Tour 2015
O FUXICO
26/3/2015
Caetano Veloso e Gilberto Gil comemoram 50 anos de carreira com shows pela Europa
Caetano Veloso e Gilberto Gil estão preparando uma viagem que vai agradar em cheio seus fãs. Juntos, eles começam em julho uma turnê pela Europa, em um show que trará clássicos dos cantores, batizado de Dois Amigos, Um Século de Música.
Na agenda, primeiro a dupla passa pelo Festival de Montreaux, na Suíça, dias 3 e 18 de julho. Depois, seguem para Lisboa, onde farão parte do Cool Jazz, no Parque dos Poetas, no dia 30 de julho. Já no dia seguinte, Gil e Caetano estarão no EDP Cool Jazz, na vila de Oeiras, em Portugal, onde sobem ao palco, no mesmo dia, Lionel Richie, Melody Gardot, Chick Corea e Herbie Hancock.
26/3/2015
Caetano Veloso e Gilberto Gil comemoram 50 anos de carreira com shows pela Europa
Caetano Veloso e Gilberto Gil estão preparando uma viagem que vai agradar em cheio seus fãs. Juntos, eles começam em julho uma turnê pela Europa, em um show que trará clássicos dos cantores, batizado de Dois Amigos, Um Século de Música.
Na agenda, primeiro a dupla passa pelo Festival de Montreaux, na Suíça, dias 3 e 18 de julho. Depois, seguem para Lisboa, onde farão parte do Cool Jazz, no Parque dos Poetas, no dia 30 de julho. Já no dia seguinte, Gil e Caetano estarão no EDP Cool Jazz, na vila de Oeiras, em Portugal, onde sobem ao palco, no mesmo dia, Lionel Richie, Melody Gardot, Chick Corea e Herbie Hancock.
BBC
Brasil no Rio de Janeiro
15 junho 2015
Para Caetano e Gil, Brasil vive 'renascimento de
forças reacionárias'
Júlia Dias Carneiro Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
Para Caetano e Gil, Brasil vive 'renascimento de forças reacionárias' . Foto: BBC |
A sintonia entre
os dois é tamanha que vira e mexe um completa o pensamento do outro. Gil
adivinha os fins de frase de Caetano e por vezes faz coro às suas últimas
palavras como uma segunda voz.
Ou
então a conversa de repente vira um pingue-pongue, com as respostas sendo
construídas como uma canção.
Na
tarde de uma quarta-feira, Caetano Veloso e Gilberto Gil se encontravam no
amplo estúdio da Gegê Edições, produtora de Gil no Rio, para o primeiro dos
ensaios para a turnê "Dois Amigos ─ Um Século de Música".
O
reencontro dos dois no palco acontecerá em 11 países europeus a partir de 25 de
junho, começando por Amsterdã, na Holanda.
É
mais um desdobramento da parceria visceral que nasceu em 1963, quando Caetano e
Gil se conheceram na Bahia, à época estudantes universitários dando os
primeiros passos na carreira.
Aos
72 anos, nascidos no mesmo ano com um mês e meio de diferença, um diz que não
seria o que é hoje sem o outro.
"Se
eu toco um pouco de violão, é porque o vi tocar, copiei seus movimentos e
tentei entender o que significavam", diz Caetano sobre Gil.
"E
se eu aprofundei a minha curiosidade sobre as palavras, a poesia, é totalmente
por causa dele. Ele me ensinou a realmente explorar a minha alma em busca das
questões humanas, sociológicas... É uma das pessoas mais profundas que já
conheci."
"Meu Deus!", reage Caetano à bajulação do amigo,
e os dois irrompem em risos.
A
música brasileira também não seria a mesma sem eles.
A
turnê agora comemora 50 anos de suas carreiras, data contada a partir da
primeira gravação de cada um, em 1965 ─ somando um século de produção musical.
É a primeira turnê que os dois fazem juntos em 21 anos, desde que apresentaram
ao mundo o show ligado ao álbum Tropicália 2, em 1994.
Fim
de ciclo
Nas
décadas de carreira e amizade, Caetano e Gil passaram pela ditadura,
protagonizaram a revolução cultural da Tropicália, compartilharam a dor e as
descobertas do exílio em Londres, depois a alegria da volta para casa, viram a
abertura política do país e acompanharam, criticaram e comentaram outros
momentos-chave da história do Brasil.
Não
é diferente com a situação atual e os problemas políticos e econômicos
enfrentados pelo governo Dilma. Os dois concordam que o momento é difícil e
consideram que o ciclo do PT no poder está chegando ao fim.
Nas
eleições presidenciais do ano passado, ambos apoiaram Marina Silva no primeiro
turno. No segundo, Caetano acabou votando em Dilma; já Gil, que foi do governo
petista por cinco anos como Ministro da Cultura de Lula, não apoiou a
permanência do partido.
"Eles
(o PT) já estão no poder há mais de 12 anos. Estamos querendo uma movimentação,
uma mudança. Outros grupos, outro conceito, um outro planejamento para o Brasil
na liderança", diz Gil.
"Votei
na Dilma porque todos aqueles grupos de direita estavam se unindo contra ela, e
eu não simpatizava com eles", afirma Caetano.
"Mas
acho que tudo agora parece indicar um final de um ciclo."
O
fim de ciclo já era aparente no ano passado, considera Caetano, mas o PT ganhou
mais uma vez ─ e neste ano vieram as reações mais expressivas: o panelaço e os
protestos nas ruas pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Onda
conservadora
Nas
manifestações de março e abril nas ruas de cidades do país todo, Caetano, que
como Gil foi preso pela ditadura em 1968, diz ter se revoltado com a presença
de grupos que defendiam a volta das Forças Armadas e uma "intervenção
militar já".
"Isso
para mim é ofensivo. É ofensivo à minha sensibilidade e à minha
inteligência", diz Caetano.
"E
à sua história", completa Gil.
"E
à minha história", concorda Caetano.
"Aquilo
ali era uma coisa de algumas pessoas, uma maluquice. Mas é sintoma. Há uma
questão no mundo com isso mesmo, o renascimento de forças nitidamente
reacionárias. A questão não é que elas sejam conservadoras. O problema é que
são reacionárias, são forças de reação a qualquer progresso."
O
"sintoma" se apresenta também no Congresso. Caetano afirma que o
crescente poder do Legislativo na esteira do enfraquecimento do governo Dilma
vem trazendo uma movimentação conservadora "meio apavorante".
"Esses
projetos que estão sendo votados no Congresso são horríveis, eu não gosto dessa
movimentação, desse negócio ─ diminuição da maioridade penal, bancada da bala,
essa tentativa de restringir mais ainda o aborto, não abrir para uma
legalização do aborto. Toda essa tendência conservadora, essa pauta",
afirma.
Nas
movimentações em curso, ele diz ser evidente que também estão em jogo projetos
políticos dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan
Calheiros.
"Principalmente
do presidente da Câmara (Cunha), que você vê que tem muito futuro político, e é
mais moderno. Mas é um modernismo conservador, meio apavorante. Não me sinto
bem com o que está acontecendo ali."
Selfie vira autógrafo
A
conversa passeia por outros fenômenos dos tempos modernos, como as pegadinhas
do corretor ortográfico no celular. Um conta para o outro o causo de um amigo
que sempre acaba chamando uma moça de "moca" no WhatsApp, e ambos
riem da sonoridade do neologismo digital, móca em vez de moça.
E
chegam à conclusão de que o selfie substituiu o autógrafo, já que agora,
por onde passam, as pessoas em vez de sacar a caneta sacam o smartphone, e se
ajuntam aos ídolos no quadro. "É melhor, para não ter que escrever",
brinca Gil.
Do
imenso repertório dos dois ao longo dos últimos 50 anos, apenas 22 canções
estarão na turnê. A escolha ainda está em aberto, mas músicas como Esotérico,
de Gil, e Desde que o samba é samba, de Caetano, são algumas certezas.
A
dupla cedeu ao pedido da reportagem e tocou uma música para a BBC Brasil.
Caetano puxou uma das canções que compôs durante o exílio em Londres, Nine
Out of Ten, em que diz estar caminhando sobre a hoje famosa Portobello Road
─ e sentindo-se vivo.
Na
época em que morou na região de Notting Hill Gate, lembra o cantor, o bairro
estava bem longe da gentrificação de hoje e era um reduto de classe média
baixa.
Na
Portobello Road, imigrantes jamaicanos se reuniam para tocar um gênero que
fascinava Caetano e o levava a caminhar sempre pela rua para escutar. Depois
veio a descobrir o que era: o reggae.
Petição
contra show em Israel
O
show passa por Londres e também por cidades como Lisboa, Bruxelas, Milão – além
de Tel Aviv. E é este o ponto polêmico da turnê.
Uma
petição que vem circulando pelas redes sociais – e já conta com mais de 12 mil
assinaturas pede que Caetano e Gil cancelem o show programado para 28 de julho
em represália às políticas de Israel em relação às regiões palestinas.
"A
data coincide com o aniversário de um ano dos ataques de Israel a Gaza, nos
quais mais de 2 mil palestinas e palestinos foram mortos", afirma o
abaixo-assinado online divulgado pela organização Change.org e compartilhado
pelas redes sociais.
"Tocar
em Israel é endossar políticas e práticas racistas, coloniais e de
apartheid", continua, concluindo com o apelo: "Tropicália não combina
com apartheid!"
A
petição foi criada pelo grupo Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel
(BDS), que apoia a causa palestina.
Gil
afirma que se manteve indiferente ao apelo.
"Nós
o consideramos. Nós refletimos sobre os argumentos. São argumentos fortes, e
verdadeiros até certo ponto. Não a ponto de que devemos considerar Israel uma
sociedade de apartheid. É um regime democrático. Tenho empatia pelo povo, já
estive lá tantas vezes. E nas duas últimas vezes em que fui tocar lá também
enfrentei objeções, com o mesmo tipo de movimentação internacional para me
dissuadir de ir. Mas nós vamos", diz Gil.
E
considerariam levar a turnê aos territórios palestinos como contraponto?
"É
claro! Estou só esperando o convite", afirma ele.
'Oportunidade
de originalidade'
A
despeito da difícil conjuntura atual e do clima de pessimismo com o país,
Caetano desdenha do entusiasmo desenfreado que o Brasil despertava no exterior
alguns anos atrás.
"Quando
vi aquelas capas de revista, a capa da Economist com o Cristo Redentor
decolando, achei um exagero", diz. "Então espero que o pessimismo que
vemos hoje seja um pouco exagerado também."
"O
Brasil pode ser uma experiência muito importante de vida social", diz.
"Pode ser. É horrível como é, tem muitas coisas horríveis em sua história.
Mas acho que é uma oportunidade de originalidade. Temos essa responsabilidade e
devemos encará-la", afirma ele.
Essa
mensagem que o Brasil teria a dar para o mundo ainda não é clara, porque não
foi articulada, diz Caetano. "Ainda é um rascunho. Mas o Brasil pode ser
uma experiência diferente."
"Somos
esse país gigante no hemisfério sul. Temos uma enorme mistura racial. Somos
latino-americanos, mas não formamos uma unidade com o resto da América Latina,
porque falamos português. Fomos uma monarquia até tarde demais, a escravidão
foi abolida tarde demais. Mas tudo aponta para uma situação única e original
com vantagens e desvantagens. E tudo que é bom no Brasil poderia ser combinado
de uma maneira mais equilibrada para que realmente possamos dizer algo... com
um tom doce", afirma ele, enfatizando as últimas palavras na voz macia e
musical.
"Agora
que o mundo está finalmente consciente de que a 'maciez' também é um atributo,
de que soft power também é poder, acho que o Brasil tem muitos
ingredientes para se afirmar", completa Gil.
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San Pablo, septiembre de 1965 |
1968 |
Londres, noviembre de 1969 |
Londres, marzo de 1970 |
Florianópolis, 1976 |
S. Paulo, 1985 |
1993 |
Londres, 1994 |
Rio de Janeiro, 2007 |
Brasília, octubre de 2012 |
Abril 2015 |
15/6/2015 - BBC - Londres |
Foto: Fernando Young |
1/6/2015 |
Caetano e Gil selecionaram mais de 20 músicas para
o repertório do show “Dois Amigos - Um Século de Música” (“Two Friends - One Century
of Music” / "Deux Amis - Un Siècle de Musique” / “Dos Amigos – Un Siglo de
Música”):
BACK IN BAHIA / CORAÇÃO VAGABUNDO / TROPICÁLIA / MARGINÁLIA
2 / É LUXO SÓ / DE MANHÃ / SAMPA / TERRA / NINE OUT OF TEN / ODEIO / TONADA DE
LUNA LLENA / EU VIM DA BAHIA / SUPER HOMEM - A CANÇÃO / COME PRIMA / ESOTÉRICO /
TRES PALABRAS / DRÃO / SE EU QUISER FALAR COM DEUS / EXPRESSO 2222 / TODA
MENINA BAIANA / SÃO JOÃO XANGÔ MENINO / NOSSA GENTE [AVISA LÁ] / ANDAR COM FÉ /
FILHOS DE GANDHI / DESDE QUE O SAMBA É SAMBA / O LEÃOZINHO / DOMINGO NO PARQUE /
NÃO TENHO MEDO DA MORTE / LONDON LONDON / THREE LITTLE BIRDS / A LUZ DE TIETA
NÃO TENHO MEDO DA MORTE / LONDON LONDON / THREE LITTLE BIRDS / A LUZ DE TIETA
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25/6/2015 - Amsterdam |
Fotos: © Ron Beenen
Mariana Filgueiras / O Globo |
"Eu gosto de tocar em 'concerthaus'. São lugares
interessantes porque foram concebidos para orquestras numa época em que não
havia amplificação elétrica. Havia certo esmero dos projetistas, dos
arquitetos, e havia a cultura da época, né? Todos eram impregnados da dimensão
sinfônica, em geral são casas com muito boa acústica, era para isso, era para
tocar sem amplificação, para quartetos de cordas... Entao só dois violões
aguentam muito bem, é perfeito para o formato." (25/6/2015, Gilberto Gil)
"Eu estava preocupado porque era o primeiro dia.
Ensaiei menos com Gil do que tinha planejado. Então eu estava me sentindo
inseguro. Mas a insegurança que sinto, perto dele, some. Gil tocando preenche
tudo." (25/6/2015, Caetano Veloso)
A Bruxelles, Caetano et Gilberto roulent leur bossa
LE MONDE |
02.07.2015
Par Francis Marmande
Caetano Veloso
(1942, Santo Amaro da Purificaçao, Etat de Bahia) et Gilberto Gil (1942,
Salvador de Bahia) sont au Forest National de Bruxelles le 29 juin. Caetano et
Gil, frères en « tropicalisme », septuagénaires à l’air jeune, embastillés par
la junte militaire (en 1968), exilés à Londres en 1970, toujours fidèles au
génial fondateur, Joao Gilberto, capables des plus grandes scènes avec trois
fois rien : deux guitares, une blonde, une auburn, et les chansons les plus
belles du monde.
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1 / 7 / 2015
Eventim Apollo, London
The
Guardian - Jul 2, 2015
Caetano
Veloso and Gilberto Gil review – emotional reunion of Brazilian greats
Evening Standard - Jul 2, 2015
Caetano Veloso and
Gilberto Gil tour review: they complement each other beautifully
The Paul McCartney and Mick
Jagger of Brazil packed out the Apollo and left the crowd on their feet
Fotos: © Andre
Camara/Rex
3 / 7 / 2015
Jazz
à Vienne : Caetano et Gil, retrouvailles intimistes au théâtre antique
Deux amis - Un
siècle de musique
Caetano Veloso et Gilberto Gil, deux des figures incontournables de la musique brésilienne depuis les années 60, précédaient le Cubain Chucho Valdes sur la scène du festival Jazz à Vienne 2015. Ils ont proposé un spectacle intimiste reprenant bon nombre de leurs succès communs. Un peu trop intimiste sans doute car rapidement lassant malgré le plaisir évident des artistes à partager la scène. (Jean-François Lixon)
Fotos: © Jean-François Lixon
Foto: Facebook Caetano Veloso Oficial |
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Paris Match - Un accord parfait Fotos: Daryan Dornelles
Fotos: Paul Charbit
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8/7/2015 - Copenhagen - Jazz Festival |
Foto: Lasse Kofoed
|
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Caetano Veloso & Gilberto Gil in concerto al Villa Arconati Festival |
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Liceu de Barcelona |
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Manifesto dell'edizione 2015
di Umbria Jazz.
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Caetano Veloso e Gilberto Gil incantano il pubblico
dell'arena Santa Giuliana con i loro suoni.
17/7/2015 - Perugia - Arena Santa Giuliana |
17/7/2015 - Passando o som |
Caetano Veloso, Marco Molendini, Gilberto Gil |
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19/7/2015 - Codroipo |
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EL CONFIDENCIAL
GIRA 'DOIS AMIGOS, UM SÉCULO DE MÚSICA'
La épica tropical se llama
Caetano Veloso y Gilberto Gil
Los músicos brasileños celebran sus 50 años de
amistad con un mágico concierto en el Teatro Real dentro del Universal Music
Festival
La magia
aparece en lugares más sencillos. Basta una pequeña mesa con dos copas, dos
sillas, dos hombres y dos guitarras. Desnudos y sin artificios, sólo con
su música, Caetano Veloso y Gilberto Gil celebraron anoche en el Teatro
Real su medio siglo de amistad desnudando a la
deliciosa melancolía tropical... porque "a tristeza é senhora/ Desde
que o samba é samba é assim/ A lágrima clara sobre a pele oscura/
(...) Mas alguma coisa acontece/ no quando agora em mim/ cantando eu mando
a tristeza embora".
No
actuaban juntos desde 1994 con la gira Tropicalia Dúo y a los padres del tropicalismo,
ese movimiento vanguardista musical que fusionó la samba y la bossa nova
con el rock, la psicodelia o el fado, se les notaban las ganas en esta
nueva gira europea llamada Dois amigos, um século de música.
No se puede de otro modo instalar la sonrisa con la canta Veloso en la
cara de un (famoso) público que abarrotó el coliseo madrileño ni
conseguir transportar a cada espectador a las playas de Bahía como
hace Gil con su voz susurrante y rasgada durante las más de dos horas
que duró recital que ofrecieron el Universal Music Festival de
Madrid.
Precisamente
fue Back in Bahia, a dúo y derrochando compadreo, la canción que abrió
un antología que no busca otra cosa que celebrar ese medio siglo de
amistad. Repartiéndose democráticamente una lista de temas prefijada
para toda la gira e instalados en la complicidad, la admiración y el
respeto, el concierto repasó ese siglo de música desde sus inicios en Brasil,
cuando se conocieron allá por 1963 en la Universidad de Salvador de Bahía
y fundaron cinco años después Tropicália, hasta su exilio en
Londres al que partieron a finales de los sesenta, su vuelta a Brasil o la
fundación de los Doce Bárbaros. Coraçao Vagabundo, la
preciosa versión acústica de Tropicália y la muy disfrutada
por ellos É luxo só fueron calentando el ambiente de una noche de
celebración de su propia historia que recibió ovación tras ovación y acabó con
todo el Real en pie.
Sampa, una Terra entonada por
Veloso junto al público y Nine out of ten fueron dejando
paso a las sorpresas de una noche dominada por la voz de Caetano Veloso y
el virtuosismo a la guitarra de Gilberto Gil. Veloso interpretó en español Tonada
de la luna llena, de Simón Díaz, y después tiró de falsete kitsch para
recrear una peculiar versión de la italiana Come Prima.
El dúo
volvió a las raíces brasileiras con Super Homem y Eu vim
da Baia para ceder el testigo a un Gil que arrancó con Esotérico,
enamoró con Tres palabras y la versión a capella, sólo acompañado por
los toques a la madera de su guitarra, de Se eu quiere falar com deus y
redondeó con canciones míticas de su repertorio como Expreso 2222, Toda
menina y Filhos de Gandhi. Este fue el último tema, pero
antes ambos se soltaron más y jugaron (por fin) con un público ávido por
participar de esta épica con Avisa Lá y Andar com fé, con baile
de Veloso incluido. Ese fue el tono de los bises, dos tras la insistencia del
público, con las magníficas Desde que o samba e samba y A la
luz de Tieta.
En total,
dos horas y cuarto y casi 30 canciones para homenajear a una
leyenda que suma 100 años y que ha puesto a Brasil en el centro del
planeta desde que la samba es samba... porque "o samba é o pai
do prazer / o samba é o filho da dor /o grande poder transformador".
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Caetano Veloso et Gilberto Gil
Le MJ5C sera clôturé par un
duo brésilien inédit: Caetano Veloso et Gilberto Gil. Ces deux icônes de la
musique brésilienne, fondateurs du tropicalisme dans les années 60, monteront
sur la scène du Palais Longchamp le 24 juillet.
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Menora Mivtahim Arena |
31 de julho, Parque dos Poetas / Estádio Municipal de Oeiras |
Caetano Veloso e Gilberto Gil - EDP Cool Jazz '15 |
© SOLLIER Cyril/PHOTOPQR/LA PROVENCE
|
Caetano Veloso
et Gilberto Gil à Marciac : une nuit rare et précieuse
Mis à jour le 04/08/2015
Gilberto Gil et Caetano Veloso ont composé une nuit brésilienne sur la
scène de Jazz in Marciac. Les deux hommes sont proches mais n'avaient pas joué
ensemble avant cet été depuis de nombreuses années.
Réunir Gilberto Gil et Caetano Veloso sur une même scène, c'est un
événement monstre au Brésil et une grande leçon de musique et d'humanisme dans
le reste du monde. L'événement est donc de taille : pour la première fois
depuis 20 ans, les deux hommes sont ensemble en tournée sur le vieux continent,
le temps d'un été. Ils reprennent leurs grands classiques et ceux de la musique
brésilienne.
On pourrait y voir un hommage double, une visite dans l'histoire du Brésil, une soirée folklorique. Ce serait oublier qui sont les deux hommes. Ensemble, et chacun de leur côté, ils ont combattu la dictature installée au Brésil dans les années 60, ont fait preuve de subversion en musique, ont fédéré la protestation, avec à la clé la prison et des années d'exil. Leur arme : le tropicalisme. Un courant musical nouveau, mêlant tradition et rock expérimental.
On pourrait y voir un hommage double, une visite dans l'histoire du Brésil, une soirée folklorique. Ce serait oublier qui sont les deux hommes. Ensemble, et chacun de leur côté, ils ont combattu la dictature installée au Brésil dans les années 60, ont fait preuve de subversion en musique, ont fédéré la protestation, avec à la clé la prison et des années d'exil. Leur arme : le tropicalisme. Un courant musical nouveau, mêlant tradition et rock expérimental.
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2016 - 2/4
Cidade de Salvador
2/4/2016 - Farol da Barra / Salvador Festival da Cidade |
Foto: Edilson Lima |
Tour 2016
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