viernes, 10 de enero de 2020

2020 - CAETANO VELOSO & IVAN SACERDOTE


Abril de 2019 - Ivan Sacerdote e Caetano Veloso - Fonte: Facebook Ivan Sacerdote

"Com todo esse panorama no nosso país, me sinto na obrigação de deixar algo. Aqui somos exterminados a cada dia. É duro dizer, mas posso levar 80 tiros de fuzil ali na esquina. As forças do Estado nos extermina. Temos que confiar ainda mais nas nossas habilidades e ter a coragem de assumir o papel de representatividade perante tudo isso. O momento não é de comemorar. O momento é de fazer mais e mais."
@caetanoveloso, palavras me faltam para agradecer o seu carinho e respeito.
Gravamos sem cortes, mostrando espontaneidade e leveza, foi criada uma atmosfera que me fez flutuar no estúdio. Fui com você e cheguei a um lugar onde nunca imaginei estar. Obrigado!!!!!
@vevo
@unsproducoes

[Ivan Sacerdote, Facebook]





Foto: Mosquito


Abril/2019 - Caetano Veloso com Ivan Sacerdote gravou no estúdio da Vevo em NY 





"Falta pouco para mostrarmos ao mundo essa série de gravações que eu e Caetano Veloso fizemos em Salvador e Nova York.

Sem partituras, sem arranjos elaborados, fomos guiados pela intuição para construir um diálogo que ao meu ver, enriquece ainda mais o legado da nobre música do Brasil.

O encontro da música instrumental brasileira com as harmonias, melodias e letras do grande Caetano Veloso pode nos servir de base para reflexões acerca do que seria o Jazz brasileiro ou o pensamento Joãogilbertiano. As estruturas harmonicas, melódicas e rítmicas encontradas na obra de Caetano permitem um contato direto com a linguagem do Choro, Samba, Jazz, Rock, música baiana (Samba- Reggae, Ijexá, Samba-Chula) entre outras conexões possíveis. Um terreno fértil para a construção de uma improvisação envolvente, com um charme que só a Bahia tem. 16/01 em todas plataformas digitais."

[Ivan Sacerdote, 11/1/2020, Facebook]

















O álbum “Caetano Veloso apresenta Ivan Sacerdote” estará disponível nas plataformas digitais no próximo dia 16/1/2020 e vai contar com nove releituras da carreira de Caetano Veloso:


1. PETER GAST (Caetano Veloso, 1983)
2. AQUELE FREVO AXÉ (Caetano Veloso/Cézar Mendes, 1998)
3. TRILHOS URBANOS (Caetano Veloso, 1979)
4. O CIÚME (Caetano Veloso, 1987)
5. VOCE NÃO GOSTA DE MIM (Caetano Veloso, 1998) (Ao vivo em Nova York, 2019)
6. MINHA VOZ, MINHA VIDA (Caetano Veloso, 1982) (Ao vivo em Nova York, 2019)
7. ONDE O RIO É MAIS BAIANO (Caetano Veloso, 1994) (Ao vivo em Nova York, 2019)
8. DESDE QUE O SAMBA É SAMBA (Caetano Veloso, 1993) (Ao vivo em Nova York, 2019)
9. MANHATÃ (Caetano Veloso, 1997) (Ao vivo em Nova York, 2019)




MÚSICA

Veja a capa do novo álbum de Caetano Veloso, que sai nesta quinta

Por Ancelmo Gois
14/01/2020

Caetano & Ivan

Veja a capa do novo álbum de Caetano Veloso, que chega às plataformas digitais na quinta-feira, agora.

São nove releituras da obra de Caetano - com direito a "Desde que o samba é samba" (1993) -, todas acompanhadas pelo jovem clarinetista baiano Ivan Sacerdote.

O show de lançamento será em 7 de fevereiro no Teatro Castro Alves, em Salvador, e de lá seguirá para outras cidades; como Rio e São Paulo, ainda no primeiro semestre.

Caetano elogiou o parceiro de álbum: "O clarinete (ou a clarineta) de Ivan Sacerdote banha todos os encontros musicais espontâneos que a gente vive em Salvador com doçura e sabedoria. Sua suavidade sonora e sua precisão musical surpreendem e apaixonam ouvintes desavisados. Trazido para perto pelo exuberante Magari Lord (um talento baiano que é fenômeno de animação de plateias e festas, aproximando o carnaval de Salvador do semba angolano), Ivan revela-se a cada toque, a cada contraponto, a cada intervenção, um Sacerdote da elegância na música".


A capa do novo álbum de Caetano Veloso | Reprodução



LANÇAMENTO DO ÁLBUM “CAETANO VELOSO & IVAN SACERDOTE”

No dia 16 de janeiro, chega às plataformas digitais o álbum “Caetano Veloso & Ivan Sacerdote”. O aclamado cantor e compositor apresenta o jovem e talentoso clarinetista – acrescentando o gingado carioca do sambista, Mosquito, na participação em duas faixas, e ao violão de Cezar Mendes e a lixa de Moreno Veloso em “Aquele Frevo Axé”.

Ao todo, o CD traz nove releituras de Caetano, que foram registradas no estúdio em Salvador, durante o fevereiro de 2019 e no estúdio da Vevo, em Nova Iorque, em abril do mesmo ano. O projeto tem seu show de lançamento marcado para o dia 8 de fevereiro, no Teatro Castro Alves, em Salvador, e seguirá para outras cidades como Rio e São Paulo, ainda no primeiro semestre.

O projeto conta com as seguintes faixas: “Peter Gast”, do álbum “Uns” (1983); “Aquele Frevo Axé”, gravada originalmente por Gal Costa no disco homônimo, lançado em 1998; a faixa-tema, “Trilhos Urbanos”, do álbum de Caetano, “Cinema Transcendental” (1979); “O Ciúme”, do álbum “Caetano Veloso”, de 1987; “Você Não Gosta de Mim”, presente no álbum “Muito Mais Caetano” (2005); “Manhatã” e “Minha Voz Minha Vida”, ambas do disco “Livro”, de 1997; “Onde o Rio é Mais Baiano”, do álbum “Prenda Minha”, de 1998 e “Desde que o Samba é Samba”, apresentada em 1993 no álbum “Tropicália 2”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Leia o texto de Caetano:
O clarinete (ou a clarineta) de Ivan Sacerdote banha todos os encontros musicais espontâneos que a gente vive em Salvador com doçura e sabedoria. Sua suavidade sonora e sua precisão musical surpreendem e apaixonam ouvintes desavisados. Trazido para perto pelo exuberante Magary Lord (um talento baiano que é fenômeno de animação de plateias e festas, aproximando o carnaval de Salvador do semba angolano), Ivan revela-se a cada toque, a cada contraponto, a cada intervenção, um Sacerdote da elegância na música. Esse sobrenome de sua família é assunto que o fascina e intriga tanto quanto a todos nós. Ouvi-o tocar Chico Buarque e pensei que ele devia gravar logo. Quando lhe propuseram registrar um buquê de melodias, ele escolheu umas duas minhas. Terminamos fazendo um EP que poderia se chamar “Mini cancioneiro de Caetano por Ivan Sacerdote”. Gravamos tudo numa tarde e sem playback, exceto minha parceria com Cezar Mendes, a linda “Aquele frevo axé”, em que o autor da melodia toca violão, Moreno Veloso toca lixa e eu não toco nada.
Fico orgulhoso de ser, como autor, violonista e cantor, o veículo para o lançamento desse jovem talento soteropolitano. Cinco canções captadas no ritmo da vida estival da Baía de Todos os Santos. Pós-jazz, pós-bossa, pós-axé, Ivan Sacerdote é boa nova da nossa música. Agora juntam-se às gravações que fizemos na Bahia, as que se deram em Nova York, no estúdio da Vevo, onde nossa relação musical pareceu milagrosa. O carioca Mosquito uniu-se brevemente a nós dois para a afirmação de “Onde o Rio é mais baiano” e “Desde que o samba é samba”.

Por Ivan Sacerdote:
Esse projeto nasce despretensiosamente na espontaneidade e ganha o mundo por um fundamento; a música brasileira. Conheci Caetano há dois anos – no verão de Salvador – numa das festas em sua casa, onde fui levado por Seu Jorge e Magary Lord. Desde lá, nossos encontros e diálogos intensos resultaram em um álbum lindo que consegue explicar um pouco mais a música instrumental brasileira e o caminho de cumplicidade com a poesia dentro das estruturas harmônicas e melódicas de cada canção.
Eu fico muito feliz em participar, ao lado de Caetano – que é um referencial – desse projeto que tem a cara da Bahia e dos sons que sempre fiz por aqui em Salvador com o repertório variado. Nós conseguimos gravar um disco sem partituras e conectados musicalmente.
Me sinto muito honrado em fazer Caetano feliz, estamos aqui pra fazer Caetano feliz.
Juntamente com as faixas, Caetano e Ivan farão o lançamento de sete vídeos do novo projeto, com exceção de “Peter Gast” e “Aquele Frevo Axé”.





O GLOBO
CULTURA


Caetano Veloso lança álbum com
o clarinetista Ivan Sacerdote,
revelação de Salvador

Cantor lança álbum relendo suas canções com o músico, novo talento surgido no entroncamento do erudito, jazz e MPB


O clarinetista Ivan Sacerdote e o cantor e compositor Caetano Veloso - Foto: Divulgação

Silvio Essinger
16/01/2020

RIO - Doçura de sopro e firmeza musical: nas palavras de Caetano Veloso, foram essas as características do clarinetista Ivan Sacerdote, de 32 anos, que mais o encantaram, ao ponto de eles estarem lançando esta quinta-feira um álbum conjunto que leva o nome dos dois.

Com Caetano na voz e no violão (mais participações pontuais do violonista Cezar Mendes, do filho Moreno Veloso na percussão de lixa e do sambista Mosquito), Ivan navega por uma seleção pouco óbvia da produção do compositor baiano de 77 anos, da qual fazem parte “Peter Gast”, “Aquele frevo axé”, “Trilhos urbanos”, “Desde que o samba é samba” e “Minha voz, minha vida”, entre outras. O disco dá prosseguimento a uma história que começou dois verões atrás, em Salvador.

— Ouvi da varanda seu clarinete em “Futuros amantes” (de Chico Buarque), com Cezar Mendes ao violão, e fiquei fascinado. Depois, no verão passado, fui a um show de casa noturna aqui do Rio Vermelho em que ele tocava com Felipe Guedes na guitarra. Felipe é um gênio, e o que eles faziam juntos era de grande riqueza. Desde o começo de 2019 que, atendendo pedido de Paulinha (Paula Lavigne, sua empresária), Ivan e eu gravamos algumas canções no estúdio de Carlinhos Brown. Tudo numa sessão só. E sem playbacks — conta Caetano. — (O disco) é voz-e-violão com um clarinete que improvisa em clima meio jazzístico e muito baiano. Conversando com Ivan, fiquei sabendo que ele tocou com Rosa Passos. É isso aí. No nosso caso, houve mais festas do que ensaios. E é sempre prazeroso tocar com alguém que faz sua música ficar mais bonita.

Com gravações adicionais feitas em Nova York, no estúdio da Vevo (onde entrou Mosquito, cantando “Onde o Rio é mais baiano” e “Desde que o samba é samba”), “Caetano Veloso & Ivan Sacerdote” não chegou a dar qualquer trabalho em termos de seleção de repertório.

— Tudo foi fluindo de modo amadorístico — assegura o compositor. — Quando Paulinha falou em gravar, Ivan pediu “Peter Gast”, e chamaram Cezinha (Cezar Mendes) para tocar nossa parceria, “Aquele frevo axé”. Quando estávamos em Nova York, Tom (filho de Caetano) pediu que gravássemos “Você não gosta de mim”. E por aí foi. Não ensaiamos quase nada. Ou muito pouco. Mas concordei com Paulinha que o resultado era bom e que valia a pena divulgar o talento de Ivan.

Sinfônica e choro

Carioca de nascimento que morou no Pará antes de ir para Salvador, onde vive desde a infância (seu pai, militar, é de Santo Amaro da Purificação, mesma cidade de Caetano), Ivan Sacerdote tem quase 20 anos de história no clarinete. Começou em bandas filarmônicas, foi solista em rodas de choro e, aos 18 anos, ingressou na Universidade Federal da Bahia para cursar o bacharelado em clarinete.

— Nessa fase, passei por orquestras sinfônicas e também fiz muita música de câmara — conta. — Mas a improvisação me chamou aos 21 anos, de maneira avassaladora, praticamente me obrigando a abdicar da carreira sinfônica. Com essa inquietude fui parar na Europa, onde me encontrei com o jazz e, por incrível que pareça, com a obra de João Gilberto.

Na volta ao Brasil, o toque de clarinete de Ivan despertou a atenção de Rosa Passos, que não demorou a chamá-lo para a sua banda.

— Foi a primeira artista que me chamou pra esse diálogo entre voz, violão e clarinete. Começou ali a construção de uma narrativa improvisada dentro da canção brasileira — diz o músico, que tocou também com artistas tão diversos quanto Luiz Caldas, BaianaSystem, Saulo Fernandes, Xangai, Letieres Leite e Riachão. — O trabalho com Caetano surge para consolidar essa pesquisa. As pessoas vão poder conhecer esse Ivan, um clarinetista que passou por vários lugares, acumulando informações.

Segundo Caetano, que está concentrado na criação de um álbum de inéditas, o plano é o de fazer alguns poucos shows do disco com Ivan, que terão participação do guitarrista Felipe Guedes.



O Estado de S.Paulo

Caetano Veloso fala de novo disco e condena censuras: ‘Não estamos no Irã’
Cantor e compositor lança nesta quinta, 16, álbum ao lado do jovem clarinetista Ivan Sacerdote, com regravações, e fala ao 'Estado' sobre polêmica envolvendo especial de Natal do Porta dos Fundos
Entrevista com Caetano Veloso

Adriana Del Ré, O Estado de S.Paulo
16 de janeiro de 2020

Caetano Veloso é conhecido por lançar um olhar generoso sobre as antigas e novas gerações da música. De Clementina de Jesus a Maria Gadú e Majur. Muitas das descobertas de talentos, aliás, se dão – ou se potencializam – nas “cantorias”, como sua mulher, a produtora e empresária Paula Lavigne, define os encontros musicais organizados na casa deles. Assim foi com o clarinetista Ivan Sacerdote. “O cantor e compositor Magary Lord trouxe esse clarinetista uma noite aqui em casa. Todo mundo ficou encantado com a doçura do sopro e com a musicalidade dele”, lembra Caetano, em entrevista ao Estado.

Nasciam ali a amizade e a parceria entre os dois. Ivan passou a frequentar outras “cantorias”. Caetano tocava algumas coisas, o clarinetista improvisava. Fazer um disco juntos não foi algo planejado. Paula sugeriu que eles gravassem só canções de Caetano. Entraram músicas como Trilhos Urbanos e Desde Que o Samba é Samba. Nove músicas da obra de Caetano foram regravadas pelos dois de forma intimista e bastante delicada – em voz, violão e clarinete – e fazem parte do repertório do disco Caetano Veloso & Ivan Sacerdote. O álbum, que conta com a participação do sambista Mosquito e do violonista Cezar Mendes, estará disponível nas plataformas digitais a partir desta quinta-feira, 16. O show de lançamento do projeto será no dia 8 de fevereiro, no Teatro Castro Alves, em Salvador.

Com Caetano Veloso e Ivan Sacerdote, o sambista Mosquito toca em duas faixas do novo disco - Foto: Bruno Tavares

Aos 32 anos, Ivan Sacerdote iniciou na música aos 11 anos e no clarinete, aos 13. Nascido no Rio, fez carreira na Bahia. Estudou na Universidade Federal da Bahia e, morando e excursionando na Europa, ele conta, se encontrou com o jazz e com a obra de João Gilberto. Já de volta ao Brasil, começou a tocar com a cantora Rosa Passos e a se aprofundar na obra de Tom Jobim, Dorival Caymmi, entre outros.

“Tive o privilégio de dialogar com diversos artistas da cena soteropolitana e nacional, enriquecendo ainda mais minha pesquisa sobre o clarinete popular no Brasil. O trabalho com Caetano surge para consolidar essa pesquisa de todos esses anos”, diz Ivan, ao Estado. “Ao emprestar suas composições, voz e violão para um disco nesses moldes, Caetano generosamente contribui para a valorização e a difusão da música instrumental feita no Brasil. Um artista dessa magnitude se voltar para a improvisação de um clarinetista é sinal de que a música brasileira não tem fronteiras.”


Em entrevista ao Estado, por e-mail, Caetano Veloso fala sobre o disco Caetano Veloso & Ivan Sacerdote, e as recentes polêmicas envolvendo a HQ com o beijo gay na Bienal do Livro e o especial de Natal do Porta dos Fundos na Netflix.

Quando e como você conheceu o trabalho de Ivan Sacerdote?
Acho que foi no verão de 2018. O cantor e compositor Magary Lord trouxe esse clarinetista uma noite aqui em casa. Todo mundo ficou encantado com a doçura do sopro e com a musicalidade dele.

Como surgiu a ideia desse disco em parceria?
Foi Paulinha quem me pediu para gravar umas canções com Ivan no estúdio de Carlinhos Brown. Gravamos tudo numa sessão só. Ele vinha aqui em casa, assim como outros músicos jovens e talentosos de Salvador, para fazer o que ela chama de “cantorias”. Às vezes eu cantava umas coisas, Ivan improvisava no clarinete. O que a gente fez no estúdio era quase uma coisa caseira, mas as pessoas acharam bonito. Paulinha considerou que o nível era profissional. Daí propôs que gravássemos vídeos na Vevo em Nova York. Deu certo. Tanto Ivan quanto eu ficamos muito contentes com o resultado.

Para esse projeto em duo, por que vocês decidiram por regravações e como chegaram a esse repertório?
Não havia plano de disco. Tocávamos em casa coisas já conhecidas. Eu me lembro de ter ficado impressionado com Ivan tocando Futuros amantes, de Chico Buarque. Quando Paulinha falou em gravar, pensei até em pedir que ele gravasse essa música, só tocando, com alguém ao violão (de preferência Felipe Guedes, outro jovem musicalmente genial da Bahia). Mas Paulinha queria que gravássemos só músicas minhas, para termos uma pequena antologia. Houve mais “cantorias” do que ensaios. Cezar Mendes, meu parceiro em Aquele frevo axé, é o único outro músico a tocar nessa série de gravações. Ele está sempre nas noitadas de música aqui em casa. Me lembro de ter dado umas acertadas de forma com Ivan, mas não ensaiamos muito. O repertório foi o que ele já gostava de tocar comigo. Mas claro que, sabendo que iríamos gravar, pensamos em mais umas outras coisas. Ivan pediu Peter Gast. Quando fomos para Nova York, Tom pediu que gravássemos Você não gosta de mim. Foi tudo fluido.

Como foi fazer novos arranjos especialmente para esse disco, para canções como Peter Gast (que na gravação original tem piano em destaque de Tomás Improta) e Aquele Frevo Axé, que ficou marcante na versão de Gal Costa? Aliás, você nunca tinha gravado Você Não Gosta de Mim, só Gal, no disco Aquele Frevo Axé, certo?
Certo. Já contei alguma coisa sobre essas escolhas na resposta anterior. O que posso dizer é que os arranjos nasceram de improvisos. Combinamos a forma, o número de repetições, os andamentos – e tocávamos como saísse.

Por que você quis se dedicar a esse projeto antes de gravar seu novo disco de inéditas?
Não quis. Estava de férias em Salvador e esses encontros musicais surgiram como jogo prazeroso. Mesmo em Nova York, estávamos de férias. Paulinha é que chamou Ivan e Mosquito para lá e combinou de gravarmos. Não deu trabalho. Fizemos cada música uma vez. Os caras da Vevo ficaram impressionados com Trilhos Urbanos, com a rapidez com que saiu aquilo, que a eles parecia muito complexo, tão rapidamente. Eles achavam o ritmo difícil de decifrar e Ivan improvisava com muita facilidade em cima do meu violão que parece tocar a batida ao contrário.

Como vê os atuais casos de tentativas de censura, como ao beijo gay na HQ vendida na Bienal do Livro no ano passado e agora ao especial do Porta dos Fundos na Netflix?
Sou contra censura. Lancei É proibido prohibir em 1968, em plena ditadura militar. Adorei a atitude de Felipe Neto em relação ao desenho do beijo gay. Vi o Especial de Natal do Porta dos Fundos com atraso. Mas ri à beça. Os atores são muito bons e as cenas irresistíveis. Venho de uma família muito religiosa, mas sempre achei muita graça em humor blasfemo. Entendo que alguns devotos protestem. Mas censurar por razões religiosas, não: não estamos no Irã. O Estado brasileiro tem agora liberais anglo-americanos inspirando a economia, como pode querer tomar atitude de aiatolás?


As faixas do disco Caetano Veloso & Ivan Sacerdote

TRILHOS URBANOS
Um dos clássicos de Caetano que está no álbum Cinema Transcendental, de 1979.
Gravada em Salvador.

PETER GAST
Música do repertório do álbum Uns, de 1983, com destaque ali para piano de Tomás Improta.
Gravada em Salvador.

AQUELE FREVO AXÉ
Foi gravada originalmente por Gal Costa no disco homônimo de 1998.
Gravada em Salvador com participação de CÉZAR MENDES (violão) e MORENO VELOSO (percussão de lixa)

O CIÚME
Canção do álbum Caetano Veloso, de 1987.
Gravada em Salvador.

MANHATÃ
Faixa do repertório do disco Livro, de 1997.
Gravada no estúdio da Vevo, em Nova York.

MINHA VOZ, MINHA VIDA
Está também do disco Livro, mas já havia sido gravada por Gal em seu disco Minha Voz, de 1982.
Gravada no estúdio da Vevo, em Nova York.

ONDE O RIO É MAIS BAIANO
Outra do álbum Livro.
Participação de MOSQUITO.
Gravada no estúdio da Vevo, em Nova York.

DESDE QUE O SAMBA É SAMBA
Do disco Tropicália 2, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, de 1993.
Participação de MOSQUITO.
Gravada no estúdio da Vevo, em Nova York.

VOCÊ NÃO GOSTA DE MIM
Caetano nunca tinha gravado essa canção; ela está no repertório do disco Aquele Frevo Axé, de Gal Costa, lançado em 1998.
Gravada no estúdio da Vevo, em Nova York.





FOLHA DE S.PAULO

16/01/2020

Caetano apresenta clarinetista e olha para os anos 1990 em disco de releituras

Álbum com voz e violão marca a primeira vez que o tropicalista grava 'Você Não Gosta de Mim'

Lucas Brêda

Caetano Veloso conheceu Ivan Sacerdote dois verões atrás.

“Ele apareceu aqui em casa no meio de uma pá de talentos musicais soteropolitanos”, diz o cantor e compositor. “Quem o trouxe aqui foi Magary Lord, grande figura da música de dança e do Carnaval da cidade.”

O clarinetista é a principal companhia do tropicalista em seu novo disco, “Caetano Veloso & Ivan Sacerdote”, lançado nesta quinta (16).

O álbum, gravado “sem compromisso”, tem releituras de nove músicas de Caetano, todas em voz e violão, e com o acompanhamento do clarinete de Sacerdote. Apesar de jovem, o músico baiano —de “sopro doce, música firme”, segundo Caetano— já é reconhecido em seu instrumento.

Bacharel em clarinete e mestre em música pela Universidade Federal da Bahia, ele já tocou com artistas do tamanho de Hermeto Pascoal, Paulinho da Viola e Seu Jorge.

Mas o que chamou a atenção de Caetano, num dos encontros em Salvador, foi ouvir Sacerdote tocando “Futuros Amantes”, de Chico Buarque.

A dupla começou a tocar com o clarinetista improvisando nas músicas de Caetano.
A parceria não renderia um disco, mas foi evoluindo e os dois foram a Salvador e Nova York para registrar o áudio e uma série de vídeos do encontro.

O repertório é antigo, mas tem mais músicas dos anos 1990 —são cinco—, contra três dos anos 1980 e uma dos 1970.

Por parte de Caetano, há um olhar especial para os álbuns “Livro”, de 1997, e “Aquele Frevo Axé”, de Gal Costa, de 1998.

“Acho ‘Livro’ um dos meus melhores discos”, diz, sobre o álbum de “Onde o Rio é Mais Baiano”, “Manhatã” e “Minha Voz, Minha Vida”, todas no projeto com Sacerdote. “Manhatã”, diz Caetano Veloso “foi feita depois de, passeando por Nova York com Lulu Santos, ouvir dele o murmúrio ‘Manhatã, Manhatã…’ em tom de redescoberta do lugar. Lembrou-me que, num poema de Sousândrade, há uma rima de Manhattan com uma palavra em ã.”

Mas a grande novidade do álbum com Sacerdote é um pedido do filho Tom Veloso. A música “Você Não Gosta de Mim” foi gravada por Gal Costa, mas nunca tinha sido registrada na voz do autor.

“É de um momento muito triste da minha vida”, diz Caetano. “É uma música cuja letra eu não lembrava, fui me esforçar para rememorar e achei que era muito bonita, me deu vontade de chorar. Cantei umas vezes em casa, tentando ter as palavras decoradas. “Acho que, no vídeo, estou muito frio, neutro, ao cantá-la —eu estava me esforçando para não errar a letra. Não gosto de cantar lendo, então tinha que lembrar tudo aquilo na frente das câmeras e dos microfones.”

Um vídeo de Caetano ensaiando a música na turnê “Ofertório”, inclusive, já circulava nas redes sociais.

“Eu a estava cantando para ver se me reacostumava com a letra”, diz. “É uma letra que diz literalmente o que eu estava sentindo quando a escrevi. São mesmo coisas de amor vividas.”

Também há músicas mais velhas, como “Desde que o Samba é Samba”, de “Tropicália 2”, de 1993, “Trilhos Urbanos”, de “Cinema Transcendental” (1979), e “O Ciúme”, de “Caetano” (1987).

“Peter Gast”, de “Uns” (1983), foi um pedido de Sacerdote, assim como “Aquele Frevo Axé” —uma das que o clarinetista tocava com Cézar Mendes, autor da melodia original e que toca violão no novo disco.

A canção saiu no álbum homônimo de Gal Costa, e Caetano a gravou no ao vivo de “Zii e Zie” (2011).

Além de “Caetano Veloso & Ivan Sacerdote”, Caetano já pensa no próximo trabalho de inéditas —seria o primeiro desde “Abraçaço” (2012), mas adianta pouco do trabalho.

“Quero, sim, gravar um disco novo. O [álbum com] Sacerdote não foi um projeto de disco. Mas acho que Paula Lavigne já tinha visão de que o que se ouvia ali tinha potencial para ser lançado profissionalmente. Não faço ideia do que poderá haver de ‘Ivan’ num futuro álbum meu. Nem sei o quanto de ‘Ofertório’ haverá nele.”











Correio Braziliense
'Ele trouxe música à minha música', diz Caetano Veloso sobre Ivan Sacerdote
Acompanhado do clarinetista Ivan Sacerdote, Caetano Veloso usa seu canto como instrumento em releituras de clássicos do repertório dele


Irlam Rocha Lima

26/01/2020 

Foto: Vevo / Divulgação

Há beleza e requinte no encontro de dois instrumentos: a voz de Caetano Veloso e o clarinete de Ivan Sacerdote. Artistas de gerações e formações diferentes, eles juntaram os talentos num álbum em que releem parte da expressiva e extensa obra de um dos mais profícuos e brilhantes criadores da música popular brasileira.

Gravado em 2019, entre fevereiro, no estúdio Ilha dos Sapos, de Carlinhos Brown, em Salvador; e abril, no estúdio Vevo, em Nova York, o CD Caetano Veloso & Ivan Sacerdote tem participações pontuais do violonista César Mendes, de Moreno Veloso, que usa lixa para fazer percussão; e do sambista Mosquito.

O repertório, registrado em nove faixas, traz canções que marcaram diferentes fases da obra do tropicalista: os clásicos Trilhos urbanos (1979), Minha voz, minha vida (1982), O ciúme (1987) e Desde que o samba é samba (1993) — esta composta em parceria com Gilberto Gil. A elas, se juntam Onde o Rio é mais baiano (1994), feito para a Mangueira; e as digamos, Lado B, Peter Gast (1983), Manhatã (1997) e Aquele frevo axé (1998).

Na prática, o disco é o climax de uma história iniciada no verão de 2018, quando Caetano ouviu Sacerdote tocar Futuros Amantes, de Chico Burque, na varanda de seu apartamento, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. O clarinetista havia ido até ali na companhia do artista baiano Magari Lord, amigo de ambos.

Sobre aquele momento, Caetano comentaria: “Ivan revela-se, a cada toque, a cada contraponto, a cada intervenção, um Sacerdote da elegância na música”. Impressionado com a sofisticada sonoridade criada pelo instrumentista, um ano depois, gravaram algumas canções em Salvador. Incentivados pela empresária Paula Lavigne, foi feito um EP. “Gravamos tudo numa tarde e sem playback, exceto minha parceria com Cezar Mendes, Aquele frevo axé, em que o autor da melodia toca violão e Moreno Veloso toca lixa”, conta.

Dois meses depois, houve o complemento do repertório. “Juntamos as cinco canções captadas no ritmo do Festival da Bahia de Todos os Santos, às que se deram em Nova York, no estúdio Vevo, onde nossa relação musical pareceu milagrosa”, destaca Caetano. “O carioca Mosquito uniu-se brevemente a nós dois para a afirmação em Onde o Rio é mais baiano e Desde que o samba é samba”, acrescenta.

Embora seja carioca, Ivan Sacerdote, filho de um militar nascido em Santo Amaro da Purificação (terra natal de Caetano), vive na Bahia. Aos 18 anos, matriculou-se no curso de bacharel em clarinete na Universidade Federal da Bahia; e, aos 20, iniciou a carreira musical tocando em filarmônicas e participando, como solista, de rodas de choro, nas quais se apaixonou pela improvisação. Em seguida, na Europa, descobriu o jazz, ouvindo discos de João Gilberto. Ao retornar ao Brasil, Sacerdote foi convidado por Rosa Passos par integrar a banda dela.

O show de estreia do Caetano Veloso & Ivan Sacerdote será em 8 e 9 de fevereiro, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Depois do carnaval, os artistas sairão em turnê por outras cidades brasileiras. É muito provável que Brasília esteja no roteiro, entre marco e abril, no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.


Entrevista / Caetano Veloso
No seu entendimento, o que Ivan Sacerdote acrescentou à sua música?
Ivan trouxe música à minha música. Como é figura nova da cena instrumental brasileira, ele aproximou minhas canções a esse mundo. Acho sempre mais bonito quando ele está tocando do que quando eu canto. Na verdade, não sou bom de cantar em estúdio.

Parte das gravações foi feita no estúdio Ilha dos Sapos, de Carlinhos Brown, em Salvador; e outra, no estúdio Vevo, em Nova York. Por que quis assim?
Não quis. Aconteceu. Paulinha (Paula Lavigne) sugeriu que gravássemos alguma coisa no Ilha dos Sapos e, como ficou bem impressionada com o resultado, fez algum acerto com a Vevo.

A escolha do repertório obedeceu a algum critério?
Primeiro, ouvi Ivan tocando Futuros amantes, de Chico, com Seu Jorge, na varanda aqui de casa, em Salvador, e fiquei maravilhado. Paulinha, entusiasmada com os talentos que via aparecer na Bahia, quis gravar Ivan. Ele próprio sugeriu canções minhas: Peter Gast, Trilhos Urbanos e O ciúme. Paulinha achou que, ali, se esboçava um EP de Ivan só com músicas minhas. Eu ainda insisti em Futuros amantes, mas como o resto era todo meu, decidiu-se que gravaríamos só canções minhas. Eu quis gravar Manhantã (que, infelizmente, cantei meio mal) e Tom, meu filho, pediu que incluíssemos Você não gosta de mim. Esse tipo de escolha não configura um critério. Mas o valor musical que Ivan via em canções minhas foi o norte.

Em que fase está a produção das canções para um novo disco de inéditas?
Essas coisas a gente nunca sabe ao certo. Quero gravar a música que fiz pra Céu, Pardo. E comecei a compor umas outras, das quais só uma parece pronta. Mesmo essa não tem forma definitiva. O gozado é que há umas três ou quatro outras, mais para inacabadas.

Que visão tem das escolhas do governo ao indicar pessoas sem a devida qualificação para a área da cultura?
Meu candidato para a eleição de 2018 foi Ciro Gomes. Como ele não foi para o segundo turno, votei em Fernando Haddad. Então, o grupo que ganhou as eleições não é aquele com quem tenho identificação. Todas as escolhas para a área de cultura e educação me pareceram sinistras. Também não entendo o que escreve o chanceler. Nem acredito no catecismo liberal da equipe econômica.



Caetano Veloso & Ivan Sacerdote 
Lançamento da Universal Music, 9 faixas. Disponível em todas as plataformas digitais.

Entrevista / Ivan Sacerdote
Você tem formação acadêmica, tocou em orquestra sinfônica e se apaixonou pelo jazz ouvindo João Gilberto. Como foi chegar foi à MPB pelas mãos da baiana-brasiliense Rosa Passos?
Rosa Passos foi a artista responsável por legitimar meu trabalho como clarinetista para o mundo da música. Eu tinha 25 anos e havia acabado de retornar de uma temporada de dois anos fora do Brasil. Vinha de uma fase de muitos estudos e poucos objetivos profissionais. Rosa Passos apareceu na minha vida quando eu justamente precisava começar a encarar minha carreira com a mesma seriedade e foco que levava os estudos. Rosa viu uma canja minha no show de um cantor de Salvador (Alexandre Leão). Na mesma hora, me convidou para fazer parte de seu grupo e tocar no Teatro Castro Alves no outro dia. Aguentei a pressão e encarei os músicos da banda, grandes instrumentistas brasileiros, Lula Galvão, Jorge Helder, Fábio Torres, Paulo Paulelli e Celso de Almeida.

Sentiu-se inseguro?
Não me considerava preparado, mas Rosa é meio visionária, enxerga o potencial de músicos e os coloca à prova.Tive a sorte de constituir uma relação muito carinhosa com ela, que sempre teve a paciência de ensinar a tratar a música brasileira com ousadia e zelo. Também me ensinou muito sobre repertório de Ary Barroso, Dorival Caymmi, Tito Madi, Jhonny Alf, João Donato, Noel Rosa e Cartola. Rosa faz qualquer música se tornar preciosa, é quase um milagre. Talvez esse mérito de ser comparada a João Gilberto seja por causa da excelência da voz e violão, pelo repertório e por ser baiana, é claro. Tais qualidades em comum me fazem enxergar a Bahia como um lugar capaz de produzir música de nível internacional, dotada de excelência e conectada fortemente com nossas raízes.

Como reagiu ao receber o convite para realizar este projeto com Caetano?
Foi uma surpresa muito boa receber o convite de Paula Lavigne. Ela foi a idealizadora desse projeto. Enxergou potencial em um duo que nunca teve pretensões de gravar ou encarar os palcos. Era uma atmosfera de diversão, naqueles hiatos de verão onde os músicos descansam tocando em momentos informais. Férias de músico são assim, não somos diferentes. A partir do convite, passei a encarar esse projeto com grande honra e responsabilidade. Representar a música instrumental brasileira em um diálogo direto com uma grande figura da MPB é uma tarefa que requer muito foco e concentração.

Que avaliação faz do seu desempenho tocando — gravando — com um ícone da música popular brasileira?
No disco, eu procuro aplicar um pouco de cada vivência que tive nos últimos anos, sempre com o filtro de servir à música de Caetano. O fio condutor é esse. É importante ressaltar que, nesse trabalho, não executo somente a improvisação jazzística. Essa abordagem está mais presente em Peter Gast e Manhatã. Nessas duas faixas, eu busco mais a linguagem de Miles Davis, naquela fase dos épicos improvisos em baladas. Nesses solos que fiz também, tem algo de Charlie Parker, aquele com a doçura e sobriedade do disco Charlie Parker With Strings, de 1950. Também existe muito da improvisação que encontramos no choro, em que uma melodia pode sofrer constantes variações.

Como assim?
O exemplo disso está nas músicas Você não gosta de mim e Minha voz, minha vida em que procuro expor minhas afinidades com esse tipo de improvisação e criar uma ponte para explicar musicalmente o que seriam essas duas abordagens. Já na música O ciúme procurei incorporar um personagem do sertão, mas não aquele das festas, do xote, galope, e forró. Pensei em um trovador, um daqueles poetas populares de feiras, que improvisa no verso e fala de amor. São camas harmônicas escolhendo os melhores intervalos para somar com a interpretação profunda de Caetano. Acho que essa música foi a mais desafiadora para mim, esteticamente falando. Na música Aquele Frevo Axé, com Cézar Mendes ao violão, é o mais próximo que eu consegui chegar no meu toque para massagear minha devoção a João Gilberto.

Pretende, após a turnê do Caetano Veloso & Ivan Sacerdote, realizar trabalhos solo?
Minha produção musical precisa existir para que as coisas se mantenham em ordem na cabeça. Gosto de ter ideias e ir para o estúdio experimentar. Tenho músicos parceiros de Salvador e sempre estamos em contato para esses encontros. Amo compor, arranjar e improvisar. Acho que isso alimenta o trabalho com Caetano. Também atuo como educador e produtor. São tantas coisas que um instrumentista precisa fazer para sobreviver hoje em dia. Precisamos fazer de tudo um pouco. Tentarei, na medida do possível, conciliar tudo isso e o trabalho com Caetano, mas, logicamente, agora é foco total nos shows e em colher os frutos dessas gravações.



8/2/2020 - Fonte: facebook


15/2/2019 - Felipe Guedes, Caetano Veloso e Ivan Sacerdote
Foto: Ponto Mov Filmes



Janeiro de 2020 - Caetano Veloso e Cézar Mendes - Divulgação

2020 - Divulgação: Instagram





9/2/2020 - Fonte: facebook




"Obrigado, Salvador!. Foram duas noites de lançamento do meu novo projeto apresentando Ivan Sacerdote, no Teatro Castro Alves. Ivan trouxe música à minha música. Como é figura nova da cena instrumental brasileira, ele aproximou minhas canções a esse mundo. Para esses shows, nós convidamos Felipe Guedes, o jovem gênio soteropolitano que o Brasil precisa conhecer e destacar."

Caetano Veloso, 10/2/2020, Facebook








Caetano Veloso estreia na Bahia show baseado no disco feito com o saxofonista Ivan Sacerdote
Por Jornal do Porto

10/02/2020 às 17:19:17


Ivan Sacerdote, Caetano Veloso e Felipe Guedes em show no Teatro Castro Alves 
Foto: Juliana Reis / Facebook Uns Produções

Tema do músico norte-americano Charlie Parker é a surpresa do roteiro quase inteiramente formado por composições do artista baiano. Caetano Veloso já está novamente em cena. Encerrada a bem-sucedida turnê internacional do show Ofertório, apresentado pelo artista com os filhos entre 2017 e 2019, o cantor já apresenta show com o saxofonista Ivan Sacerdote.

Baseado no disco Caetano Veloso & Ivan Sacerdote, lançado em 16 de janeiro, o show estreou em Salvador (BA), capital da Bahia, com duas apresentações que lotaram o Teatro Castro Alves em 8 e 9 de fevereiro. O músico Felipe Guedes foi o convidado de Caetano e de Sacerdote nessas duas apresentações.

Se o disco contabiliza somente nove músicas no repertório inteiramente assinado por Caetano, o show totalizou 21 composições no roteiro que somente se desvia do urbano trilho autoral para apresentar tema do saxofonista norte-americano de jazz Charlie Parker (1920 – 1955), Billie's bounce, lançado pelo músico em disco de 1945.

Entre sucessos acumulados em 55 anos de carreira fonográfica, Caetano pescou algumas pérolas raras, caso de Quando o galo cantou, samba do álbum Abraçaço (2012).

Eis, na ordem, as 21 músicas apresentadas por Caetano Veloso e Ivan Sacerdote, com a adesão de Felipe Guedes, na estreia nacional do show:


1. TRILHOS URBANOS (Caetano Veloso, 1979)
2. AQUELE FREVO AXÉ (Caetano Veloso e Cézar Mendes, 1998)
3. O CIÚME (Caetano Veloso, 1987)
4. MANHATÃ (Caetano Veloso, 1997)
5. MINHA VOZ, MINHA VIDA (Caetano Veloso, 1982)
6. O LEÃOZINHO (Caetano Veloso, 1977)
7. PETER GAST (Caetano Veloso, 1983)
8. ONDE O RIO É MAIS BAIANO (Caetano Veloso, 1994)
9. BILLIE'S BOUNCE (Charlie Parker, 1945)
10. CAJUÍNA (Caetano Veloso, 1979)
11. VOCÊ NÃO GOSTA DE MIM (Caetano Veloso, 1998)
12. SAMPA (Caetano Veloso, 1978)
13. QUANDO O GALO CANTOU (Caetano Veloso, 2012)
14. LUZ DO SOL (Caetano Veloso, 1982)
15. QUALQUER COISA (Caetano Veloso, 1975)
16. JANELAS ABERTAS Nº 2 (Caetano Veloso, 1971)
17. DESDE QUE O SAMBA É SAMBA (Caetano Veloso, 1993)
18. NÃO IDENTIFICADO (Caetano Veloso, 1969)
19. RECONVEXO (Caetano Veloso, 1989)
20. TIETA (Caetano Velos, 1996)
21. ODARA (Caetano Veloso, 1977)

Fonte: G1




Fotos: Facebook / Uns Produções




































No hay comentarios:

Publicar un comentario