domingo, 13 de septiembre de 2020

1971 - PRONTUÁRIO DE MARIA BETHÂNIA VIANNA TELLES VELOSO


"Está relacionada entre os elementos veiculadores de propaganda de caráter subversivo nos meios artísticos"


[27 de dezembro de 1968]


Pesquisa: Evangelina Maffei


“O período da Ditadura Militar foi terrível. Duas horas da manhã, eles invadiram minha casa. Me levaram para um quartel, depois de rodarem por muitas horas. Fui interrogada até amanhecer. Já tinham presos Caetano e Gil, em São Paulo. Achavam que eu sabia do Vandré. Me prenderam por conta de um livro, escrito em minha homenagem, por Reynaldo Jardim. Eles queriam saber por que este cara escreveu este livro para mim. O livro é um poema lindo. Um gesto de amor. E Reynaldo já tinha sido preso. Eles me mostraram o depoimento dele. Que coincidia com o que eu dizia. Sou uma mulher de palco. Ele, um intelectual, poeta. Quis escrever um poema. E foi publicado. Depois, proibido”.

 


“Aquele foi um período horrível. Caetano e meus amigos, exilados. E, pela dificuldade de ele sobreviver ao exílio, por causa de sua sensibilidade diante da maneira grosseira como isto tudo aconteceu, eu sentia uma dor muito grande. Sofri demais. Meu pai se acabou, neste período. Eu fiquei no Brasil. E a maneira que eu tinha de manter o meu trabalho era receber as canções que eles faziam no exílio. Não só Caetano, mas também os amigos. Aqui, eu cantava para dar alguma notícia deles, mantendo um sentimento por eles. Mas foi o período mais triste que passei em minha vida. Foi horrível. Caetano sofreu demais também”

 [14/6/1992, Maria Bethânia, em entrevista a Marília Gabriela]







14/5/1971 - Pedido de antecedentes

18/5/1971 - Cópia de prontuário

1965/66 - Histórico I

1966/68 - Histórico II

27-12-1968 - Histórico III

Trecho de Programa 

26/7/1971
"c) A marginada é irmã do cantor CAETANO VELOSO"







Programa do show “É um tempo de guerra”

















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