no documentário O SOL – Caminhando Contra o Vento, da diretora Tetê Moraes, que assina também o roteiro ao lado de Martha Alencar.

Para realizar o documentário, as roteiristas decidiram organizar uma festa-filmagem para reunir os “jovens” da "geração 68", hoje conhecidos intelectuais. Durante as filmagens, no Instituto Histórico e Geográfico, no Rio de Janeiro, muitos reencontros, que aparecem na tela, enquanto o assunto principal é falar das lembranças do jornal, por meio de conversas e entrevistas. Em várias cenas, Tetê recebe os convidados com um exemplar original na mão, ao que a maioria se mostra espantada. É coisa antiga.


O SOL começou a ser publicado em 1967, como um suplemento de cultura do Jornal dos Esportes, empresa que pertencia à família do escritor Nelson Rodrigues. Para participar, os interessados passavam por uma prova de seleção, e quem escolhia entre os candidatos era Reynaldo Jardim, idealizador do projeto. Com sucesso rápido, passou a ser vendido separadamente, mas sua produção ainda continuava dentro da redação do JE.


Ziraldo, um dos integrantes da redação, trabalhando em seu estúdio

Fizeram parte de O SOL jornalistas da época, como editores e estudantes, atores e músicos, que produziam todo o conteúdo. Personalidades como Ana Arruda Callado, Zuenir Ventura, Ziraldo, Carlos Heitor Cony, Ruy Castro, Arnaldo Jabor, Gilberto Braga, Betty Faria, Hugo Carvana, Luis Carlos Sá, Gilberto Gil, Caetano Veloso e muitos outros estão no documentário, contando suas experiências. Um exemplo é o depoimento bem-humorado de Chico Buarque, que publicou uma charge no jornal e foi aconselhado por Jaguar a desistir de ser cartunista, por ter um traço de desenho muito simples. Conta também sua experiência pessoal durante a ditadura, quando guardava garrafas de vidro para fazer bombas caseiras, na garagem da sua casa, para o suposto levante contra o governo militar, logo depois do Ato Institucional número 5, mas que nunca aconteceu. 

Tetê Moraes e Martha Alencar, com exemplar original da publicação

Tetê e Martha também participaram do jornal. “Eu tinha acabado de me formar em direito, mas tinha vontade de ser jornalista. Gostava de escrever e de contar histórias. Foi quando fiquei sabendo desse projeto de jornal-escola, chamado O SOL”, diz Tetê, que acabou trabalhando na diagramação e hoje é cineasta – já dirigiu outros documentários, como Terra de Rose e O Sonho de Rose, 10 anos depois. Martha era a editora de cultura e atualmente trabalha como produtora de cinema. “O SOL foi uma experiência muito forte para todos nós, um espaço para mostrar a criatividade da época e a contestação política”, explica Tetê. Para ela, muito já foi dito sobre o período imediatamente anterior ao golpe militar de 1964 e, principalmente, sobre o “panorama negro” que se estendeu sobre o País após o decreto do AI-5, mas pouco se fala dos anos espremidos entre essas duas datas, que foram de grande agitação cultural. “Queria compartilhar essa experiência com outras pessoas”, diz.

A mesma agitação cultural é retratada no filme pela excelente trilha sonora, com músicas que fizeram sucesso e refletem a trajetória histórica da época. Caetano e Gil explicam a criação de Soy Loco Por Ti América, que se refere a Che Guevara, adorado pelos integrantes do jornal, mostrando a capa com o rosto do guerrilheiro quando ainda havia esperança de que estivesse vivo. Outro momento marcante é a jovem Maria Bethânia cantando Carcará, de João Cândido e João do Valle. Mas o que embala o espectador durante todo o filme é Alegria, Alegria – um hino para as 40 pessoas da redação do jornal –, composta por Caetano Veloso, que aparece jovem, cantando nos festivais de música brasileira da televisão. Nos versos da canção Caetano afirma: “O sol nas bancas de revista/ me enche de alegria e preguiça/ quem lê tanta notícia?”. Parece claro que o compositor se refere ao jornal-escola, uma referência que se perdeu com o tempo e que agora é retomada. Embora em depoimento no filme, Caetano afirme que pensou nisso depois de escrever a música.


Com o endurecimento da ditadura, O SOL começou a sofrer com a censura. Nesta época, a direção do Jornal dos Esportes decidiu encerrar a publicação do jornal. Tetê acredita que, além das questões financeiras, o fato de ser um jornal feito por jovens e ser extremamente politizado ajudou para o seu fim, com apenas seis meses de existência. Ainda não existia a censura prévia, que se instalou nas redações dos grandes jornais, mas o Jornal dos Esportes era pressionado com telefonemas e ameaças de corte de publicidade, por parte do governo, para acabar com o jornal-escola. Alguns dos membros da redação de O SOL ainda tentaram continuar, e criaram a Cooperativa Editorial Poder Jovem, semanário independente. “Mas foi difícil sobreviver como um jornal alternativo, precisávamos vender muitos exemplares para produzir o jornal seguinte”, explica Tetê. O poder jovem também não resistiu.




GAZETA On Line


Entretenimento » Cinema

Segunda-Feira, 25 de Setembro de 2006

Cineasta Tetê Moraes vem a Vitória na próxima quinta lançar o documentário 'O Sol - caminhando contra o vento'

25/09/2006  - Redação Gazeta Rádios e Internet

Na próxima quinta-feira, dia 28, às 20 horas, acontece o lançamento do documentário 'O Sol - caminhando contra o vento'. O evento será realizado no Cine Metrópolis, localizado no campus da Ufes, em Goiabeiras, e terá entrada franca. Na ocasião também haverá um debate com a diretora do longa Tetê Moraes.

O longa-metragem traz um registro com diversos depoimentos de personalidades que atuaram direta ou indiretamente no O Sol, um jornal-escola carioca dos anos 60 do Rio de Janeiro, que se tornou um marco na história do jornalismo nacional por possuir um estilo vanguardista numa época de muita repressão aos meios de comunicação, principalmente. Tetê explicou a importância do veículo e o motivo que a levou fazer o documentário.

"O Sol foi um jornal-escola que formou toda uma geração de novos jornalistas e comunicadores da qual eu tenho a felicidade de fazer parte. Eu queria fazer um filme sobre a geração 68, que é a minha geração. No Brasil foi a época do nascimento do Tropicalismo, dos festivais de música que lançaram compositores e artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e muitos outros, que vieram a ser conhecidos depois desses festivais, além de ter sido uma época importante de protesto ao Golpe Militar de 64, que foi um corte profundo na história brasileira", disse Tetê Moraes.

A cineasta também ressaltou a dificuldade enfrentada durante o processo de pesquisa, como a busca das fontes para serem entrevistadas no documentário. Entre as pessoas que prestaram depoimentos no longa estão Carlos Heitor Cony, Zuernir Ventura, Arnaldo Jabor, Ruy Castro, Gilberto Braga e Ziraldo.

O filme 'O Sol - caminhando contra o vento' traz na direção a dupla Tetê Moraes e Martha Alencar e tem estréia nacional prevista para o dia 29. Na trilha sonora estão composições clássicas da MPB e da Tropicália, estilos musicais que embalavam a vida da juventude da época.






Tetê Moraes e Dedé Gadelha



A cobertura do casamento de Caetano Veloso e Dedé Gadelha, então repórter do " O Sol"







“Estou completamente por fora desse negócio de casamento, mas acho uma brasa casar com Dedé Gadelha. Irei sem gravata e documento” [O SOL, novembro de 1967]




26 de abril de 2007

O Sol nas telas de cinema



A voz de Caetano e, “caminhando contra o vento”, fotos, muitas fotos das belezas cariocas, artistas brasileiros e mazelas de uma época, tudo girando para terminar num mergulho sedutor dentro da bebida que faz parte da vida de praticamente todos os brasileiros, o café. Assim começa o documentário “O Sol, caminhando contra o vento”, da premiada diretora Tetê Moraes e da jornalista Martha Alencar, sobre o jornal-escola, O Sol . A obra é uma verdadeira aula de história e um retrato apaixonante da geração de 68. O filme entrelaça depoimentos de várias personalidades do País que fizeram parte do jornal, como Caetano Veloso, autor da música que se transformou em hino do Sol, Chico Buarque que na época era cartunista, Zuenir Ventura, Beth Faria, Gilberto Gil, Arnaldo Jabor, Daniel Azulay que era responsável pelas aventuras do Capitão Sol e Ana Arruda Callado, editora-chefe, que afirmou durante debate ocorrido no dia 28 de setembro, segundo dia de exibição do filme no Festival do Rio, que “O Sol foi a melhor coisa que fiz na vida”. E que todos que passaram pelo Sol queriam mudar o mundo e continuam querendo. Martha Alencar disse que “fazer o filme foi um reencontro com a paixão”, algo, segundo ela, “bastante esquecido”. Tetê Moraes disse que “não queria fazer um filme só sobre o Sol e sim contar a história de pessoas”.


Fonte: Jornal Laboratório




Agosto/2006 - Martha Alencar - Cine Santa Teresa




"O Sol", um jornal contra o vento da ditadura
Letícia Simões - Do Portal
25/06/2008 



“O Sol nas bancas de revista / Me enche de alegria e preguiça / Quem lê tanta notícia?” Inevitável não lembrar de Alegria, Alegria quando se fala do Sol. É até clichê. Mas que melhor homenagem poderia receber um pequeno jornal, senão ficar marcado por uma letra de Caetano Veloso?

Obviamente, Alegria, Alegria toca algumas vezes no documentário “O Sol – Caminhando contra o vento”, de Martha Alencar e Tetê Moraes, exibido no auditório lotado da PUC-Rio, em 2007. Jovens atentos acompanharam o desfile de jornalistas, compositores e artistas na tela.

A história do jornal alternativo, idealizado pelo poeta Reynaldo Jardim e tendo como editora-chefe a jornalista Ana Arruda Callado, se confunde com a história de Martha Alencar, presente na exibição. No último dia 19 de maio, Ana Arruda Callado veio à universidade contar como tinta e papel se transformavam em munição contra o autoritarismo. Ela participou do ciclo “A Imprensa em 68”, organizado pelos jornalistas Carla Siqueira e Chico Otávio, do Departamento de Comunicação.

Para entender o peso do jornal “O Sol” no front da democracia, é preciso conhecer os caminhos percorridos por Martha e Ana. Em 1962, Martha Alencar começou a trabalhar no “Globo”. Dois anos depois, viu os militares tomarem as rédeas do país com um golpe, a liberdade ser cercada e a censura se instalar nos meios de comunicação.

– “O Globo” tinha um processo de censura interna muito grande. Não se tratava disso ou daquilo no jornal. As redações eram compostas de gente ansiosa por liberdade – lembra.

Somada ao constrangimento da censura estava a vontade de largar a segurança do grande jornal e partir para algo novo, contestador, inovador – o sonho de todo profissional. Em 1967, a primeira edição de “O Sol” chegava às bancas como suplemento do Jornal do Sports. Martha diz não lembrar de algo parecido na imprensa, fala repetida por Gilberto Gil no documentário: “O Sol foi seminal para a imprensa alternativa”. As grandes publicações alternativas de resistência à ditadura – “Pasquim”, “Opinião”, “Movimento” – viriam só mais tarde.

Pelo “Sol” passaram nomes como Ziraldo, Zuenir Ventura, Arnaldo Jabor, Chico Buarque e Carlos Heitor Cony. Martha assinava a parte de cultura – um espaço para a discussão do Brasil naquela época, um lugar para se pensar o país, segundo ela. (Bem diferente de espaços atuais, recheados de celebridades instantâneas). O sonho da equipe era atingir o grande público, não apenas os estudantes e jornalistas, fiéis leitores.

Independente por natureza, sem anunciantes nem distribuição, não durou muito. Sua máxima tiragem reuniu 70 mil exemplares diários. Em 1968, “O Sol” deixava de rodar. Martha foi para o “Jornal do Brasil” – onipresente quando se fala da resistência da imprensa à censura – trabalhar no Departamento de Pesquisa, algo difícil de imaginar na era do Google e da Wikipédia.

– Não havia um repórter que fosse para a rua sem passar pela pesquisa antes, Era um centro de arquivamento de informações – define a jornalista.

No ano seguinte, Martha foi obrigada a fugir: a polícia a procurava por conta do editor do departamento. Ninguém menos que Fernando Gabeira, envolvido no histórico seqüestro do embaixador americano. Ao voltar para o Brasil, veio o convite: que tal comandar a redação de um jornal com tiragem de 200 mil exemplares, cuja base era o humor? Martha virou secretária de redação do “Pasquim”, cargo criado especialmente para ela.

Em “Vale Tudo”, biografia de Tim Maia, Nelson Motta conta a difícil e fracassada entrevista dada por Tim e Rita Lee à equipe do “Pasquim” – incluindo a jornalista. A estratégia era embebedar os entrevistados e esperar as revelações. Mas os amigos Tim e Rita não aceitaram nada – estavam sob a influência de outras coisas.

A estratégia quase sempre vitoriosa – rendeu entrevistas memoráveis – foi relembrada no documentário. “O Pasquim usou o humor para fazer uma crítica muito mais contundente da ditadura”, observa Martha. A conseqüência óbvia da anarquia e da crítica ácida foi a prisão dos redatores. Martha ficou presa apenas um dia – estava grávida. Com isso, a secretária de redação criou a gripe do “Pasquim”: o pessoal estava doente, e outros vinham colaborar. “Era um lugar de pessoas engraçadas, malvadas, inteligentes – e com um ego muito grande. Os escritores foram perdendo o brilho inicial”, assim ela resume o fim do jornal.

Martha hoje é produtora de cinema. Largou o jornalismo depois de uma experiência “complicada” como secretária de Imprensa do governo Leonel Brizola, em 1982. Mas ainda considera a profissão fascinante e conta que, como jornalista, conheceu, aprendeu e conviveu com pessoas extraordinárias:
– Elas estavam ali para defender a verdade.


O Sol




“Che Guevara pode estar vivo”. Enquanto todos os jornais brasileiros noticiavam a possível morte de Guevara, “O Sol” apostava na sobrevivência. A manchete ilustra o DNA do primeiro jornal alternativo no Brasil pós-golpe militar de 64.

Idealizada pelo poeta Reynaldo Jardim e comandado pela jornalista Ana Arruda Callado, a publicação inovava na diagramação (para poder ser lido no ônibus, dobrado, cada matéria ocupada apenas um quarto da página) e no formato (era um jornal-escola, no qual os estudantes egressos das faculdades de jornalismo podiam aprender ao mesmo tempo em que tinham a responsabilidade de pôr o jornal nas bancas).
Carlos Heitor Cony, Ziraldo e Ricardo Gontijo foram alguns de seus editores. Nelson Rodrigues, Arnaldo Jabor e Henfil, alguns dos colaboradores. Os estagiários-jornalistas contavam também com Otto Maria Carpeaux e Sérgio Lemos, orientadores à disposição. “O Sol” ainda introduziu na linguagem jornalística expressões do dia-a-dia, influenciando publicações posteriores, como o próprio “Pasquim”. Durou pouco tempo, mas marcou a história da imprensa brasileira.




2006
Álbum “O sol - caminhando contra o vento”
[Varios intérpretes]
Trilha Sonora do Filme
Universal Music CD 60249881991

1. ALEGRIA, ALEGRIA (Caetano Veloso) Caetano Veloso
2. DOMINGO NO PARQUE (Gilberto Gil) Gilberto Gil
3. RODA-VIVA (Chico Buarque) MPB-4
4. CARCARÁ (José Cândido /João do Vale) Maria Bethânia
5. SOY LOCO POR TI, AMÉRICA (Gilberto Gil/Capinan) Caetano Veloso
6. PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES – ao vivo (Geraldo Vandré) Geraldo Vandré
7. A BANDA (Chico Buarque) Nara Leão
8. TROPICÁLIA (Caetano Veloso) Caetano Veloso
9. SABIÁ (Tom Jobim/Chico Buarque) Quarteto Em Cy
10. JUCA (Chico Buarque) Chico Buarque
11. É UM TEMPO DE GUERRA (Edu Lobo/ Gianfrancesco Guarnieri/Augusto Boal) Edu Lobo
12. PANIS ET CIRCENSES (Gilberto Gil/Caetano Veloso) Boca Livre
13. ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM (Caetano Veloso) Caetano Veloso
14. COM MAIS DE 30 (Marcos Valle/Paulo Sergio Valle) Marcos Valle




22/11/2007

Documentário sobre "O Sol"


Alexandre Marino









O DVD do documentário O Sol, caminhando contra o vento, de Tetê Moraes e Martha Alencar, será lançado em Brasília, nesta sexta-feira, 23 de novembro, no Hotel Nacional, às 18h, dentro da programação do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Para quem não se lembra, o documentário é sobre o jornal-escola O Sol, criado por Reynaldo Jardim em 1967.

O jornal O Sol saiu, pela primeira vez, em 21 de setembro de 1967, no início da primavera, ou seja, há exatos 40 anos. O filme O Sol – caminhando contra o vento é um recorte da Geração 68, por meio das páginas do jornal que, embora tenha sobrevivido pouco, tornou-se símbolo de uma época e contou com a participação ativa de Chico Buarque, Zuenir Ventura, Ana Arruda Callado, Gilberto Gil, Betty Faria, Gilberto Braga, Hugo Carvana, Ittala Nandi, Ruy Castro, Luiz Carlos Sá, entre outros.

A versão em DVD do documentário de Tetê Moraes e Martha Alencar inclui depoimentos adicionais de Caetano Veloso, Carlos Heitor Cony, Dedé Veloso, Fernando Gabeira, Reynaldo Jardim (o criador do jornal), Ziraldo, Zuenir Ventura, Fernando Barbosa Lima, Silvio Tendler e, ainda, uma conversa entre Cacá Diegues e as diretoras.


Além disso, os extras do DVD contam com uma variada seleção de páginas de O Sol e making-of da trilha sonora incidental do filme, assinada por David Tygel - que reúne fonogramas originais de sucessos da época como Alegria, Alegria, Domingo no Parque, Roda Viva, Tropicália, Panis et Circenses, entre outras.



O Sol, caminhando contra o vento




Sinopse:
1967/68: Brasil pós-golpe militar e ainda antes do Ato Constitucional nº 5, mais conhecido como AI-5. Neste período nasce, no Rio de Janeiro, o jornal O Sol. Apesar de sua vida curta, o jornal faz história representando o espírito da época. Material de arquivo, músicas e depoimentos de pessoas que participaram do jornal mostram a história da chamada "geração 68".

95 minutos
Ano de Produção: 2006
Direção: Tetê Moraes
Produção: Tetê Moraes por VemVer Brasil
Roteiro Original: Martha Alencar e Tetê Moraes
Direção de Fotografia: Cezar Moraes
Direção de Arte: Fernando Pimenta
Montagem: Henrique Tartarotti e Flávio Nunes
Som Direto: Toninho Muricy e Bruno Fernandes, Paulo Ricardo, Fernando Cavalcante, Vicente Duque Estrada e George Saldanha.
Edição Sonora: Maria Muricy e Ney Fernandes
Mixagem: Roberto Leite e Cláudio Valdetaro
Trilha Sonora: David Tygel
Distribuidora: RioFilme


Fonte: ACADEMIA BRASILEIRA DE CINEMA



O Sol, caminhando contra o vento

Brasil - 2005 - 95 min. – Digital

Directoras: Tetê Moraes (Brasil, 1943) y Martha Alencar (Brasil, 1940)

Investigación y Entrevistas: Martha Alencar y Tetê Moraes

Montaje: Henrique Tartarotti

Fotografia y Cámara: Cezar de Moraes, ABC e Reynaldo Zangrandi, Pedro Urano, Adelson Barreto Rocha e Lula Araújo

Sonido directo: Toninho Muricy y Bruno Fernandes, Paulo Ricardo, Fernando Cavalcante, George Saldanha y Vicente Duque Estrada

Edición de sonido: Maria Muricy y Ney Fernandes

Dirección de Producción: Cristiana Garcia de Souza, Luiz Teatini y Beth Formaggini

Dirección Musical y Diseño de sonido: David Tygel

Productora: VEMVER Brasil - Tetê Moraes

Idioma original: portugués – subtitulado al castellano y al inglés


Sinopsis:
1967/68. Brasil post golpe militar de 1964. Marchas estudiantiles, festivales de música, una generación caminando contra el viento. En el corazón de Río de Janeiro, nace el periódico-escuela El Sol, una experiencia única en el periodismo y en la cultura brasileña. A través de las páginas de El SOL, y de encuentros con personas que participaron de aquella experiencia, del material de archivo y músicas de época, rescatamos la historia de la denominada “generación del 68”.

Tetê Moraes
Cineasta y periodista. Exilada en los años 70 vivió en Chile, Estados Unidos, Francia y Portugal. En Chile fue directora del Departamento de Documentación de la Editorial Quimantu (1970–73. Volviendo a Brasil, en 1979, produce y dirige documentales. Recibió el premio Golfinho de Ouro del Consejo Estadual de Cultura de Rio de Janeiro, en 2004 y la Medalha Pedro Ernesto, de la Câmara de Vereadores de la Municipalidad de Rio de Janeiro, en 2005, por su obra audiovisual.

Martha Alencar
Periodista, diseñadora y productora. A través de su productora Mac Comunicación y Producción, estuvo al frente de la producción de importantes películas. Fue coordinadora de comunicación de la Fundación del Cine Brasileño (1989. Como periodista trabajó en los periódicos y revistas O Globo (1962/1967), El Sol (1967/1968), Periódico de Brasil (1969.Fue Coordinadora de Comunicación del Gobierno del Estado de Río de Janeiro.


Fuente: Asociación Prodocumentales Cine y TV.



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