1. EU VIM DA BAHIA (Gilberto Gil) Gal
Costa
3.
É UM TEMPO DE GUERRA (Augusto Boal/Gianfrancesco Guarnieri/Edu Lobo) Maria Bethânia
4. GLORIA IN
EXCELSIS [MISSA AGRÁRIA] (Gianfrancesco Guarnieri/Carlos Lyra) / CARCARÁ (João do Vale/José Cândido)
Maria Bethânia
5. DE MANHÃ (Caetano Veloso)
Maria Bethânia
6. SAMBA EM PAZ (Caetano Veloso)
Caetano Veloso
7. CAVALEIRO (Caetano Veloso)
Caetano Veloso
8. RODA (João
Augusto/Gilberto Gil) Gilberto Gil
9. PROCISSÃO (Gilberto Gil)
Gilberto Gil
10. YEMANJÁ (Othon
Bastos/Gilberto Gil) Gilberto Gil
11. SÃO BENEDITO (Tom Zé) Tom Zé
12. MARIA DO
COLÉGIO DA BAHIA (Tom
Zé) Tom Zé
Gravações
seminais dos baianos agora em CD
Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano
Veloso, Maria Bethânia e Tom Zé têm seus primeiros registros relançados na coletânea
Eu Vim da Bahia
Marco Antonio Barbosa
03/07/2002
A BMG acaba de lançar o álbum Eu
Vim da Bahia, compilação que registra as primeiras gravações de Gal Costa,
Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Tom Zé para o extinto selo RCA,
feitas em 1965.
No CD foram reunidas as faixas
que os (então) jovens baianos lançaram em compactos simples, registrando os
primeiros passos do embrionário Tropicalismo.
Pode-se ouvir raridades como Sim,
Foi Você (Caetano), na voz de Gal - que ainda se apresentava como Maria da
Graça - , É Tempo de Guerra (Guarnieri e Edu Lobo), com Bethânia, e São
Benedito, de Tom Zé.
Coletânea reúne o
comecinho da geração do Tropicalismo
Hoje
eles são monstros da MPB, conhecidos além de nossas fronteiras como alguns dos
maiores talentos musicais do século (passado). Mas um dia foram apenas cinco
artistas baianos que aportaram no Rio e São Paulo em busca de um lugar ao sol.
A
coletânea ''Eu vim da Bahia'' reúne as primeiras gravações lançadas em
compactos simples de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethânia e
Tom Zé. No encarte, o crítico Mauro Ferreira faz um histórico destas primeiras
gravações.
Gilberto Gil, Maria Bethânia, Gal Costa e Caetano Veloso estão na coletânea "Eu vim da Bahia" com seus compactos de estréia - Foto: Divulgação |
Com
exceção de Bethânia, os demais mergulharam de cabeça com outros nomes no
Tropicalismo, um movimento que reformulou a estética da MPB num ímpeto
modernizante e experimental, que causou polêmica ao introduzir novos conceitos
de instrumentação, letras e de trazer a linguagem do rock para um cenário
musical dominado pelos conceitos minimalistas da bossa nova. Deu uma polêmica
desgraçada, até passeata liderada por Elis Regina aconteceu contra eles. Mas a
roupagem musical mais tradicional que a Pimentinha queria que os baianos
usassem predomina nestes primeiros lançamentos, de 1965, dois anos antes que
Caetano lançasse o disco-manifesto que virou tudo de cabeça para baixo.
Caê e Gil - Foto: Divulgação |
No
seu primeiro compacto, pela RCA, Caetano gravou dois sambas, ''Samba em paz'' e
''Cavaleiro'', que não davam a pálida idéia do que vinha por aí. Só da
qualidade de seu trabalho, particularmente de sua poesia. Com arranjos de
sopros e a base de violão-baixo e bateria, os dois números têm boas letras mas
nada excepcionais. No primeiro, Caetano defende o samba dizendo que ele vai
crescer quando o povo perceber que é o dono da jogada. Parece inspirado no
samba reivindicativo de Zé Keti no espetáculo Opinião, que a irmã dele,
Bethânia, veio integrar no Rio substituindo Nara Leão. No segundo ele se
proclama um cavaleiro mítico em linguagem alegórica que não ficaria mal num
filme de Glauber Rocha.
Ao
contrário de Caetano, Gil estreou com duas músicas que se incorporaram ao seu
repertório definitivo, ''Roda'' e ''Procissão'', lançadas em compacto num
arranjo diferente das regravações posteriores, quando estas músicas receberam
uma coloração tropicalista. A terceira canção de Gil é uma raridade:
''Yemanjá'', parceria dele com o ator Othon Bastos, um mergulho no universo de
Dorival Caymmi, gravado ao vivo no 4º Festival da Balança, na Universidade Mackenzie,
em São Paulo.
Gal
Costa estreou com um timbre de voz bem mais grave do que viria a ter mais
tarde. Suas canções também são comportadas, um contraste com as experimentações
e loucuras que ela faria na fase tropicalista de sua carreira. Ela canta bem o
samba ''Eu vim da Bahia'', de Gilberto Gil, um cartão de visitas dos que
chegavam, cantando as belezas da terra do Senhor do Bonfim. ''Sim, foi você'',
de Gilberto Gil, é um samba canção colorido por um arranjo de cordas que
merecia uma releitura.
Maria
Bethânia estreou no musical ''Carcará'', com Zé Keti e João do Valle no Teatro
Opinião, no Rio, em 1965. Com sua voz áspera e interpretação veemente, ela
transformou ''Carcará'' num hino da MPB e logo ficou conhecida como uma cantora
de protesto, rótulo que descartaria mais tarde. Aqui ela canta a bela ''É de
manhã'', de Caetano e três mísseis nucleares. ''É um tempo de guerra'' tem
assinaturas de peso: Edu Lobo, Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, tema de
um musical que refletia a indignação dos produtores de cultura com o golpe
militar de março de 1964. A
música estreou no musical 'Arena canta Zumbi' e depois no show 'Tempo de
guerra', de Bethânia. Uma verdadeira preciosidade. Igualmente preciosa é a
reunião de ''Gloria in Excelsis [Missa agrária]'' com ''Carcará'' gravada no
citado 4º Festival da Balança.
Tom
Zé é o mais alternativo dos tropicalistas e até hoje o guardião da chama do
movimento. Nesta estréia, só na voz e violão, ele conta em "São Benedito" um causo
da estátua do santo que ficava na igreja de Irará, descarregando sua verve numa
história de ciúme entre Benedito e seu colega Santo Antônio. "Maria do Colégio
da Bahia conta a história de uma vendadora de acarajé que reclama contra a
concorrência.
2002
Álbum
“EU VIM DA BAHIA”
[Varios intérpretes]
Gravações de
1965
BMG
CD 74321931672
1. EU VIM DA BAHIA (Gilberto Gil) Gal Costa
2.
SIM, FOI VOCÊ (Caetano Veloso) Gal Costa
3.
É UM TEMPO DE GUERRA (Augusto Boal/Gianfrancesco Guarnieri/Edu Lobo) Maria Bethânia
4. GLORIA IN
EXCELSIS [MISSA AGRÁRIA] (Gianfrancesco Guarnieri/Carlos Lyra) / CARCARÁ (João do Vale/José Cândido)
Maria Bethânia
5. DE MANHÃ (Caetano Veloso)
Maria Bethânia
6. SAMBA EM PAZ (Caetano Veloso)
Caetano Veloso
7. CAVALEIRO (Caetano Veloso)
Caetano Veloso
8. RODA (João
Augusto/Gilberto Gil) Gilberto Gil
9. PROCISSÃO (Gilberto Gil)
Gilberto Gil
10. YEMANJÁ (Othon
Bastos/Gilberto Gil) Gilberto Gil
11. SÃO BENEDITO (Tom Zé) Tom Zé
12. MARIA DO COLÉGIO DA BAHIA (Tom Zé) Tom Zé
12. MARIA DO COLÉGIO DA BAHIA (Tom Zé) Tom Zé
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