CAETANO VOLTA A BH COM OS FILHOS NO SHOW
“OFERTÓRIO”
30/09/2019
Por Da Redação
Caetano
Veloso e os filhos Moreno, Zeca e Tom estão de volta a BH com o elogiado show
Ofertório, no dia 4 de outubro, sexta-feira, às XXh, no Km de Vantagens Hall.
O
título “Ofertório” se refere a uma música canção feita especialmente para a
missa de 90 anos de dona Canô, mãe de Caetano, e o repertório escolhido por
seus filhos.
É
claro que grandes sucessos como “O Leãozinho”, “Reconvexo” e “Alegria Alegria”
não vão faltar, além de novas composições como “Todo Homem”, de Zeca
Veloso.
“No show
apresentaremos algumas dessas coisas que cresceram em nós, de nós. E canções
minhas escolhidas por eles. “O Leãozinho”, que os filhos de tanta gente pedem,
os meus não deixaram de pedir. E coisas como “Reconvexo” têm de estar ali
confirmando a linhagem. Há clássicos de Moreno e canções novas de todos
(inclusive minhas)”,
explica Caetano.
A
ideia do projeto foi pensada por Caetano numa homenagem à memória de sua mãe,
falecida em 2012. O show também é dedicado às mães de seus filhos e ao amigo e
parceiro de composições, Cézar Mendes.
“Há muito tempo
tinha vontade de fazer música junto a meus filhos publicamente. Desde a
infância de cada um deles gosto de ficar perto. Cada um é um. Sempre cantei
para eles dormirem. Moreno e Zeca gostavam. Tom me pedia pra parar de cantar.
Moreno e Tom já se profissionalizaram como músicos. Zeca, depois de passar
parte da adolescência experimentando com música eletrônica, começou a compor
solitariamente. Cantar com eles representa a celebração e a alegria, sem dar
importância ao sentido social da herança”, comenta.
Em
maio deste ano eles lançaram o CD e o DVD da turnê, que também estão disponíveis
em todas as plataformas digitais.
“É um show
familiar, nascido da minha vontade de ser feliz. Ter filhos foi a coisa mais
importante da minha vida adulta. O que aprendi com o nascimento de Moreno – e
se confirmou com as chegadas de Zeca e Tom – não tem nome e não tem preço.
Creio que não somos uma família de músicos, como há tantas, dado o caráter
comprovadamente genético do talento musical, mas seguramente somos músicos de
família”,
finaliza.
BH explode aos gritos de "Lula" em show de Caetano Veloso
Assista a um coro impressionante por Lula no show
de Caetano Veloso neste sábado em Belo Horizonte
Milhares de pessoas cantaram a plenos pulmões o refrão
"Olê, olê, olê, olá. Lula, Lula". Foi durante show de Caetano Veloso
na noite desta sexta-feira (4/10) em Belo Horizonte.
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FAZENDA
Nelson Ângelo
1976
Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer era
tão normal
Que o tempo parava
E a meninada
Respirava o vento
Até vir a noite
E os velhos falavam
coisas dessa vida
Eu era criança,
hoje é você
E no amanhã, nós
Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer era
tão normal
Que o tempo parava
Tinha sabiá, tinha
laranjeira
Tinha manga-rosa
Tinha o sol da
manhã
E na despedida
Tios na varanda
Jipe na estrada
E o coração lá
Tios na varanda
Jipe na estrada
E o coração lá
metrojornal
Caetano Veloso celebra projeto musical com os
filhos: 'Para mim é só felicidade'
Por Alex Ferreira - Metro Belo Horizonte
Segunda, 07 outubro 2019
Um dos artistas mais celebrados e influentes da música
brasileira, Caetano Veloso tem status raro na cultura nacional. Comparado a Bob
Dylan por sua poética intensa, caleidoscópica e universal, ele foi arquiteto e
personagem decisivo de momentos sublimes da MPB, como na construção do
movimento Tropicalista, nos anos 1960, verdadeiro tsunami artístico que
reverbera até hoje dentro e fora do Brasil.
Acostumado a encabeçar projetos inusitados, o compositor roda o Brasil com a turnê “Ofertório”, na qual se apresenta ao lado dos filhos Moreno, Zeca e Tom. Feito com a intenção de celebrar as relações familiares, o projeto nasceu de uma canção que Caetano fez para a missa de 90 anos de sua mãe, Dona Canô.
Acostumado a encabeçar projetos inusitados, o compositor roda o Brasil com a turnê “Ofertório”, na qual se apresenta ao lado dos filhos Moreno, Zeca e Tom. Feito com a intenção de celebrar as relações familiares, o projeto nasceu de uma canção que Caetano fez para a missa de 90 anos de sua mãe, Dona Canô.
Como enxerga o momento atual
da música no mundo, quando as plataformas digitais servem de veículo para novos
artistas e expressões?
Fui
acostumado a ouvir canções no rádio, depois a comprar discos. Quando me
profissionalizei, gravei LPs e CDs. Houve muitas mudanças. Até os anos 1960,
quem era famoso no Brasil era famoso para todos e o número de grandes
celebridades era pequeno. Hoje, com a internet, tudo se multiplicou. Há gêneros
e artistas muito amados por públicos específicos e às vezes desconhecidos dos
outros públicos. Ao longo da vida, me aproximei de estilos diferentes,
passeando horizontalmente no tempo e no espaço, desrespeitando muitos critérios
verticais de hierarquia do gosto. Continuo assim. As plataformas digitais não
são meu ambiente natural. Mas me excita olhar de relance para coisas que
aparecem nesse mundo virtual. Há democratização da produção e discriminação do
consumo, com os algoritmos escolhendo para você o que você supostamente espera.
2010 - Foto: John Shearer/Getty Images |
O artista popular ainda
exerce papel de importância nos processos de mudança social como no passado?
Não
sei julgar isso. Um vídeo de música pode influir muito fortemente por um curto
tempo. Mas também figuras capazes de permanência se formam e se fixam. Acho
difícil dizer que a música (popular) como expressão artística tornou-se banal e
pobre de conteúdo se aparece alguém como Thiago Amud, fenômenos como o funk
produzem Ludmilas e Anittas, sertanejos mostram vozes afinadas e o axé ressurge
em Baiana System. Além de Tuzé Abreu lançar disco rigoroso e inspirado, Djavan
e Gil seguirem fazendo coisas bonitas e o Baile da Gaiola acelera a cena.
Você apostou em um som
direto, rico e cru à frente da Banda Cê. Agora, está com esse projeto musical
ao lado dos seus filhos. Essas propostas são uma “passagem de bastão”?
Para mim é só felicidade.
Tomara que seja também passagem de alguma coisa boa para o futuro de Pedro Sá,
Ricardo Dias Gomes, Marcelo Callado, Moreno, Zeca e Tom – e para o futuro do
Brasil e da música.
Muito da história recente do
Brasil foi explorado nas suas letras. A música pode seguir sendo um campo
aberto para uma reflexão abrangente sobre o mundo ao nosso redor?
Ah,
isso sim. A música, a canção, serve para isso tudo que você listou e muito
mais.
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