“São Paulo
é como o mundo todo”
22/1/2004
- Entrevista no estúdio BeBop, em São Paulo (SP) - Foto: Roosevelt
Cassio/Folhapress
|
Foto: Rogério Lorenzoni/Redação Terra
“São Paulo
me deu tudo”
21/01/2004
Caetano Veloso volta à esquina da Ipiranga com a São
João
da
Folha Online
O cantor e compositor Caetano Veloso, 61, volta à esquina das ruas Ipiranga e São João no próximo sábado, dia 24, quando cantará em homenagem aos 450 anos de São Paulo, revivendo os versos que criou e imortalizou em "Sampa", de 1978.
É lá, onde hoje foi reaberto o Bar Brahma, que vivia a boemia paulistana de 30 anos atrás.
"Sampa", uma das músicas mais respeitadas e representativas da metrópole, é considerada um depoimento de carinho do cantor baiano à cidade que o acolheu na década de 60, de onde ele se projetou nacionalmente. A música é do LP "Muito (Dentro da Estrela Azulada)".
Caetano morou na avenida São Luís, a poucos metros da esquina das duas ruas, símbolo de nostalgia paulistana.
O espetáculo começará às 23h de sábado e terá como convidados os cantores Nando Reis, Jair Rodrigues, José Miguel Wisnik e Jair Oliveira. Ainda não foi definida a ordem de entrada dos cantores, mas já é certo que Caetano estará no palco perto de meia-noite para cantar "Sampa" munido apenas de um violão.
A relação de Caetano Veloso com São Paulo é muito forte. Foi na cidade que ele participou dos festivais musicais da TV Record, especialmente quando cantou "Alegria, Alegria", em 1967.
É a primeira vez que Caetano faz um show no dia 25. É que um de seus filhos, Tom, nasceu no dia 25 de janeiro, data em que o cantor passa com a família.
Para o show, será montado um grande palco para receber os artistas. A montagem será realizada da madrugada de sexta-feira para sábado, para não atrapalhar o trânsito no local. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e o DSV (Departamento de Operações do Sistema Viário) trabalharão nas imediações do local.
Segundo a assessoria de imprensa do evento, mais de 700 profissionais, entre Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana, Assistência Civil, Corpo de Bombeiros, seguranças particulares (120 homens) e profissionais da saúde trabalharão no show, que também terá ambulâncias à disposição e banheiros químicos.
Dois telões projetarão as imagens do palco durante o espetáculo, realizado pela Divida Comédia Marketing Cultural e promovido pela prefeitura e com patrocínio da Petrobras e do Banco do Brasil.
O cantor e compositor Caetano Veloso, 61, volta à esquina das ruas Ipiranga e São João no próximo sábado, dia 24, quando cantará em homenagem aos 450 anos de São Paulo, revivendo os versos que criou e imortalizou em "Sampa", de 1978.
É lá, onde hoje foi reaberto o Bar Brahma, que vivia a boemia paulistana de 30 anos atrás.
"Sampa", uma das músicas mais respeitadas e representativas da metrópole, é considerada um depoimento de carinho do cantor baiano à cidade que o acolheu na década de 60, de onde ele se projetou nacionalmente. A música é do LP "Muito (Dentro da Estrela Azulada)".
Caetano morou na avenida São Luís, a poucos metros da esquina das duas ruas, símbolo de nostalgia paulistana.
O espetáculo começará às 23h de sábado e terá como convidados os cantores Nando Reis, Jair Rodrigues, José Miguel Wisnik e Jair Oliveira. Ainda não foi definida a ordem de entrada dos cantores, mas já é certo que Caetano estará no palco perto de meia-noite para cantar "Sampa" munido apenas de um violão.
A relação de Caetano Veloso com São Paulo é muito forte. Foi na cidade que ele participou dos festivais musicais da TV Record, especialmente quando cantou "Alegria, Alegria", em 1967.
É a primeira vez que Caetano faz um show no dia 25. É que um de seus filhos, Tom, nasceu no dia 25 de janeiro, data em que o cantor passa com a família.
Para o show, será montado um grande palco para receber os artistas. A montagem será realizada da madrugada de sexta-feira para sábado, para não atrapalhar o trânsito no local. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e o DSV (Departamento de Operações do Sistema Viário) trabalharão nas imediações do local.
Segundo a assessoria de imprensa do evento, mais de 700 profissionais, entre Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana, Assistência Civil, Corpo de Bombeiros, seguranças particulares (120 homens) e profissionais da saúde trabalharão no show, que também terá ambulâncias à disposição e banheiros químicos.
Dois telões projetarão as imagens do palco durante o espetáculo, realizado pela Divida Comédia Marketing Cultural e promovido pela prefeitura e com patrocínio da Petrobras e do Banco do Brasil.
22/01/2004-23h01
Caetano Veloso canta outra "Sampa" nos 450 anos de São Paulo
CARLA
NASCIMENTO
da Folha Online
Aos 61 anos, o cantor e compositor Caetano Veloso cantará em São Paulo, na comemoração dos 450 anos da cidade, uma outra "Sampa", diferente da que criou em 1978, quando revelou sua paixão pela metrópole.
O show de Caetano acontece no sábado, dia 24, no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, local que nos versos da música sempre serão lembrados.
Caetano receberá convidados e cantará, entre outras, "Lampião de Gás", "São São Paulo" e "Sampa". Com Nando Reis ele deverá dividir os vocais de "Segundo Sol" ou "Relicário". Com José Miguel Wisnik, fará um duo em "Açum Branco". Já com o rapper Rappin Hood, o cantor disse que faz questão de dividir o refrão de "Sou Negrão" e "Tudo em Meu Nome".
Com Jair Oliveira, a parceria será em "Uma Outra Beleza", música que é uma resposta a "Sampa" e que, segundo Caetano, apresenta todas as mudanças e "correções" que ele faria hoje em sua canção.
Caetano disse que quer cantar pelo menos uma frase da música de Jair Oliveira durante o show, a que fala da "elegância das meninas de São Paulo".
Em entrevista coletiva hoje em São Paulo, o cantor explicou que, na época, "parecia indiscutível" o que escreveu sobre a deselegância e a discrição das paulistanas. "Hojé é menos indiscutível", disse, referindo-se a "Sampa".
Feia e provinciana
Ainda no rol das impressões e comparações, Caetano comentou que, ao chegar à cidade pela primeira vez, "São Paulo parecia feia comparada com o Rio. Não parecia grande e parecia muito provinciana", disse.
O músico baiano também disse que aprendeu a gostar muito mais de São Paulo na época do tropicalismo. "O tropicalismo não se faria sem São Paulo, sem a colaboração dos músicos paulistas".
O show será "despojado", como o próprio Caetano o definiu. Ele será o mestre de cerimônias da noite recebendo seus convidados e cantando músicas em parceria com eles. O repertório ainda não está definido e os músicos deverão fazer ensaios até amanhã.
A entrada dos artistas no palco ainda não foi acertada, mas algumas músicas já foram confirmadas no repertório do show.
Durante a entrevista, sobraram também elogios para o público paulistano, que, na opinião do músico, "aceita os desafios das novidades".
Sobre cantar na esquina que imortalizou na música "Sampa", Caetano, que em 1995 fez um show no mesmo local, disse que a apresentação do próximo sábado terá um significado mais "profundo" por causa do aniversário de 450 anos e pelo fato de ter ao seu lado pessoas que produzem musicalmente na cidade.
O show, que começará às 23h e deve terminar por volta de 1h do dia 25, será transmitido ao vivo pelo SBT. O evento, promovido pela Prefeitura de São Paulo, Comitê Municipal dos 450 Anos, Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo, tem patrocínio do Banco do Brasil e da Petrobras.
da Folha Online
Aos 61 anos, o cantor e compositor Caetano Veloso cantará em São Paulo, na comemoração dos 450 anos da cidade, uma outra "Sampa", diferente da que criou em 1978, quando revelou sua paixão pela metrópole.
O show de Caetano acontece no sábado, dia 24, no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, local que nos versos da música sempre serão lembrados.
Caetano receberá convidados e cantará, entre outras, "Lampião de Gás", "São São Paulo" e "Sampa". Com Nando Reis ele deverá dividir os vocais de "Segundo Sol" ou "Relicário". Com José Miguel Wisnik, fará um duo em "Açum Branco". Já com o rapper Rappin Hood, o cantor disse que faz questão de dividir o refrão de "Sou Negrão" e "Tudo em Meu Nome".
Com Jair Oliveira, a parceria será em "Uma Outra Beleza", música que é uma resposta a "Sampa" e que, segundo Caetano, apresenta todas as mudanças e "correções" que ele faria hoje em sua canção.
Caetano disse que quer cantar pelo menos uma frase da música de Jair Oliveira durante o show, a que fala da "elegância das meninas de São Paulo".
Em entrevista coletiva hoje em São Paulo, o cantor explicou que, na época, "parecia indiscutível" o que escreveu sobre a deselegância e a discrição das paulistanas. "Hojé é menos indiscutível", disse, referindo-se a "Sampa".
Feia e provinciana
Ainda no rol das impressões e comparações, Caetano comentou que, ao chegar à cidade pela primeira vez, "São Paulo parecia feia comparada com o Rio. Não parecia grande e parecia muito provinciana", disse.
O músico baiano também disse que aprendeu a gostar muito mais de São Paulo na época do tropicalismo. "O tropicalismo não se faria sem São Paulo, sem a colaboração dos músicos paulistas".
O show será "despojado", como o próprio Caetano o definiu. Ele será o mestre de cerimônias da noite recebendo seus convidados e cantando músicas em parceria com eles. O repertório ainda não está definido e os músicos deverão fazer ensaios até amanhã.
A entrada dos artistas no palco ainda não foi acertada, mas algumas músicas já foram confirmadas no repertório do show.
Durante a entrevista, sobraram também elogios para o público paulistano, que, na opinião do músico, "aceita os desafios das novidades".
Sobre cantar na esquina que imortalizou na música "Sampa", Caetano, que em 1995 fez um show no mesmo local, disse que a apresentação do próximo sábado terá um significado mais "profundo" por causa do aniversário de 450 anos e pelo fato de ter ao seu lado pessoas que produzem musicalmente na cidade.
O show, que começará às 23h e deve terminar por volta de 1h do dia 25, será transmitido ao vivo pelo SBT. O evento, promovido pela Prefeitura de São Paulo, Comitê Municipal dos 450 Anos, Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo, tem patrocínio do Banco do Brasil e da Petrobras.
23/01/2004
Caetano Veloso será o primeiro a dar parabéns a São
Paulo
Por Patricia De Cia, especial para a
Reuters
SÃO PAULO (Reuters) - O baiano Caetano
Veloso será a primeira celebridade a dar os parabéns a São Paulo nas
comemorações dos 450 anos da cidade.
À meia-noite do dia 25 de janeiro ele
estará sobre o palco montado na esquina das avenidas Ipiranga e São João,
celebrizada pela canção "Sampa", recebendo como convidados cinco
artistas paulistas: Jair Rodrigues, Jair Oliveira, Nando Reis, José Miguel
Wisnik e Rappin' Hood.
Cada um fará uma participação especial,
e todos juntos cantarão três músicas: a inescapável "Sampa",
"São São Paulo Meu Amor", de Tom Zé, e "Lampião de Gás",
famosa na interpretação de Inezita Barroso.
A apresentação terá transmissão ao vivo
pelo SBT. Seu início está marcado para as 23h do sábado, 24 de janeiro.
"Será um espetáculo muito despojado. Vou cantar acompanhado apenas do
violão. Não é um show de Las Vegas, mas é de um grande, inevitável, inelutável,
imenso conteúdo", afirmou Caetano em entrevista coletiva nesta
quinta-feira.
O músico veio à cidade, pela primeira
vez, aos 22 anos, em 1964. Mas "Sampa", declaradamente inspirada em
"Ronda", de Paulo Vanzolini, só foi composta muito depois, em 1978.
Ao responder sobre o que mudaria hoje na letra da canção, Caetano citou o verso
que fala da "deselegância discreta" das meninas paulistas.
"Aquilo era 100% verdadeiro e parecia indiscutível para um baiano que
havia morado no Rio. Hoje tem Daslu, Fashion Week, as meninas de São Paulo são
mais lindas que as do Rio. Mas não eram", afirmou.
O compositor também falou sobre
política. "Eu tenho muita atenção pela potência de São Paulo. Nada no
Brasil se resolverá sem a solução de São Paulo. Nenhum lugar se destaca do
Brasil, só São Paulo. Ela está acima do país, mais por causa da pujança
econômica, que atrai para o perímetro urbano uma extrema violência da pobreza.
Tudo isso são problemas de grande magnitude. A USP está no poder, FHC, Lula, é
tudo a mesma coisa", disse.
Ele ressaltou ainda a importância da
cidade no surgimento do Tropicalismo, dizendo que o movimento seria impossível
no Rio, "muito reacionário". "O Rio era como o Brasil deveria
ser, tudo muito certinho. E o paulista vai de coração aberto e aceita os
desafios da novidade."
O show faz parte do calendário oficial
de eventos do Comitê São Paulo 450 anos e é realizado em parceria com a
iniciativa privada. Segundo a organização, são esperadas 120 mil pessoas, além
da presença de autoridades brasileiras (como os ministros José Dirceu, Guido
Mantega, Márcio Thomaz Bastos e o vice-presidente José Alencar) e estrangeiras
(os prefeitos de Paris, Buenos Aires, Budapeste e Palermo, entre outros).
Dois telões e equipamento de som
posicionados na avenida São João devem levar a música até a praça da República.
O esquema de segurança contará com 600 PMs, 70 homens da Guarda Civil Municipal
e mais 120 seguranças particulares. O metrô funcionará até as 2h.
25/01/2004-03h33
Caetano Veloso rende homenagem emocionada a São Paulo da garoa
GUILHERME
GORGULHO
da Folha Online
São Pedro não deu trégua a São Paulo nem na festa de aniversário da cidade. Sob uma insistente garoa, o cantor e compositor Caetano Veloso liderou o empolgante show que deu início às festividades dos 450 anos da capital paulista nesta noite de sábado.
Todo de branco, Caetano começou a apresentação sozinho ao violão, conquistando imediatamente os cerca de 35 mil espectadores presentes, segundo dados da Polícia Militar. A organização do evento estimou o público em 70 mil pessoas.
"Força Estranha" foi a música de abertura do show, seguida de inúmeras homenagens à capital paulista, como "Saudosa Maloca", de Adoniran Barbosa, e a clássica "Ronda", de Paulo Vanzolini, que serviu de inspiração para a "Sampa" de Caetano.
Público
O público se mostrou animado desde o princípio na esquina das avenidas Ipiranga e São João, mostrando seu amor à cidade mesmo debaixo de chuva.
Ainda sozinho no palco, Caetano fez um elogio à cantora Rita Lee, que fez críticas a São Paulo e aos paulistanos na última semana durante turnê no Rio de Janeiro.
"Que beleza, que alegria, que emoção profunda estar aqui, na terra de Rita Lee", e emendou "Agora Só Falta Você".
Confissão
"Posso dizer com toda a simplicidade, essa terra me deu tudo", declarou o compositor baiano antes de chamar ao palco o primeiro convidado da noite. Neste momento, Caetano foi interrompido pelo público que gritava: "Aumenta o som". Incomodado, Caetano disse: "Acho que as pessoas aqui estão tão viciadas com som alto", e anunciou a participação de Jair Rodrigues.
Jair abriu sua participação com "Perfil de São Paulo", de Bezerra de Menezes. "Esse é o homem", disse Caetano elogiando o cantor paulista.
Em seguida, a dupla emendou uma seleção de canções do programa "O Fino da Bossa", estrelado por Jair Rodrigues e Elis Regina nos anos 60.
Depois foi a vez do músico José Miguel Wisnik dar sua contribuição para a festa de São Paulo. Junto a Caetano, Wisnik tocou "Assum Branco".
Na seqüência, Caetano chamou ao palco "um dos representantes da nova geração de talentos paulistas", o cantor e compositor Jair Oliveira, que tocou a sua "Uma Outra Beleza".
Sampa
Cinco minutos após a meia-noite, Caetano parou tudo para cantar o início de "Sampa", de 1978, em versão à capela, acompanhado somente pelo coro do público.
Entusiasta da cultura hip hop, o mestre de cerimônias da noite convidou Rappin' Hood para subir ao palco. Junto do rapper, Caetano embalou uma inusitada versão do clássico "Odara" misturada com rap.
O ex-titã Nando Reis conquistou o público com sucessos como "O Segundo Sol", "Relicário" e "Os Cegos do Castelo".
Nando Reis "representa o momento em que o rock'n'roll do Brasil amadureceu e se afirmou", disse Caetano antes de dar um beijo na boca do ex-titã.
Resposta a Rita Lee
"Mais do que tudo, quem merece parabéns é o povo desta cidade", comemorou Nando. "Não sei se é festa ou se não é festa, mas é o que a gente sabe fazer de melhor, que é se divertir", declarou Nando em referência às críticas de Rita Lee de que os paulistas não sabem fazer festa.
A surpresa da noite ficou a cargo da participação do ministro da Cultura e parceiro de longa data de Caetano, Gilberto Gil. O público vibrou com a pequena participação de inesperada de Gil, que cantou "Desde que o Samba é Samba" junto com o parceiro.
"No momento em que ele [Caetano] reafirmou aqui a sentença de que São Paulo tinha dado tudo a ele, eu estava pensando sobre o que falar. Se São Paulo deu tudo a ele, e ele também deu tudo a mim, então São Paulo me deu tudo também", disse Gil.
Caetano Veloso também lembrou dos aniversários de seu filho Tom, que faz sete anos neste domingo, e do compositor Tom Jobim, que foi homenageado com "Chega de Saudade".
"O nome da solução do problema 'Brasil' é São Paulo feliz", afirmou Caetano antes de chamar todos os paulistas de volta ao palco para encerrar o show com três músicas: "Lampião de Gás", de Zica Bergami, "Sampa" e "São São Paulo", de Tom Zé.
da Folha Online
São Pedro não deu trégua a São Paulo nem na festa de aniversário da cidade. Sob uma insistente garoa, o cantor e compositor Caetano Veloso liderou o empolgante show que deu início às festividades dos 450 anos da capital paulista nesta noite de sábado.
Todo de branco, Caetano começou a apresentação sozinho ao violão, conquistando imediatamente os cerca de 35 mil espectadores presentes, segundo dados da Polícia Militar. A organização do evento estimou o público em 70 mil pessoas.
"Força Estranha" foi a música de abertura do show, seguida de inúmeras homenagens à capital paulista, como "Saudosa Maloca", de Adoniran Barbosa, e a clássica "Ronda", de Paulo Vanzolini, que serviu de inspiração para a "Sampa" de Caetano.
Público
O público se mostrou animado desde o princípio na esquina das avenidas Ipiranga e São João, mostrando seu amor à cidade mesmo debaixo de chuva.
Ainda sozinho no palco, Caetano fez um elogio à cantora Rita Lee, que fez críticas a São Paulo e aos paulistanos na última semana durante turnê no Rio de Janeiro.
"Que beleza, que alegria, que emoção profunda estar aqui, na terra de Rita Lee", e emendou "Agora Só Falta Você".
Confissão
"Posso dizer com toda a simplicidade, essa terra me deu tudo", declarou o compositor baiano antes de chamar ao palco o primeiro convidado da noite. Neste momento, Caetano foi interrompido pelo público que gritava: "Aumenta o som". Incomodado, Caetano disse: "Acho que as pessoas aqui estão tão viciadas com som alto", e anunciou a participação de Jair Rodrigues.
Jair abriu sua participação com "Perfil de São Paulo", de Bezerra de Menezes. "Esse é o homem", disse Caetano elogiando o cantor paulista.
Em seguida, a dupla emendou uma seleção de canções do programa "O Fino da Bossa", estrelado por Jair Rodrigues e Elis Regina nos anos 60.
Depois foi a vez do músico José Miguel Wisnik dar sua contribuição para a festa de São Paulo. Junto a Caetano, Wisnik tocou "Assum Branco".
Na seqüência, Caetano chamou ao palco "um dos representantes da nova geração de talentos paulistas", o cantor e compositor Jair Oliveira, que tocou a sua "Uma Outra Beleza".
Sampa
Cinco minutos após a meia-noite, Caetano parou tudo para cantar o início de "Sampa", de 1978, em versão à capela, acompanhado somente pelo coro do público.
Entusiasta da cultura hip hop, o mestre de cerimônias da noite convidou Rappin' Hood para subir ao palco. Junto do rapper, Caetano embalou uma inusitada versão do clássico "Odara" misturada com rap.
O ex-titã Nando Reis conquistou o público com sucessos como "O Segundo Sol", "Relicário" e "Os Cegos do Castelo".
Nando Reis "representa o momento em que o rock'n'roll do Brasil amadureceu e se afirmou", disse Caetano antes de dar um beijo na boca do ex-titã.
Resposta a Rita Lee
"Mais do que tudo, quem merece parabéns é o povo desta cidade", comemorou Nando. "Não sei se é festa ou se não é festa, mas é o que a gente sabe fazer de melhor, que é se divertir", declarou Nando em referência às críticas de Rita Lee de que os paulistas não sabem fazer festa.
A surpresa da noite ficou a cargo da participação do ministro da Cultura e parceiro de longa data de Caetano, Gilberto Gil. O público vibrou com a pequena participação de inesperada de Gil, que cantou "Desde que o Samba é Samba" junto com o parceiro.
"No momento em que ele [Caetano] reafirmou aqui a sentença de que São Paulo tinha dado tudo a ele, eu estava pensando sobre o que falar. Se São Paulo deu tudo a ele, e ele também deu tudo a mim, então São Paulo me deu tudo também", disse Gil.
Caetano Veloso também lembrou dos aniversários de seu filho Tom, que faz sete anos neste domingo, e do compositor Tom Jobim, que foi homenageado com "Chega de Saudade".
"O nome da solução do problema 'Brasil' é São Paulo feliz", afirmou Caetano antes de chamar todos os paulistas de volta ao palco para encerrar o show com três músicas: "Lampião de Gás", de Zica Bergami, "Sampa" e "São São Paulo", de Tom Zé.
Dom, 25 Jan - 13h15
SP 450 ANOS-Caetano reúne 40 mil em noite chuvosa em SP
Por Raquel
Stenzel
SÃO PAULO (Reuters) - Em show de comemoração dos 450
anos da cidade, Caetano Veloso deu mais uma prova de sua popularidade entre os
paulistanos, levando milhares de pessoas a enfrentar a chuva para vê-lo cantar
na famosa esquina das avenidas Ipiranga e São João na noite de sábado.
"Essa terra me deu tudo", disse o cantor
baiano para uma platéia estimada pela Polícia Militar em cerca de 40 mil
pessoas.
A Caetano coube a responsabilidade não só de cantar
para São Paulo, como também de traduzir a história musical da cidade. Para
isso, convidou seis músicos da cidade --Jair Rodrigues, Jair Oliveira, José
Miguel Wisnick, Rappin Hood e Nando Reis--, que, na sua avaliação, representam
a diversidade musical paulistana.
"Achei um deslumbre, o Caetano fez o show mais
paulista que se poderia imaginar, ele acertou na mosca, foi perfeito",
comemorou a prefeita Marta Suplicy.
Caetano começou o show por volta das 23h10 acompanhado
apenas pelo violão, cantando "Força Estranha", música composta para
Roberto Carlos, que fazia show em outra parte da cidade, também em comemoração
aos 450 anos.
Depois atacou de Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa,
e Ronda, de Paulo Vanzolini.
Na terceira música, o sistema de som apresentou
problema e a chuva começou a apertar. Enquanto os convidados vips disputavam
capas de chuvas distribuídas pela produção, o público paulistano pedia para
aumentar o som.
Entre os convidados estavam as atrizes Fernanda Torres
e Maria Paula, o ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, o prefeito de
Salvador, Antonio Imbassahy (PFL) e os senadores paulistas Eduardo Suplicy
(PT)e Aloizio Mercadante (PT).
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, foi o elemento
surpresa do show. Ainda vestindo terno e gravata --ele participou da cerimônia
de inauguração da nova fachada da Estação da Luz--, Gil subiu ao palco para
cantar e fazer mais uma declaração de admiração ao amigo e parceiro musical.
"Se São Paulo deu tudo a ele e ele me deu tudo,
então São Paulo também a mim me deu tudo", disse Gil, que foi muito
aplaudido pelo público.
DESPOJADO, MAS BOM
Os problemas técnicos não foram suficientes para tirar
a emoção do espetáculo, que primou pela escolha do repertório.
"Foi muito despojado, a gente não teve tempo de
ensaiar e quem mais errou fui eu...mas gostei muito do resultado", disse
Caetano a jornalistas no final do espetáculo.
Jair Rodrigues foi o primeiro convidado a dividir o
palco com Caetano --os dois fizeram um pot-pourri ao estilo do programa de
televisão o Fino da Bossa, comandado por Elis Regina.
Logo após a meia noite, Caetano cantou parte da música
Sampa a capela. Mas foi apenas no final do espetáculo que o público pode entoar
a canção que se tornou símbolo da cidade, cantada por Caetano e seus
convidados.
Para encerrar o espetáculo, Caetano escolheu a música
São São Paulo, do também baiano e tropicalista Tom Zé. E encerrou a
apresentação afirmando"a solução para o Brasil é São Paulo feliz".
A produtora Paula Lavigne durante show de Caetano Veloso, em homenagem aos 450 anos da cidade - Foto: Ana Ottoni / Folhapress |
Caetano Veloso e o rapper Rappin' Hood - Foto: Ana Ottoni/Folhapress |
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