miércoles, 29 de enero de 2020

2020 - PLANETA BRASIL - 11ª edição









25/1/2020 - Foto: Nathália Pacheco

"Que nossa música sirva de consolo e protesto, diz Caetano em homenagem a Brumadinho"
[Caetano Veloso, Folha de S.Paulo, 25/1/2020]


25/1/2020 - Caetano Veloso - Foto: Moisés Teodoro/BHAZ




Com Racionais, Caetano Veloso e Djonga, festival Planeta Brasil une pluralidade musical e conscientização um ano após a tragédia de Brumadinho

O evento, que aconteceu ao longo do último sábado, 25, levou rap, MPB, funk, trap e eletrônico ao Estádio do Mineirão


IGOR BRUNALDI, de Belo Horizonte
26/01/2020


Mano Brown, Caetano Veloso e Djonga - Fotos: Igor Brunaldi e Frank Bitencourt


Enquanto a cidade de São Paulo comemorava 466 anos, o estado de Minas Gerais processava o peso de saber que há exatamente um ano acontecia o rompimento da barragem da mineradora Vale, responsável por matar 259 pessoas e deixar 11 desaparecidas em Brumadinho.

Com isso em mente, é importante notar que todo luto é obviamente triste, mas nem toda reflexão que provém de um luto precisa ser. E no último sábado, 25, aconteceu em Belo Horizonte o festival Planeta Brasil, que pediu ajuda à MPB, ao funk, rap, trap e à música eletrônica para conscientizar milhares de pessoas sobre a importância vital que devemos dar não apenas ao cuidado com o planeta, mas também ao cuidado e solidariedade que devemos ter com todo e qualquer ser humano.

Com quatro palcos espalhados pela Esplanada do Mineirão, e um localizado dentro do próprio estádio, o evento levou a BH artistas nacionais como Caetano Veloso, Racionais MC's, Djonga, Marcelo Falcão, Natiruts, Duda Beat, Anavitoria, Sidoka, Kevin O Chris, Vintage Culture e Nervo, além de internacionais como o rapper Tyga, o multi-instrumentista Nick Murphy (conhecido anteriormente como Chet Faker) e a banda australiana Sticky Fingers.

Com tantas atrações de peso em tão pouco tempo de festival, selecionamos os melhores momentos da 11ª edição do Planeta Brasil.



A simplicidade genial e cativante de Caetano Veloso

Foto: Nathália Pacheco

Assim como os Racionais, Caetano Veloso é veterano, é mestre e é incomparável no palco. Ele começou a tocar no momento em que o calor começava a dar uma trégua e o vento começava a trazer o medo da chegada da chuva.

Mas isso não foi nem de perto o suficiente para intimidar o gigante da MPB que, aos 77 anos e com as mãos trêmulas, comandou uma multidão acompanhado apenas pelos dedilhados em um violão de cordas de nylon, uma taça de água e pelas plantas posicionadas ao fundo do palco que chacoalhavam de um lado para o outro com a ventania.

Além, claro, da emoção de ouvir aquela voz suave cantar clássicos como "Baby", "Leãozinho", "Sampa", "Reconvexo" e "A Luz de Tieta", um dos maiores encantos de presenciar uma performance dessas de Caetano Veloso, é vê-lo dar preciosos sorrisinhos contidos mas que claramente irradiam internamente uma imensa alegria, toda vez que a multidão gritava o nome dele ou explodia em adoração e palmas.


Caetano faz 'perpétuo protesto' à tragédia de Brumadinho no Planeta Brasil
Cantor baiano ocupou o Palco Sul no início da noite deste sábado (25); rapper Djonga, que se apresentou antes, promoveu minuto de silêncio pelas vítimas
Pedro Galvão
25/01/2020

Caetano Veloso faz show voz e violão no Planeta Brasil - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press


Em seu show no Palco Sul do Planeta Brasil, no início da noite deste sábado (24), Caetano Veloso se referiu às chuvas que castigam Belo Horizonte e à tragédia de Brumadinho, que completou um ano na data de hoje.

O cantor e compositor baiano observou que "ontem e hoje" Belo Horizonte convive com tragédias naturais. E acrescentou: "Houve um desastre em Brumadinho e esse não foi um desastre natural. Que a nossa música sirva de consolo, no primeiro caso, e, no segundo, de perpétuo protesto". Ele emendou a fala com a canção Um índio.

Caetano subiu ao palco para uma apresentação no formato voz e violão, logo após o show "Ladrão", do rapper mineiro Djonga. A apresentação de Djonga, com horário de início às 16h20, estava em curso às 17h, horário em que foi localizado o primeiro corpo entre as 270 vítimas do rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão.



Foto: Moisés Teodoro/BHAZ







Foto: Nathália Pacheco

Foto: Nathália Pacheco







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