Caetano Veloso durante entrevista no Palace – Foto:
Fabiano Accorsi / Folhapress
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Detalhe do rosto do cantor e compositor Caetano Veloso
Fotos: Fabiano Accorsi / Folhapress
Mayo de 1998, Canecão, Rio de Janeiro
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O Globo - Segundo Caderno - Quinta-feira, 14 de maio de 1998
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25/5/1998 - O FLUMINENSE |
Jornal do Commercio
Recife,
24 de agosto de 1998
SHOWS
Caetano Veloso é totalmente demais no show Livro Vivo
Caetano Veloso é totalmente demais no show Livro Vivo
por MARCELO
PEREIRA
Os cinco mil
fãs que lotaram, em duas noites, o Teatro Guararapes para assistir Livro
Vivo, o novo show de Caetano Veloso, devem estar cada vez mais curiosos
para saber qual o segredo do bom baiano para manter-se tão de cima aos 56 anos.
Atual patroa, a malhadíssima Paula Lavine deve ter lá sua parcela de
contribuição no processo de envelhecimento à maneira dos melhores vinhos que
ocorre com o cantor e compositor. Mas não é tudo. Ele é mais e as tietes e os
fãs vão quase ao histerismo quando o vêem ao vivo. Vide Eclipse Oculto.
Impecável em
seu terno, charmoso como sempre, Caetano não ficou preso ao figurino que ele
mesmo talhou ao escrever Livro, a sua biografia intelectual. Modesto, leu
apenas dois trechos. Um deles, sobre a admiração de sua mãe _ Dona Canô - pelo
Preto (Gilberto Gil), a senha para um momento intimista no qual homenageou o
próprio Gil (Grão), Tom Jobim e João Gilberto (Saudosismo), Chico Buarque
(Carolina), Tim Maia, Sandra de Sá e Penhinha (Sozinho, um dos melhores
momentos do show) e Cazuza e Lulu Santos (Manhatan, com uma explicação
baianíssima sobre a origem do nome de Manhattan).
Seguindo
quase ao pé-da-letra o roteiro original de Livro Vivo, o show, Caetano teve
sensibilidade para incluir uma ode à Olinda e falar bem dos pernambucanos - de
Recife e Olinda - e do Teatro Guararapes. Foram apenas detalhes que relevaram
ainda mais à apresentação do artista e de sua banda mais do que eficiente -
"um time de craques", em suas própria palavras. Os músicos inclusive
pagaram um tremendo mico - nada vergonhoso - ao rebolar no sapatinho e no
sambadinho, durante a iconoclasta How Beautifull, Could a Being Be, de Moreno Veloso.
A
inventividade de Caetano Veloso é incomparável. Poucos são os artistas que
conseguem reinventar a si mesmos como ele. A canção Terra, por exemplo, ganhou
em Livro Vivo um arranjo tropicalista revisto, com a incorporação de batida de
samba-reggae. Radicalismo mesmo foi quando leu o trecho de Livro no qual fala
das observações de Augusto (de Campos, crítico paulista) sobre a música de
vanguarda, demonstrando como tão grande é a sua afinidade com o techno atual em
Odara e Doideca. Mais atual impossível. E as novas músicas de Caetano? Os
Passistas, Onde o Rio É Mais Baiano e Não Enche podem já figurar nas melhores
antologias. Vale a redundância.
5/9/1998 - Metropolitan - Show de Roberto Carlos
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